[Repost] O Lutador de Jiu-Jitsu - Capítulo 5

Um conto erótico de Adam
Categoria: Homossexual
Contém 5000 palavras
Data: 06/01/2016 18:50:24
Última revisão: 06/01/2016 22:05:44
Assuntos: Gay, Homossexual, Romance

~ Respondendo os comentários ~

CrisBR1: A jú é louca, mas sempre me faz dar boas risadas hahaha. Um abraço

Haryan: Que bom que está gostando, vou ver posto no fim de semana. Abraço

Sr.Chris: EXATAMENTE, é horrível quando o conto tá esquentando e o autor para, eu fico desesperado haha, mas as vezes é necessário pra aumenta a emoção. Que bom que o tamanho do capitulo tá ''ok'' eu sempre acho que tá muito longo ou muito curto. Um abraço

Theozinho: Vou tentar postar no fim de semana, por você haha. Um abraço

Ru/Ruanito: E essa loucura só piora haha. Um abraço

Geomateus: Saindo agora ; ) um abraço

Atheno: Se fosse o Guilherme, não acho que seria tão ''sutil'' como a jú haha. Cá entre nós? eu também achava, mas depois de um tempo acostumei com a personalidade do Gabi. Eu tinha esse toque, passava várias vergonhas com ele pela vida haha, mas não sei se ainda tem pela internet. Um abraço

LipM: Verdade, o conto tem muito detalhe mesmo, mas que bom que gostou, Acho que poucas pessoas no mundo são tão loucas como a Jú, então não precisa se preocupar haha, e mesmo assim, ter um melhor amigo(a) é maravilhoso apesar de toda a zoação e coisas do tipo :D Um abraço

LUCKASs: Que bom que gostou :D Um abraço

amordestinados2: Na verdade o conto não foi escrito por mim e sim pelo Gabriel, como eu disse no inicio, mas o Gabriel morava (e pelo que sei ainda mora) em Recife sim :D Um abraço

Monster: Só a Jú pra inventar uma coisa dessas hahaha Um abraço

LC..pereira: Que bom que está gostando. Um abraço

A temida segunda-feira chegou gente, preparam os corações hahaha

Let's go, guys

***

Chamei a Jú pra subir comigo, mas ela disse que não ia, pois tinha que fazer uma sessão de regressão pra voltar ao que ela era, linda, sofisticada e cheia de curvas... e mais uma vez caiu na risada. Eu tava achando que ela precisava de um psiquiatra, pois a patologia que estava acometendo aquela criatura recentemente estava chegando as raias da loucura... mas... rs essa sempre foi a Jú... desci do carro e fui logo pra casa... chegando lá, senti o cheiro do jantar, pois mainha estava na cozinha. Entrei lá e a abracei por trás beijando-lhe a face... ela me olhou sorridente.

Mãe> Hummm, que aconteceu? O que fiz pra merecer esse carinho todo?

Gabriel> Nada mãe... será que eu não posso mais beijar a própria mãe?

Mãe> Bem, desde que não me peça aumento de mesada, que geralmente acontece depois de um beijo desse (riu) mas aconteceu algo eu sei... você ta com os olhos brilhando...

Gabriel> Como a senhora sabe? (ei a volta e sentei na bancada de granito) ?

Mãe> Ahhhh filho.... conheço minha cria! E além do mais, seu pai fazia a mesma coisa... o que foi? Conheceu alguém? Alguma menina... rs

Na mesma hora fiquei serio. E sem jeito desci da mesa a abri a geladeira pra tomar água...

Gabriel> Não viaja mãe... só estou feliz...

E cantarolando sai da cozinha, vai que dona Júlia quer saber algo mais. Alguma menina! Aff, se ela soubesse... de menina o Paulo não tinha nada... aliás, nem eu queria que tivesse. Tirei toda a roupa e fiquei só de cuecas, que é a forma que fico em casa sempre... liguei o note e fui ao banheiro tomar banho... adoro banho frio, pois não curto muito banho quente não... liguei o chuveiro (sei que não é muito ecológico) e sai do banheiro pra por um som no notebook. Pus uma seleção de mp3 que tenho, com músicas de diversos cantores que amo... tipo U2, Janis Joplin, Madonna, Michael Jackson, Beyoncé, etc (depois falo mais de quem escuto, e olhe que é muita gente) e fui tomar banho... tirei a cueca e entrei no chuveiro... ummmmm a água geladinha, adorooooo. Rs. e fiquei lá embaixo me refrescando enquanto passava uma bucha vegetal com sabonete líquido pelo corpo, passando por cada parte... no peito, braços... pernas... bunda e senti uma ereção ao lembrar do beijo de Paulo... imaginei ele ali, beijando meu pescoço e eu de costas pra ele apoiando minhas mais na parede enquanto ele me abraçava por trás fazendo movimentos e tocando meu pau por toda suas extensão... segurando o saco, a base, e a cabeça rosada... enquanto tentava beijar minha boca naquela posição... foi um orgasmo magnífico... mesmo que solitário.

