Sabe quando dizem que quem é vivo sempre aparece? pois é gente estou viva!!
Eu sei que foi uma filha da putagem sumir assim, mas o negocio não tá fácil pro meu lado, quem me tem no face sabe que minha vida tá muito louca e não estou com quase tempo nenhum. Então gente me desculpem, mas eu não tinha muito tempo para revisar e quando fazia acabava aumentando o texto.
Gente o bônus do mel era para ter quarenta paginas no total, mas tem quase sessenta ou mais, nem sei mais direito, mas realmente é legal vocês lerem. Vou postar todo de uma vez, mas cada um com dez a doze paginas. E amanha posto o do Juca.
O QUE OUVE COM PAIXÃO DO INTERIOR????
Agora queria falar de algo bem serio. Não sei se vocês já viram o caso do Miguel, homem trans. PRIMEIRAMENTE, POR FAVOR, NÃO QUERO QUE NINGUÉM SE SINTA OBRIGADO A CONTRIBUIR. O Miguel tem um relato e ele precisa fazer uma cirurgia que NÃO É de readequação de sexo e sim uma histerectomia. Gente o caso dele é sério e por favor se poder ler primeiro seu depoimento que está nesse link https://www.facebook.com/invisibilidadetrans/photos/a.//?type=3&theater
E se quiser ajuda-lo pode seguir esse Link https://www.vakinha.com.br/vaquinha/cirurgia-do-miguel que está lá na pagina também.
Vou adiantando que futuramente teremos uma historia trans e que será parceria com um cara muito foda e será postada lá no perfil dele.
Amados eu senti muita falta de vocês menos R.Ribeiro. MENTIRA mi amore.
❌Hello❌: hello sua louquinha . falar sobre religião é um porre quando a pessoa que está tentando enfiar isso na tua cabeça não respeita tua opinião. Mana pensa assim, final de ano foi ruim, mas você terá o resto do ano para faze-lo ser bom. Mana demorei demais postar, pois tempo virou algo muito escasso para mim. Bjos mana.
S2DrickaS2: SIIM EU RI E TO RINDO MUITO kkk mana cada vez que leio teu comentário o rio porque se tem uma coisa que gosto é gente que não tem papa na língua. Mana loucura mesmo, teu marido e tua filha praticamente no mesmo dia e ainda na virada? Eu ficaria tri louca para comemorar ia fazer igual a vc, mas me diz tu acordou na tua casa mesmo né sem nenhum animal estranho ou com uma tatuagem estranha não né???? kkkkk mana o Mel faz algumas besteiras, mas você vai vê nesses capítulos agora que o bichinho comeu o pão que o diabo passou no cú. Dri brigadaço por ta aqui e bjoooo sua loucaaa
LuCaS✈✈: vc mudou seu nick né. Migo vai ser triste esse também, mas tem um pouco de sacanagem para animar o bagulho!!! Bjocassss
Grazy S2: Grazy minha outra louca, não pude evitar de lhe imaginar como foi que vc quase torceu esse pé????? menina do céu quanto mais imagino mais eu rio kkkk.. mana que chic ir para Fernando de Noronha deu até inveja. Ah o meu foi trabalhando de manha e a tarde e noite trabalhando em casa, ou seja, o ó, mas ano que veem se tudo der certo estarei em fortaleza com meu amor e meu amigoo jardon. Por favor me conta como vc fez essa proeza é sério está com dois meses e eu ainda estou curiosa.
Geomateus: fico feliz q teu fim de ano foi da melhor forma possível, e sim eles viveram como a família que são!!! Ei eu não entendi o alexandre. Bjooooo e me explica esse negocio ai.
