Olho para o lado consigo perceber que tem alguém vindo em minha direção, parece ser o Luís, mas para que ele está vindo em minha direção com essa velocidade? Ele não está vendo que estou parado? Parece que ele está falando algo, mas o que será?
-Sai daí Thomas. –
Antes que eu possa dizer algo, ele me puxa para os seus braços e foi quando passou um caminhão atrás de mim, por pouco ele não me atropelava, por pouco eu não perdi minha e tudo isso foi graças a um anjo. Luís, ele sim é o meu anjo, graças a ele estou vivo.
-Você está louco? Está tentando se matar? – Diz, com uma voz bem séria.
-Não, eu nem tinha visto o caminhão. - E mais uma vez começo a chorar no meio daquela chuva.
-Nunca mais faça isso, por favor. Você me assustou. – Diz, me abraçando.
Naquele momento reparei em como o Luís também estava todo molhado, em como a blusa marcava bem o seu corpo. Mas o melhor de tudo era o abraço, pois é bom estar abraçado com uma pessoa que a gente gosta, é bom sentir o carinho que o outro lhe proporciona e é bom saber que ela não vai te machucar. Acabo desabando com o abraço, começo a chorar nos braços dele.
-Pode chorar, estou aqui com você. –
Quando ele falou isso, pronto, foi aí que começou a cair mais lágrimas, pois ele nem sabe porque estou chorando, mas mesmo assim está aqui me apoiando, está comigo. As vezes é bom chorar, colocar tudo para fora, todos os seus sentimentos, suas aflições, tudo para fora. Paro de chorar e, olho para ele e ele para mim.
-Obrigado por estar aqui comigo. – Foi quando caiu a última lágrima
-Você sabe que sempre vou estar com você. – Diz, limpando a última lágrima do meu rosto e fazendo carinho na minha bochecha.
Olho fundo nos olhos dele e ele nos meus. Quero muito beija-lo, mas este não é um dos melhores momentos, então, saiu de perto dele.
-Você está bem? –
-Não, Luís. –
De repente ele me dá outro abraço, mas esse abraço foi como se dissesse “não fica assim”.
-Vamos para a minha casa, pois você precisa trocar essa roupa. – Diz.
-Sua casa? Eu? –
-Sim, por que não? –
-Sei lá. –
-Vamos ou não? –
-Okay, vamos. –
-Mas antes da gente ir, posso pedir uma coisa? – Pergunto,
-Pode pedir. –
-Posso ir segurando a sua mão, só para saber mesmo que você estar aqui e é real. – Digo, abaixando a minha cabeça.
-Claro que pode, deve. – Diz, com um grande sorriso no rosto.
Parece que para ele não tem momento ruim e estar sendo um fofo comigo e não quer nada em troca. Acho que essa chuva vai inundar essa cidade, pois não para. Seguro a sua mão e seguimos até a sua casa no meio dessa chuva. Por onde passávamos, o povo fica olhando e fazendo alguém comentário maldoso, será que não pode sair de mãos dadas com outra pessoa do mesmo sexo sem o povo olhar com uma cara feia?Passou alguns minutos e chegamos no apartamento do Luís, é modesto, é simples, mas ao mesmo tempo me senti em casa e olha que não é todo lugar que sinto isso.
-Bem-vindo ao meu ap. acho que você vai gostar. – Diz.
-Ele é lindo. –
-Agora precisamos trocar de roupa, vamos até ao meu quarto para pegarmos uma roupa para você. – Diz, com uma cara bem sexy e engraçada.
Chegamos ao quarto dele e, Uau!!! De cara já me deparo com a grande estante de livros e nossa senhora, ele até organizou elas por gênero, senhor!! Ainda tinha uma cama de casal, uns jogos, uma bancada de estudos e etc. não consigo descrever mais nada, pois a estante de livros estar me chamando para consumi-la.
-Thomas para a terra. –
-Thomas para a terra. –
-Thomas para a terra. – Diz, com um beliscão
-Aí. –
-Desculpa, mas você não estava me escutando. Essa roupa estar boa para você? –
-Sim, sim. –
-Você gosta de ler né? –
-Sim, sim. –
-Só sabe falar sim, sim? –
-Sim, sim. –
Quando falei aquilo caímos na gargalhada e, até ele rindo é bonito e fofo. Olho bem para a roupa que ele vai me emprestar e percebo que está faltando a blusa.
