-Gosto demais de viver, para lamentar a minha deficiência. Ainda bem que estou vivo!
No hospital, estas foram as primeiras palavras que falei, na presença de um médico e dos meus pais, depois de tomar ciência do que me acontecera. Dois carros e a minha moto, num acidente, me renderam as fiéis escudeiras Berenice e Bernadete (minhas muletas), aos 21 anos. Antes delas, passei pela fase da cadeira de rodas (que uso até hoje, quando estou cansado demais, com dor na coluna ou com muitos espasmos nas pernas). Mas se fosse detalhar meu acidente e minha deficiência, acabaria me perdendo sem contar o essencial: a retomada da minha vida sexual, após o acidente. Este é o meu primeiro conto e é verídico. Para tanto, basta que saibam que sou o Alec, filho único, 1,83m, forte, de tanto malhar e nadar para me manter saudável, 28 anos, noivo, advogado, moreno de olhos castanhos e mais nada digno de nota a não ser minhas muletas e o fato dos meus olhos serem grandes a ponto de despertarem a atenção das pessoas. Nunca sei se olham mais pros meus olhos ou pras muletas, mas, enfim, melhor é ser visto que ser ignorado. Positivista convicto, não abro mão de ser assim.
Quando sofri o acidente, iniciava o terceiro período de Direito. Fui forçado a abandonar os estudos, naquele ano, pois se quisesse a minha independência de volta, teria que cair matando na reabilitação. E na psicoterapia, porque meus pais, Andréa e Vanderley, queriam fazer de mim o seu bebê. Vez que eles não mudavam, mudei eu. Cinco meses após o acidente, como mantivera uma sensibilidade parcial, já me virava bem com as muletas. Apesar dos protestos dos meus pais, que arrancaram os cabelos (anais, rs), sete meses após o acidente, voltei pra Autoescola, reaprendi a dirigir, vendi meu carro, financiei o novo carro adaptado e, enfim, eis-me de volta à faculdade, também conhecida como 'canal da putaria'. Quer arranjar sacanagem? É só ir pra faculdade. Dez por cento vão lá para estudar (se tanto). Os outros noventa vão pra beber, fumar, sentar e cheirar. Sexo, drogas e rock and roll - isso nunca vai sair de moda.
Eu transitava no meio termo entre os dois mundos. Queria muito voltar a estudar, mas também estava subindo pelas paredes pra arranjar putaria. Com o acidente, minha liberdade sexual tinha ido pro saco. Meus pais não me davam sossego nem pra me masturbar. Queriam que usasse o banheiro e tomasse banho de porta aberta, mesmo depois de aprender a fazê-lo sozinho. Queriam que dormisse de porta aberta. Durante algum tempo, assim procedi. Depois, enchi o saco e afirmei que se caísse, eu me virava, pois a falta de privacidade estava me deixando doido. Mas mesmo com a porta fechada, não faltava um pra bater na bendita e perguntar se eu estava bem, rs. Foda. Mal dada, rs. Que saudade de passar ao menos uma tarde sozinho, peladão, na minha cama, me namorando, já que não havia muito mais a fazer! O retorno à faculdade, portanto, era essencial à manutenção da minha sanidade mental.
Se meus pais questionaram se eu sofreria preconceito sexual, eu mesmo não questionei porra nenhuma. Primeiro, porque homem na seca não pensa direito, rs. Segundo, porque mantive sensibilidade suficiente pra transar sem recorrer a artifício algum. Terceiro, porque um homem, uma vez safado e puto, sempre safado e puto. A energia sexual é inerente à pessoa e independe de condição física, bem como a matéria é transponível. Com certeza, minha energia sexual penetraria a pele e atrairia mulheres com energia compatível. Além de não ter medo, eu estava preparado para enfrentar a hora da verdade.
Voltando à faculdade, reencontrei meus colegas, conheci a nova turma e logo comecei a sair, após as aulas. Meus pais rasgavam as bundas, como se eu fosse virgem e menor. -Pelo amor de Deus, Alec, não vá beber! E se demorar muito, ligue, porque sua mãe fica doida - dizia o meu pai, projetando a própria insegurança na minha mãe. -Menino, você tem a vida inteira pra sair, pra que esse fogo? Já tomou seus remédios pros espasmos? E os remédios pra dor neuropática? Já pegou seus remédios? Já botou uma roupa extra no seu carro? Pôs crédito no seu celular? -cobrava a minha mãe. Aff, era tanta cobrança que, mentalmente, eu ia recitando 'o Senhor é o meu Pastor e nada me faltará', completando com 'inclusive paciência!', rs.
