Cap.12
Ele me beijou. Foi algo extremamente inesperado e tenso. Eu podia sentir a tensão em seus lábios. A energia que circulava entre nós, e causava uma enorme confusão em nossas mentes. Meu coração foi a mil, e eu fiquei sem ação. No início, era apenas um selinho. De repente então, ele se separou de mim. Olhou nos meus olhos. Parecia nervoso. Tinha um olhar de assustado, e ao mesmo tempo de curioso e animado. A tensão que nos rodeava, aos poucos foi se dissipando, quando o perfume um do outro invadiu as nossas narinas e o sentimento falou mais alto. O carinho, e a atração que sentíamos um pelo outro, os toques, permitiram que aquele selinho virasse beijo de língua.
NARRADO POR RAFAEL
Olhando no fundo dos seus olhos após aquele selinho, eu só esperava ver ternura, e ter certeza de que o meu beijo não seria recusado, e eu não seria linchado por ter tentado beija-lo. Num primeiro momento, eu não entendi o porquê fiz aquilo. Foi um impulso do coração. Minha cabeça queria explodir, dizendo para eu não beija-lo. Porém meu coração, e o meu sentimento estranho que estava sentindo por ele não me deixaram recuar. Toquei a sua mão, e quando senti que ele não recusou o toque, pelo contrário, apertou ainda mais a minha mão, fiquei ainda mais feliz e animado. Era sinal de que eu podia avançar. Não importava os preconceitos. Não importava o que no fundo eu pensava. Eu queria beija-lo. E assim, o faria... Quando nos afastamos, respirações ofegantes dominavam o ambiente. Estava envergonhado e ao mesmo tempo feliz. Tenso, sem saber o que viria a seguir...
- Me desculpa eu... Eu... Não sei o que deu em mim - falei, me afastando dele. Porém, antes que eu pudesse me separar de seu corpo, ele segurou o meu braço.
- Não peça desculpas... - falou ele, me fazendo arregalar os olhos - só... Não diga nada... Não pense em nada... Só... Fique aqui perto de mim... E não me deixe pensar em nada - e então ele levemente me puxou para o sofá. Em seu rosto, uma feição indescritível.
- Você não está com raiva do que eu fiz ?
- Não... - falou, deitando a cabeça sobre o meu peito - eu gostei...
TEMPO DEPOIS
Obviamente depois daquilo eu não consegui mais pensar em nada. Como eu pude deixar esse impulso tomar conta ? E o pior, ele gostou... Ele gostou ! Fiquei mais algum tempo na sua casa, conheci a sua mãe, e não falamos mais no assunto. Ele apenas... Ficou mais carinhoso comigo. De uma forma que, contrário a tudo que eu penso, eu gostei. Na hora da despedida, na porta, olhamos um para o olho do outro. Não conseguiamos dizer uma palavra. Estávamos envergonhados, confusos e ao mesmo tempo alegres.
- O que foi aquilo ? - ele perguntou, olhando para o chão.
- Eu não sei explicar - falei, corando...
- Vai acontecer de novo ? - um silêncio pairou no ar. Ao mesmo tempo que a minha cabeça gritava dizendo que não, que eu era hetero e que aquilo era errado, aqueles cabelos loiros e o meu coração afetuoso gritavam para que eu dissesse que sim. Que confusão !
- Eu... Eu não sei... Eu... - ele pegou na minha mão naquele momento, e falou algo que fez eu me calar.
- Eu estou confuso... Mas nunca senti algo assim por alguém, Rafa - falou, me dando um abraço.
- Nem eu...
Segundos depois, nos separamos e eu parti, com milhões de pensamentos na mente, mas uma certeza. Aquilo não era apenas curiosidade.
NO DIA SEGUINTE
Quando cheguei em casa, fui direto para o meu quarto. Me tranquei lá dentro e me joguei sobre a cama. Estava confuso, muito confuso. Será mesmo, que tudo o que eu defendi a vida inteira estava errado ?
NARRADO POR BEN
Logo ele se foi. Mas não levou tudo. Deixou em mim um mar de sentimentos e sensações que de nenhuma forma eu conseguia explicar. Um monte de dúvidas que eu não encontrava respostas. Toquei os meus lábios, e fiquei me perguntando o porquê ele fez aquilo. Será curiosidade ? Será que... Ele sentia algo por mim ? Eu não sei... Mas aquele beijo, que foi o melhor que eu já havia recebido até ali... Havia esclarecido algumas coisas pra mim. Primeira, eu realmente sou gay. Segunda, eu sinto algo por ele. Pouco menos de 10 minutos após ele sair, alguém tocou o interfone.
- Alô ?
- Ben, sou eu, Léo.
- Ah Léo, porquê você não avisou que vinha ?
- Porquê eu queria fazer uma surpresa. Agora abre logo aqui, que eu tenho medo de ser assaltado.
- Tá, já estou indo... - abri o portão, vi ele entrar e logo sair do carro. O fechou, acionou o alarme. E veio na minha direção - e então, a que devo a visita ?
- Eu vim aqui para dizer a você... Que eu posso te ajudar a descobrir o que realmente é...
Continua
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