Capitulo 01
Muitas vezes já me peguei pensando se eu faria falta se eu algum dia viesse a faltar e a resposta sempre foi não, eu não vejo sentido em estar aqui, eu não vejo sentido em nada ao meu redor, para que viver? Apenas para sofrer? Apenas para ficar sozinho a vida inteira, apenas para viver como a escoria, apenas como alguém que esta ali para estar?
Muitas vezes já pensei em deixar essa porra toda, muitas vezes já pensei em sair e nunca mais voltar. O fato é que eu estou uma bagunça por dentro e por fora, e eu realmente não tenho nenhuma vontade de mudar isso. Por toda vida eu fui só, minha vida sempre foi do mesmo jeito, eu sempre faço as mesmas coisas, ir pra escola, ler, estudar, assistir, pensar, chorar e dormir, nada de mais. É triste saber que a única pessoa que você gosta é um babaca, e que só te faz sofrer, mesmo sendo um tolo, ele desperta algo em mim que não posso evitar, com ele pude conhecer um pouco da paixão, todos dizem que é bonito estar apaixonado, mais no meu caso não se há beleza alguma, quando por quem se está apaixonado é o garoto que pega no seu pé, te humilha, te bate e te faz sofrer, João Pedro seu babaca, porque você não é diferente?
Eu admito, já tentei me juntar aos outros da minha idade, quando eu era mais novo, por volta dos doze anos de idade meu pai me inscreveu em uma escola de natação, eu nunca me senti bem estando com os outros meninos, e todos os dias antes de ir pra piscina tínhamos que tomar banho todos juntos no vestiário. Nunca foi fácil pra mim, porque eu nunca me sentia a vontade estando diante de outros garotos, eu sentia muita vergonha do meu corpo, então sempre tomava banho de roupa, os garotos pegavam no meu pé por isso, até que um dia eles me obrigaram a tirar todas as minhas roupas. Eles me pegaram com força e começaram a me despir, eu os ouvia dizendo “Tira essa roupa menininha” enquanto eu dizia “por favor, me soltem” mais nada os fazia parar, tiraram toda a roupa e me colocaram debaixo de um chuveiro me segurando com força enquanto eu me debatia tentando me livrar de suas mãos. Depois do ocorrido eu nunca mais voltei a frequentar aquele lugar, eu tinha medo de que eles fizessem coisas piores comigo se eu voltasse.
A vida nunca foi legal comigo, ela sempre me atirou pedras, sempre colocou más pessoas em meu caminho, sempre dificultou as coisas para mim, quem dera ter amigo para dividir meus segredos mais íntimos e saber que tenho alguém para todas as horas, porque que para mim isso sempre foi tão difícil, a culpa será minha? Só pode ser, eu não vejo razão para uma pessoa comum se juntar a alguém como eu, é triste ser tão novo e já achar que a vida não presta.
Dói muito saber que você está prestes há fazer dezesseis anos e ninguém fora os seus pais dão a mínima, dói saber que sempre que alguém vai falar com você é para falar mal de você e para te tratar como um lixo.
Deitado em minha cama, penso em como a vida é dura, parece que o mundo todo está contra mim e o único lugar em que eu me sentia bem era na minha casa mais especificamente em meu quarto, entre quatro paredes eu podia fazer o que quisesse sem que ninguém me olhasse de forma constrangedora, fazia do meu quarto o meu mundo, no qual eu podia ser eu mesmo e fazer as coisas que eu gostava, a única maneira de me sentir um pouco feliz era mergulhar em meu mundinho onde meus amigos eram os livros, naquele dia observando o teto de gesso branco, deitado em minha cama, lembro-me que no dia seguinte teria que voltar a mesma rotina de sempre, está no fim das ferias e teria que voltar às aulas, teria que reviver tudo novamente, todos os "colegas" do ano passado iriam estar lá, todas as pessoas que eu não fazia a menor questão em ver, eu sempre gostei de estudar, o ruim são as pessoas à quem tenho de suportar. Ser educado quando minha vontade era dizer tudo o que estava engasgado no fundo de minha garganta.