Saí do banheiro me sentindo leve... desliguei o note e fui jantar com mainha, que me fazia perguntas sobre a tarde no shopping, que filme tinha visto, se a Jú tinha ido, o que eu tinha comigo... se eu tinha encontrado alguém conhecido, aff, parecia uma reporter... depois mudou o assunto e foi falar da academia, foi ai que tentei minha ultima cartada...

Mãe> E aí meu lorinho, tá animado com a academia?

Gabriel> Não... (disse meio que distraído, eu tinha que ser convincente)

Mãe> Não!? (disse visivelmente surpresa), como assim, não! Há uma semana você dizia que queria dormir e acordar na academia... que não via a hora de trabalhar...

Gabriel> Foi? (disse displicente) é que acho que abusei... sei lá... mas é pode ser legal (falei pondo mais um pouco do caldo verde que ela fez e mordi uma torrada)

Mãe> Filho? Tou surpresa! O que houve?

Gabriel> Nada não mãe... só estou sem muito interesse... (daí achei que já estava pronto pro bote) sabe mãe, acho que seria até melhor outra pessoa fazer as massagens... sei lá... acho que vou sentir saudade da clinica... não tem como consegui... (fui interrompido)

Mãe> Gabriel nem pense! Nem comente, nem comece... nemmm! (disse apontando o dedo pra mim) você prometeu... e já se comprometeu, o que é pior... já assinou todo o contrato de emprego para jovem aprendiz que deu um trabalhão pra formular... já confeccionamos aventais sob medida, e compramos as malditas máquinas e cremes de massagem que você está habituado, óleos de todos os tipos, spray relaxantes de todos os tipos, alias, tudo ali esta do jeito que você gosta de trabalhar... local discreto, iluminado, com camas altas e ortopédicas... tudo filho do jeito do projeto que VOCÊ pôs no projeto e que foi aceito com louvor por todos...

Fiquei calado sem conseguir manter a farsa... minha mãe respirou me olhou profundamente...

Mãe> Filho, o que está acontecendo? Você deu duro pra fazer o projeto da área de massagens da academia. O que aconteceu pra você desdenhar do seu próprio trabalho?

E agora?

Gabriel> Mãe não é isso. Eu amo o meu trabalho... é que (não podia dizer que era por causa do Guilherme!) é que tou com medo de decepcionar vocês e não fazer um trabalho a altura da academia... (em parte era verdade... morria de medo do Guilherme achar coisas erradas em meu trabalho – mas o principal era simplesmente ELE)

Mãe> Filho, se eu não soubesse o seu potencial, simplesmente nunca teria proposto pra você fazer este trabalho lá. Alias, se eu tivesse duvidas, elas teriam se dissipado no momento em que você apresentou a forma que iria desenvolver esse trabalho. (e acariciando os meus cabelos, acrescentou) deixe de se preocupar...

E quando estava um pouco mais “despreocupado” ela acrescentou...

Mãe> Além do mais, o Guilherme vai estar lá o tempo todo, e, ele é uma pessoa que eu gosto muito... sei que vão ser grandes amigos...

Neste momento perdi toda a fome que tinha...

O celular toucou e foi a deixa para sair da cozinha, mesmo sob protestos de mainha dizendo que ainda não...

Mãe> ...Terminou o janta! GABRIEL...!

Corri e me tranquei no quarto... olhei o visor, era o Paulo... hummm que bom... pelo menos uma alegria naquela noite...

Gabriel> Alô! Oi Paulo? Tudo bem?

Paulo> Oi Gabi, tudo...

Era a primeira vez que ele me chamava de Gabi... rs que bonitinho... eu já tava todo fofo...

Paulo> Como prometi ligar... (sorriu) tias fazendo o que?

Gabriel> Terminei de jantar e vim pro quarto... ai vi tua ligação e... mas e você...

Paulo> Estou deitado na cama vendo TV e pensando em você...

Fiquei sem jeito.

Gabriel> É, eu... não sei o que dizer...