Jardon: O meu amor eu sei que tu ainda tá puto que não consegue nem pronunciar o nome. Amanha voce terá a oportunidade de xinga-lo rsrs. E sim a nanda é uma vaca, a julia é boba demais e mel é vc msm amore, mas tudo vai ficar bem rsrss. E obrigado por partilhar tanto de vc comigo, vc é meu presente. Xerooooo gostoso para ti meu imperador
prireis822: pri minha amiga querida, orimeiramente quero lhe pedir perdão por não estar dando muita atenção mana, é q ta tudo nas carreiras. Amiga adoro vc obrigado por estar comigo, te desejo melhoras e mana se vc achou o marcos radical quero saber o que vai achar dele agora e do Miki tbm pq vc pegou o espirito da coisa em relação a confusão com o marcos. Bjoooo miga
patyvivi: Migaaa curtiu os filhotes né!! muito bom passar com a família e em harmonia.. . eu vou te fazer ssoltar muitos caralhos aainda. Rsrsr Paty vcs são especiais, vc é especial e por mais curtas que sejam nossas conversas elas são maravilhosas e preciosas pq sempre aprendo algo com vc, vc tem uma luz, um bondade e não é aquela enjoada é daquelas que atrai as pessoas viu. Eu juro que não quero torturar ninguém pq fico muito ai do poutro lado tbm com algumas historias rsrs, amiga só nosso ogro msm para ajudar o Mel a superar alguns traumas que nem ele sabia que tinha. Prometo tentar ser mais rápida. Bjoooo miga
M(a)rcelo: DESCULPAAAAAAAAAAAA . eu sei que demorei pra caralho, mas não se desinteresse pelo conto. E sim Fernanda é uma vagabunda que adora aprontar com o mel, mas ela não está sozinha. Eu vou postar amanha os capítulos normais, mas por favor não pule os do mel pq são importantes viu rummm...rsrs beijo seu lindo
NinhoSilva: saudades que não cabe no meu coração ti!!! Eu agradeço por tudo, mas principalmente pelo libidinosa kkk, quem não me conhece q me compre. Meu juca vc me deixa até constrangida com os elogios e eu os recebo de todo o coração, e sim o Juca foi o melhor deles e voce está certo em tudo que falou. Adoro tua percepção, teu olhar critico e quero tua opiniao sobre o que se passara com mel agora. E Juca já está voltando.... bjossss
m.mari: oiiii... que felicidade ter vc aqui, e caralho fiquei até besta com o elogio..rsrs desculpe a demora em postar, turbulências da vida, mas creio que agora estabilizaremos. Bjooo
R.Ribeiro: Mi amore é mentira o que tá la em cima viu, vc é meu parceira principalmente de falar besteira e tu é um santo de me escutar kkkk agora vai tudo de uma vez, ou melhor, por partes mas de uma vez... bjooooooooooooooooooooooooooooooooo
Luan D'carolli: brigado seu lindoooo ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ bjoooo
AllexSillva: brigado por está aqui firme e forte meu lindão bjooooo
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Meu pai me olha com a face séria e depois caí numa gargalhada descontrolada.
- hahahaha.. – fala deixando sua bolsa do computador na poltrona e levanta-se limpando os olhos. – Mel meu filho em que dimensão você acha que eu abandonaria o amor da minha vida? – fala sorridente para mim. – filho você é tudo para mim e se há algo que eu nunca irei fazer é te abandonar, mas você precisa de um tempo para você mesmo. – fala ficando sério.
- Não, eu preciso ficar perto de quem me ama de verdade. – falo franzindo as sobrancelhas.
- Mel meu tesouro preste atenção no que seu pai fala ok? – apenas aceno com a cabeça, ouvir não quer dizer aceitar.
- Filho não estou lhe afirmando que isso vá se repetir e muito menos que quero que aconteça, mas você precisa vencer a dependência de ter alguém para tapar o buraco que o outro deixou, pois a vida as vezes é ingrata e acaba nos trazendo coisas muito mais perversas, então temos que te fazer ser forte...
- Mas pai... – já falo fazendo bico.
- Filho não estou lhe pondo para fora, nem nada do tipo. Estou te dando liberdade para que possa escolher seus passos sem precisar ter minha permissão ou aprovação. Se você errar, e claro que em algum momento você irá, sempre estarei aqui do seu lado para te dar colo, amor, compreensão e ouvidos que escutarão tudo que você precisar por para fora.
- Ah pai o senhor não existe, o senhor deve ser um alien. – falo me levantado para abraça-lo. – mas ainda não estou convencido.
- Mel você vai ficar mesmo fazendo uma viagem de horas todos os dias? Mesmo com motorista vai ser cansativo já que você estudará praticamente o dia inteiro.
- hum... – falo descendo do avião com papai atrás de mim.
- Bem, mas ainda temos tempo vamos ficar na cidade os dois primeiro dias querido preciso resolver algumas coisas na sede e você necessita de algumas roupas, pois estas que trouxe não serão suficientes.
- Mas só é em janeiro que a temperatura fica muito baixa pai.
- Mel, já ouviu falar que quando uma mãe fala algo você deve fazer, pois se não fizer aquilo é como uma praga? – fala com um sorriso nos olhos.
