Amor em outros tempos I (Brasil colonial)

Um conto erótico de Portugativo
Categoria: Homossexual
Contém 2186 palavras
Data: 15/02/2016 09:21:37

Primeiramente agradeço aos leitores que gostarem do meu conto e espero ser o melhor possível na história.

Meu nome é Douglas, a história a ser escrita passa-se no ano de 1805 na província do Rio de Janeiro.

Carlos, um jovem rapaz, filho mais novo de Izabel Vasconcelos, senhora do Engenho Mont Serrat e irmão de Henrique Vasconcelos, jovem apaixonado por Maria Francisca, filha do conselheiro Sebastião Almeida de Góes.

Seu pai havia falecido quando ainda era criança, o comando da fazenda ficou na posse de Izabel e administrada por Henrique. Carlos, se empenhava nos livros, amante da literatura e da política, aproveitava que seu irmão administrava a fazenda para estudar.

Henrique casou com Maria Francisca e ela foi morar na fazenda para cuidar de Dona Izabel e ter sua própria família, Carlos aproveitando que na fazenda teria um casal administrando as produções de cafés e sobre a supervisão de Dona Izabel, contou a família que queria realizar o sonho de ir estudar no Rio de Janeiro e lá alugar um pequeno sobrado e tentar a carreira de escritor.

Dona Izabel sentou-se em sua cadeira de balanço onde ela podia ter uma larga visão da fazenda e dos escravos nas plantações e começou a conversar com seu filho.

- Meu filho, se vais ao Rio de Janeiro tenha em mente que mandarei uma pequena remessa de dinheiro para tu sobreviver na capital, sabes que não apoio vosso sonho em ser escritor, mas não vou lhe impedir de fazê-lo.

-Agradeço-lhe minha mãe, a senhora sabes o caráter e educação a mim atribuídos por vossa educação, não a desapontarei e nem vou falhar em meus objetivos. Sei que a deixarei em boas mãos, Maria Francisca é uma ótima mulher e assim tira meu querido irmão das festas e bailes noturnos da capital e dará mais disciplina para ele administrar a produção de café.

-Irei tratar de uma carruagem para leva-lo para a capital com tuas coisas, porém, não deixarei ir sozinho. Você vai com Pedro, escravo nosso de confiança e amigo teu desde a infância. Ele será meus olhos e estará lá para ajudar-lhe no que precisar.

-Mãe, creio que não precisa o Pedro ir comigo a capital, ele ainda é muito jovem e de grande valia na cozinha com as escravas da casa, ele é praticamente um faz-tudo delas. Já sou senhor de meu caminho, não preciso de um escravo que faça as coisas por mim, estarei na capital, lá tenho inúmeras possibilidades de ajuda com os escravos de ganho, não preciso levar um dos nossos comigo.

-Não me conteste filho, se eu disse que o Pedro irá contigo, ele vai. Tenho receio que você conheça os prazeres falsos dos bailes noturnos e os perigos da capital da colônia. A avó de Pedro sempre foi muito atenciosa na cozinha e está conosco em nossa família desde a época da morte de seu pai, ela nos serve há anos e será bom mandar o neto dela para o Rio de Janeiro para adquirir educação e quem sabe aprender um ofício.Você partirá em 3 dias meu filho, tenha muito cuidado lá.

-Está certa mãe, irei arrumar minhas coisas e preparar tudo para a viagem a capital. Tenha certeza que não vou falhar e nem desviarei de meu caminho em ser escritor. Assim que chegar na capital, irei alugar um sobrado e arrumar minhas acomodações.

Ao entardecer minha mãe conversou com a velha cozinheira da ida de seu neto para o Rio de Janeiro, a escrava aprovou acreditando no melhor para seu neto. Após o jantar dirigir-me ao quarto, estava feliz em poder aprofundar meus estudos, entrar na carreira de escritor e imaginava conhecer escritores mais influenciados nas ideias iluministas que tanto me atraíam. Pus à vela sobre a janela e contemplei a noite, logo imagina o motivo de minha mãe querer a ida de Pedro da fazenda. Pedro, ainda estava no auge de sua adolescência, ao contrário de mim que há pouco fazia meus 20 anos, ele tinha perdido a mãe ao nascer e foi criado pela avó materna, o pai já falecido era um capataz mulato, por isso o Pedro não era tão negro quantos aos outros escravos da senzala.