Paulo> Só diz que pensou em mim também... e que não vê a hora de me ver novamente...

Ainda bem que ele não tava ali pra ver-me envergonhado...

Gabriel> Tá confesso... quero te encontrar novamente e... repetir a dose... rs

Conversamos animadamente... com o Paulo era fácil, embora tímido, me sentia seguro quando falava com ele. O conhecia a pouco tempo, mas mesmo assim... era afinidade pura... rápida e sólida. Não tivemos aquela historia de indecisão... medo... simplesmente nos curtimos de imediato e pulamos todas as etapas bobas de, será que ele é... será que ele curte... nossa, foi algo tão simples e ao mesmo tempo sem crises... estava ficando pronto para viver muitas coisas com o Paulo.

Paulo> Gabi, tenho que ir aqui... painho vai pra casa de meu tio e eu preciso acompanhá-lo. Se mais tarde tiver no MSN agente se fala ok...

Gabriel> Certo Paulo. Ate logo entao...

Paulo> Beijo...

Fiquei mudo

Paulo> Vou ganhar beijo? (rimos)

Gabriel> Um beijo... tão bom quanto o primeiro...

Paulo> hummm, vou cobrar... ate mais

Aquele domingo passou tão rápido... parece que quanto mais estamos procurando fugir das situações, simplesmente elas vêem de encontro a nós como um raio. É um quase que uma piada que o tempo faz conosco... o dia tem as mesmas horas, a mesma durabilidade, mas há alguns que são mais rápidos que outros, pelo simples fato de esperarmos que ele demore... foi este domingo! Não vi o Paulo naquele dia porque ele teve de ir para Olinda visitar os avós, era aniversário de um deles, da avó... fiquei tristinho, de bico, meio mururú na cama, porque queria encontrá-lo na praia... pois, ontem quando ele chegou tarde da noite e entrou no MSN eu estava ‘on’ só esperando por ele... foi quando ele me contou que teria de ir pra casa da avó...

MSN Paulo> Pois é Gabi... tenho de ir pra casa de vovó é aniversário dela... 88 anos

MSN Gabriel> 88? Viiiiiiiiixe... rs, então vou ter que te aturar tanto tempo assim... :p

Quando tou no MSN sou bem saidinho, perco a timidez quando escrevo, não sei o que me dá... me sinto mais livre pra falar...

MSN Paulo> Rsrsrsrsr, já tá me dispensando é... usa e abusa, depois já quer jogar fora... pois desista seu moleque, que eu simplesmente vou grudar em sua vida, e vou viver pelo menos uns 100 anos ao teu lado...

MSN Gabriel> Quer dizer que vamos viver 116 anos? Aff, bom que você nem vai ver minhas rugas, porque teus olhos já são apertados, imagina com 116 anos, kkkkkk

MSN Paulo> Se preocupa não... daqui pra lá tem transplante de cérebro... ai ponho o meu num corpo de 18 e você vai gamar....

MSN Gabriel> Ah não! Só se for um clone seu... quero meu moreninho de olhos apertados do meu lado... não um boneco de sexshop...

MSN Paulo>Hummm... quer dizer que já sou seu morenhinho...

MSN Gabriel> Pois é... (nesta hora fiquei sem ação)

MSN Paulo> Tem nada não besta... já tou imaginando você todo vermelho agora... deixa eu ver pela cam...

MSN Gabriel> Deus me livre... tou indecente... rsrsrsrsrsrsr... e vermelho... rsrsrsr

MSN Paulo> Sei... não fala isso não senão cometo uma loucura e vou ai te ver...

MSN Gabriel> Aí mainha ia te jogar do décimo andar...

MSN Paulo> Valeria a pena morrer por você...

MSN Gabriel> Nossa... Soou meio Reginaldo Rossi... agora, rs

MSN Paulo> Nossa, eu me declarando todo e ele me chamando de brega ... eita menino difícil... como consigo te conquistar? Me dá uma dica...

MSN Gabriel> E entregar o ouro ao pirata? Never! Sabe o que você faz?

MSN Paulo> O quê, diz, diz?

MSN Gabriel> Continua explorando o que você já começou a explorar lá no cinema... ai sim... talvez seja o caminho... rs

MSN Paulo> Querendo se aproveitar de mim Gabi! Que malvado!

E conversamos até quase amanhecer naquela madrugada... pena que no domingo não poderíamos nos ver... e que já era meia noite e eu precisava dormir pra acordar cedo.. tinha aula pela manha... aff, Algebra Vs Física. E o que é pior... a academia... poxa, o que farei? Tentei dormir, mas a única coisa que me vinha a cabeça era encontrar o homem que poderia destruir minha vida...

