O AFRICANO – Parte III
Eu estava preocupado. Minha mulher não costumava demorar tanto a voltar do trabalho. Nessa época não havia celulares, então eu não podia contar com as facilidades de comunicação que existem nos dias de hoje. Liguei várias vezes para o hospital onde trabalha e ninguém sabia dela. Tinha acabado o seu plantão e ela despediu-se das outras enfermeiras e foi embora, como sempre fazia ao final do seu expediente. Isso já fazia mais de dez horas. Ela deveria ter chegado por volta das dez da noite e já eram nove da manhã. Tive que ligar para meu cliente de Recife e cancelar a minha reunião.
O negrão, que dormira no nosso quarto e acordara bem cedo, olhava para mim curioso. Observava-me telefonando para várias amigas dela, que também tinham telefone em casa, em busca de notícias, mas ninguém a tinha visto. Depois eu fiquei andando de um lado para o outro, impaciente, sem saber o que fazer. Então o negrão me falou pela primeira vez em português:
- Consiga-me umas roupas limpas e eu te ajudo a procura-la.
Tomei até um susto. Fiquei cismado com o cara. Indaguei:
- Ora, como é que está falando minha língua agora, se ontem só falava em inglês?
Acho que ele estava tirando sarro da minha cara quando afirmou:
- Eu aprendo idiomas depressa. Mas não vamos perder tempo com bobagens. Consiga o que pedi. Não posso sair às ruas desse jeito.
Peguei uma parelha de roupas minhas, mas eram pequenas demais para o cara. A camisa ficava curta e a calça muito apertada nele. Aliás, ele nem conseguia fechar a braguilha. Aí ele me perguntou:
- Tem alguma loja de roupas por perto?
Com a minha afirmativa, pediu suas coisas que eu havia retirado da calça, antes de lavá-la. Pegou um cartão de visitas que eu havia retirado do seu bolso e guardado e pediu para fazer uma ligação. Apesar do ferimento, caminhou ereto até o aparelho. Discou um número que estava escrito no cartão e disse apenas:
- Moçambique 680. Preciso de créditos em minha conta. Depois eu esclareço – E desligou o aparelho.
Em seguida o negro anotou um número num pedaço de papel e disse que eu poderia comprar o que quisesse na loja e depois pedisse para o caixa ligar para aquele código. Eu não estava entendendo nada daquilo, mas fiz o que ele mandou. Pouco depois, voltei da loja com três parelhas de cada peça de roupa: meias, cuecas, camisas, calças e sapatos. Ele havia anotado seu tamanho para cada indumentária. E nem escolheu o que usar: vestiu-se quase que mecanicamente, numa rapidez impressionante, e saímos às ruas depois de eu trancar as portas.
- Onde ela trabalha? Será o primeiro lugar onde iremos.
Pegamos um táxi e logo estávamos no hospital. Ele ficou calado enquanto eu perguntava por Rita aos enfermeiros e enfermeiras conhecidos dela, mas a maioria dos profissionais havia chegado para o seu turno depois que ela havia ido embora. Enquanto eu fazia a enquete, ele voltou à portaria. Vi-lo conversando com o porteiro. Pediu-lhe o telefone, falou por um momento, depois passou o aparelho para o senhor da portaria. Este esteve dialogando por alguns minutos ao telefone, depois se ausentou da portaria. Voltou com uma fita de vídeo e entregou ao negrão. Só então ele me chamou para perto de si. Perguntou-me se eu tinha aparelho de videocassete em casa e, com a minha afirmativa, agradeceu ao porteiro. Este parecia muito contente em tê-lo ajudado. Perguntou se eu sabia da existência de alguma agência bancária por perto e pouco depois saíamos do estabelecimento. Ele estava com os bolsos cheios de dinheiro. Pegamos logo um táxi e num instante estávamos em minha casa. Com movimentos elegantes, mas muito precisos, ligou o aparelho de videocassete e iniciou a fita. Disse para mim:
- Se reconhecer tua esposa antes de mim, por favor me avise.
Foi passando as imagens em modo apressado, até que eu vi a Rita entrando no hospital. Ele também a havia reconhecido, mas não parou a exibição rápida.
- Queremos ver o momento da sua saída, e não da sua chegada ao hospital. Continue atento.
Pouco depois, vimos minha esposa saindo acompanhada de uma bela senhora que orientava os maqueiros. Estes tentavam colocar um coroa dentro de um carro do ano. Gente ricaça – pensei. O negrão perguntou:
- Conhece?
Olhei com atenção para o grupo de pessoas que aparecia com minha Rita no vídeo, mas não reconheci ninguém. Só o porteiro, com quem havíamos falado havia pouco. Este aparecia tentando ajudar com a cadeira de rodas onde o coroa estava sentado. Vimos quando a senhora botou algo na mão dele, antes de sair com o carro. Imaginei ser alguns trocados. Tínhamos que voltar lá e averiguar. Mas eu estava contente com as diligências do cara. Parecia um detetive profissional.
Aí ele exigiu:
- Passe-me a arma que você pegou do cara que me agrediu. Desconfio de que iremos precisar dela. E voltemos ao hospital. Mas você fica afastado de mim, enquanto procuro saber do paradeiro da tua esposa, entendeu?
