Olá gente, antes de começar o conto, gostaria de comentar e responder alguns comentários que eu escolhi.
Martines: Obrigado pelo seu comentário, amo ler comentários como esse. O Paulo só irá participar de alguns capítulos, pois o conto é voltado para a vida de Fernando e seus amores.
Junior Malfoy: Não entendi seu comentário, será que você poderia explicar, para que eu possa responder.
Marcos Costas: Como eu disse lá em cima para Martines, o Paulo é apenas o primeiro amor de Fernando, logo virão novos.
MINHA VIDA
CAPÍTULO 03
- Fernando, antes de começar, eu gostaria de te pedir perdão, o que tive com Camilo foi um erro - disse ele pegando em minhas mãos.
- Erro? - olhei duramente para ele, tirando minhas mãos - Me trair com aquele ser por meses, transar com ele em cima da minha cama, dormir agarrado com ele como se ele fosse seu marido e dono daquela casa, Sabe se lá, com quantos você me traiu e se estiver pensando que eu vou voltar para você. Esquece, agora vou cuidar da MINHA VIDA - disse me levantando da mesa e pegando o copo com coca-cola - Paga a conta, eu já estou indo embora e some da MINHA VIDA.
Sai do estabelecimento deixando Paulo lá com a boca aberta. Claro, que eu não estava me sentindo bem, eu amava aquele filho da mãe, mas acima de tudo, eu me amava e tinha que me colocar no lugar certo e dizer não ao Paulo.
Entrei na empresa, eu ainda tinha 40 minutos de intervalo, fui para minha sala, e comecei a chorar. Fiquei chorando até dar duas horas da tarde, que foi quando eu fui substituir a Mariana, me sentei na mesinha dela que ficava em frente a sala de Patrick, liguei o computador e comecei a digitar algumas papeladas que tinha sobre a mesa, pouco tempo depois, Patrick chega acompanhado por Emily, ela entrou na sala dela, que ficava perto da sala de reuniões. Patrick veio caminhando até onde eu estava, ele estava sorrindo, coisa que ele não fazia com muita frequência, parou em minha frente e me olhou profundamente com aqueles olhos castanhos escuros.
- Estou vendo que já esta trabalhando - disse ele.
- Sim, senhor - minha voz saiu um pouco embargada pelo choro.
- O que foi que te aconteceu - ele pegou em meu queixo e levantou meu rosto - Seus olhos estão vermelhos, você andou chorando?
- Não - disse ainda com a voz embargada.
- Você não pode trabalhar assim, vai para casa.
- Eu não tenho nada, senhor - disse com meus olhos brilhando - Não preciso ir para casa.
- Precisa sim - ele me olhou novamente - Isso é uma ordem, hoje você esta de folga e não se preocupe com o trabalho que era de Mariana. Vou pedir para Emily caçar uma nova pessoa para ficar no lugar dela ainda hoje.
- Obrigado, senhor - disse me levantado e indo em direção a minha sala, para pegar minhas coisas.
Após pegar minhas coisas, desci até o estacionamento, peguei meu carro e fui para a casa de meus pais, que ficava do outro lado de BH, ao parar em frente a enorme casa verde, estacionei meu carro e toquei a campainha. Quem atendeu foi a minha irmã mais nova, Fabiana. Ela era bem parecida comigo, da minha altura, olhos azuis e cabelos castanhos.
- Fernando, você não deveria esta no trabalho?
- Eu sai mais cedo - já estava começando a chorar - Cadê papai e mamãe?
- Estão na casa da vovó, parece que ela passou mal hoje - ela me olhou mais calmamente - Porque você esta chorando?
- Vem - disse puxando ela pelo pulso, até meu quarto que ficava naquela casa, mamãe nunca gostou de Paulo, ela sempre tinha deixado aquele quarto para quando eu precisasse.
Entramos no quarto, eu chorei mais ainda, minha irmã ao ver minha situação, me deu um abraço bem apertado e ficou me consolando.
- O que te aconteceu, Fernando?
- O Paulo - disse chorando e me sentando na cama.
- O que tem o Paulo? - ela se sentou ao meu lado e pegou a minha mão.
- Ele me traiu!
- Te traiu - ela pareceu ficar assustada - Te traiu com quem? Como foi isso?
- Com um menino menor da idade, que era nosso vizinho, um porco imundo que se deitava com qualquer um - disse.
- Ah! Meu Deus, quando foi isso? - perguntou ela com a mão no boca.
- Faz dois dias, foi quando eu cheguei de Recife e peguei os dois na minha cama - disse voltando a chorar de raiva.
- Fernando eu não sei o que te dizer e também não vou dizer o que você tem que fazer - ela olhou bem nos meus olhos - Tenha força e enfrente tudo isso, se ele te traiu, é porque ele não te ama.
- Ele não me ama - disse limpando minhas lágrimas - a única coisa que eu sinto por ele, é ódio, porque meu amor está virando isso.
