Cap.1 de 3
Tinha 15 anos e apesar disso nunca tinha vivido um amor. Nunca havia namorado. Sequer me apaixonado por alguém. Magro, médio de altura, branco, olhos castanhos, cabelo liso castanho... Fofo, delicado, inteligente, romantico, sensível, bondoso, amoroso, esse sou eu. Me chamo Alan. Todos os meus amigos e parentes dizem que sou um tipo de pessoa que está em falta nesse mundo cruel.
"- Você é uma pessoa incrível Alan... Inspira confiança... Traz sensações tão boas, que nem eu consigo explicar - minha amiga Bruna dizia"
Porém, parece que as pessoas não reconheciam isso. Por isso não me procuravam. Ou melhor, apenas um grupo me procurava...
" Acabava de sair da cabine privada do banheiro e estava lavando as Mãos quando aquele grupinho que me ama (ou não) entrava pela porta.
- Olha quem está aqui ! - dizia Leonardo, o líder deles - o viadinho da escola...
- Porquê você não me deixa em paz ? Eu nunca fiz nada para você...
- "Eu nunca fiz nada para você !" - me imitava, com uma voz esganiçada - nasceu ! - falou, acertando um soco no meu rosto que fez eu cair no chão... Naquele momento vieram lágrimas nos meus olhos. Eu não entendia o porquê ele fazia aquilo comigo.
TEMPO DEPOIS
Aquelas agressões já vinham de algum tempo. Porém até um tempo atrás eram apenas verbais. De repente ele começou a me bater, e eu sozinho e sem uma índole agressiva, não consegui defender-me.
- Você deixou que eles fizessem isso ? - Bruna me indagou, enquanto eu tentava limpar os cortes que aquele soco haviam me deixado.
- O que eu podia fazer ? Aquele covarde veio com 6 pessoas...
- Ele tem inveja de você - falou.
- Inveja de mim ?
- É... Você é muito inteligente, ele uma porta de burro. Você é lindo, ele é ridículo. Esses valentões se sentem bem machucando todos aqueles que são melhores que eles.
- Mas não se preocupe com isso. Se ele não parar com isso, Avisarei a direção...
- Devia fazer isso logo... - no momento em que ela falava isso, bati o olho no portão e vi um garoto entrar. Foi como se uma corrente elétrica percorresse todo o meu corpo assim que o vi. Ele é lindíssimo. Loiro, olhos azuis, branco, alto, corpo atlético, cabelos lisos bem arrumados... Parecia extremamente desconectado e desnorteado dentro da nossa escola. Agora eu tinha certeza. Sou realmente homossexual.
- Sabe quem é aquele ? - perguntei, olhando para ele.
- Aquele quem ? - ela virou o rosto e então arregalou os olhos - meu Deus, que lindo ! Quem é ?
- Eu não sei...
- Será se é novato ?
- Deve ser...
- Eu nunca vi esse garoto aqui...
- Nem eu... - uma beleza extraordinária. Assim eu podia definir aquele garoto.
MINUTOS DEPOIS
Dentro da sala, como sempre ficava sentado no canto, lugar abominado pela maioria dos garotos, escutando música e lendo Divergente enquanto o professor não chega. Estava acostumado com a barulheira da sala naquele momento, e estranhei quando ouvi o silêncio. Olhei para a porta e só então percebi que a diretora havia entrado na sala. Tirei rapidamente o fone para escuta-la.
- Alunos, vocês irão ter um novo amigo. O nome dele é Max - e então, o garoto entrou na sala. Sim, era o mesmo de mais cedo. De perto ainda mais lindo. Bruna olhou pra mim, eu pra ela, e só pensávamos em uma coisa. "Quero saber tudo sobre você" - ele tem 16 anos, e acabou de chegar da Espanha. Peço que tenham calma com ele, pois ele não fala bem o português ainda... - e então, timidamente ele entrou na sala.
- ¡Hola! - falou, com uma voz charmosa que imediatamente me conquistou.
- Bom dia a todos - todos olhavam para ele. Imediatamente aquele garoto havia virado o centro das atenções. Ele mapeou a Sala com o olhar, e então veio sentar-se atrás de mim. Imediatamente quando se aproximou, pude sentir o perfume amadeirado e super suave.