Acordei atrasado... atrasado não, muito atrasado... mainha tinha ido 3 vezes no quarto e eu estava ainda entre a realidade e a sonolência... só consegui dormir umas 2 da manhã... e aos poucas horas que dormi, simplesmente tive pesadelos horríveis... horríveis... sonhei que estava num tribunal de júri e eu era o réu, onde estava sendo julgado por ter deixado um homem sem andar por causa de massagem mal feita... o juiz era o Guilherme com aquela cara carrancuda... olhos negros profundos me queimando... enquanto tentava a todo custo dizer que eu não era culpado, mas a voz não saía... não conseguia andar... meus braços estavam travados... horrível... acordei sem ar, com o grito de minha mãe...

Mãe> Gabriel.... vou te deixar!

Olhei a hora e tomei outro susto... pulei da cama e corri para o banheiro... só tinha 5 minutos! Eu ainda tremia do susto... olheiras profundas circundavam meus olhos que estavam irritados, muito vermelhos... coloquei um jeans azul escuro, uma camiseta vermelha sangue (fico tudo de vermelho) e um tênis nike preto... escovei, tive a intenção de escovar, os dentes, sai do quarto e minha mãe já estava na porta... peguei a bolsa – que graças a Deus havia preparado no dia anterior com o material escolar e a roupa que usaria na academia – bebi um copo com água e corri pra alcançar a senhora minha mãe que já estava em frente ao elevador... quando entrei no carro olhei meus cabelos e fiquei imaginando que gato selvagem havia dormido ali... peguei o pente e somente quando estávamos adentrando as portas do colégio foi que consegui deixar ele “normal”, pelo menos penteado. Pus meu perfume preferido “fahrenheit” – só ando com ele – dei uma ultima olhada em mim e... definitivamente o boné branco do porta luvas era a única saída... pus e desci tentando parecer alguém normal... olhei pra mainha e ela estava com um sorriso nos lábios que dizia claramente: você precisa de alguém pra cuidar de você! Suspirei... fazer o que? A temporada de caça estava aberta...

Jú> Criatura, onde foi o acidente nuclear?

Ela estava na porta da sala me esperando, como todo dia. Olhei enviesado pra ela e passei direto pro fundo da sala e me sentei... logo ela veio junto... e se sentou ao meu lado, como todos os dias...

Jú> Que cara é essa Gabi? Me diz... quer ir na enfermaria? (ela estava rindo de minha cara, ah cachorra!)

Gabriel> Jú... meu docinho... cala a boca... tou morrendo de sono... não dormi nada, e não venha me dizer que tou mal, pois fico mais mal ainda...

Jú> Pois você deveria ter ido dormir cedo (e falando baixo) ao invés de olhar os sites pornôs e ficar na manivela a noite toda... (olhei exasperado e nem respondi) poderia ter sido pelo menos inteligente e ter posto um óculos escuro... ai podia dormir a aula de história, antes das fuderosas (matemática e física)

Gabriel> Menina, me dá to teu vai...

Jú> Vai ficar linda de óculos tipo gatinha... (desatou a rir)

Gabriel> Aaaaah Jú, porque não trouxe o aviador... (e desisti de ser gente naquele dia)

A aula começou e eu tentei me concentrar, mas era difícil... teve um momento que quase que babei... a filha da mãe da Jú nem me ajudava... não me acordava e teve um momento em que ronquei mesmo... todos da sala desataram a rir e a professora queria saber o motivo... que mico... ai o Danilo resolveu me encher o saco...

Danilo> Gabizinho... cuidado pra não engolir a caneta.... kkkkkkk

A turma se abriu no riso. Fiquei morto de vergonha e a professora repreendeu o Danilo. Que menino chato!

Quando acabou a aula interminável de história, fui até a cantina comprar um energético... e não tinha! Que raiva... pedi um todinho e tomei. A Jú disse que eu deveria tomar um café... tomei... depois ela disse que deveria tomar uma coca-cola... e antes que eu fosse na onda, a outra aula já iria começar e não daria tempo... fui salvo das maldades da Jú...

