desci do carro e fui andando pela entrada do cemitério, andei um pouco e depois de adentrar um pouco mais, avisto o garoto sentado em frente a uma lapide onde parecia conversar, o que será que ele esta fazendo lá? me perguntava a todo momento, não me aproximei com medo de invadir sua privacidade também não entendi meu interesse na história desse garoto, mas algo me diz que em sua história e triste, sai daquele local penstivo, todos no carro ficaram me olhando, quando entrei.
- não sabia que você tinha uma queda por cemitérios - brincou Lucas, mas eu estava perdido em meus pensamentos e curioso em saber sobre o por que daquele garoto lá.
- amor? - chamou Max me tirando de meus pensamentos.
- sim? - perguntei olhando para ele,
- você esta bem? - perguntou me abraçando.
- entrou em estado meditativo de novo? - perguntou Lucas,
- eu estou bem, podemos ir - respondi por fim, olhando pela janela fiquei perdido em meus pensamentos a manhã toda, quando chegamos em restaurante para almoçarmos , todos estavam me olhando - que foi? eu estou bem - falei - o que vamos pedir - falei a eles, fizemos nossos pedidos , após o almoço fomos dar mais uma volta, quando estavamos passando pela largo da Borges o menino estava sentado olhando para o vazio - galera já volto - falei saindo de perto deles, indo em direção ao menino - oi - falei sentando ao seu lado, ele me olhou como se estivesse saido de um transe.
- oi - respondeu - nos encontramos novamente, pela terceira vez - ele sorriu sem humor.
- terceira? - perguntei me fazendo de desentendido.
- sim, ontem, hoje mais cedo, e agora - respondeu ele.
- você me viu? - perguntei.
- sim, você demorou para sair de lá, quando estava perto da saido vi você entrar em um carro, só queria saber o que você estava fazendo lá? - ele me olhou curioso.
- não sei, vi você entrar lá e fiquei curioso, quando vi já estava lá - respondi - mas e você?
- eu vou lá toda semana, não importa frio, chuva - respondeu ele olhando para frente, quando olhei para o lado vi meus pais.
- ai meu deus que povo chato - falei e ele ohou para onde eu olhava.
- o que foi? - perguntou ele.
- meus pais, não me deixam em paz já fugi deles para ficar sozinho, mas eles me encontraram - falei.
- o que eles fizeram, para você fugir deles? - perguntou.
- é uma longa história - respondi.
- e eu tenho um longo tempo - disse ele, comecei a contar tudo o que se passou desde o começo até antes da viagem, ele escutava atentamente.
- e isso é tudo - terminei por fim.
- só por isso? - ele me olhou e sorriu sem humor.
- como assim? - perguntei.
- vou te contar uma coisa - ele olhou para o vazio - sabe o que foi a primeira coisa que meu pai disse para minha mãe, quando soube que ela estava gravida? - neguei com a cabeça - que ela tirasse os dois bebes, eu e minha irmã somos gemeos, se fosse elo primeiro pensamento de meu pai eu não estaria vivo neste momento, mas minha mãe quis, e pelo que você me contou seu pai só quer um lugar em seu coração que ele já tem, só esta apagado e que você não quer acender esse sentimento, se ele não quisesse que você não nascesse eu entenderia, mas só por ele fazer tudo por você sinceramente não entendo, e não quero entender essa sua atitude - respondeu ele.
- mas... - tentei argumentar, mas ele me interompeu.
- você sabe o que é perder uma pessoa que você ama muito? - ele me olhou com seus olhos marejados, olhei para baixo - creio que não, sabe você tem a oportunidade de abraçar a pessoa todos os dias e dizer um eu te amo, nem que seja para seu pai ou sua mãe, quem quer que seja, só quero te fazer uma pergunta, não te dá medo de pensar que tu pode perder seu porto seguro, que são os seus pais? - perguntou ele me olhando curioso, as palavras dele não me machucaram em momento algum, mas sim estavam me fazendo refletir, como apenas um estranho pode fazer eu refletir sobre tudo que nem meus amigos puderão fazer, fiquei pensando, não suportaria a ideia de não ter os dois ao meu lado, sem perceber comecei a chorar.
- hum, vejo que se deu conta de como estava agindo errado - falou ele sorrindo amigavelmente, pela primeira vez tinha humor em seu sorriso.
- como, pode você fazer eu enchergar uma coisa que nem eu mesmo podia ver - olhei para ele surpreso.
- só quem já sentiu a dor da perda, sabe que isso é a coisa que mais dói e pensar que não se pode voltar atrás, por isso devemos viver o presente esquecer o passado e pensar no futuro, só no meu caso não posso esquecer o passado, pois ele ainda é meu presente e quem sabe será meu futuro - antes de eu dizer alguma coisa a irmã dele se aproxima.
- Guto? - ele olhou para ela - ja terminei por aqui, vamos? -perguntou ela, olhou para mim e deu um sorriso simpatico - oi
- oi - respondi.
- tudo bem - ele me olhou - pense, prefere vivr no passado ou dar um chance ao presente no aqui agora, e ter a oportunidade de fazer seus pais felizes ao seu lado? tenho que ir, foi bom conversar contigo - falou levantando do banco e sumindo na multidão junto com sua irmã.