Eram mais de 22h em Orlando, quando o celular de André não parava de tocar.
André: Alô? – Falou impaciente.
- Infelizmente aconteceu uma fatalidade com um de seus funcionários, André. – Dizia o delegado Rocha.
André: Como é que é, Rocha? – Falou atônito.
- Isso que você ouviu, o seu funcionário Lucas foi atropelado. Eu tentei evitar até gritei mas não consegui evitar. – Falou serio. – Ele está aqui no hospital, sua irmã mandou trazer ele para o Real Hospital Português. – Concluiu.
André: Como é isso? Qual o quadro dele? E o cara pegaram? – Falou quase gritando.
- Sim pegamos, mas o quadro do rapaz ainda não sabemos. – Falou nervoso.
Rosana olhava em direção do marido com um sorriso nos lábios, enquanto os outros olhavam André apreensivos.
André: Ok, vou arrumar as coisas hoje mesmo e estamos voltando. Vou ligar para companhia e tentar uma vaga. Abraços. – Concluiu e desligando o celular. – Seja lá o que você tenha feito Rosana, você vai pagar por isso. – Falou olhando nos olhos dela.
O sorriso que estava em sua face, se desfez na mesma hora. Os amigos que estavam do lado simplesmente olharam surpresos com o que ouviram.
André: Filho, eu sei que o papai prometeu você tirar fotos com os personagens do filme Carros, mas você pode desculpar o papai? O papai tem que voltar com vocês para casa o mais rápido possível. – Falou olhando o filho nos olhos.
Miguel: Porque? Eu queria tirar fotos e brincar mais. – Falou tristonha.
Rosana: Como é que é? Eu não vou voltar para o Brasil nem a força. – Falou brava.
André: Você vai para onde eu mandar! – gritando.
O passeio acabou ali, todos voltaram para o estacionamento. No carro André falava à todos o que aconteceu e todos julgavam Rosana, que se fazia de inocente, não adiantava todos sabiam do seu caráter.
Rosana não parava de dizer que não ia, quando estavam à sós André, quase bateu nela. Segurando forte pelos cabelos de Rosana, André dizia.
André: Se acontecer com qualquer coisa com o Lucas, você vai sofrer as consequências e não vai ser na justiça. – Falou jogando-a na cama. – Agora termina de arrumar suas malas, não faça eu ter que ir fazer por você! – Falou cerrando os punhos.
Rosana que aparentava calma por fora, por dentro sabia que ele era perigoso e não iria ser bom para ela.
Tudo arrumado, André seguiu com Miguel e Rosana para o aeroporto.
Assim que chegaram no aeroporto foram informados, que não tinha mais voos para o Recife naquele dia. A Rosana comemorava essa noticia calada!
André, não mediu esforços e na mesma hora alugou um jatinho para tristeza da mulher. Poucos minutos depois o mesmo decolou rumo as terras pernambucanas.
#Enquanto isso bairro de Monsenhor Fabricio, Iputinga, Recife/Pernambuco.
A mãe do Lucas não era do tipo que se “preocupava”, mas já era mais de 23h da noite e nada do filho. Ela queria acreditar que não era nada, ele estava com alguém, “é, é isso, ele está por ai com os amigos veados dele!”, pensava tentando se convencer. Poucos minutos antes de marcar 00h o telefone residencial toca.
Mãe: Alô?
- Por gentileza, é da casa do senhor Lucas Emanuel? – Perguntou uma mulher muito educada.
Mãe: Sim, ele é meu filho! – Disse
- Senhora, o seu filho está aqui no Real Hospital Português, ele sofreu um acidente. Por gentileza, poderia comparecer ao hospital? – Perguntou solicita.
Mãe: Como é? Meu filho o que? – Perguntou quase gritando.
- Senhora, se acalme. Ele está bem, mas sofreu um acidente. Não tenho muitos detalhes. Por isso estou solicitando que a senhora compareça ao hospital com seus documentos. – Falou tranquilizando a mãe do Lucas.
Mãe: Claro, claro, daqui a pouco estou ai.
- Ok senhora, estamos no aguardo. – Falou desligando o telefone.
Mãe: Meu Deus, meu filhinho tão amado acidentado?. – A mãe do Lucas se trocou correndo e quando saia de casa deu de cara com o amigo do filho Arthur, que estava de plantão fazendo rondas perto da casa e percebeu o estado da mulher.
Arthur: Dona Luzinete. Está tudo bem com a senhora?
Mãe: Não sei como, porque, onde e que horas, mas o Lucas foi acidentado e está no hospital. – Falou aflita. – Desculpa não tenho tempo para explicar vou tentar conseguir um táxi. – Falou seguindo rumo a saída da rua.
Arthur: Entre aqui, vamos, lhe dou uma carona. – Falou nervoso.
Mãe: Não quero incomodar.
Arthur: Não há incomodo algum quando se tem haver com meu irmãozinho. – Disse abrindo a porta e a mulher entrando.