- Sim, mas você é pai... – digo meio desconfiado do que vem por aí.
- Sim, mas o que muitos não sabem é que pai solteiro tem a mesma bruxaria.
- Credo pai. – e ele cai na gargalhada novamente. Meu pai é um exemplo de homem. Não sei como ele consegue dar conta de tudo e ainda ser extremamente presente. Acho que por isso tenho medo de ficar só, ou melhor, morro mesmo de medo de ficar longe dele, de perder essa ligação que sempre tivemos. Antes eu não dava tanto valor por achar ser algo natural de pais e filhos, mas já vi muito pais de amigos gays e héteros sendo provedor, mas privando seus filhos de amor, carinho e tudo mais que o meu pai nunca me deixou faltar.
Enquanto papai foi resolver seus problemas eu fui às compras, decidi não levar muita coisa, pois queria ir comprando conforme fossem surgindo ocasiões e oportunidades. Peguei o kit básico de umas calças bem justa, pois Pat sempre me diz que valoriza minha bunda e como diz ele a minha “mala” também. Acho engraçado ele falando que não entende como tenho pênis grande já que não o uso, como se eu não me masturbasse por um acaso.
Peguei umas camisetas para usar por baixo dos casacos e poder ir tirando conforme o ambiente vá esquentando, vi umas luvas lindas e resolvi levar, pois eu fiquei acostumado com o calor do brasil e qualquer friozinho já me gela os dedos.
- Boa tarde. – olho para o meu lado e dou de cara com um peitoral firme e largo e... nada mais, resolvo então olhar para cima e dou de cara com a versão de Rodrigo Hilbert.
- Ooi – que isso Mel? Deu pra tremer a voz para qualquer um?
- Adorei a forma como você age totalmente decidido, entrou não pediu ajuda de ninguém apenas seguiu vendo o que queria – falava me encarando e eu lá com a boca aberta vendo essa visão de outro mundo falando comigo. – gosto de caras assim, prazer me chamo Miki Zumach. – falou estendendo a mão, então me toco que estou como dois de paus babando pelo homem que acabei de conhecer, meu deus que vergonha!
- Prazer, Mel, apenas Mel. – falo estendendo minha mão, que não é pequena, mas parecia meio perdida no meio da dele.
- Seu nome é diferente, é abreviação?
- Sim, mas me chame de Mel que está de bom tamanho.
- Você tem um jeito doce de falar, parece algo delicioso.
- Bem meu nome na língua do meu país quer dizer exatamente isso. – ele faz uma carinha de quem está puxando algo da memória.
- Você vem do Brasil! – fala afirmando. – seu sotaque, eu tenho uma amiga que me ensina português.
- Boa sorte então, não é uma língua fácil.
- Eu sei. – fala enfiando as mãos nos bolsos como numa atitude tímida, mas seu rosto contradiz tudo isso, pois está com a maior cara de safado. – Sou bom de língua. – fala traçando sua língua deliberadamente lenta por seu lábio inferior. – Agora me lembrei do exato significado do seu nome, mas se para todos você é Mel para mim você será biene.
- Não sou uma abelha. – falo cruzando os braços. Quando vou continuar a falar meu telefone apita, olho e vejo que é meu pai afirmando que irá levar cerca de duas horas a mais para se livrar do escritório por hoje e pede que eu vá para o hotel.
- Seu namorado? – pergunta-me sério.
- Não tenho namorado. – falo com um rastro de amargura na voz que nem eu reconheço que poderia haver. – como sabe do que eu gosto?
- Não sabia com certeza – fala com um sorriso esnobe. – mas eu gostei você tem algo que atrai os caras.
Encaro-o com seriedade. – você é muito cara de pau. – me viro com a bolsa com tudo que escolhi e vou pagar. Quando estou passando o cartão o vejo recolher minhas sacolas. – ei isso meu! - falo segurando junto com ele as poucas sacolas.
- Biene sou um exímio cavalheiro e vou te levar para almoçar comigo lá na praça e lógico que como parte desse cavalheirismo é não permite que carregue as sacolas. – quando ele termina de falar olhando sempre dentro dos meus olhos ouço um suspirar atrás de mim. Pronto até moça do caixa caiu de amores pelo don juan.
- Não lembro de ter aceitado nenhum convite para almoçar.
- Lógico biene porque eu não fiz, vai que você dissesse que não, melhor sequestrar suas coisas assim você não tem escapatória.
