-Você sabe que é perigoso, né? –
-Claro, mas nada de mau vai acontecer com ele. –
-Certeza? –
-Sim, é só uma brincadeira. –
Só consigo escutar esse dialogo antes de abrir os olhos, mas percebo que tem um pano tampando a minha visão.
-Me soltem. – Digo.
-Não vamos te soltar, Thomas. –
Foi quando me deparei com algo, aquela voz é conhecida, mas de onde? Não, não pode ser. Tomei um baita susto ao lembrar da onde conhecia aquela voz.
-Caio, é você? –
-Como adivinhou? – Diz rindo. -Estar gostando da vista? –
-Por que estou aqui? –
-Desculpas pelo meu modo, como você pode ver essa vista com os olhos vendados? –
Ele tirou a venda dos meus olhos e, era um lugar lindo a princípio, com muitas arvores e um belo lago a nossa frente. A luz da lua dava um ar romântico ao lugar, acho que estou em algum parque ou coisa parecida. Tenho certeza de que Caio não me levou até aqui (amarrado) para ter um encontro romântico.
-Gostou da visão? –
-O que estou fazendo aqui, Caio? –
-Se lembra daquele trote da universidade? –
-Claro, só não entendo o que isso tem a ver com o que estar acontecendo aqui. Até porque aquele trote já foi consumado. –
-O seu queridinho Raphael, acabou te soltou antes do tempo previsto e isso eu não tolero. Então, resolvemos que vamos fazer um outro com você, mas claro, sem ele saber. Aquele que você fez não valeu como trote. –
-Quer dizer que tudo o que passei, tudo o que aguentei foi em vão? –
-Não em vão, mas foi meio que uma preparação. – Diz, com um grande sorriso no rosto.
-Por favor me solta, deixa isso pra lá. –
-Eu posso deixar pra lá, mas não quero. –
-Por que você quer fazer isso comigo? Por que? –
-Sabe por que? Porque quero machucar o Raphael, isso sim e, quando te machuco, machuco ele também. –
-Por que não machuca só ele? Me deixa em paz. –
-Que diversão eu teria em machucar só ele? Nenhuma. – Diz com uma voz bem-humorada. – Agora não quero mais escutar a sua voz. Hey, você seu mangou, venha colocar uma mordaça na boca dele. –
Olho para o lado e vejo uma pessoa toda de preto e com o rosto coberto. Não tenho ideia se é homem ou mulher que deve estar ajudando- o, mas com certeza não é boa pessoa, pois ninguém de bom caráter iria fazer isso com outro ser humano.
Essa pessoa veio e colocou a mordaça. Agora só consegui mover os olhos, pois as minhas mãos e pés estavam amarrados e a minha boca tampada.
-Sabe Thomas, você era até um cara legal se não se metesse na minha frente, mas quando você começou a gostar do Raphael tudo mudou. -
-Mas por que você quer tanto feri-lo? -
-Isso não lhe interessa. –
-É por causa da Irmã dele? –
-Camilla? Ele não tem nada a ver com isso. –
Quando ele falou isso comecei a pensar qual seria o motivo, se não era a Camilla, qual será o motivo? Sim, eu sei mais ou menos sobre o lance que ele tinha com ela e sei porque terminaram, mas por que ele faz isso comigo querendo ferir o Raphael? Aí tem história que precisa ser contada direito.
-Ele não te contou? Típico dele, pensei que ele iria contar já de cara, mas como ele não falou nada, quem sou eu para falar.
-Deveria falar, pois não tenho e nunca tive nada com ele. –
-Você pode até falar isso para você mesmo, mas ele não pensa assim. –
Quando ele terminou de falar essa frase, Caio, foi até a pessoa que estava vestido todo de preto e falou algo. Não sei o que foi, eles estavam falando muito baixo e tinha o barulho do vento passando pelas arvores e atrapalhou muito.