#Enquanto isso ainda em Miami, Estados Unidos
O Voo particular decolou as 23h horário brasileiro com a família dentro. André, tentava de tudo ter mais informações do estado do Lucas; mas não, os médicos ainda estavam examinado. Então ele lembrou do amigo delegado.
André: Rocha, alguma novidade? Estou voando para Recife!
Rocha: Meu amigo, você tenha cuidado descobrir muitas coisas armadas para você. O Lucas é só o começo, amanhã eu mesmo vou escoltar você para casa. A coisa é seria e você corre perigo.
André: Como assim?
Rocha: Melhor falar cara a cara. Mas um dica, não beba ou coma nada que sua mulher der para você e seu filho.
Foi o Rocha dizer isso para o André olhar para o lado. Miguel estava com um pedaço de sanduiche nas mãos dado pela mãe. Ele não pensou duas vezes e tomou e disse que faria mal ao filho. Rosana sem entender ficou olhando para o esposo espantada.
André: Filho, venha para cá, fique com o papai! – Disse dando a mão ao pequeno.
Miguel: Eu to com sono papai! – Falou esfregando os olhos ao sentar na poltrona ao lado do pai.
André: Durma meu lindo durma. – Falou beijando o filho. – Rocha, eu chego em 4 horas. Até mais. – Disse desligando o aparelho. Agora André estava desconfiado de tudo, resolveu não dormir e sim esperar por chegar ao Recife.
#Enquanto isso bairro do Derby, Recife/Pernambuco;
Desesperada por noticias do filho a mãe do Lucas praticamente saltou da viatura da policia, sendo acompanhada pelo Arthur.
Mãe: Por gentileza onde está meu filho? O nome dele é Lucas, foi internado aqui hoje! – Falou esbaforida.
- Senhora o seu filho está sendo examinado ainda, mas por favor pegue aquele elevador e vá até o 6ª andar. Lá é onde fica a UTI, vão saber lhe informar melhor. – Falou apontando a direção.
Arthur: Venha dona Luzinete, se acalme vamos logo subir. - Falou pegando-a pelo braço e arrastando-a em direção ao elevador. Pouco tempo depois estavam os dois no 6ª andar, andando rápido em direção a recepção Arthur se adiantou. –
Por favor, queremos noticias do senhor Lucas Emanuel, ele foi internado aqui hoje. – Disse serio.
Antes da atendente falar ele foi abordado:
- Você é o que do Lucas?
Arthur: Sou amigo e irmão de consideração, e você?
- Bom meu nome é Luana, sou a chefe dele e responsável pela área onde ele foi empregado.
Arthur: Essa aqui é a mãe dele, qual o estado? O que aconteceu?
Luana: Ainda não sei o estado dele, só sabemos que um carro atropelou ele assim que saiu do nosso prédio.
Mãe: Minha nossa senhora, meu filho... – falou entrando em pânico.
Arthur: Calma dona Luzinete, a senhora não pode ter fortes emoções, lembre-se que tens problema do coração. Eu vou dizer aos meus companheiros que não vou trabalhar mais, venho já. Pode olha-la? Qualquer coisa chama um medico, ela tem problema cardíaco. – Recomendou a Luana.
Luana: Claro, pode ir tranquilo. – falou sentando-se ao lado da mãe do Lucas.
Ao sair de junto da mãe do Lucas, Arthur comunicou aos companheiros que não iria continuar na ronda que era coisa muito seria. Todos aceitaram e ficou certo que um deles traria o carro do amigo até o hospital depois do plantão.
Arthur voltando até o elevador para ir ao andar onde tinha deixado a mãe do Lucas esperando, começou a chorar. O carinho que sentia pelo amigo era imenso e ele tinha medo de perde-lo. Ao chegar no andar deu de cara com os médicos se aproximando e não perdeu tempo foi apressadamente ao encontro deles.
Arthur: Qual o estado dele?
- Bom, agora está estabilizado, foi um acidente muito grave, tivemos que dopa-lo. – disse o medico.
Mãe: Eu não tenho como pagar o hospital, nós não temos plano de saúde, como vamos pagar? – Perguntou aflita.
Luana: Não se preocupe, será tudo arcado pela empresa. – falou fazendo carinho nas costas da senhora.
Os médicos se foram e dona Luzinete ficou conversando com uma enfermeira, Arthur não perdeu tempo e foi logo puxando a Luana:
Arthur: Certo, vamos abrindo o bico. O que aconteceu? Pegaram o motorista? – perguntou firme.
Luana: Pegaram sim. Bom a coisa é um pouco complicada e eu vou te explicar....
#Flashback
Lucas acabará de sair de seu primeiro dia do trabalho, apesar de ser seu primeiro, sentia-se feliz e estava despreocupado com tudo. Chegando ao fim da rua, tinha que atravessar a rua, para assim poder pegar o ônibus. Lucas começou fazer a travessia até ser surpreendido por um grito.
