Cap.14
A quem estou querendo enganar ? Eu não sou idiota ! Estava mais do que na cara o que Léo queria me mostrar naquele apartamento. No mínimo ele iria tentar me seduzir, para assim, sei lá, tentar me levar para cama. Eu gosto muito do Léo, mas não dessa forma. E eu tenho plena noção, que por mais firme que eu sou, em algum momento de deslize, ele pode acabar conseguindo mudar a minha opinião e me fazer entregar tudo. Disquei o número do Léo, e em poucos segundos ele atendeu.
- Oi... Achei que você tinha esquecido... - eu fui bem direto.
- Eu não vou poder ir no seu apartamento hoje Léo.
- Porquê ? - ele perguntou, num tom triste.
- Estou ocupado aqui em casa hoje.
- Ah, então eu posso ir aí...
- Não... A minha mãe está aqui, não venha aqui...
- Ah, então está bem Ben... Mas... Eu procurarei você amanhã...
- Ok... - estava me sentindo mal por ele. Estava claro que ele tinha um interesse por mim. E é péssimo quando nós somos culpados pela tristeza de alguém, mesmo sem querer...
MINUTOS DEPOIS
Tomava um bom banho de banheira para relaxar quando ouço o interfone ser tocado. Coloquei um ramal dele no banheiro justamente para esses casos.
- Alô
- Estou aqui... - era a voz do Rafa.
- Está ? - imediatamente levantei-me da banheira - espera, vou já abrir o portão... - corri para o andar de baixo apenas com a toalha na cintura e abri o portão. Logo o seu carro estava na minha garagem. Vi ele sair, apenas com um short, uma camisa e um tênis. E uma caixa...
- Oi - falou, entrando na porta da sala.
- Oi... Você me pegou de surpresa, ainda estava no banho... - ele riu.
- Estava muito ruim ficar lá em casa, eu não estava conseguindo dormir, então vim para cá. Acho que precisava apenas te ver - falou, fazendo eu sorrir.
- E o que é isso aí ?
- Eu sei que o nosso preparador disse que não podíamos comer gordura, mas eu estava com vontade. Então fui na pizzaria e comprei pizza - ri.
- Você sabe que amanhã vamos ter que malhar bastante para expulsar essa gordura do corpo, não ?
- Sei... Mas isso não importa, eu estava morto de vontade então comprei. Você vai comer comigo ?
- Claro... Porém antes preciso terminar de tomar meu banho. Você prepara tudo e leva lá pro meu quarto, a gente come lá.
- OK - e lá fui eu, com um sorriso no rosto. Já não podia negar, ficava extremamente feliz a cada vez que o via.
NARRADO POR RAFAEL
Eu Não conseguia explicar com exatidão o que estava sentindo por ele, porém era algo bom, estava me trazendo bons sentimentos, e eu estava muito feliz por isso. Em casa, deitado na minha cama nao estava conseguindo dormir direito. A todo momento ficava pensando no que aconteceu entre eu e ele, naquele beijo no sofá. Então, decidi ir até a sua casa e quem sabe, relaxar um pouco ao seu lado. Muito bem recebido por ele, comprei uma pizza pois estava com muita vontade de comer, já que normalmente não podemos comer algo assim. Fiz rapidamente um suco e então subi com tudo o que tinha que levar para dentro do quarto. Entrei, coloquei tudo numa mesa de canto e me sentei na cama. Estava ligeiramente ansioso, dentro daquele quarto.
- Estou sentindo o cheiro dessa pizza ! - gritou ele do banheiro, me fazendo rir. Apesar de tudo o que já aconteceu entre eu e ele, poucas vezes eu estive dentro daquele quarto. Era muito bonito e elegante, talvez mais que o meu. Durante alguns segundos olhei cada centímetro daquele recinto. Haviam retratos dele com a família. As medalhas que ele ganhou no sub 20 e já no profissional ficavam expostas no quarto. Diversas plantas oxigenavam o ambiente. Tomei a liberdade e entrei no closet dele. Comecei a olhar, roupa por roupa. Depois de tanto estar próximo a ele, conseguia lembrar de momentos em que o vi usando aquelas roupas. Até que parei, quando vi a camisa que ele estava usando no dia que tudo Aconteceu. Era linda, e já carregava tantas lembranças. Tomei a liberdade de tira-la do cabide. Lentamente, levei-a até o meu nariz. O cheiro dele estava ali, impregnado. O que eu realmente estava sentindo por ele ?
- O que você está fazendo aí ? - ele perguntou , na porta do closet - é a minha camisa que você tem nas mãos ?
- É... - falei, corando, envergonhado. Pela primeira vez me sentia assim. Nenhuma mulher havia me feito sentir coisas desse tipo. E enquanto devolvia a camisa para o cabide, senti seus braços envolverem o meu corpo fortemente. Sorri. Sem camisa, podia sentir e ver os seus músculos em contato com a minha pele, e não achava isso ruim.
- Se você quiser, pode ficar com essa camisa para você... - sorri. Não imaginava que deixar rolar poderia ser tão bom assim... Ainda no meio daquele abraço gostoso e carinhoso, senti meu celular vibrar. Quando peguei, era uma mensagem.
"Diz para mim que você não está afim do Ben..."
Continua
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