Continuação...
-Ah claro, todos vocês são, né? -Respondeu "Ela" em tom de sarcasmo.
Ainda chorando, consegui contar minha história:
-Olha, eu não sei o que aconteceu, aqueles caras simplesmente pararam o carro e me puxaram pra dentro, e agora eu estou sendo confundida com essa tal pantera... Eu me chamo Helena Moralles e não tenho nada haver vom isso!
-Faz sentido...-Disse o policial que dirigia.
-Como assim faz sentido, Felipe? -disse ela com olhar inatingível, criticando o colega -Não me diga que vc deixou se levar por essa cara de santa, roupas de freira noviça e esse nome falso? -Continuou, muito irritada.
Em meio a discussão, me pronunciei:
-Olha, eu não tenho documentos aqui, mas vocês podem buscá-los na minha casa, ou ligar para minha mãe.
-Não me diga que vc contratou alguém pra dizer que é a tua mãe. - "Ela" disse debochada.
-Mas Valéria, -Ele disse, Oh! O nome dela é Valéria -Essa garota parece estar sendo sincera, ela também parece mais nova que a Pantera. Além do mais, nas fotos da Pantera que recolhemos das redes sociais ela tem uma tatuagem de uma pimenta próximo a virilha. Tudo bem que pode ter sido uma tatuagem dessas de colar, mas isso pode ser uma prova de que essa não é a verdadeira pantera. -Eu ouvia tudo em silêncio, pelo que entendi essa "pantera" era uma traficante famosa que estava sendo procurada há tempos. Mas parece que ao dizer essas palavras, o policial Felipe, travou uma batalha com Valéria, que respondeu alterada:
-Mas que droga Felipe! Será que vc não vê que essas criminosas fazem horrores pra se livrar. Além do mais, a pantera tinha sim uma tatuagem, mas ela pode ter removido com sessões de lazer.
-Mas Valéria, olha só os cabelos dessa garota! -Retrucou Felipe.
-O que tem isso, Felipe?
-Ele é comprido e preto! O da pantera é comprido, mas não tanto e ela o tinge de vermelho!
-Felipe, vc está me irritanto com tamanha inocência. Pra que serve a tintura, os apliques... Olha, vamos encerrar esse assunto. -Disse bufando, mas Felipe não se deu por vencido e falou sarcástico:
-Tudo bem "senhora" Valéria Billac, mas lembre-se que ainda temos uma grande carta na manga pra saber se ela é ou não a pantera.
-Não me diga que está pensando em... - Valéria não conseguiu terminar.
-Sim. Vamos levá-la para a delegacia e telefonar para a sua ex-sogra, para que esta a reconheça, afinal, ela também quer a pantera presa -Felipe sorriu, o que fez Valéria soltar um palavrão e falar em seguida:
-Não se esqueça que quem irá decidir isso é o delegado.
-Não se esqueça que essa garota pode ter provas de que não é quem estamos procurando, além do mais, ainda temos o reconhecimento da sua ex-sogra e ele é muito importante... Mas enfim, Valéria, vc precisa superar isso...
-Felipe! Vc sabe muito bem que eu já não sinto mais nada por... Ela. Mas mudando de assunto, mesmo fazendo muito tempo que não a vejo, sei que esta é a pantera. -Valéria falou cheia de certeza e de uma certa mágoa, ao que Felipe retrucou, cansado:
-Eu só nao entendo, como vc pode ter tanta certeza, sendo que sequer olhou as fotos que conseguimos da pantera, e muito menos olhou direito na cara dessa garota.
Valéria sorriu ironicamente, respondendo:
-Felipe, meu caro, eu conheço uma vagabunda criminosa a quilômetros de distância.
Não consegui me conter e chorei em silêncio. O trajeto todo, foi silencioso, porém em clima tenso...
Continua...