Quando criança, eu e meu irmão brincávamos juntos com os filhos dos escravos, quando brincávamos de pique-pega e de se esconder muitas vezes passávamos a mão na bunda das negrinhas, lembrava-me da vez perto da cachoeira em que eu transei com uma negrinha e perdi a minha virgindade naquele dia.

Pedro foi criado junto as meninas, ficava a maior parte do tempo na cozinha e não era achegado aos trabalhos braçais, por isso trabalhava na horta, cuidava dos cavalos e passava o dia a varrer o terreno e a varanda.

Minha mãe sempre foi uma mulher muito rígida e cuidava muito bem dos assuntos da fazenda, porém, jamais maltratava os escravos e com a morte de meu pai tinha destruído o tronco do açoite e deixado alguns escravos construírem pequenas choupanas à volta da casa, pois ela acreditava que tratando bem os escravos, poderia evitar alguma rebelião.

Pedro desde pequeno era diferente dos outros meninos da senzala, dormia sempre com sua avó, varria o terreiro da senzala, varanda da casa grande e sempre colhia legumes na horta para as mucamas da cozinha fazerem a comida. Uma vez enquanto eu metia numa mucama perto da área dos cavalos, percebi Pedro nos observando, a negra ao vê-lo levantou as saias e saiu em disparada para a cozinha e eu bati uma punheta ali mesmo, porém, Pedro me observava ao longe e isso num certo ponto me incomodou.

Da janela de meu quarto vi uma sombra entres as árvores, ouvi meu nome ser chamado e ao olhar era Pedro que me chamava, ele fez um sinal que eu logo entendi que ele iria para a porta da cozinha. Sai de meu quarto e fui até a cozinha, a curiosidade me corroía, queria saber o que ele queria. Abri a grande porta da cozinha o mais devagar para não fazer barulho, saio e vou de encontro a ele próximo a soleira da porta, a noite estava um pouco fria e aproveitei o beiral da telha da casa para não ficar ao sereno. Pedro me olha nos olhos e diz:

-Sinhozinho, minha avó conversou comigo e me disse de nossa viagem. Estou muito ansioso em ir para o Rio de Janeiro com o senhor. Lá ela me disse que posso aprender um ofício e sempre estarei lá com o senhor para lhe ajudar e proteger.

-Fico feliz que esteja ansioso para ir a capital junto comigo, por mais que eu tenha insistido com minha mãe que não precisa de sua companhia, mas ela insistiu e o levarei. Na viagem a capital lhe contarei meus planos de trabalho na capital.

-Tudo certo sinhozinho, se precisar de mim pode me chamar, para qualquer coisa. Estou as ordens.

Pedro pois a mão em meu ombro, sorriu e virou as costas, foi em direção a senzala e lá entrou. Eu fiquei um pouco espantado com a atitude dele, fiquei alguns segundos pensando e entrei pra dentro de casa, dirigir-me ao quarto e fui dormi.

No dia seguinte arrumei o baú com meus livros, os arrumei em ordem e assim passei quase toda manhã, deixei para preparar o baú com as roupas para tarde. Sentei-me a mesa para o almoço, enquanto a mucama trazia nossos pratos a minha mãe falava da cidade do Rio de Janeiro, dos estrangeiros, passeios públicos, igrejas, do Largo do Carmo, da Sé, chafariz e o Arco dos Telles. Terminamos o almoço, minha mãe preparou a carruagem e foi a igreja de São Gonçalo, matriz de nossa vila para se confessar ao padre, Henrique e Maria Francisca foram a Fazenda Itaintintiba em busca de troca de sacas café e açúcar.

Fui ao meu quarto arrumar minhas roupas no baú e quando lá cheguei encontrei o Pedro guardando minhas roupas no baú, de pronto o indaguei o porque estava ali:

-O que está fazendo com minhas roupas, por que as guarda sem ao menos eu ter pedido ?

-Desculpa sinhozinho, sua mãe deu ordens a mucama para guardar suas roupas, eu a mandei lava a louça e vim eu mesmo fazer as ordens de sinhá.

-Esqueces-te quem lhe das as ordens agora!? Se minha mãe disse que a mucama iria guardar as roupas o por que vieste fazer ? Não sabes que minha mãe foi a vila se confessar, a louça poderia muito bem esperar, não é de urgência a louça estar limpa.

Num tom exaltado, Pedro responde-me diretamente fitando-me os olhos:

-Sua mãe deu as ordens sinhozinho e eu quis adiantar o trabalho tanto pra mim quanto pra mucama, e eu não posso desobedecer ordens da sinhá por causa de ordens tuas.

