Cap.1 de 2
Duas almas entrelaçadas pelo destino. Duas almas que nasceram uma para outra. Duas almas que nunca irão se separar. É assim que eu e Michel nos intitulamos. Desde sempre. Desde o princípio da vida, juntos.
NARRADO EM TERCEIRA PESSOA
No mesmo hospital, um dia antes do outro, Lucas e Michel nasceram, respectivamente. Dois bebês lindos, e que desde sempre tinham o destino traçado. E nada nem ninguém podia separa-los.
- Olá moça, queria saber aonde está o meu filho - dizia o pai de um deles.
- Qual o nome dele ?
- Lucas Castellar - logo o homem foi liberado e a atendente indicou o local aonde ficava a criança. Quando ele chegou lá, tinha um outro homem, de olhos marejados, olhando uma criança ao lado - Oi
- Ah, Oi... - o homem limpou os olhos - primeiro filho, sabe como é né...
- É, eu sei... - olhou o seu filho, lá estava, dormindo - nasceu ontem ?
- Hoje pela manhã.
- E tá tudo bem com ele ?
- Tá, graças a Deus...
- Você tá me parecendo muito nervoso, não quer tomar um chop para relaxar ?
- Ah... Eu vou aceitar, mas só porque não consigo me acalmar, mesmo vendo ele aqui na minha frente.
7 ANOS DEPOIS
Os pais dos garotos se tornaram amigos e vez ou outra se encontraram para um churrasco.
- Olha quem enfim apareceu ! - um dos homens, Rodrigo, pai de Lucas , agora um pouco mais velho, entrava na casa acompanhado pelo filho. - Cadê a sua mulher ?
- Vou busca-la mais tarde no salão de beleza - o pequeno Lucas ainda não tinha noção de muita coisa na vida. Mas sentia algo diferente. Algo incomum para a maioria dos meninos. Não gostava de futebol, nem de pipa. Michel era um pouco diferente, até gostava das coisas tidas como masculinas, mas era sensível e frágil. O garoto corria pela casa com um carrinho pela mão, rindo. Parou, quando viu Lucas ao lado do pai. E então acenou, mais uma vez cumprimentando o amigo.
MINUTOS DEPOIS
Os dois brincavam juntos na sala, de se esconder.
- 26, 27, 28, 29, 30 ! Pronto ou não, aí eu vou - Michel gritava da porta. Começando a ir procurar Lucas, que bem escondido esperava Michel passar para correr em direção a porta. Sem conseguir enxergar o corredor, imaginou que Michel havia passado, porém antes que ele pudesse passar, correu e imediatamente se bateu com ele, caindo os dois no chão - você não me viu passando ?
- Não, desculpa kkkk - já ia se levantar, quando de repente o seu olhar se juntou com o dele. Era a primeira vez que ele reparava naqueles olhos azuis. Ainda criança, eles repararam que algo tinham em comum.
9 ANOS DEPOIS
Agora os dois tinham 16 anos. A cada ano que passava, os dois se aproximaram ainda mais. A puberdade chegou, o corpo mudou, a voz também, e mesmo assim eles não se afastaram. Apesar as mudanças, os traços de criança permaneciam.
NARRADO POR LUCAS
- O que foi ? - dizia eu, o olhando pelo espelho do banheiro.
- Nada... É que, apesar de a gente ter envelhecido, parece que eu ainda consigo ver aquele rosto que você tinha - ri.
- Eu sinto o mesmo - falei, o olhando. Ele continuava da mesma forma. De olhos azuis, branco como o leite, loiro, alto, de corpo definido como eu. Olhava para mim, cabelos castanhos, olhos castanhos, escuro, pele parda, um pouco mais baixo que ele, também definido. Desde criança sempre unidos, parecíamos que havíamos nascido para sermos irmãos. Mas, eu já não sabia se queria apenas ser seu irmão - o que foi ?
- O que foi o que ?
- Você me olhando com esses olhos azuis aí !
- Não, eu só queria saber se você tem essa cara de bobão assim mesmo ou se foi piorando - cerrei os olhos.
- É, mas é pra esse bobão que você olha todo dia - ele riu também. Quando de repente ele pegou meu celular sem eu perceber.
- Quem é bobão ?!
- EI ! - começei a correr pela escola atrás dele, que como sempre gostava de me atentar e me fazer rir. Mas eu não sei o que faria se não tivesse ele para me atentar - VOLTA AQUI COM O MEU CELULAR MICHEL ! - ele ria. Até que eu consegui alcança-lo e o puxei, fazendo nós dois cairmos. Apenas riamos, enquanto eu tentava prender as Mãos dele para que ele me devolvesse - vai me dar o meu celular ?
- Eu não vou dar nada.
- Ah é ! Sabe o que vou fazer se você não me der ? - perguntei, me aproximando do rosto dele.
- O que ?
Continua
Eu acabo tendo idéias enquanto escrevo. Acabei tendo essa enquanto escrevia um capítulo de Amor Cego, e como acredito que fica melhor como historia curta, e por isso escrevi agora. Comentem e votem por favor. Beijos :)