Depois de algum tempo ele volta, mas com a companhia da pessoa misteriosa. Percebo que a pessoa estar trazendo nas mãos algumas cordas.
-O que vocês vão fazer com essas cordas? –
-Não lhe falei o que gente vai fazer com você? – Diz, Caio com um grande sorriso no rosto. – Vamos tirar a sua roupa, mas claro vamos deixar você só de cueca, pois não queremos ver você nu. E vamos te amarrar em uma arvore e jogar ovo podre em você. Se pensa que acabou, estar enganado, pois tudo isso será gravado e jogado na internet. Quem manda ele te tirar daquele outro trote? Ninguém. –
-Mas não é por isso que você estra fazendo isso né? –
-Claro que não. –
-Vamos lá meu grande amigo, vamos começar. –
Quando ele falou isso a pessoa começou a chegar mais perto da onde eu estava. Não vou negar, estava mesmo com medo. Aquela pessoa nem me conhecia direito e iria fazer aquela barbaridade de novo comigo e pior, iria colocar na internet para todos verem. Sinceramente agora ninguém pode me ajudar, se eu não estivesse saído da festa acho que nada disso teria acontecido.
Estou com os braços e as pernas amarados na arvore, sim estou de pé e só de cueca. Só que tem uma coisa que não estou entendo, o amigo do Caio amarrou muito fraco as cordas, é como se ele quisesse que eu saísse de lá antes de tudo isso acontecer. Quer saber vou fazer isso, acho que consigo me soltar das cordas sem fazer muito esforço.
Aos poucos vou me soltando, primeiro comecei com as minhas pernas, depois fui para as minhas mãos. Caio ficou virado de costas para mim, não sei porque, mas acho que ele estava falando sozinho, quando o amigo dele chegou mais perto ele meio que parou de falar sozinho e começou a falar com ele. Quando faltava a última mão, Caio olha para trás e me ver soltando a mão. Ele corre ao meu encontro e as pressas saio correndo.
-Não fuja, nós vamos te encontrar. – Diz, com raiva.
Naquele momento corri entre as arvores, tentando me afastar cada vez mais deles, mas consegui escutar eles gritando o meu nome em alto e bom som. Como eu estava sem camisa e sem calças cada vez que eu passava pelas arvores elas me feriam, só consegui sentir o sangue escorrendo pelo meu corpo.
-Não adianta correr, Thomas. Nós vamos te pegar e com isso você vai sofrer em dobro, pois estar fazendo a gente correr atrás de você. –
Depois que ele falou isso começou a rir e começou a chegar mais perto da onde eu estava, não aguentava mais correr tudo meu doía e sangrava, mas eu tinha que fazer alguma coisa para sair daqui.
-Hey. –
Olho para trás para saber que foi que falou e, quando eu vejo, o Caio estar a menos de alguns metros para me alcançar. Ele corre ao meu encontro e eu corro para fugir dele. Acabo tento que atravessar um arbusto cheio de espinhos. Foi muito doloroso, mas era o jeito eu passar. Já não aguentava mais correr tanto, estava a ponto de desistir. Foi quando de longe eu vi uma estrada e um carro vindo por ela, foi quando eu corri o máximo para poder ver se o carro me ajudava. Caio estava cada vez mais perto de mim. De repente eu paro, pois tinha uma ladeira bem na minha frente para eu poder chegar finalmente na estrada.
Só sinto uma mão me emburrando ladeira abaixo, quando percebo estou bolando na ladeira, sinto uma pancada forte na minha cabeça. Chego ao chão já sem respirar direito, sangrando muito e com a visão turva. Consigo olhar para cima e vejo Caio com um grande e largo sorriso, e do lado dele o amigo. Tento olhar para a luz que estar na minha frente, mas não consigo.
-Vou chamar a ambulância, não se preocupe, você vai ficar bem. – Essa foi a última coisa que escutei antes de apagar.
ContinuaDesculpa a demora, mas está é a história.