Enfim, o tempo se passava, meus pais começavam a aceitar melhor a minha independência e... mulher, que é bom, nada! Só aí me dei conta não só do preconceito, mas das dúvidas que se passavam na cabeça das pessoas. Se nenhum dos meus amigos se atrevera a perguntar se eu tinha ereção e se conseguia transar, como as mulheres o fariam? Por mais que se aja com naturalidade, é um assunto assaz delicado.
Certa noite, o professor de Ciência Política propôs um trabalho que valeria uma pontuação considerável e que deveria ser feito em duplas. Apesar de ser bom aluno e ter notas altas, ninguém queria me escolher, de modo que fiquei tão constrangido, que não indiquei a ninguém. Quando os alunos sem dupla já se esgotavam, uma voz feminina rouca e um tanto grave, veio do canto esquerdo, ao fundo: -Professor, eu escolho o Alec.
Olhei para o lugar donde vinha a voz e retribuí à escolha com um sorriso. Pela primeira vez, prestei atenção naquela menina, sempre tão discreta, que não se vestia de forma provocativa. Sofia era o seu nome. Pequena, talvez não tivesse nem 1,60, com aquela voz de mulherão. Cabelos longos, loiros e lisos. Magra. Olhos cor de mel. Carinha de santa com uma boca de chupadora profissional. Seios bem fartos, que se destacavam, no seu todo de mulher pequena. E agora que tinha observado, estava doido que a aula acabasse, para a Sofia se levantar - queria ver sua bunda, ideia que me deixou de pau duro. Quem sabe? No que dependesse de mim, ia rolar.
Que suplício esperar o fim da aula! Ora imaginava a bunda da menina, ora os mamilos, ora os seios, ora a buceta, que talvez tivesse pelinhos loiros e ralos. Que tesão da porra, caralho! Não ouvi uma palavra do que disse o professor e só fiquei sabendo o tema do trabalho - O pensamento político de Santo Agostinho - porque me foi dito pela Sofia (que tinha, sim, uma bunda linda e empinada), enquanto combinávamos como, onde e quando realizar a atividade proposta. Combinamos que faríamos o trabalho na minha casa, na sexta-feira, às duas da tarde. Despedimo-nos e passei, ainda, alguns minutos sentado na sala de aula. Impossível sair no estado em que fiquei, rs. Marcelo e Felipe, meus colegas mais próximos, se preocuparam e foram à sala.
-Porra, Alec, eu queria te escolher, cara, mas moro no terceiro andar e no meu prédio não tem elevador - disse o Felipe.
-E eu já tinha sido escolhido pela Bia - acrescentou o Marcelo, vendo que eu permanecia calado.
-E nenhum dos dois pensou que podia ir à minha casa, seus manés? Rs, relaxem. Estou bem de dupla. Foi um pouco chato ver a hesitação da turma em me escolher, mas já passou. Vamos nessa?
-Vamos, mas é que... desculpa perguntar isso, mas... tu 'funciona', cara? - perguntou Marcelo.
-Há há há... por que a curiosidade? Tá a fim de sentar aqui? Viado, rs.
-Viado seu cu, rs. Pela sua cara de lobo mau, porque vai fazer o trabalho com a Sofia, rs.
-Pois então... funciono muito bem, rs. E agora, chega de falar do meu pau, porque estamos atrasados pro esquenta na casa do Luiz Henrique.
-Vê se dessa vez tu não esquece a Bernadete, rs.
-Foi a Berenice que eu esqueci, ô animal, rs. Devo ser o único muletante que bebe e acha que pode abrir mão de uma muleta, rs. No dia em que tomar um porre, tá arriscado achar que vou sair andando só com as pernas, rs.
-Cara, tu é sinistro, ô doido, rs. Como conseguiu andar sem a Berenice, rs?
-Se fosse sem a Bernadete, eu não andava. A perna direita tem um pouco mais de força. E Jesus segura os bêbados que usam muletas, rs. Bora, que a noite é uma criança!
Pois bem, passou-se o esquenta, a balada, o esporro que levei dos meus pais, por não ter tomado nem um dos meus remédios pra encher o cu de cachaça e finalmente chegou o dia do tal trabalho. Eu estava ansioso (e tarado, rs) como um adolescente. Tinha até perdido a vergonha e expus a situação aos meus pais, pedindo que me deixassem sozinho até a hora em que ligasse, no que fui atendido. Mas dei um azar da porra: os remédios que vinha negligenciando fizeram falta, pois minha coluna doía horrivelmente e tinha muitos espasmos nas pernas. Fui obrigado a me render à realidade e assim é que quando a Sofia tocou a campainha, abri a porta de cadeira de rodas, o que a deixou um pouco chocada.
