Não dá para escolher se você vai ou não vai se ferir neste mundo, meu velho, mas é possível escolher quem vai feri-lo. ( A Culpa é das Estrelas).
“As Colinas do Amor”- PENÚLTIMO.
Subimos as colinas e chegamos a um chalé, pequeno, de madeira rustica e muito charmoso por sinal. No meio do nada. Lá eu me senti seguro.
Mathias desceu do carro, veio até a porta do passageiro, abriu pra mim, e estendeu a mão.
- Segura a minha mão...
Segurei para sair do carro, e assim que fiquei de pé, Mathias ajoelhou em minha frente, olhando nos meus olhos...
- Confia em mim. Eu prometo que vou cuidar de você. Prometo te proteger. Prometo estar sempre com você. Eu te amo Felipe- declarou.
- Eu te amo Mathias.- respondi.
Ele se levantou, e ainda segurando em minha mão...
- Sei que não é o melhor momento e eu nem tenho um anel para fazer isso, mas ... você aceita namorar comigo?
- SIM!!!- gritei tao alto que pude ouvir o eco nas colinas...
Mathias riu, e me beijou!!
Me pegou no colo e me levou até a entrada do chalé...
- Me sinto um bobo adolescente fazendo isso- ele diz.
- Voce é tao especial Mathias...
Entramos no chalé...
Era pequeno, aconchegante, e decorado.
Pude notar as fotografias numa mesa na sala. Era de Mathias com uma moça, muito bonita por sinal, e com eles duas meninas... Lindas...
Peguei o retrato nas mãos...
- Quem são?- disse encarando-o...
Mathias suspirou.
- Minha família.- respondeu.
Fiquei um minuto em silencio, e em seguida me senti tão mal... entrei no quarto e me tranquei...
- Felipe?- disse ele batendo na porta...
Eu não respondi.
- Olha... eu quero te contar o que aconteceu.
- Me esquece Mathias... você tem uma família, uma hora ou outra vai querer voltar, e vai me abandonar. Melhor que seja agora!
- Me ouve, por favor.- insistiu.
Continuei com a porta fechada...
- O nome dela é Claudia, minha esposa. E das meninas Maggie e Sophia, minhas filhas... Um dia estávamos voltando da casa dos pais dela, e eu e a Cláudia estávamos discutindo muito porque eu havia dito a ela que não a amava, na verdade eu estava me descobrindo gay...e as garotas estavam dormindo no banco de trás... e quando eu disse que não daria mais, que queria a separação ela disse que jamais aceitaria isso. E acabou puxando o volante dizendo que então morreríamos os quatro... Acabou que consegui puxar o freio de mão, para não cairmos morro abaixo, e o carro deslizou até que bateu de frente em uma arvore.
Eu não sofri nada sério, além de ficar preso nas ferragens com Cláudia. Sophia estava no cinto e apenas ficou marcada, mas Meggie...
Ouvi o silencio do outro lado da porta... Abri a porta e vi.. Mathias, aquele homem enorme e forte chorando como uma criança...
- Maggie estava sem cinto, e foi arremessada pra fora do carro, quebrando e vidro... Ela era tão frágil... Apenas 6 anos... e se foi... Minha filhinha se foi.- dizia ele aos prantos.
Me senti tao mal por ter passado pela minha cabeça que ele poderia estar apenas se divertindo comigo, quando na verdade ele tinha uma história tao sofrida. Eu pela primeira vez deixei de pensar somente nos meus problemas e vi que cada pessoa tem uma história. É o nosso costume de achar que a grama do vizinho sempre é mais verdinha que a nossa. Se enganamos. Nós não conhecemos os medos e sofrimentos das pessoas...
Eu apenas o abracei, o levei até a cama, e deitei em seu peito.
- Mathias, eu sinto muito!- disse.
- Eu também ...- disse ele. – Mas eu preciso continuar... me ouve.
-Não precisa mais amor...