A outra aula era de português, foi boa, pois era redação e eu adoro escrever... (acho que já notaram né)... daí a professora passou uma redação e como sou fera (modesto!) fiz rápido, entreguei e saí... a Jú me olhou com olhos assassinos e continuou a fazer a dela... só tinha feito dois parágrafos, rs! bem feito. Fui pra cantina e tomei mais um café (a propósito eu amo café). Enquanto estava conversando com dona Nilda (a da cantina – já falei dela) vi o Danilo no grupinho dele... ele olhava pra mim de uma forma descarada enquanto conversava com os amigos, com os olhos apertados como se tivesse dizendo, eu sei do que você gosta... como se tivesse gozando de mim... quer raiva senti... tanta que queimei a língua... ele se despediu dos amigos, e foi pra biblioteca... imaginei, maldosamente, o que um asno iria fazer na biblioteca? Acho que foi procurar livros com figurinhas pra pintar...

Dona Nina> E ai filho, está animado pra o trabalho (fui tirado de meus pensamentos e fiquei voando no início...)

Gabriel> Trabalho? Que traba... (até que um raio fulminante atingiu-me) aaah sim, a academia, tou sim... (sem muita convicção)...

Dona Nina> Que bom... vai ser um local bacana pra vocês jovens... você trabalha quando lá meu filho?

Gabriel> Hoje (num fio de voz).

Dona Nina> Que bom filho, boa sorte lá...

É, vou precisar, pensei... foi quando vi de longe um homem alto chegar... ombros largos, peito estufado e braços fortes... inconfundível... poderia ser até em baixo d’água em profundidades abissais eu reconheceria aqueles braços longos e incrivelmente fortes... meu estomago começou a revirar... era o Guilherme, andando. Até o andar era decidido, como se economizasse cada passo que dava, ocupando o espaço correto, sem exageros... um tigre, parecia um tigre andando pela selva. Decidido. Tinha medo dele. Morria de medo... como iria trabalhar com aquele homem? Então, como que consciente de que estava sendo observado, para e olha diretamente pra mim. Senti novamente aqueles olhos negros perfurando meu corpo. Baixei a cabeça imediatamente, era muita pressão pra essa pessoinha aqui...

Jú> Gabi, Gabi... (a Jú vinha correndo ao do outro lado com um sorriso no rosto...) não vamos ter as aulas de matemática e álgebra... na realidade estamos sem aula....

Olhei pra ela sem entender o que ela tava dizendo. Gente, eu estava lennnntooooo. Terrivelmente lento naquele dia. Parecia dopado. Só pegava as coisas de segunda...

Gabriel> Como? (apatetado)

Jú> Não vamos ter aula mais, estamos com a metade da manha sem aula... só amanha... vai ter uma reunião de professores e fomos liberados... alias em parte. Tem uma lista de matemática e outra de física na biblioteca pra agente fazer nesse tempo...

Por isso o Danilo tinha ido pra biblioteca. Olhei pra onde o Guilherme estava e ele havia sumido... melhor! Mas aonde teria ido? Só desviei o olhar de onde ele tava por poucos minutos...

Jú> Entao... vamos vadiar?

Nem dei atenção e já fui me encaminhando pra biblioteca...

Jú> Ei Gabi, pra onde vai?

Gabriel> Fazer as listas de exercícios Jú... você não disse (fui interrompido).

Jú> Ahhh Gabriel, agente pega da Patrícia depois... ela passa por Bluetooth...

Gabriel> Jú tem uma lista pra assinar... esqueceu?

Jú> Ahh é... agente assina e sai, vamos (e me pegou pelo braço puxando-me pra biblioteca a todo vapor)

Terminamos por fazer os exercícios, que estavam fáceis, no tempo de apenas uma aula... assinamos as duas listas e saímos, pra vadiar... Primeiro fomos na diretoria ver D. Alba, pois a Jú precisava pegar o celular dela que ela havia esquecido em casa e que a mãe trouxe ao seu pedido... depois fomos lanchar... eu ainda não havia comido e estava morrendo de fome... pedi um cachorro quente e enquanto esperava ficar pronto a Jú falou:

Jú> Homem alto, selvagem à esquerda... não olha!

Fiquei imóvel... sabia quem era. Nós estávamos sentados na mesa perto da cantina... agente chamava a nossa mesinha. Na realidade sempre sentávamos lá, era ponto estratégico para se observar todo o refeitório e também quem entrava e saia dos blocos de sala de aula e ainda a academia... era nossa base aliada...

Jú> Homem alto, selvagem e malvado se aproxima...

Guilherme passou a poucos milímetros de nos – pude até sentir o ventinho rs, e o seu perfume – e se sentou numa mesa perigosamente próxima... D. Nina foi lá e lhe entregou um cardápio – daqueles que são papéis ofício plastificado. Ele estava agora de óculos escuros e eu não poderia saber pra onde ele estava olhando... desgraçado.