Ri com aquela atitude, eu mal conhecia o cara, mas já gostava de sua companhia atrevida.
Ele me levou para comer e ficou me contando de sua vida, era estudante de direito e bissexual assumido e que sua família o aceitava, mas preferia quando ele se relacionava com mulheres, contou-me que me viu andando com meu pai e me seguiu até a loja, confesso que isso me assustou, mas em seguida soltou que a boutique era de sua mãe e isso me tranquilizou, pois sei que não era tão maníaco.
No final do almoço já sabia até que número de sapato ele usava, e o engraçado é que ele me contava as coisas de um jeito que me fazia prestar atenção sem ser maçante. Eu percebia que ele queria saber mais sobre mim, mas em nenhum momento me inqueriu sobre isso e achei muito fofo de sua parte fazer está atitude ser tão sutil, como se realmente não se importasse.
- Miki muito obrigado pelo almoço e conversa, mas agora tenho que descansar, pois a menos de uma hora antes de estar naquela loja enfrentei horas de voo, preciso descansar.
- Me desculpe biene – falava com uma carinha de quem realmente estava preocupado. – eu não sabia, me desculpe, vamos irei te levar. – fala levantando e recolhendo as sacolas. – mas aonde mesmo que vamos?
Sorrio com seu modo solicito e bobo. – vamos para o outro lado, irei ficar no hotel por alguns dias e depois irei para casa de papai, retornarei para cá quando iniciar o curso de gastronomia que será coincidentemente na mesma universidade que a sua.
Ele me soltou um sorriso de uma forma que fez minhas pernas tremer.
- Você não é de falar muito, e eu agradeço, pois sei que me deu essas informações porque quis. Obrigado. – fala se abaixando um pouco e plantando um beijo na minha testa. Confesso que isso me deixou mole, já estou sem sexo a tanto tempo, quase um ano, estou quase virando freira.
Miki me deixou na recepção do hotel onde fez absoluta questão de deixar um cartão dentro de uma sacola e não pediu nada de mim. Gostei disso, gostei dele ter deixado em minhas mãos a decisão de revê-lo.
Subi ao quarto para tomar um banho e descansar, mas antes de tudo enviei uma mensagem a Julia e ao Pat informando que eu havia chegado muito bem obrigado e conhecido Rodrigo Hilbert versão europeia. Lógico que meu telefone tocou desesperadamente, mas nem me preocupei vou deixa-los curiosos.
Papai chegou quando eu estava saindo do banho, contei a ele tudo que aconteceu, papai como sempre escutou tudo para só depois opinar. Ficamos na mesma cama papai lendo e eu fui me aconchegar no seu colo para dormir como sempre fazia quando machucava-me em alguma brincadeira, dessa vez queria curar apenas o machucado de meu coração que insistia em não sarar.
Ficamos o tempo que devíamos no hotel, depois ficamos na propriedade de papai.
No natal papai me pegou de surpresa, ele fez uma videoconferência com a família e lá estava a razão de todas as minhas noites turbulentas, meus medos de um futuro escuro sem aquele que eu achei que estaria para me amparar e me amar até além da vida.
- Mel meu filho que saudade – fala minha tia com um lenço levando aos olhos. Realmente era a primeira vez em três anos que eu ficaria tanto tempo longe dela. – seu ingrato! Não me conformo de você ter ido embora nesse dia tão especial. – já falava brigando e se aproximando cada vez mais da câmera.
- Inês, Mel têm as razões dele – falou meu tio olhando para meu primo, tive a nítida sensação que ele o repreendia pelo olhar.
Conversamos todos como se estivéssemos em uma mesma sala de estar, mas eu tinha a segurança de acabar com isso com um botão e isso me trazia paz.
Todos questionavam-me porque fui embora assim e eu me sentia acuado até que papai inventa que precisou resolver assuntos da empresa de extrema urgência e não suportaria passar o natal sem mim. Se ele foi dramático? Com certeza, mas para salvar minha pele papai é tudo e mais um pouco, ele é perfeito, minha rocha.
- Mel Pat está chegando. – fala Julia. – nada aqui é igual sem você, queria que voltasse amanhã mesmo se possível.
- Ju eu volto logo.
- Eu sei que não, sei que quando terminar o curso vai emendar uma pós e depois disso talvez nem queira mais voltar, nunca mais.