- Sim, eu preciso... Eu fiquei muito infeliz depois do acidente. Olhar Sophia me fazia lembrar da minha outra filhinha, e eu não consegui deixar de culpar a Cláudia por isso.... Mesmo ela tendo ficado paralítica.... Ela me culpava muito, dizendo que nada disso aconteceria se eu não tivesse dito que me separaria...e eu acabei abandonando as duas...
- Amor, você não devia ter feito isso assim...
- Eu sei, mas eu não consegui superar... Mas mesmo assim não deixei de dar assistência pra elas.- disse ele.
Eu não pude dizer mais nada. Apenas abracei o meu homem com muita força, e acariciei seus cabelos até que ele dormisse...
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Acordamos no dia seguinte já passava das 10h da manhã. Conversamos muito pela manhã... e decidimos que enfrentaríamos tudo juntos... encararíamos a Cláudia e o Breno.. e seriamos felizes...
Durante a tarde passeamos de mãos dadas pelo campo, aquele seria o nosso refúgio do amor... Chegamos a um local florido, com diversas cores... fiquei encantado... No meio daquele brilho e cores estava o meu amor por Mathias...eu percebi que o amava mais que a mim mesmo e que minha felicidade estava junto a ele...
- Mathias... EU te amo... Muito..
- Eu te amo Felipe...
Fizemos amor naquela tarde, nossos corpos se buscavam como se fosse a ultima coisa que desejamos na vida... Mathias penetrava em mim intensamente... Eu me senti a pessoa mais feliz do mundo, porque aquele homem era minha felicidade.
Mathias me amou em cada toque, cada suspiro, e juntos gozamos como nunca!!
Chegava o momento de voltar pra casa... e encarar as coisas....
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Assim que chegamos ao vilarejo e nos dirigimos até minha casa, seu Júlio estava esperando na frente impacientemente.
- Mathias meu sobrinho... Onde você estava!! Aconteceu uma tragédia!! Pelo amor de Deus...
- O que foi Tio?- perguntou ele assustado.
- Acabamos de receber um telefonema, da sua cidade, da sua sogra, e as noticias não são boas...
- Fala tio!! Rápido.
- Precisamos ir pra lá urgente!! Parece que... Parece que... A Cláudia se matou!!!
- MEU DEUS!- disse Mathias...
Mathias ficou sem chão. Apenas me olhou, e entrou às pressas no carro do tio... deixando-me ali...sozinho... mas eu precisava entender ...
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Entro em casa... tomo um banho quente e relaxante, mantendo meus pensamentos focados apenas no amor que eu sentia por Mathias e no como faríamos agora que ele teria que cuidar da filha. Seco o corpo e sigo, enrolado na toalha, em direção ao meu quarto para me vestir.
Entro no meu quarto com uma sensação estranha. Tudo está no lugar, mas um sinal alerta soa, como se alguém tivesse mexido em algo. Abro o guarda-roupas pensando em vestir uma roupa leve, aproveitando que o tempo está bom, quando levo um susto.
Todas as minhas roupas estão cortadas. Nada, nada mesmo esta inteiro, e um papel por cima da gaveta me chama a atenção. Pego-o, ao desdobrá-lo, um gemido sai da minha garganta...
“ SURPRESA”.
Oh, Deus. Ele está aqui. Eu preciso fugir. Abro o outro lado do armário pensando em achar algo pra vestir e outro bilhete...
“ TIRAR SEU NAMORADO DO CAMINHO FOI TÃO FÁCIL, QUANDO ELE DESCOBRIR A MENTIRA JÁ SERÁ TARDE DEMAIS”.
Viro e sigo para fora do quarto, de toalha mesmo, correndo , e , quando estou passando pela porta, o primeiro golpe me atinge no estomago.
- Onde você pensa que vai Caio? Avisar seu amante?
CONTINUA.....
AMANHÃ GRANDE FINAL... FAÇAM SUAS APOSTAS!!!!