Jú> Fica quieto (falava entre os dentes e baixo) eu acho que ele quer te intimidar... vamos agir naturalmente... (e do nada começou a rir alto) Kkkkkkkkkk, você é demais Gabi... que dizer que a Paula te lascou um beijo?

Juro! Meu coração parou...

Jú> Mas que menina assanhadinha! (e piscou o olho, como se tivesse combinando comigo) mas você tem que se fazer de difícil... (e falava alto, eu queria morrer)...

Gabriel> Juliana para! (entre os dentes)...

Jú> O que foi (sussurrando) não fiz certo?

Realmente ela precisava entender o que é certo e o que é errado. Preto e branco. A Juliana não tem senso de discernimento o que é o certo e ou errado. E normalmente ela opta pelo errado... e sempre, gente, sempre me mete em frias... não sei como eu amo essa doida... o Guilherme estava com aquele meio sorriso no canto da boca que rapidamente se desfez – será que foi impressão minha - daí chamou D. Nilda e fez o seu pedido dele... cruzou os braços e ficou, aparentemente, olhando pra frente... pra mim e pra Jú... aparentemente porque os óculos escuros não deixava ver pra onde ele estava olhando, mas eu sentia que era diretamente pra mim...

Gabriel> Eu acho que não quero mais comer... (interrompido)

Jú> Nem vem... você vai acabar desmaiando em cima dos professores que vai dar massagem...

Suspirei, ela tinha razão...

Gabriel> Mas cala essa maldita boca... não fala de fica nem nada... ok. Esquece essa sandice (falei baixinho).

Jú> Pô, era uma idéia perfeita (sussurrou)... ele iria ver que se enganou quanto a ti se achar que você é hetero...

Gabriel> Jú nem que eu transasse com todas as mulheres de Recife em fila na presença dele, ele iria achar que sou hetero! E essa sua idéia tosca só alimenta a certeza de que sou o que ele disse que eu sou: viado! (e acrescentado) além do mais... isso não é agir NATURALMENTE...

A Jú me olhou com cara de magoada e ficou emburrada... tive pena e tentei puxar outro assunto, mas ela não queria papo... o meu cachorro quente chegou, decidi não prestar atenção no Guilherme e comecei a comer... a Jú tava comendo tapioca recheada... comi em três mordidas... rs... ou gulosooooooo... e quando tava com fome sai de baixo... fiquei tão envolvido na minha fome zero que pedi dois pastéis, e devorei... depois pedi mais um suco e uma mini pizza... que fome, rs... comi com gosto, estava todo melado de catchup, maionese e mostarda, mordendo a pizza quando sinto o uma mão no meu ombro, olho pra cima e vejo o Guilherme de cara fechada com um lenço de papel na mão me entregando... eu fiquei sem entender até que tive a sensação que algo andava em minha boca... andava não, escorria... era catchup que descia do canto da boca até o queixo e que ameaçava pingar na camiseta...

A Jú, que já tinha terminado a tempos e já tomava um sorvete, engasgou com a colher na boca e de olhos arregalados esperava minha atitude. Eu, com muita vergonha, coloquei a língua pra fora, para o canto da boca e percebi o catchup ali... ai meu Deus... peguei o guardanapo e mortificado balbuciei:

Gabriel> O-obri-gado!

Ele me olhou enigmático, com o semblante serrado. Limpei o motivo da vergonha enquanto ele estava apenas ali do meu lado... completamente incomodado com sua presença, sem saber o que fazer, perguntei...

Gabriel> Aceita um pedaço?

Idiota, como sou idiota... ele só balançou a cabeça negativamente, e continuou a olhar-me sem nenhuma palavra... gente, imagina um cara de 1,90m mais largo que um armário de cara fechada do seu lado sem dizer uma única palavra te dá um lenço pra você limpar a boca suja de comida como se você fosse uma criança sem educação... meu Deus... e ele ainda continuava ali calado, sem fala absolutamente nada... soh me olhando. A Jú tinha congelado! E eu não consegui comer mais... ate que perguntei...

Gabriel> Tá ainda sujo?

Ele balançou a cabeça afirmativamente... de cara fechada ainda... e eu como um autômato, totalmente absorvido pela força de comando daquele homem, balbuciei...

Gabriel> Onde?