Fiquei um bom tempo adulando a Julia, papai usou outro computador para falar com meus tios já que eu e Julia monopolizamos o que estávamos usando a princípio. Não muito depois Pat chegou e tudo foi muito melhor, a única coisa que me incomodava era Marcos no fundo da tela, ele fazia questão de estar ali de ser visto por mim. Fico pensando quando ele virou essa pessoa cruel.
Mesmo a diferença do fuso horário sendo grande ficamos até as cinco da manhã horário de Viena. Em nenhum momento ele falou diretamente comigo ou com o papai, titia disse que seu filho voltou introspectivo, mas na verdade outra pessoa voltou e não Marcos o meu amor.
Fui dormir me sentindo bem apesar dos pesares, não estava tão triste por ele não ter falado nada comigo, e isso me fez enxergar que eu ainda sou eu sem ele, ainda existo, mesmo não sendo inteiro, de modo algum vou ser a mesma pessoa porque eu cedi uma parte de mim para ele construir algo de si, mas depois que ele foi embora e deixou tudo destruído só me restou reconstruir de forma diferente, sendo um novo eu diferente, porém a minha essência ainda é e será a mesma.
Ficamos uma semana na propriedade apenas aproveitando a companhia um do outro, meu pai é um homem que sabe delegar poder e isso ele fez naquele momento na sua empresa podendo passar aquela última semana do ano comigo. Depois disso era ano novo e tive uma surpresa maravilhosa com Julia e Pat chegando em casa, ou melhor, eu tive a belíssima surpresa de ter os dois dormindo comigo. Foi um choque maravilhoso.
- Que vocês estão fazendo aqui? – falo cutucando Pat com meu pé enquanto abro a força os olhos da Ju. – Acorda sua coruja.
- Aaahhh me deixa dormir!! – fala estapeando minha mão e cobre o rosto com o travesseiro.
- Bom dia Mel. – fala Pat sentando-se na cama coçando os olhos – você já foi mais gentil com seus amigos principalmente aqueles que você diz amar viu seu cachorro. – fala com o seu sorriso que nos últimos tempos tem sido direcionados só a mim.
- PAT – falo já me jogando em seus braços. – já estava com tanta saudade de ti.
- Também Mel, é duro perder o único amigo verdadeiro que fiz na minha vida.
- Não fala assim eu não sou único.
- Que eu considero é sim e quer prova maior do que eu estar aqui na cama com você assim só de cuequinha todo gostosinho praticamente no meu colo e meu pau nem levantar.
Olho para os olhos amendoados de meu amigo e não aguento explodo numa risada.
- HAHAHAHA.... Credo Pat as vezes esqueço que você virou o “comedor” – falo fazendo aspas com os dedos.
- Cala a boca seus cretinos eu quero dormir, poxa não consegui pregar o olho naquela viagem inteira.
- Desculpa princesa. – falo dando um beijo no seu ombro já que seu rosto estava totalmente coberto. – vamos descer Pat, depois tomamos banho.
Descemos tomamos o café da manhã com papai, eu o agradeci pela bela surpresa.
Depois usamos outro quarto para tomarmos banho e depois fui levar Pat para dar uma volta na cidade, sei que Julia se chatearia, mas aquele momento era o único que teríamos para eu poder por tudo para fora.
- Então senhor turista o que quer fazer?
Ele me olha de rabo de olho com suas mãos nos bolsos do casaco marrom.
- Como se você morasse aqui a vida toda.
- Não a vida todo, mas quase metade dela sim. – vejo ele revirar os olhos. Adoro Pat, esse seu jeitinho de quem não liga muito para os outros.
- Quero conhecer o Mickey.
- É Miki.
- Não interessa, quero conhece-lo, tenho faro para gente que não presta e antes de você começar algo com ele quero conhece-lo, me enganei com o seu primo e não vou deixar você quebrar a cara de novo.
- Espera aí! – falo parando a sua frente pondo as mãos. – eu me enganei, eu... – falo com lábios já trêmulos. – mas se ele viesse me pedir perdão eu abriria mão do orgulho e esqueceria toda humilhação porque eu o amo e dói tanto ficar sem ele. Não quero outra pessoa, eu sei que uma hora vou topar com esse cara porque vamos estar na mesma universidade, mas por favor Patrick não me faça pensar em outro relacionamento eu ainda estou colando os caquinhos.
- Mel nem todo relacionamento é para se jogar de cabeça. – ele olha para os lados e vê uns banquinhos na praça principal da cidade. – vem.
Sentamos e ele me faz encara-lo.