-Está tudo bem, Alec? Quer marcar para outro dia? Já foi ao médico?
-Rs, sim, está tudo bem. Entre. Minha coluna está doendo e se insistir em usar as muletas vai doer muito mais. Já estou medicado, a dor é suportável -menti- e dá pra fazer o trabalho tranquilamente.
-Tem certeza?
-Absoluta. Sente-se. Aceita uma água, um suco, um refrigerante, uma fruta ou tudo (e mais um beijo meu, pensei), rs?
-Aceito uma água. Obrigada!
-De nada.
-Então... vamos começar a ler?
Começamos, mas a verdade é que eu não lia, só juntava letras. O perfume da Sofia, seus seios apertados na blusinha básica, as pernas reveladas pelo short, tudo ali tão próximo às minhas mãos... Meu sangue começou a se revolucionar. Ó esforço, para dizer qualquer coisa coerente com o tal trabalho, principalmente quando aqueles lábios provocantes se dirigiam a mim. Duas horas depois, o trabalho estava pronto e a Sofia me pediu água. Mal intencionado que estava, peguei as muletas, me levantei e fui buscar a água. Entreguei. Esperei que a Sofia bebesse, me devolvesse o copo, que pus sobre a mesa e, sem perder a oportunidade, não me dei ao trabalho de perguntar se aceitava meu beijo: beijei-a, atrevidamente. Minha língua saboreava toda aquela boca doce, voluptuosa, quente, que correspondia, num beijo molhado, tesudo. Sem fechar os olhos, nos beijávamos como se fora um pecado deixar de ver a delícia dos nossos lábios a se devorarem. Quanto mais nossos lábios se estreitavam, mais nossos corpos seguiam o mesmo rumo. Corpos colados, Sofia pode sentir a ereção que não fiz questão de esconder e seus olhos sorriram. Meus olhos sorriram, junto, condescendendo com qualquer que fosse o desejo dela, que, descendo os lábios para o meu pescoço, pegou gostoso no meu pau. Arrepiei-me todo. Convidei-a para irmos pro sofá. Sentei-me e puxei a Sofia para se sentar nas minhas coxas. Recomeçamos a nos beijar com fúria e fogo. Não podendo mais me conter, arranquei minha camisa. Tirei a blusinha da Sofia e por alguns segundos, fiquei estático ante a perfeição daqueles seios que o sutiã mal podia conter. Abri seu sutiã e os seios duros e empinados saltaram, divinos e desafiantes. Caí de boca e mãos, sugando, acariciando, mordiscando, lambendo, voltando a sugar e quase surtando de tesão toda vez que ela pedia, gemendo: -Morde! Que felina voraz, o que a agradava era uma pegada mais rústica. Mordiscadas nos mamilos combinadas com puxões nos cabelos ou com tapas no bumbum a faziam rebolar, insana. Seu rebolado frenético teria me feito gozar, caso não tivesse me masturbado, preventivamente.
Enfim, estávamos prontos e o sabíamos. Não precisávamos dizer palavra, seria ali mesmo. Sofia levantou-se e comecei a despi-la completamente. Tirei seu short e sua calcinha mínima. Sua buceta era ainda mais deliciosa do que eu havia imaginado e estava muito molhada, exalando o perfume mais viciante do mundo: cheiro de fêmea no cio. Não resisti: a acariciei e provei. Loucura, voltar a sentir o sabor de uma buceta na minha boca. Ela não teve dificuldade em me despir. Tirou a calça, a boxer, meu pau saltou, duríssimo, babando e foi agasalhado por seus lábios. Ajoelhada, Sofia me deliciava com lambidas, mordiscadas, chupadas, engolidas profundas, lambidas e carícias no meu saco. Sabe aquela mulher que chupa pelo prazer de chupar, como se fosse o último pau duro da face da Terra? Então, ela chupava assim, fazendo um boquete babado e sem vergonha, ora passando o meu pau pelos lábios, como se fora o seu batom, ora batendo com ele em seu rosto, ora engolindo até o talo. A putinha era mestra na arte da garganta profunda. Não que eu tivesse um pau enorme. 18cm, grosso, reto e cabeçudo. Mas dificilmente se vê mulher que enfie 18cm garganta adentro com perícia tamanha. Não sei como não perdi o controle do prazer, porque estava tão alucinado que minhas pernas se moviam involuntariamente, sem parar. E não sei onde fui buscar a voz para pedir:
-Para, senão, eu vou gozar. Senta no meu colo, de costas para mim.