Depois de uma pequena hesitação ele levantou aquela mão enorme, e eu fechei os olhos involuntariamente ate que senti o dedão polegar e o indicador segurarem meu queixo... uma corrente elétrica passou por todo meu corpo me arrepiando. Abri os olhos. Ele ficou uns cinco segundo segurando meu queixo. Minha respiração acelerada aquecia sua mão, e então o seu polegar começou a se mover de um canto a outro abaixo do meu lábio inferior, retirando algum vestígio de sujeira ali. Então retirou a mão e me mostrou o seu dedo sujo.

Guilherme> Aqui! (respondeu)

Pegou um lenço e limpou o dedo lentamente me olhando... depois abaixou-se um pouco apoiando as mãos na mesa e falou...

Guilherme> Estava apenas esperando você terminar. Quero que vá agora para a academia...

Gabriel> Mas só é de duas da tarde...

Ele se retesou e falou definitivo.

Guilherme> Agora! O seu trabalho é que começa às duas horas... mas como não tem aula, como eu sei, eu quero transmitir umas últimas coordenadas ao meu funcionário, entendido?

Balancei a cabeça, apenas... com o estomago querendo tomar o lugar do fígado...

Guilherme> Tem cinco minutos. (e dito isso, jogou o lenço no meu prato – com o resto de minha pizza dentro e se retirou me deixando atônito e a Jú com o sorvete derretido em sua mão)

Minha cabeça rodava... o que era que tinha acontecido... onde eu estava me metendo? Parecia um zumbi... a Juliana do meu lado estava pela primeira vez na vida muda. Ok... não tinha o que fazer... e só tinha cinco minutos...

Jú> Você vai? Você viu aquilo? O que aconteceu? Tou chocada...

Gabriel> Jú tou sem tempo... só tenho cinco minutos... bjos...(e correndo gritei) paga minha conta, depois te dou...

E deixei minha amiga atônita com o sorvete derretido na mão...

Não sei com que forças, mas consegui pegar minha bolsa na sala de aula e entrei naquela academia... estava deserta... apenas a luz do ringue de luta estava acesa. Andei olhando ao redor... tudo estava já limpo e organizado, sem vestígios da festa anterior... mas, embora limpo, tinha um ar de suspense... como minha imaginação é fértil, imaginei logo eu sendo morto, como num daqueles filmes de pânico... geralmente as loiras morrem primeiro...

Gabriel> Guilherme? (chamei e nada)

Andei um pouco mais e cheguei até o ringue. Segurei uma das cordas e olhei ao redor inseguro. Pus a bolsa no chão e chamei novamente... mais alto...

Gabriel> Guilherme?

Guilnherme> Aqui...

Se eu não estivesse segurando as cordas eu teria caído no chão... ele estava atrás de mim... e sua voz trovejou como sempre... me virei visivelmente assustado.

Gabriel> Que susto! Você ta ai... (fiz uma pergunta retórica)

Mas ao vê-lo, tive uma surpresa, ele estava apenas de short preto colado, aqueles de luta de jiu-jiutsu, descalço e com peito nu... o corpo dele era magnífico... todo dividido e com barriga tanquinho... tem uns oito gomos enormes rs... lindos... os braços fortes sem ser tipo marombado (aqueles fisiculturistas bombados), apenas muito definidos. O peito enorme e largo com mamilos rosados sob a pele branca. Seu peito tinha cabelos ralinhos que desciam pela barriga num caminhosinho até sumir pelo short. Nossa, as pernas, que pernas... todas divididas, e também cobertas por pelos lisinhos... ele era muito tentador... bonito de corpo... quando subi a visão encontro aqueles olhos negros terríveis e a cara carrancuda...

Guilherme> Terminou a inserção? (e dizendo isso deu meia volta e ordenou) venha comigo...

Segui-o até a ante-sala, onde estava equipada para massagem... ele abriu a porta e esperou eu entrar... a porta é pequena e tive que me espremer para não tocar nela na passagem, pois ele não sedia muito espaço, entrei, ele fechou a porta e TRANCOU À CHAVE. Depois virou-se pra mim e disse.

Guilherme> Embora confie muito no julgamento de sua mãe, eu quero formular o meu próprio e, como sabemos, você não tem uma boa reputação comigo...

Baixei os olhos, o que era aquilo tudo... ele vai me estrangular ali? Reuni coragem e perguntei:

Gabriel> O que quer de mim...

Ele apenas caminhou em minha direção, e eu fui recuando, assustado. Ate que bati no armário e não tinha mais pra onde recuar. Ele chegou próximo, levantou o braço e tocou o meu ombro me empurrando para o lado, ate que ao sair, ele abre a porta do armário que eu estava encostado e obstruindo a sua abertura e de lá tira um avental e me entrega...