Pouco depois, estávamos de volta ao hospital. O negrão devolveu a fita ao porteiro e depois fez umas perguntas a ele. O cara deu-lhe um cartão. Disse pertencer à coroa que levou o marido e deu uma carona à minha Rita. Eu peguei um jornal, sentei num sofá e fingi ler, enquanto o negrão falava com o porteiro. Aí, vi um táxi parado do outro lado da rua. Pensei pertencer ao taxista que havia socorrido o negrão lá no aeroporto mas, quando apurei as vistas, percebi tratar-se do loiro que nos havia atacado. Quando fiz menção de avisar ao crioulo, o táxi deu partida e o loiro foi embora. Levantei-me depressa e fui até o balcão. Cochichei ao seu ouvido o que tinha visto e ele ficou surpreso. Despediu-se do porteiro colocando na mão dele um dinheiro em cédulas dobradas ao meio, que não deu para eu calcular o valor. E pegamos o mesmo táxi que usamos para chegar até ali. Este estava estacionado, esperando por nós. Quando entramos no veículo, eu disse a frase que sempre sonhei em copiar dos filmes de detetives:
- Siga aquele táxi!
O taxista olhou para mim, me estranhando. Não entendeu bem o que eu disse. Quando eu já ia repetir, o negrão interveio:
- Ele disse para seguirmos até esse endereço – mostrou o cartão ao taxista e eu fiquei frustrado por não fazer a minha primeira perseguição. Quando o taxista manobrou para dar a volta, o negrão não tirava os olhos do retrovisor. Sorriu satisfeito quando viu o outro táxi, que estava estacionado mais adiante, também fazer o retorno. O negrão pediu uma caneta ao motorista e anotou a placa do outro veículo atrás do cartão que tinha em mãos. Finalmente, disse:
- Não precisamos segui-lo. Ele virá até nós – e permaneceu tranquilo, enquanto eu estava me borrando de medo.
Pouco depois, quando paramos na frente de uma luxuosa residência, ele me entregou o cartão de visitas contendo nome e endereço dos ricaços. Disse que eu descesse, mostrasse o cartão e perguntasse por minha esposa. Ele seguiria seu caminho com o táxi. Fiz o que me foi pedido. Disfarcei, quando vi o outro táxi passar por mim. Toquei a campainha afixada no luxuoso portão e logo uma moça metida em um uniforme de doméstica de rico veio me atender. Mostrei o cartão e disse que estava ali para falar com a dona da casa. Fui levado até ela. Expliquei-lhe o que estava acontecendo e ela se mostrou muito preocupada. Disse que seu próprio filho havia levado minha esposa para casa. E depois disso, não vira mais o rapaz. Temia que houvesse acontecido algum acidente automobilístico grave e ambos estivessem feridos. Pediu que eu aguardasse um pouco, enquanto ela iria dar uns telefonemas. Perguntou se eu queria tomar alguma bebida. Aceitei um uísque. Uma das empregadas me serviu, enquanto ela ligava para várias pessoas perguntando pelo filho. Fiquei olhando para a silhueta da bela coroa. Era uma loira enxuta. E muito gostosa. Mais carnuda do que a minha Rita. Sua bunda era empinada, do jeito que eu adoro. Recordei a recente foda a três com a minha esposa e o negrão. Ainda sentia o cuzinho da Rita apertando a minha pica. Fiquei imaginando se a coroa trepava tão bem quanto a minha mulher. Aí a loira voltou para perto de mim. Informou que não tinha conseguido informação do filho, e que desde a noite anterior que ninguém o tinha visto. Então, começou a chorar.
Fiquei consternado. Eu sou mole, quando vejo mulher chorando. Fiquei aperreado para consolá-la. Disse-lhe algumas palavras de consolo e ela agarrou-se a mim, chorando muito. Até soluçava, dizendo que só pariu um único filho e tinha muito medo de perde-lo. Outra moça vestida de empregada doméstica veio me trazer mais uma dose, sem dar a mínima para o choro da patroa. Estávamos os dois sentados num luxuoso sofá e, quando eu me estiquei para pegar o copo que me era oferecido, senti a mão da coroa pousar suavemente no meu colo. Pensei que tivesse sido casual, mas ela continuou chorando sem tirar a mão dali. Pareceu-me que a moça entronchou a cara, antes de sair da sala e fechar a porta a chave. Achei estranha aquela atitude.
De repente, bateu um calorão na coroa e ela começou a suar muito. Retirou a mão do meu cacete, que já estava ficando duro, e pediu que eu lhe trouxesse um leque que havia sobre um móvel da sala. Abanou-se com ele, como se estivesse esbaforida. Abriu todos os botões do vestido elegante e ficou se abanando nos peitos e entre as pernas. Havia parado de chorar, mas parecia agoniada. Então, sem que eu esperasse, arrancou fora as vestes, ficando quase nua. Continuava esbaforida. Perguntei se ela queria que eu chamasse alguém, talvez uma das caseiras. Aí ela me puxou pelo braço e tascou um beijo em meus lábios. Pego de surpresa, fiquei estático. Ela atracou a mão no meu pau, tateando minha braguilha. Eu também estava com muito tesão. Lembrava-me de como a minha Rita havia mamado no negrão e isso me deixou mais alucinado. Ajudei-lhe a botar meu pinto para fora e mamei-lhe nos tenros peitos. Eram volumosos, mas não de tamanho exagerado. Ela se tremia toda, pedindo que eu lhe tocasse uma siririca. Não a fiz esperar.
A coroa gozou várias vezes na minha mão. Ficou toda se tremendo de tantos orgasmos, mas não me deixava parar de tocá-la entre as pernas e nem parar de mamar seus peitos. Eu, infelizmente, antes mesmo que ela me tocasse uma punheta, ejaculei em sua mão. Percebi que ela ficou muito frustrada. Jogou a cabeça para o alto e fechou os olhos por um instante. Depois, me empurrou suavemente para longe de si e se levantou do sofá. Caminhou toda nua e desapareceu mansão adentro, me deixando sozinho.
FIM DA TERCEIRA PARTE