- Oh Fernando! - ela me abraçou e eu voltei a chorar.
Minha irmã saiu do meu quarto pouco tempo depois, e eu deitei em minha cama e comecei a chorar. Minha mãe chegou quase a noite, ela bateu na porta de meu quarto eu abri, ela não disse nada, apenas me olhou e me abraçou. Fiquei abraçado com minha mãe por bastante tempo, quando eu sai de seu abraço maternal, ela disse.
- Não precisa falar nada, eu já sei de tudo - disse ela passando a mão em meu rosto e enxugando minhas lágrimas - Sua irmã me contou tudo... tome um banho, no guarda roupas tem roupas suas, e venha jantar, seu pai está nos esperando - disse minha mãe saindo.
Tomei meu banho, e vesti minhas roupas, que por incrível que pareça, serviram em mim, minha mãe sempre comprava roupas que ficava grande demais em meu corpo, desci até a sala de jantar, onde meus pais e Fabiana já estavam apenas me esperando. Meus pais me olhavam com amor, e pena ao mesmo tempo. Meu pai não se parecia em nada comigo, era loiro, tinha olhos castanhos e era alto. Eu e Fabiana tínhamos puxado a mamãe, os mesmos cabelos escuros, a pele leitosa, a altura e olhos azuis.
- Sente-se meu filho, vamos jantar - disse meu forçando um sorriso.
- Obrigado - sentei a mesa e comecei a me servir.
- Como você está se sentindo? - perguntou mamãe.
- Péssimo - disse.
- Eu te disse para escolher outro - disse meu pai batendo na mesa, bufando de raiva - Eu sempre soube que aquele animal, era um vagabundo da pior especie, se eu pegar ele, eu mato aquele desgraçado.
- RAIMUNDO! - mamãe repreendeu meu pai.
- Ora Luísa! Aquele filho de uma vaca, desgraçou meu filho e tu quer que eu fique como?
- Deixa mãe, papai está certo, eu nem deveria esta chorando por ele - disse.
- Exatamente! Eu não te criei para ficar sofrendo pelos outros, eu te criei para ser forte, para ser um homem - ele me olhou - Você sabe que eu nunca tive problema em você ser gay, então seja forte e arrume outro que te faça feliz.
- Papai esta certo - disse Fabiana.
- Verdade! - concordou minha mãe.
- Eu sei, eu vou lutar para tirar Paulo de minha vida, eu odeio ele por ter feito o que ele fez - disse.
- Isso mesmo, siga em frente e pare de chorar por quem não te merece - ele bateu na mesa - agora vamos comer, porque estou morrendo de fome.
Depois do janta com minha família, fui para meu quarto, minha mãe foi lá e a gente conversou mais calmamente, ela me deu bons conselhos e disse para me manter afastado de Paulo. Depois que ela saiu de meu quarto, dormi e naquela noite sonhei que eu era livre e voava como um pássaro.
Quando acordei, tomei meu café, minha irmã tinha saído para o trabalho junto com papai e mamãe já estava se arrumando para sair.
- Para onde você vai, mãe? - dei um beijo no rosto dela.
- Vou na casa de sua avó, ela ainda está muito doente - disse ela aflita - mamãe já esta idosa, mas eu esperava que ela vivesse mais tempo.
- Ah mãe! Vovó é forte, tenho certeza que ela tem ainda uma longa vida pela frente - disse abraçando mamãe - Quando anos ela tem mesmo?
- 72 anos - ela disse e deu um beijo na minha testa - Tchau meu anjo, já tenho que ir e reze por sua avó.
- Amém, irei rezar.
Após minha mãe sair, me arrumei, vesti o mesmo terno que tinha vestido ontem na empresa e fui trabalhar. Quando cheguei na empresa, notei que Patrick já tinha contratado uma garota bem nova que usava óculos para o cargo de secretária dele. Dei bom dia para ela e entrei na minha sala. Como não tinha nada para fazer resolvi acessar a internet, pouco tempo depois, Patrick entra em minha sala sem bater, como sempre.
- Hoje tem o jantar lá em casa - ele sorriu - Espero sua presença lá, não falte.
- Não faltarei - disse.
- Ótimo - disse ele sorrindo e jogando uma papelada em cima da minha mesa - Agora vá fiscalizar o trabalho dos departamentos da empresa.
- Sim, senhor - disse me levantando e indo em direção a porta, quando eu ia saindo, ele me puxou pelo braço.
- Você está melhor? - perguntou ele visivelmente embaraçado.
- Melhor?
- Sim, ontem você parecia que estava chorando - ele disse.
- Ah sim, estou melhor - disse saindo de perto dele e abrindo a porta da sala - Vou cumprir minhas tarefas.
- Sim e cumpra direito - disse ele sorrindo e ficando ali na porta da minha sala, me analisando com aqueles olhos castanhos.
CONTINUA???
Olá gente! O que acharam do capítulo de hoje?
Próximo capítulo, só na sexta feira!