MINUTOS DEPOIS
Durante a aula em si, ele não pronunciou uma palavra. Sequer pensou em tirar uma dúvida. Eu não falo espanhol, mas estaria disposto a ajuda-lo da forma que ele precisasse. E então, chegou a hora da aula de Educação Física. E então, timidamente ouvi aquela voz mais uma vez.
- ¿Dónde está el gimnasio ? - perguntou, na expectativa de que eu o entendesse.
- Vem com a gente... - falei. Ele nos olhou, pegou as suas coisas e então nos acompanhou.
MINUTOS DEPOIS
Ele era bonito. Com certeza atraía olhares de muita gente. Porém, o fato de ser estrangeiro deixava muita gente com medo de falar com ele. Chegamos no ginásio, o professor e mais algumas pessoas já estavam prontas. Seria handebol aquele dia. Eu não gostava muito de praticar esportes, principalmente porquê a maioria dos garotos era mais bruto comigo que o normal. Mas eu tinha que praticar, ao menos uma vez ao mês para que o professor não descontasse nota. E aquele dia, atraído pela novidade, fui para a quadra jogar. Alguns segundos, e ouvi o professor apitar. Max estava do outro lado. No início eu estava até interessado no jogo. Porém, logo apenas a beleza angelical daquele espanhol estavam nos meus olhos. Reparava em cada traço. Ele tinha um rosto lindíssimo. Músculos visivelmente aparentes. Barba rala. Sobrancelha bem feita... E de repente, reparando ele, acabei não percebendo a aproximação de um garoto que como um carro em alta velocidade me atropelou. Como resultado, fui para o chão.
- Aí ! - gritei, assim que meu braço caiu no chão. Ao sentir aquela dor, Achei que havia quebrado o braço. Porém logo notei que era apenas um baque. Já me preparava para levantar quando para minha surpresa alguém se aproximou de mim.
- ¿Estás bien ? - quando Ergui o olhar, vi aquela pele branca que estava me atraindo.
- Sim...
- Vamos, te ayudaré - e então ele me ajudou a levantar - ¿Estás herido ?
- Não, estou bem...
- Que Bueno ... - logo percebi que ele não era como os outros. Era educado e gentil, diferente de todos os outros - ¿ Hablas español ?
- Não... Entendo um pouco, apenas... - ele veio me acompanhando até a arquibancada do ginásio, e sentou-se ao meu lado.
- ¿ Vive aqui hace mucho tiempo ?
- Desde que nasci... E você ? - ele riu.
- Mi madre es brasilena, pero es la primera vez que vengo aqui.
- Ah. E vai viver aqui ?
- Si...
- E, está tendo aulas de português ?
- Si, con un maestro privado, pero empecé a pouco.
- Entendo. Se precisar, posso ajudar você - disse, sem nenhuma segunda atenção.
- Gracias... - ficamos em silêncio durante alguns segundos, meio que tímidos um com outro. Quando de repente sinto leves toques de dedo no meu rosto.
- ¿ Qué sucedió ? - imediatamente virei o rosto, arrepiado com o toque.
- Do que está falando ?
- ¿ Cómo conseguiste esta mancha ? - era a marca do soco que eu havia levado mais cedo.
- Não foi nada... Bati num poste apenas...
-¿ Un poste de luz ?
- Sim - ele pareceu não acreditar muito...
- Debe utilizar un remedio...
- Ok... - ele me olhou durante mais alguns segundos, me deixando sem jeito. Nunca ninguém tinha causado algo assim em mim.
MINUTOS DEPOIS
Não joguei mais. Conversei com ele sobre mais alguns assuntos, na medida do possível por causa da barreira do idioma, que eu parecia ser a única pessoa disposta a superar. Assim que bateu, eu parti para a saída, pois tinha medo que a gangue dos garotos mais uma vez me apanhasse. Porém de nada adiantou. Assim que virei o corredor principal, dei de cara com eles.
- Olha ele aqui de novo... Parece que não se cansa de apanhar... - ainda doía no meu rosto o soco de mais cedo - e agora ele está animado, já que o novato é viado também...
- Porquê você não para com isso, ein ?
- Vai me fazer parar ? - falou, me dando um soco no estômago - não... Você é um covarde, não sabe se defender... - eu não podia acreditar na maldade que ele queria fazer. Eu nunca havia feito nada com ele, porém ele já havia me ferido...
- ¡ Él no, pero yo si !
Continua
E aí ??? Gostaram ??? As vezes dá vontade de escrever algo curto... Espero que gostem. Beijos