Guilherme> Você vai me massagear... (dizendo isso, dirigiu-se para a cama de massagem, se deitou e falou) e no final eu julgarei o teu trabalho...

Senti o chão faltar em meus pés...

*****

Então gente, nesse capítulo a gente finalmente começa a conhecer o Guilherme e sua personalidade esmagadora. Um abraço

Ps: Sorry pela parte duplicada, erro meu ;)

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Comentários

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Conto fora de série! Parece que é a primeira vez que estou lendo, rs... Sensacional!

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Para quem quer curtir esse conto: achei nos arquivos do orkut. e tenho lido lá direto:

http://orkut.google.com/c117283894-t42add0d2d4df56bc.html

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Espero que volte algum dia ou que mande a história pra todos que estavam acompanhando, porque estava muito bom.

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Não possível que vai abandonar! Passa-me o conto que reposto! ¬¬'

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Muito bom! Aguardando pela continuação! Um abraço!

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Por favor diga que não vai parar de postar? Todo os melhores contos daqui são interrompidos e esse é perfeito demais. Abraços 😄

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Adorando a história. Esta perfeita do jeito e tamanho que está. Adoro contos grandes principalmente quando são bem relatados. Tenho uma vaga lembrança da história na época do orkut, tbm amo pq a história se passa na minha cidade Recife. Vc é daqui tbm?

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Huuum, interessante. Fico imaginando se o Guilherme não tem um complexo de Édipo mal resolvido e o Gabriel acessou uma parte de seu inconsciente. Esta perseguição quase gratuita não tem explicação. Um abraço carinhoso,

Plutão

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Que cara fdp, sério kk

Gabriel tem que se controlar, e Guilherme tem de se acalmar, ta ótimo

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Muito bom. Ele narra de um jeito bem detalhado o dia a dia dele. Imagino que esse conto deva ser enorme mesmo.

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Presta atenção que o texto está duplicado em uma parte "Mãe > Filho, o que está acontecendo? Você deu duro pra fazer o projeto da área de massagens da academia. O que aconteceu pra você desdenhar do seu próprio trabalho?

E agora?

Gabriel > Mãe não é isso. Eu amo o meu trabalho... é que (não podia dizer que era por causa do Guilherme!) é que tou com medo de decepcionar vocês e não fazer um trabalho a altura da academia... (em parte era verdade... morria de medo do Guilherme achar coisas erradas em meu trabalho – mas o principal era simplesmente ELE)

Mãe > Filho, se eu não soubesse o seu potencial, simplesmente nunca teria proposto pra você fazer este trabalho lá. Alias, se eu tivesse duvidas, elas teriam se dissipado no momento em que você apresentou a forma que iria desenvolver esse trabalho. (e acariciando os meus cabelos, acrescentou) deixe de se preocupar...

E quando estava um pouco mais “despreocupado” ela acrescentou...

Mãe > Além do mais, o Guilherme vai estar lá o tempo todo, e, ele é uma pessoa que eu gosto muito... sei que vão ser grandes amigos...

Neste momento perdi toda a fome que tinha...

Fiquei calado sem conseguir manter a farça... minha mãe respirou me olhou profundamente...

Mãe > Filho, o que está acontecendo? Você deu duro pra fazer o projeto da área de massagens da academia. O que aconteceu pra você desdenhar do seu próprio trabalho?

E agora?

Gabriel > Mãe não é isso. Eu amo o meu trabalho... é que (não podia dizer que era por causa do Guilherme!) é que tou com medo de decepcionar vocês e não fazer um trabalho a altura da academia... (em parte era verdade... morria de medo do Guilherme achar coisas erradas em meu trabalho – mas o principal era simplesmente ELE)

Mãe > Filho, se eu não soubesse o seu potencial, simplesmente nunca teria proposto pra você fazer este trabalho lá. Alias, se eu tivesse duvidas, elas teriam se dissipado no momento em que você apresentou a forma que iria desenvolver esse trabalho. (e acariciando os meus cabelos, acrescentou) deixe de se preocupar...

E quando estava um pouco mais “despreocupado” ela acrescentou...

Mãe > Além do mais, o Guilherme vai estar lá o tempo todo, e, ele é uma pessoa que eu gosto muito... sei que vão ser grandes amigos..."

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Sem ter o que pensar no momento estou assim 😵😵, posta a próxima já, por amor de Deus. Abraços :)

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