-Poderia também me emprestar uma blusa? –
-Blusa? –
-Sim, é que, meu corpo é muito feio e não gosto quando as pessoas olham para ele. –
-Eu desde de já, já gosto dele, mas se você quer tudo bem. –
-Obrigado. –
(...)
Depois que tomamos banho (primeiro foi ele, depois eu) ele me levou até a cozinha e fez meio que um lanche para a gente (acho que pode ser considerado meio que um lanche) sentamos na mesa e comemos.
-Acho que não vai dar para você ir para casa, pois estar chovendo muito e, é melhor você ficar aqui comigo. – Diz, rindo
Dou um meio sorriso. Sim, eu sei que estar chovendo muito e não seria muito aconselhável que eu saia enquanto estar acontecendo esse diluvio, mas eu queria um tempo só para mim, para colocar os pensamentos em dia.
-Não gostou da ideia? –
-Sim, gostei, mas é que vou dormir em qual lugar? – Digo, tentando disfarçar. Apesar de tudo ele está aqui, agora, me acolhendo.
-No meu quarto, na minha cama, ué. – Diz, com uma cara bem safada, que só ele sabe fazer.
-Sua cama? –
-Sim, cabe nós dois lá, mas é claro não vai acontecer nada que você não queira. – Depois que ele falou isso, caiu na gargalhada. -Brincadeira, mas é sério, na minha cama cabe nós.
-Obrigado por tudo que estar fazendo por mim. –
Depois que comemos fomos até o quarto dele para começarmos a fazer o nosso artigo, o professor já deu meio que um tema para a gente, só temos que colocá-lo em pratica para tudo dar certo.
Ficamos a tarde toda fazendo o nosso artigo, mas mesmo assim não conseguimos termina-loNossa já são 20:30, é melhor a gente para aqui e continuar depois. – Diz
-Estou morto, nunca pensei que iria acabar um dia ou dar uma pausa. – Digo sorrindo.
-Está com fome? -
-Sim. –
-Vou até a cozinha fazer alguma coisa para nós e já, já eu volto. Enquanto isso vamos assistir a um filme? –
-Sim, qual filme? –
-Pode ser Jogos Vorazes? –
-Sim!!! –
Enquanto ele foi na cozinha eu fui colocar o filme para assistirmos, é muito bom estar com ele. O Luís me faz esquecer o Raphael e, por incrível que pareça isso é ótimo.
-Tiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiim – meu telefone toca, sim eu sei, esse toque é horrível, mas ele chama atenção e gosto. Olho para o telefone é vejo que é a minha mãe.
-Oi mãe. –
-Não volta mais para a casa não? E o horário que eu coloquei para você chegar, não vai cumpri-lo? -
-Desculpa mãe, era para eu ter ligado para a senhor mais cedo, só que acabei esquecendo, desculpa. Não tem como eu sair daqui, pois estar chovendo muito e as ruas estão todas alagadas. Vou ter que ficar aqui. –
-Deve bem-estar junto com outro macho, só pode. Meu filho, quantas vezes já falei para você que homem com homem Deus abomina, sai dessa vida. – Diz com a voz severa.
-Mãe, estou na casa de um amigo, e sim, eu sei disso. –
-Mas parece que não, sai logo daí e venha para casa, mamãe e Pr. Marcos te esperam. –
-Ele estar aí? Não quero ir, já falei que eu não tenho problema, não será uma oração que vai mudar quem eu sou, você sabe que sou Gay e que nasci assim. –
-Ninguém nasce gay, é uma escolha e, você estar escolhendo o lado do mal, Deus não quer isso para você. Volte já para a casa, rápido. –
-Mãe, não faz isso, por favor, eu nasci assim. Se eu tivesse escolha eu não teria nascido assim, se eu pudesse teria nascido hetero. – Digo, já com as lágrimas saindo dos meus olhos. – Não tem como eu voltar hoje, estar chovendo demais e é muito perigoso. –
E essas foram as últimas palavras que disse a ela antes dela desligar o telefone. Não aguento mais isso, por que eu tive que nascer assim? Por gay? Por que não sinto atração sexual por mulheres? Por que? Me sento na cama e abaixo a minha cabeça por um minuto. Quando levanto ela e, vejo o Luís parado lá na porta.
