Então, recebi vários comentários e venho pedir desculpas se deixei a entender que a nova versão do conto seria postada aqui. Ela não sera postada aqui, a historia já está no capitulo 4 na plataforma Wattpad
Link:
http://w.tt/1NTI3sn
vocês só poderão acompanhar a historia no Wattpad, pois eu estou transformando-a em livro e lá a questão dos direitos autorais é mais garantida. Por agora ser um livro, tem muitas partes inéditas e personagens novos.
Um pedacinho para vcs:
A escola era o pior lugar do mundo, uma escola de grã-finos, gente bem rica mesmo, lá o bullying já fazia parte do meu cotidiano, acontecia diariamente, de muitos alunos, tento dos ricos quanto dos bolsistas.
Não era só pelo fato de eu ser pobre, minha aparência também não ajudava, era feio, cabelos desarrumados, usava aparelho, óculos, e ainda era pequeno, uma criatura horrível.
Não gostava da escola, não contava o que acontecia pra minha mãe, ela já tinha problemas demais, tinha que me sustentar, pagar aluguel, água e energia tudo com um salário mínimo, e ainda tinha que sobrar pra comprar os mantimentos para o mês. Ela trabalhava como camareira em um hotel, não ganhava bem e trabalhava muito.
Ela conseguiu a minha bolsa de estudos com o patrão dela, o dono da escola que é o mesmo do hotel, então eu não queria dar desgosto pra minha mãe, por isso eu não contava pra ninguém o que acorria.
Era uma tortura, eu e minha mãe tínhamos que levantar às 4 da manhã, já que a escola ficava no bairro nobre, bem longe de onde eu morava, minha mãe ainda tinha que chegar cedo ao hotel, que era mais longe ainda, pegávamos duas conduções até a escola e ela ainda pegava mais um até o trabalho, quando chegava à escola ia direto para o banheiro e me trancava em um reservado, as pessoas saiam e entravam e nem percebiam que eu estava ali, ficava lá até o sinal bater e depois eu ia pra sala de aula, toda vez que entrava já me preparava para a enxurrada brincadeirinhas e sarros contra mim, era sempre assim, sentava em minha cadeira na frente enquanto cessava o riso de todos presentes.
Na frente era mais difícil deles mexerem comigo por causa dos professores, mas eles sempre davam um jeito. Além do mais, os professores não faziam muita coisa, já que quem mandava na escola era quem tinha dinheiro, então eu não era ninguém.
A hora do recreio era outro momento ruim. Eu não tinha dinheiro pra comprar lanche, então minha mãe sempre fazia um lanche pra mim e eu levava pra escola, no entanto eu não o comia. Toda vez eles viam e tomavam o meu lanche. E pior, eles não comiam, diziam que era comida de mendigo, pegavam, jogavam no chão e pisavam em cima. Eu só olhava, não chorava por aquilo. Eu só ia para o banheiro e ficava lá trancado até a hora de voltar para a sala de aula. Ofensas como Veadinho, bichinha, esquisito, louquinho, pobretão, favelado me atingiam por onde eu passava. Difícil era acreditar que essa coisa horrível acontecia com crianças de 11 anos.
O menino que eu mais odiava era o Marcos Apollo, ou M.A como ele gostava que o chamassem, ele era quem comandava tudo, tinha plena certeza, não sei o que tinha feito pra ele, mas ele me odiava com todas as forças.
Na hora da saída eles me impediam de sair, pegavam minha mochila e ficavam jogando um para o outro, até eles se cansarem e jogar ela em minha cabeça, era sempre assim todos os dias desde quando eu entrei naquela escola, no começo foi muito difícil, eu chorava muito.
No entanto eu consegui terminar o último ano e nesse parece que estava ficando mais difícil, e eles piores.
Um dia fui ao banheiro, entrei, fiz o que tinha que fazer e quando ia sair um grupo de cinco garotos entraram e trancaram a porta. Eles não tiveram piedade e me espancaram de tal forma que não consegui me reerguer, estava totalmente atordoado e prestes a perder os sentidos.
-Vai ficar ai até a hora da saída, a gente não quer poluição na sala hoje, favelado- disse um deles.
-Por favor...
-Cala a boca- disse outro, me dando mais um chute.
Eu não sei como eles conseguiram, mas eu fiquei esperando alguém ir ao banheiro e, o que é impressionante, ninguém foi, nenhum aluno daquela escola.
Eu passei a manha toda trancado dentro daquele banheiro, machucado, até a hora da saída, quando eles foram ao banheiro e me destrancaram.