Cap.13
Eu fiquei com o coração na mão. Não tinha como mentir para a minha própria mãe, ela conhecia a minha história melhor que ninguém.
- É uma história longa...
- Pois então me conte a história longa...
- Eu fiz algo que o desagradou no passado. Tinha medo que ele lembrasse de tudo e não me desse um emprego. Quando vi que ele não lembrava, mudei o meu nome para que não perdesse o emprego.
- E ele não descobriu ?
- Não... E por favor, não fale nada. É esse emprego que está nos mantendo bem.
- Não... Eu... Eu não vou falar. Mas você tem certeza de que é isso que está acontecendo.
- Sim, o que mais seria ?
- Não sei...
- A senhora está insinuando algo ?
- Não... Eu não... - falou, remexendo os olhos. Mas eu sabia o que passava na sua cabeça. Ela achava que eu ia tentar dar um golpe nele. Mas não, eu não faria algo assim. Peguei as minhas coisas e logo sai novamente.
- Pronto Marcos, nós podemos ir... - falei, virando para olha-la - até mais tarde mamãe.
- Até...
- Foi um prazer conhece-la - ele falou dessa vez, se despedindo. Saímos, entramos no carro e logo começamos a trafegar pelas ruas do Rio - do que estavam conversando ?
- Ela estava me perguntando apenas sobre o que havia acontecido na noite passada.
- Ah, sei... E quando você voltará a minha casa ?
- Num dia que eu não seja incômodo...
- Mas você não é incômodo para mim...
- Eu sei que sou. E no dia que alguma visita aparecer ?
- Direi a ela que estou recebendo outra visita...
- Já vejo que não irá sossegar se eu não retornar a sua casa mais vezes.
- Viu certo. Eu gosto de você Daniel ! - arregalei os olhos ao ouvir aquilo - como funcionário, é claro... E... Sei lá... Você carrega algo que me faz bem... - sorri ao ouvir aquilo.
- A lista dos seus clientes - ele riu.
- Seu bobo ! - continuamos andando, em silêncio. Porém, eu não podia negar. Sim, queria voltar a casa dele.
DIAS DEPOIS
Os dias voltaram a passar, ele não me convidou para voltar a casa dele. Eu continuei cumprindo novamente o meu trabalho. Ele apenas vinha até a Central do Call Center dizer um Oi e me dar carona.
"Acabava de desligar uma ligação quando vejo ele entrando pela porta e vindo em minha direção.
- Oi Daniel.
- Oi Marcos...
- Só vim dar um oi e ver como está. Hoje não poderei dar carona para você.
- Tudo bem... Afinal não é sua obrigação.
- Mas eu gosto muito de fazer kkk"
A alguns dias eu ficava com os meus pensamentos, e por algum motivo eles acabavam decaindo sempre sobre a mesma pessoa. Ele.
- Está muito ocupado ? - aquela voz me chamou atenção. Estava tão concentrado nas minhas ligações que nem percebi a aproximação dele.
- Ah... Desde quando você está aí Marcos ?
- Acabei de chegar... E então, está ocupado ?
- Não... Na verdade acabei de terminar as minhas ligações diárias. Vou ficar apenas na Central mesmo.
- Sei... Não prefere sair mais cedo e assistir um filme comigo na minha casa ?
- Eu ? Mas... Eu ainda não terminei o meu turno.
- Não seja por isso - falou, mexendo no mouse para fechar o aplicativo. Digitou a senha dele, pois era solicitado para que eu pudesse sair mais cedo. E então fechou - está dispensado. Você pode ir para casa ou ir me fazer companhia. O que preferes ?
- E eu tenho escolha ? - ele sorriu.
- Eu sabia que ia querer ir para o meu apartamento. Então vamos...
MINUTOS DEPOIS
Chegamos no apartamento dele, que continuava tão lindo e limpo como sempre.
- Pode me fazer um favor pra mim ?
- O que ?
- Vê se o Félix tá ali naquele canto.
- Tá bom... - foi o tempo de eu ir lá e voltar e ele já estava escolhendo algo para assistirmos - aqui está o Félix...
- Que bom
... E o que vamos assistir ?
- Não sei... Estou procurando um bom filme de comédia mas é difícil de encontrar algo que eu ainda não tenha assistido.
- Que tal suspense ?
- Ah, Achei que você não gostasse.
- Eu ? Eu gosto sim !
- Ah, então já sei o que vamos assistir - de repente ouvimos o som de uma campainha - é a Pipoca - ri, pois ele parecia afoito. Apenas sentei-me e fiquei esperando no sofá. Logo o filme começou, e ele veio correndo da Cozinha - Pronto, o seu refrigerante é esse que está aí nessa mesa... - ele começou a comer a Pipoca - essa é a única forma que eu tenho para assistir filmes, já que não posso e nem dever ir para cinemas comuns.
- É... Eu imagino o porquê... - ele começou a se mexer no sofá, acho que buscando conforto. Só que sem perceber, sua mão caiu sobre a minha. Tremi com aquele toque.
Continua
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