-Você escutou? –
-Sim, infelizmente. –
-É melhor eu voltar para casa. – Digo isso já me levantando e pegando as minhas coisas. –
-Não vá, Thomas. –
-Não tenho escolha, é melhor eu ir. – Digo, chorando e saindo do quarto, mas antes disso o Luís pegou o meu braço.
-Me solta, Luís. –
-Você não estar pensando direito, estar caindo um chuvada lá fora. – Diz, ainda me segurando.
Tentei me soltar do Luís, mas ele não deixava e foi quando eu desabei em cima dele, comecei a chorar e chorar. Fiquei lá no chão e o Luís ficou do meu lado, segurando a minha mão.
-Pode me contar tudo o que te aflige, estou aqui. –
Quando ele falou isso, eu parei de chorar e comecei a falar tudo o que eu sentia, tudo o que eu estava passando de como minha mãe me via, de como eu estava erado aos olhos de Deus e de tudo o que eu sentia pelo Raphael e não quero sentir. Falei tudo o que era para falar. Quando mais eu falava mais ele me abraçava forte, parecia que ele queria me proteger todos esses perigos.
-Tenho medo de estar fazendo a coisa errada, de ir para o inferno. - digo, abaixando a minha cabeça.
-Você não vai para canto nenhum, pois amor é amor independente de ser gay ou não. – Diz,
Levanto a minha cabeça e olho bem fundo nos olhos dele, vejo que tudo o que estar falando é verdade, não importa se o amor é de um pansexual, bissexual, heterossexual ou homo, nada disso importa, a não ser o amor que cada um sente. Ele coloca sua mão na minha bochecha e acaricia, fico mais perto dele, nossos narizes se encontram, nossos olhares também.
-Só vou te beijar, quando você quiser. – Diz.
-Por favor, me beija. –
Nossos lábios se encontraram. Não tem nada melhor do que beijar uma pessoa que gosta da gente. Sinto todo o carinho que ele tem por mimDepois que terminamos de comer fomos assistir ao filme, ficamos enrolados até a metade do nosso corpo, pois estava muito frio por causa da chuva. Ele ficou lá, no meu lado, segurando a minha mão. Sim, ele estava sem blusa e era uma visão muito boa.
-Estou pronto. – Digo
-Para que? –
Aos poucos vou tirando a minha a blusa, eu sei que estar frio, mas eu tenho que começar a gostar do meu corpo, pois ele é meu e se eu não gostar dele primeiro, quem é que vai? Tiro a minha blusa, ele fica olhando para mim, não sei qual reação ele vai ter. meu corpo é legal, mas é que não gosto dele, só isso.
-Sabia que você fica bem mais bonito sem camisa. – Diz, com uma grande e belo sorriso no rosto.
-Não sabia. – Digo rindo.
Ele me deu um abraço e ficamos assistindo, juntinhos. Encosto a minha cabeça no seu ombro e aos poucos vou pegando no sono.
-Estar com sono? –
-Sim. – Digo, falando bem baixinho.
-Então, vamos dormir. –
Ele fecha a tevê, a luz e me enrola um pouco mais. Vou fechando mais os meus olhos. Estamos de conchinha e ele estar me abraçando, é tão bom estar sentindo o calor de outra pessoa, é tão bom sentir esse carinho que ele tem comigo (acho que nunca vou conseguir perdoa o Raphael) e assim dormimos, mas antes de eu cair no sono definitivamente, escuto ele falando no meu ouvido.
-Eu te amo, e nunca mais vou deixar alguém lhe machucar, te prometo. –
Continua......
Pensei que nunca mais iria terminar de escrever esse capitulo, puxa vida! Espero que gostem, comentem, curtam, compartilhe e add aos favoritos, hahahhaha -Zoa. Enfim, espero que gostemBeijos…. Mandalay.