- Sai daí garoto...
Lucas não teve tempo de correr e nem de fazer nada, foi acertado em cheio por um carro da marca Hyundai. O acidente foi tão forte que o carro não conseguiu sair do lugar.
Todos da rua correram para socorrer o jovem rapaz. Praticamente ao mesmo tempo um carros da policia civil encostavam, alguns policiais correram atrás do motorista que tentava sair do local. A chefe do Lucas, Luana saia também quando percebeu se tratar de um de seus funcionários e assim que a ambulância chegou providenciou que o mesmo fosse levado ao melhor hospital do estado.
#FimDoFlashback
-... o foi assim que tudo ocorreu! – terminou de falar a empresaria.
Arthur: O Lucas não tem inimigos, é gente do bem! – Falou tentando entender o motivo para tal crueldade.
Luana: Eu também achei isso apesar de ter poucas horas de conversa com ele.
Arthur: Vamos aguardar para ver o que acontece.
#Enquanto isso Jaboatão dos Guararapes, Pernambuco:
Amanhecia na cidade pernambucana, quando o voo particular vindo de Miami trazendo André e família pousava no aeroporto. No desembarque lá estavam o delegado Rocha com alguns homens da policia civil e um carro particular importado do André.
- Bom dia meu amigo! – falou cumprimentando André que segurava nos braços o filho.
André: Bom dia, alguma novidade? – Falou apertando as mãos.
- Ainda não, mas logo vamos ter! Senhora Rosana, queira me acompanhar? – Falou olhando-a e direcionando a mão em direção a uma viatura que estava no local.
Rosana: Eu não vou alugar algum, estou cansada. Vamos André, vamos para casa! – Disse tentando se livrar da situação.
André: Não, eu vou para casa com o Miguel. Você vai para delegacia com o Rocha e nos encontramos mais tarde! – Falou entrando no carro particular e o mesmo partiu em disparada!
Rosana ficou vermelha de raiva mas não adiantou de muita coisa, teve que ir a delegacia com o delegado.
#Enquanto isso bairro do Derby, Recife/Pernambuco.
Lucas ainda estava sedado na UTI, os médicos resolveram que seria melhor assim por alguns dias, liberando em seguida Arthur e a mãe dele.
#Enquanto isso bairro de Piedade, Jaboatão do Guararapes, Pernambuco:
André acabará de entrar em casa com o Miguel que tinha acordado a pouco.
- Tereza, você pode dá banho nele e depois comida? – falou espantando a empregada.
- Claro... mas não ia voltar em 10 dias meu menino? – disse confusa;
André: É muita coisa para lhe por a par. Por ora, faça o que pedi e diga a Hortência que adiei a folga de vocês mas vou recompensa-las. Eu preciso de todos juntos comigo e com meu pequeno. – falou subindo as escada.
- A coisa então é muito seria, não se preocupe. – falou acompanhando-o. – Não se preocupe, vamos Miguel!
Pouco tempo depois os dois já estavam limpos, arrumados e alimentados. Miguelzinho assistia desenho e André colocava as suas duas fieis escudeiras a par de toda história.
André: Agora vou ao hospital, por favor vá ao quarto e façam a mala dela e não a deixem entrar aqui sem mim. – Falou indo até a garagem.
Não levou muito tempo para fazer o trajeto até o hospital. Estacionou o carro e foi indo na direção da UTI. Ao chegar no andar da devida ala, ele logo viu um de seus amigos do tempo de escola, agora homem formado e médico.
André: Paulo meu camarada quanto tempo! – falou esticando a mão.
- André, cara o tempo passa mas você continua com a cara de pivete de sempre! – falou sorrindo.
André: Que nada cara! – disse forçando um sorriso.
- Ok, o que te traz aqui.? – falou vendo que o amigo não estava bem.
André: Um funcionário meu está internado na UTI e tenho parte da culpa por isso. – falou olhando o chão.
- Oh, está falando do Lucas? – Indagou
André: Sim, é ele! Sabe como está o quadro.? – perguntou curioso.
- Ele acabou de acordar, eu sai da UTI para dizer a mãe dele, mas não encontrei. – falou olhando em volta.
André: Será que posso vê-lo? – Disse quase suplicando.
- Claro que sim! Por aqui! – falou mostrando o caminho.
Foram em direção ao quarto da UTI onde o Lucas estava internado. Alguns corredores e lá estava André junto do gordinho. Lucas se encontrava assistindo TV e não se deu conta da presença do chefe na sala, até ser praticamente agarrado pelo André;
André: Nunca mais vou deixar nada de ruim acontecer com você! – Falou firme
Lucas: Seu An... – foi interrompido por um beijo forte e cheio de desejo no mesmo instante.
- Toc, toc, toc... alguém acordou?.... O que significa isso aqui?? – berrou.
Continua......