- Mel alguns relacionamentos são construídos em bases que não são feitas por amor, não o amor selvagem e ardente que você viveu, as vezes companheirismo e respeito é o suficiente, esses relacionamentos nem sempre duram muito, mas são ótimos para te ensinar como você deve tratar e ser tratado pela pessoa que desperta toda a chama do amor entre dois homens.
- Você parece um velho falando com tanta sabedoria.
- Acho que minha alma é velha, mas eu Mel não espero nem uma coisa e nem outra da vida, só quero foder e ser fodido, mas não estamos falando de mim e sim de você – fala tocando meu nariz com a ponta do dedo enluvado.
- Louco.
- Você é mais que um amigo, lembra como eu te tratei mal e mesmo assim você ficou me ouvindo, te achei doidinho, mas com o tempo só admiração é que crescia e depois disso passei a te ver como um irmãozinho que eu odeio ver assim, triste e magoado. Mel você é diferente de mim, vejo você numa casa cuidando de alguém rodeado de filhos, eu sei que isso te fará feliz e se você continuar se trancando nunca vai ter isso.
- Paaatt... – falo já com as lágrimas correndo. – eu sei que quero uma família, mas não consigo me ver com mais ninguém além dele e também não me vejo em relacionamentos seja por prazer ou aprendizado, não quero ser um cretino com ninguém, não quero que me amem sem eu poder retribuir. Eu já estou experimentando disso e não gosto então não faria com ninguém.
- Mel eu amo tanto você, e só por isso não te dou umas porradas. – fala rindo. – não vou forçar nada, só não se esconda do mundo e muito menos de homens gostosos.
Ficamos conversando a manhã inteira, almoçamos e a tarde fomos ver os pontos turísticos já que liguei para casa e a Ju ainda dormia. Foi incrível passar a tarde com meu melhor amigo, Pat é lindo por fora e por dentro, pena que ele não goste muito de mostrar isso para as pessoas.
As três semanas que se seguiram foram maravilhosas, meus amigos junto com meu pai me convenceram a mudar para a cidade então tivemos que correr para que eles ajudassem com a decoração. Fiz a matricula na faculdade e em nenhum momento eles me forçaram a mostrar Miki, até porque nem eu sabia onde havia enfiado seu cartão.
Para nos despedirmos foi muito pior do que quando vim, interessante como é horrível a sensação de ver alguém partindo, mesmo sabendo que não era para sempre era como se mais uma vez um pedaço de mim estivesse sendo arrancado, a diferença é que dessa vez não foi algo doloroso em definitivo.
Papai ficou comigo nos três primeiros meses de mudança. Na faculdade minha turma era maravilhosa, até pelo menos o final do primeiro dia de aula, depois disso facções foram formadas e eu fiquei com os caras nerd, sim porque até para cozinhar tem os nerds.
No mês de maio estava na biblioteca com o notebook na mesa concentrado vendo uns vídeos de um renomado chef dando uma palestra, sinto alguém beijar minha nuca e um arrepio que começou no pescoço e terminou no meu ânus me fez tremer. Nem sei como mas sabia que era ele, o Miki.
- Biene estou achando que você não gostou de mim. – fala sentando ao meu lado e fazendo bico. – fiquei magoado.
- Nanã... – diacho mel, fala direito! – eu perdi seu número.
- Mas eu te dei todas as informações. Disse que sempre tomava café no coffee text e que aquela boutique era da minha mãe, além de que fazia direito. – falava enumerando nos dedos cada dica que me deixou. – você sabe há quanto tempo estou te observando para ver quando que você ia me procurar?
Apenas aceno negativamente com a cabeça, aposto que meu rosto está rubro.
- Desde o seu primeiro dia de aula. Mas eu cansei – fala se levantando, não sei porque, mas aquilo deu um aperto no meu peito. – agora não vou ser mais difícil, sexta-feira vamos sair! Vou te levar a um restaurante simples, porém de comida espetacular, é de uma ex namorada minha, mas você não precisa ficar com ciúmes porque eu não tenho nenhuma vontade de estar com ela, nós terminamos na paz e ela super apoia o nosso futuro relacionamento, depois vamos ver estrelas, quero te mostrar o observatório do meu amigo aposto que ainda não foi lá, quando o dia clarear eu te deixo em casa.
Depois de me metralhar com essas informações ele nem se dignou a me escutar se eu realmente aceitava, apenas levantou e saiu caminhando.
