Continuação...
Estávamos assistindo o noticiário. Uma notícia nos chamou muita atenção:
"Foi presa na madrugada de hoje, por volta das duas da manhã, a traficante Djéssica Oliveira, mais conhecida como "Pantera". Parece que agora estamos livres de uma das maiores criminosas da região..."
Parei de olhar a notícia e passei a prestar atenção nas reações de Valéria. Ela apenas fez uma cara brava, resmungando:
-Droga! O Felipe nem me avisou nada! -Depois ela me encarou, novamente com o sorriso no rosto. -Por um lado foi bom que ele não tenha avisado... As duas da manhã eu tava muito ocupada mesmo... -Ela parecia não dar importância a pantera. Me lançou uma piscada pervertida. Senti o rosto formigar e me levantei, recolhendo a minha xícara e a dela e lavando em seguida, enquanto Valéria foi vestir suas botinas, guardei o que ficou na mesa e ela apareceu.
-Hum, moça prendada... Olha, usa isso... -Falou me dando um lenço.
-Porque? -perguntei tímida.
-Vc pode não ter visto quando se arrumava, mas seu pescoço... Está deplorável. Não vai querer que seus alunos perguntem o que é isso. -Falou sorrindo daquela forma e me beijou antes de perguntar:
-Vamos?
Apenas balancei a cabeça
Afirmando. Coloquei o lenço e Saímos, fomos até o estacionamento, entrei no carro depois de Valéria abrir a porta pra mim e ela entrou logo depois. Ela deu Play no mesmo CD sertanejo que ouvia ontem e fomos rumo a escola onde eu trabalhava, sem trocarmos palavras.
Quando chegamos eu agradeci e ia descer do carro, quando Valéria me puxou pra um beijo intenso, me fazendo arrepiar. Ficamos alí uns três minutos, naquele beijo de língua delicioso, até Valéria me soltar, dando um chupão em meu lábio.
-Helena? -perguntou ofegante.
-Sim? -Respondi num sussurro.
-Quantos anos vc tem? -Me olhou de um jeito estranho, como se me analisasse.
-Dezoito... Por que? -indaguei curiosa
-Nada... É que vc é tão novinha...e -Não terminou, continuou me olhando, parecendo triste.
-O que foi? -Perguntei, tentando entender.
-É que... Apesar de tudo, foi bom ficar com uma menina que tem quase idade pra ser minha filha, e que além disso não sabe nada sobre a vida... -Falou ainda me fitando... -Mas mesmo sendo novinha, vc foi minha melhor transa Helena... -Falou já com aquele sorriso safado no rosto.
Fiquei brava por ela ter me falado aquilo, daquela maneira. Ela foi cruel me dizendo aquilo sem conhecer meus sentimentos. Eu ia descer do carro sem falar nada, tentei abrir a porta, mas ela segurou meu braço.
-Me deixa ir, por favor. Eu preciso trabalhar. -Lhe disse, em tom irritado.
-O que houve? Por que mudou tão rápido? -Perguntou-me com o semblante preocupado.
-Não houve nada. Só que vc não me deixa mais sair daqui. -Respondi, tentando me soltar, em vão.
-Helena, vc quer sair comigo um dia desses? -Perguntou com um sorriso bobo nos lábios, que morreu ao ouvir minha resposta:
-Não. -Fui seca.
-Por quê? -Perguntou-me com uma cara triste.
-Por que não. Eu não quero. -Respondi ainda usando um tom frio.
-Mas eu não entendo o por que. É por causa do que eu disse agora pouco? Ou pela minha idade? Eu sei que eu com 32 anos sou um pouco velha pra vc, mas nós não temos nada sério então... -Nao a deixei terminar de falar, interrompi dizendo:
-Não é nada disso. Acontece que como vc mesma disse, não temos nada sério. E como vc já conseguiu o queria, pode me deixar em paz agora.
Valéria tentou contestar:
-Olha, eu...
-Não fala mais nada, apenas solta meu braço, por favor. -Fui firme. Tinha que esquecê-la.
-Tudo bem. Mas vc ainda vai me procurar. -Ela me soltou esboçando um de seus sorrisos cafajestes. Eu desci e sai rapidamente dalí, entrando na escola com lágrimas nos olhos. Passei a manhã inteira pensando nela, meus alunos me perguntavam as coisas e eu tinha que pedir que repetissem para entender. Cada vez que eu sentava, uma dor tomava conta de meu sexo, e ela e aquela noite que tivemos, invadiam meus pensamentos. A manhã custou, mas finalmente passou.
À tarde, não tinha faculdade, mas trabalhava em uma loja nas sextas e sábados de tarde das 14:00 às 21:00, 22:00 horas, dependia da clientela e movimento. Eu atendia pessoas no caixa e vez ou outra mostrava roupas nas prateleiras atrás do caixa. Nessa sexta não foi diferente. Trabalhei a tarde toda e chegando 21:15, já havia atendido o último cliente, então eu, dona Joana (uma senhora aposentada que também trabalhava lá) e minha patroa, estávamos fechando a loja, quando alguém chega e me dá um susto, tocando meu ombro. Me viro rapidamente para ouvir aquela voz conhecida dizer:
-Será que vc poderia me atender? -E sorriu em seguida.
continua...
Meninas, eu queria agradecer a todas que leêm e comentam, não vou citar nomes, mas cada um(a) de vocês que já comentaram pelo menos uma vezinha, sabem que estão incluídas(os). Continuem comentando, votando, criticando, elogiando, perguntando e etc.(embora alguns desses ítens não tenham sido realizados ainda rs) bjs e até logo.