Sofia me atendeu e assim, passei a beijar sua nuca e pescoço, enquanto meus dedos ágeis tomavam das belezas e delícias de sua buceta, que escorria, tamanha a sua excitação. Os grandes lábios estavam saborosamente inchados. O clitóris, duríssimo. E eu, louco de desejo de ver minha bela tigresa gozar, intensifiquei os beijos, as carícias, introduzi meu dedo indicador, brinquei gostoso na entradinha e sequer houve tempo para o anúncio do clímax. Sofia revirava os olhos, ofegava e pulsava em meus dedos cobertos pelo seu mel.
Naquele momento, além de todo o tesão, senti-me emocionado, mas aguentei firme. Queria arrancar mais orgasmos da minha fêmea. Esperei que se acalmasse, enquanto a beijava, ternamente e a abraçava. Passamos um tempo nos acariciando. Disse à Sofia que ia me deitar no sofá e que ela se sentasse com a buceta no meu rosto. Vi seu sorriso safado, quando se sentou e começou a rebolar na minha língua, que ia o mais longe ou mais fundo que pudesse. Estava adorando ser lambuzado com todo aquele mel. Lambia-lhe a buceta, lambia o cu, enfiando a língua dura e não me decidia o que era mais saboroso. Sugava-lhe os pequenos lábios e o clitóris, circulava-os tesudamente, lambia mais e cada vez que o êxtase se aproximava, com uma rebolada certeira, ela escapava da mira da minha boca. Sendo assim, a segurei fortemente pelos quadris, pensei: -Vamos ver se você me escapa agora, safada! - recomecei a sucção e não tardei a ouvir que a minha fêmea gritava, e que sua buceta, mais uma vez, pulsava em convulsões, derramando seu mel doce, que sorvi com avidez. Agora, sim, estava com a consciência tranquila. Primeiro as damas. Sofia tinha gozado duas vezes, portanto, era chegada a nossa vez. Nossa, porque eu esperava que ela gozasse comigo. Já tinha gozado nas minhas mãos e na boca, por que não no meu pau?
Com um tapinha nos quadris, ela compreendeu o que devia fazer: sentar gostoso no meu pau, que latejava, na ânsia do prazer tão aguardado. Tão melados estávamos que entrou fácil, deliciando a ambos. Não pude evitar as lágrimas que me vieram.
-O que houve, Alec? Dor?
-É a minha primeira vez, depois do acidente...
Sinceramente, nunca pensei que seria desta forma. Havia jurado para mim mesmo que quando acontecesse, não o revelaria. Mulher nenhuma saberia quem foi a minha primeira, após o acidente - resolução que foi fácil por água abaixo, pois foi tão natural e tão bom dizê-lo à Sofia, foi tão gostoso mostrar meu coração, numa intimidade maior que apenas o sexo, que tenho certeza plena de que era para ser assim.
Olhando-me nos olhos, Sofia sentiu seus olhos se encherem de lágrimas. Ela partilhava do meu sentimento.
-É intenso, Alec!
Intenso ainda seria insuficiente para descrever o que sentíamos. Pulsávamos juntos, eu a agarrava pela cintura, fazendo-a subir e descer. Cada descida era uma tortura e cada subida, outra. Nem me toquei de que não me protegi, nem perguntei à Sofia se ela usava anticoncepcional. Naquele momento, eu me permiti apenas desfrutar da insanidade e gozar tudo o que tivesse pra ser gozado. O rebolado da loirinha safada era coisa do outro mundo. Enquanto rebolava, seus seios dançavam e me enfeitiçavam, até que, se deitando sobre mim, nossos corpos ficaram colados e nossos lábios se uniram em mais um daqueles nossos beijos de olhos abertos. Sofia manteve um requebrado delicioso, nos quadris. Ao sentir aqueles seios maravilhosos sobre o meu peitoral, os lábios de mel sobre os meus e nossos corpos perfeitamente unidos, foi impossível segurar. Senti que o sangue fluía, às carreiras, todo pro mesmo lugar. Ao sentir a cabeça do meu pau inchar, Sofia aumentou o ritmo, a intensidade do rebolado, sugou a minha língua com força e vimos milhares de estrelas. Loucos, livres, leves. Juntos.
Não sei precisar quanto tempo estivemos ali, engatados, satisfeitos. Perdi a hora de ligar para os meus pais, que não se atreveram a vir à casa. Tomamos banho juntos e por pouco não perdemos a hora de ir à faculdade. Levei Sofia à sua casa, aguardei enquanto se arrumava e, juntos fomos às aulas. Nossos olhares nos denunciavam: tínhamos transado e queríamos mais.
No que deu a nossa relação? Amizade colorida, namoro, paixão, insanidade? Posso contar, em contos independentes. Depende da sua vontade, leitor. Paro ou prossigo?