- Está marcado biene eu sei onde você mora, não pode furar.
Atônito seria a palavra ideal para tudo aquilo, no mesmo momento abri a boca, mas o que eu retrucaria? Sei que deveria ficar com os dois pés atrás com tudo isso só que eu gostei de ter alguém lutando por mim, para estar comigo mesmo não sendo quem eu estava idealizando.
Não fiz amigos como os que tenho no brasil, no máximo colegas dos quais não fazia questão de falar sobre minha vida pessoal, pois meu amigo, meu melhor amigo sempre continuará sendo o Pat não importando onde estaremos, se juntos ou não fisicamente. Abri uma janela no msn e fui logo metralhando tudo que houve, minha sorte é que eles estava online, conversamos bastante e a partir daquele momento decidi deixar Miki se aproximar, não estava aceitando que iria ter algo com ele, mas também não iria mais descartar a ideia de todo.
Estava ansioso para o meu encontro, avisei papai que já estava no Brasil há quase um mês, ele achou ótimo o fato de eu sair em um encontro.
Ouço um toc toc na porta.
- Biene... – falou com um sorriso lindo. – você está especialmente fascinante essa noite.
Corei, nem sei porque ele consegue me deixar assim tão constrangido.
- Obrigado, você também está fascinante, como sempre. Quer entrar um pouco?
- Não biene temos que ir logo ou iremos perder a reserva, apesar do lugar ser simples é bem concorrida e infelizmente minha amiga não estará por lá hoje, mas haverá inúmeras oportunidades de vocês se conhecerem.
- Você fala como se fossemos sair todas as noites.
Miki cai numa gargalhada que me deixou até sem jeito.
- Não biene, de modo algum. Apenas tenho fé que seremos um casal e com isso não faltará oportunidades.
Me deixava pasmo a capacidade dele ser cara de pau.
- Miki você está confundindo as coisas, eu aceitei sair, mas isso não quer...
- Shiiii – fala segurando minha mão direita e com o a esquerda cobre meus lábios. – eu não disse que você estava me dando ilusão ou ao menos uma brecha, mas eu tenho fé nisso porque vou fazer de tudo para que você enxergue que eu posso ser bom para você. Não estou te forçando, só não preciso acreditar que esse não que sempre recebo será sempre assim.
- Ok, mas é que me assusta essa segurança e essa sua cara de pau também.
- Vem.
Fala me arrastando. Ele me levou de moto até o lugar. E simplesmente me apaixonei pelo lugar, o safado não havia comentado nada, mas o restaurante era de comida brasileira. Meu queixo caiu, e entendi que a amiga que estava lhe ensinando português provavelmente era a ex dele.
A frente do local tinha um jardim de grama aparado com árvores de espécimes locais, até porque acho que plantas tropicais não se adaptariam tão bem, porém qual não foi meu susto ao entrar no local e descobrir que era enorme, uma cúpula que não tinha nada de humilde, a entrada era uma ponte da qual atravessávamos o jardim que mais parecia um passeio ao jardim botânico e o mais lindo é que lá sim tinha árvores tipicamente brasileiras e havia algo de cada canto até palma tinha por lá, fiquei tão impressionado que não conseguia falar nada, nem agradecer por ele me levar naquele lugar incrível que só de admirar sem nem experimentar nada já estava muito grato e feliz.
Conforme atravessamos a ponte seguimos para uma área onde tinha algo similar a um tablado, aquilo se estivesse ao ar livre me faria achar a caro do restaurante onde o Landon levou a Jamie no filme um amor para recordar. Passamos pela lateral onde o ritmo que dominava era mpb e havia alguns casais ali agarradinho no balanço da música.
- O ritmo é sempre surpresa aqui, mas hoje a pedido meu estão com mpb porque quero dançar com você. – fala no meu ouvido e aquele arrepio que vai parar na minha bunda voltou novamente.
- Não acho que seja bom dançarmos.
- Biene nada de medo ou receio, você está comigo, ignore qualquer um essa noite quero te dar uma experiência nova de encontro.
Apenas concordei.
Cai de amores pelo cardápio. Não entendia muito bem como ela conseguia manter aquele leque de diversidade e ainda mais como conseguia importa tudo aquilo. Havia pratos baseados em peixes amazônicos e até mesmo algo peculiar à maniçoba que é um prato paraense e leva um bom tempo de preparo. A comida nordestina estava em peso e os doces do sul eram a tentação parte. Tinha algo de cada parte do país, aquilo era incrível, precisava trazer o papai aqui.