Naquele momento senti um fervor dentro de mim, a irá tinha-me tomado conta, ele não era uns dos escravos que eu e meu irmão brincávamos e mantínhamos uma certa amizade, ele era um escravo que vivia ao redor das negrinhas e era sempre motivo de risos por parte dos pretos mais jovens por nunca está ao lado deles no trabalho braçal no engenho e sempre fazendo trabalho de mulher ao varrer a senzala e a casa grande.

Gritei com ele por desafiar minha autoridade dentro da casa grande.

-SAIA DAQUI, AFASTE-SE DE MINHAS VISTAS, negrinho abusado. Jamais desafie minha autoridade novamente. Pagará caro por tua petulância perante a mim.

Pedro saiu chorando pelo corredor que da acesso a sala de jantar, eu sentei-me na cama revoltado e cheio de ódio, porém, uma coisa me tirou a atenção, o baú estava com as minhas roupas devidamente dobradas e arrumadas em total ordem. Naquele instante tentei distanciar aquele ódio e raiva que me atormentava e respirei fundo, em alguns instantes todo o ódio e raiva em mim tinha se dissipado, reconheci a boa vontade do escravo em guardar as minhas coisas e lembrei de várias palavras de compaixão que o padre tinha passado em seu sermão para os fies na igreja da vila.

Eu como senhor do engenho não poderia pedir desculpas a um escravo, isso afeta a hierarquia colonial e social, alias, Pedro se trata de um escravo, um simples escravo, porém, meu caráter e educação falaram mais alto e eu fui procurar Pedro e me redimir pelo meu ato de irá.

Fui a varanda e nem sinal dele, perguntei a uma das negras que varriam o beiral e a escada da varanda e ela me disse que ele tinha ido em direção ao ribeirão, de pronto montei num cavalo e fui até o ribeirão.

Chegando lá, amarrei meu cavalo na árvore e fui até uma pedra em que Pedro estava sentado.

Pedro chorava copiosamente, seu corpo franzino e seu cabelo levemente ajeitado pra cima, teus lábios grossos, olhos vivos e brilhantes, sua pele cor de chocolate e uma bunda grande e empinada, sua bunda era maior que de muitas negras jovens do engenho. Sempre reparei que os homens negros tem a bunda maior que a dos homens brancos e em alguns casos os negros tinham uma bunda comparável a de uma mucama.

Fui até Pedro e falei:

-Pedro, desculpa-me pela minha arrogância e irá contra você, percebi que tu somente queria fazer o seu trabalho e guardar as minhas roupas no baú, sinto que você está tão ansioso quanto eu em ir para a capital e eu lhe tratei muito mal. Por favor, volte para o engenho, você é muito querido por minha mãe e a sua avó pode ficar preocupada.

Eu poderia ter pedido para um capataz baixar a porrada nele e arrasta-lo de volta a senzala, sem precisar me humilhar e pedir desculpas a um escravo, mas se isso acontecesse a minha mãe iria encher-me os ouvidos com seus sermões e a velha cozinheira iria ficar revoltada comigo, além da minha culpa ter pesado eu comecei a nutrir uma certa amizade com o Pedro e o leve jeito de menina dele chamava a minha atenção. Foi quando eu percebi que algo surgia dentro de mim.

Pedro, não disse absolutamente nada ao ouvir meu pedido de desculpa, se levantou e foi preparar o cavalo para a partida, ele montou no cavalo e eu montei por detrás dele e fomos em direção ao engenho.

Enquanto o cavalo cavalgava eu percebi que Pedro estava na frente e eu logo atrás, senti um pouco sua bunda quando o cavalo trotava um pouco mais rápido e então me posicionei um pouco mais pra frente de propósito só para sentir aquela bunda carnuda, sabia que o que estava fazendo era errado, mas no momento em que eu ia pensar no pecado que fazia senti o calor daquela bunda e rapidamente meu pau ficou ereto e bem rígido, Pedro sentiu a minha ereção e fez questão de empinar mais a bunda e joga-la um pouco mais pra trás, e assim fomos montados no cavalo até chegar a fazenda.

Quando chegamos, descemos do cavalo e nossos olhares se trocaram rapidamente, fui a casa grande e ele para a cozinha, fui para o meu quarto tentar refletir nos sentimentos que me afetavam.

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 9 estrelas.
Incentive portugativo a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários