[GLUE 07]
As helices do ventilador de teto do meu quarto passavam em forma de câmera lenta, uma a uma, seguindo e seguindo. Já eram quase nove da noite e ainda não acreditava no que aconteceu Ana veio o caminho inteiro me consolando, dizendo que o mundo era mais do que apenas o Luan e que talvez as coisas poderiam se consertar e para eu dar tempo ao tempo. Mas entre todas essas coisas a única certeza era de que ele não me queria mais. – O jantar esta pronto gritou minha mãe da cozinha.
Não sentia fome, mas tinha que pelo menos tentar isso tudo para evitar perguntas indesejáveis que minha mãe possa fazer. – E como foi à escola foi ela dizendo enquanto enrolava o espaguete no garfo. – Nada de mais respondi. Ela pôs os olhos em mim e seu sinal materno alarmava que algo não corria bem. – Esta tudo bem disse ela entre olhares sobre mim e a tv no balcão. – Sim respondi, apenas estou sem fome, foi um dia cheio hoje. Ate ela sabia a hora de tentar, passamos o resto do jantar inteiro sobre meias palavras subi para meu quarto novamente, tirei toda minha roupa segui ao chuveiro, o ar quente da agua esfumaça todo o cômodo pequeno, ali chorei novamente.
No dia seguinte desliguei o relógio que batia seis e trinta da manha, não iria a escola não estava afim. Minha mãe abriu a porta do quarto para ver se eu já tinha levantado – Já esta na hora Júlio levanta disse ela olhando para eu sobre a cama. – Não vou hoje respondi, estou com dor de cabeça. Ela ficou quieta por um momento, acho que ela sabia que não tinha nada haver e que aquilo tudo era uma desculpa para eu não ir à escola, mas mesmo assim ela não insistiu no assunto. Passei a manha inteiro deitado minha mãe havia saído segundo ela só voltaria à noite por causa de certo evento na igreja. Ouvi o bater da porta, por um momento passou na minha cabeça que seria o Luan, mas eu mesmo senti que era cedo de mais ainda era cedo. Atravessei corredor coloquei a mão sobre a chave dei duas voltas ao abrir a porta estava alguém que eu não esperava o Marcelo. – O que quer perguntei? Ele olhou para mim – Estava chorando o perguntou num tom inocente. – Fala logo Marcelo oque quer respondi num tom seco. – Ok! Disse ele tirando a mochila das costas. De dentro dela ele tirou o caderno da Ana. – Ela me pediu para te entregar, e mando dizer que ela mesma não veio trazer porque tinha compromisso com a mãe dela.
Estendi a mão para pegar o caderno, nesse momento ele segurou minha mão. – Vai ficar tudo bem disse ele, esse tipo de coisa acontece. Fiquei imóvel por um momento meu olhos começaram a marejar abaixei minha cabeça não conseguia mais segurar comecei a chorar ali mesmo. Ele chegou mais perto de mim colocou minha cabeça sobre seu ombro sua mão passava sobre meus cabelos. – Vai ficar tudo bem dizia ele, vai ficar tudo bem. Horas depois ele estava sentado no sofá, enquanto eu estava em sua frente sentado sobre a poltrona que uma vez era de meu pai. Ele não dizia nada, assim como eu que encarava a vidraça da sala. – Por que veio aqui Marcelo? Perguntei. – Você é esperto disse ele enquanto seus dedos percorriam a costura de sua mochila, Quando foi que notou o perguntou. – Em uns dias apos o ocorrido na quadra, respondi enquanto meus olhos viravam-se para ele. – Sabe fui eu dizendo, era mais fácil você ter me dito de uma vez ao invés de provocar aquela cena toda. Ele deu um sorriso sem graça. – Quem sabe? Perguntei. – Ninguém o respondeu, e não me importo se souberem. – Você sempre foi inconsequente sabia um garoto com muita fama com as garotas do colégio que faz questão de todos saberem de suas conquistas fui eu dizendo enquanto voltava à janela. – Não me julgue mal Júlio essa é a vida que levo ali naquele lugar, isso me mantem entretido foi ele dizendo.
Nesse momento eu levantei me pus de frente a ele e tirei minha camisa ele me encarava, conseguia sentir sua respiração. Peguei a sua mão coloquei sobre minha barriga, as mãos dele estavam quentes percorri seu indicador ate a altura do meu mamilo chegando ate o começo do meu pescoço. Ele engolia seco. Seus olhos estavam vidrados. Ajoelhei-me diante dele, eu ainda segurava sua mão. Guiei seu indicado sobre meus lábios, ele continuava imóvel nesse mesmo momento coloquei seu dedo sobre meus dentes e mordi bem devagar. Sua reação foi imediata o vi fechar os olhos e sua boca ficando seca de desejo. Ele levantou, fiquei de costas a ele senti sua mão percorrendo minhas costas, e era suave conseguia sentir o calor de sua boca sobre minha nuca. Sua mão chegou sobre minha cintura onde ao canto direito se encontrava uma cicatriz de muito tempo. – Onde conseguiu isso perguntou ele num sussurro. – Acidente quando era criança respondi no mesmo tom. Ele se ajoelhou e beijou em cima da marca. Ajoelhei-me diante dele novamente me pus sobre a mesa de centro minha cabeça sobre o vido espelhado da mesa, onde pude sentir o cheiro da madeira antiga. Agora sentia sua mão sobre meu short, ela percorria em volta da minha “bunda” lentamente ele tirou meu short sua mão era macia eu apenas continuava sobre a mesa. Suas mãos agora estavam sobre minhas costas ele se pressionou contra mim conseguia sentir a pulsação do seu pau sobre seu jeans.
Novamente para minha parte de trás ele abaixou minha cueca bem devagar e deu um tapa de leve sobre minha bunda. Minhas mãos friccionaram a mesa, e novamente outro tapa. Nesse momento ele se levantou e me pôs de frente a ele, ergueu minha cueca e meu short e lá estava eu vestido novamente. – Eu poderia fazer com você agora, e acredite eu quero muito foi dizendo ele. Mas não é assim que quero não sou o Luan, também não sou estupido sei que agora você está quebrado tentando se concertar e não vai ser assim que vai ajudar disse ele a mim enquanto sua testa pairava sobre a minha. – Sabe Júlio continuou ele, sempre tive vontade de você, mas você escolheu outro, escolheu um cara bacana, mas infelizmente deu errado. Sempre vou estar aqui, sou um cara que sabe esperar resolva sua vida e vamos ver no que da Ok? Disse ele enquanto sua boca chegou à minha. Com isso ele passou o polegar sobre meu queixo e deixou minha casa. Nesse momento a brisa bateu sobre a janela, as cortinas dançaram, e meu coração voltou a bater.