Eu fiquei tão entusiasmado, falei com o chefe que atuava aquela noite e ele fez um atendimento diferenciado, disse que era ótimo receber alguém que decidira pela arte da culinária e trouxe tudo em porções minimalista ao extremo para que eu pudesse experimentar o máximo possível e depois ainda me ofereceu um tour pela cozinha, lógico que aceitei na hora.
Miki disse que meus olhos brilhavam com tudo e não vou mentir, só por me levar para jantar valeu por mil encontros que já tenha tido.
Estávamos no “observatório” dele, que na verdade era uma luneta, porém estávamos bem afastados da cidade e com isso a sensação era de poder tocar o céu.
- Nem precisava dessa luneta, aqui é incrível me sinto até próximo aos astros.
- Assim você me ofende biene, isso é um telescópio.
- hahaha... desculpe, mas como você falou observatório do seu amigo achei que fosse um real.
- Mas é! – falou-me de forma séria. – aqui é propriedade dele e é um excelente observatório. – termina sua fala e eu caio na gargalhada.
Nem sei descrever como foi incrível tudo que ele fez por mim. Ficamos deitados em cima de um coberto e ele levou mais um e pediu que eu deitasse no seu peito para olharmos as estrelas e contarmos quantas cadentes veríamos aquela noite. Em nenhum momento ele veio com uma conversa invasiva, pelo contrário ele me levou a conversar sobre a minha infância, um terreno totalmente seguro. Seus toques eram apenas em meus cabelos ou ombros, fiquei tão intrigado, pois claramente ele queria algo a mais, mas no momento onde estava mais propício a dar brecha ele não fez nada, aquilo foi satisfatório e decepcionante ao mesmo tempo.
- Obrigado pela noite – falo na porta de casa. – nunca tive um encontro que desse tanto prazer. Ah a sua companhia foi boa também.
Ele sorri – então se eu não estivesse você nem daria falta?
- Bobo, eu adorei sua companhia ela foi a melhor parte de tudo isso.
- Biene, se eu te pedisse algo que estou querendo desde quando nos vimos pela primeira vez voc...
Não deixei ele terminar, eu estava querendo isso também confesso. Puxo seu pescoço e tomo seus lábios.
Miki depois da surpresa envolve minha cintura num abraço e aprofunda nosso beijo, um beijo totalmente diferente do de marcos, mas tão enlouquecedor quanto, cada movimento de sua língua contra a minha me fazia soltar um gemido, e a sensação de ter seus brações em torno do meu corpo que era pequeno perto do seu me fazia sentir uma necessidade de ficar ainda mais colado a ele.
Fomos parando aos poucos e eu abri meus olhos primeiro e vi o exato momento que ele sorri ainda de olhos fechados e lambe seus lábios como se estivesse sugando o doce de sua boca.
- Esse foi o beijo mais doce e delicioso que experimentei biene, mas eu tenho que ir embora porque senão vou gozar nas calças ou dentro de você e por nada nesse mundo quero estragar o que estou construindo contigo.
Nisso ele beija demoradamente, mas dessa vez apenas os lábios e vai embora saboreado o gosto de seus lábios e incrivelmente eu gostei e não senti remorso.
Fui para cama pela manha após um demorado banho onde sempre me pegava pensando naquele beijo, que não era com amor, mas havia algo que o incendiava e me incitava a querer mais, querer repetir até enjoar.
- Enfim minha cama deliciosa você terá a honra de desfrutar desse corpo maravilhoso altamente desejado por nossa versão alemã de rodrigo Hilbert.
Simplesmente apaguei, acordei era aproximadamente três horas da tarde, havia várias chamadas perdidas de números que eu não conhecia, mas sabia que eram do Brasil dentre eles o numero de Pat e papai. Resolvi que iria ligar primeiro para meu pai e depois para os outros números, entretanto antes disso aquele número que não era nem um pouco familiar me liga novamente.
- Alô – falo ainda com a voz sonolenta e levantando da cama.
- Por favor não desligue. – estanquei na hora. Eu conhecia aquela voz! Meu coração começou a bater num ritmo fora do normal, minha mão começou a tremer e senti meus olhos enxerem d’água. Minhas pernas não resistiram e sentei na cama novamente. – por favor, eu sei que não mereço nada de bom ou agradável vindo de você, mas pelo amor de deus não desliga.
