Cap.2 de 2
Ainda me recuperava do soco que havia levado quando vi quem havia dito aquilo. Era ele, o meu novo amigo espanhol.
- ¡ Es cobarde para golpear a alguien indefenso ! - falou, jogando sua mochila no chão - ¡ Quiero ver me golpear solo ! - ele riu.
- Quer dizer que você tem um namorado agora Alan ?
- ¡ Vamos ! ¡ Venga me golpear !
- Se eu ao menos entendesse o que você está dizendo...
- ¡ Es estúpido! ¡ Quiero que te vayas ahora ! - falou - olhando no fundo dos olhos dele. Em seguida ele riu...
- Vamos embora meninos... Deixem esses dois aí... - falou, andando em direção a saída. Mal conseguia me levantar, tamanha era a dor que eu estava sentindo no estômago. Logo quando os meninos partiram, ele olhou para mim e se agachou para me ajudar.
- ¡Vamos! Yo te ayudo... - e então ele me ajudou a levantar. Pegou as suas coisas, e andei me apoiando nele até a saída. De longe, pude ver a minha amiga me olhando, com pena. E todas nos olhando, cochichando algumas coisas. Apenas caminhei, lado a lado com ele, até a saída.
TEMPO DEPOIS
Fomos caminhando até um parque, aonde paramos.
- Quero sentar aqui ! - falei, largando o corpo dele para me sentar na cadeira.
- ¿Duele mucho? (Dói muito ?) - perguntou ele, com um olhar preocupado.
- Não mais... Apenas está dolorido enquanto eu respiro - levantei levemente a camisa para ver , e então pude ver uma marca na minha barriga.
- ¿ Esto pasa mucho tiempo?
- Não, a uns três meses apenas... - falei, erguendo o meu olhar para vê-lo. Ele parecia me olhar com atenção, preocupado.
- ¿Y no denunció ?
- Não... Achei que fosse parar... - falei. Quase nesse mesmo instante, senti um gosto de sangue na boca. Foi só então percebi que a queda no chão havia feito eu cortar o meu rosto, e estava sangrando - cortei o rosto... - falei, pegando no ferimento.
- ¡ Está sangrando ! ¿ No quieres ir a mi casa para poner una venda ?
- Venda ? - perguntei, sem compreender.
- Si, ¿ como se habla aquí ? Curativo... - falou com um forte sotaque espanhol.
- É longe ?
- No, a dos cuadras de aquí... - eu sei que não devia ir na casa de um estranho que mal conheço. Mas... Ele já havia se metido numa briga por mim, algo que ninguém havia feito até hoje. E ele já não era mais tão estranho assim...
- Tudo bem... - ele sorriu.
- Vamos... Te ayudo...
MINUTOS DEPOIS
Realmente era perto. Em menos de 10 minutos, estávamos em frente a casa dele. Um sobrado bem bonito, arborizado e classe alta. Não nego, entrei extremamente envergonhado naquela casa. Mas eu não estava a invadindo. Fui convidado, então não era vergonha entrar.
- Max ! - uma mulher gritou - já chegou !
- Si Maria... - ele viu que eu havia ficado para trás, envergonhado, e então veio de onde estava, pegou no meu braço, para a minha surpresa e me puxou - este es... - ele olhou para mim e então percebou que não sabia o meu nome - ¿ como es tu nombre ?
- Me chamo Alan senhora - ela riu.
- Não é senhora meu filho, sou apenas a empregada da casa. Fico feliz que Max já tenha conseguido fazer amigos. Principalmente depois do que aconteceu... - a cara que ela fez não foi boa. Me perguntei o que poderia ter acontecido.
- Veo que te gusta ... (Vejo que ela gostou de você) Vamos a ir a mi habitación para ver este corte... - falou, mais uma vez me puxando.
- Foi um prazer Maria...
- O prazer é meu garoto !
MINUTOS DEPOIS
O quarto dele era imenso. Bem bonito, decorado, arrumado... Era lindíssimo !
- Lindo quarto...
- Hice la decoración - ri. Era engraçado duas pessoas conversando em duas línguas diferentes e estarem entendo tudo o que a outra diz.
- E... Tem alguma reação com a empregada ? - vi ele indo em direção ao banheiro. Porém, antes de entrar, parou na porta e falou...
- Ella me ha dado apoyo a estos últimos meses ... ( Ela tem me dado apoio nesses últimos meses) - fiquei ainda mais intrigado... Porém fiquei com vergonha de perguntar o que houve e parecer curioso demais... Logo ele saiu do banheiro com uma maleta de primeiros socorros. Parou e sentou-se ao meu lado na cama - Le dije a mis padres que soy gay ...Y desde entonces se olvidaron de mí . Sólo ella le importa (Disse aos meus pais que sou gay. E desde então se esqueceram de mim. Só ela se importa comigo ) - arregalei os olhos ao saber daquilo - ¿ que se pasa ?
- Não, nada... Fiquei surpreso ao ouvir isso...
- Normal...
- Porém, não é por preconceito... Não é normal ver alguém dizer isso para quem não conhece... - ele riu. Vi então ele pegar um algodão e molhar com um líquido incolor. Lentamente veio e encostou na minha pele ferida. Ainda bem que eu não senti nada. Logo ele terminou de limpar e colocou um singelo curativo no meu rosto. A cada toque dele, eu ficava mais arrepiado.
- Ahora sé cómo consiguió la marca... - falou, mais uma vez tocando o meu rosto, e me deixando vermelho de vergonha - Mañana voy a protegerte ... no quiero ninguna marca en esa hermosa piel... (Amanhã vou te proteger. Não quero nenhuma marca nessa linda pele...) - arregalei os olhos. Porém, dessa vez foi por causa do elogio.
Continua
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