Eu moro com meus pais, sou filho único, mas apesar disso, nunca recebi a atenção que merecia, deve ser por isso que hoje eu sou tão antissocial, meus pais sempre trabalharam muito, me lembro que quando eu tinha dois anos minha mãe sempre dizia que era para eu me comportar com a baba e que ela voltaria à noite, ela sempre tentou ser o mais atenciosa possível mais hoje vejo que não foi o bastante, meu pai era do mesmo jeito, ele sempre viajava a trabalho, minha mãe me contou uma vez que quando eu tinha dois meses ele recebeu uma ligação no meio da noite e teve que viajar correndo, ele dizia que se não fosse perderia seu emprego, minha mãe sempre aceitou essas viagens, afinal era trabalho. E sempre foi assim, eu já me acostumei a ficar só todos os dias da semana, afinal não havia nada que eu pudesse fazer.
Antes de continuar, vou me apresentar. Meu nome é Daniel Ávila, tenho quinze anos e faltam poucos dias para mim completar dezesseis, sou um pouco alto 1,70, magro, pele branquinha, meus cabelos são loiros claros com algumas mechas escuras e caídos sobre a testa e um pouco arrepiado, olhos pretos, boca vermelha e molhada, e uma bunda bem grande, sempre vestia o mesmo estilo de roupa, causas Jens blusas listradas de variadas cores e estilos, algumas de manga longa, suéteres de lã, e tênis allstar, meu guarda roupas havia parado no tempo quando eu tinha dez anos, não vou mentir eu gosto das minhas roupas por mais infantis que sejam, não acho que sou bonito de corpo apesar da minha mãe sempre dizer que sim.
Eu sempre fui um exemplo de nerd, sempre tirava boas notas e era um dos melhores alunos da sala, entregava os trabalhos respondidos corretamente e era um exemplo pros professores, o ano passado foi muito difícil pra mim, todo mundo pegava no meu pé, mais eu nunca me queixei a ninguém, preferia sofrer sozinho.
Na minha sala havia um menino lindo, me sentia totalmente atraído por ele, acho que estava apaixonado. Ele é forte, alto 1,85, cabelos pretos e espetados pra cima, olhos verdes, pele branca e vestia-se muito bem, um típico descolado, sua expressão era seria e arrogante, ele era muito popular e era uma das pessoas que mais me fazia mal, mais agora vocês me perguntam, porque eu era apaixonado por um garoto que me magoa? A resposta é simples: a gente não manda no coração, apesar dele me tratar dessa forma eu sempre o perdoava e me derretia quando ele falava comigo.
O nome dele é João Pedro o JP, estudo com ele desde o oitavo ano, e desde então por ele sou apaixonado, porém nunca tive coragem de falar com ele sobre o que eu sentia. Ele tem dois amigos o Thales e o Jonas, são iguais a ele ou até pior. O Thales é alto, 1,80m, forte, cabelos pretos, olhos castanhos e pele morena clara, não posso mentir ele é muito bonito, seu corpo é forte, e sua expressão é seria e ao mesmo tempo safada, Jonas é o mais baixo dos três 1,65 m, cabelos cacheados pretos, pele branca, olhos castanho escuro. O JP tinha uma namorada seu nome era Agatha também estudava na mesma sala que eu, muito bonita cabelos castanhos levemente ondulados, olhos castanhos, pele bronzeada, alta como o JP, e também é uma peste igual aos outros da sua turma.
Estava distraído, perdido em meus pensamentos quando ouço o meu celular tocar, o pego e olho quem é, vejo que é um numero desconhecido então fico nervoso, ninguém nunca me liga a não ser meus pais, com relutância atendo o telefone e antes que a pessoa do outro lado possa falar eu tomo a frente.
- Você ligou errado – disse nervoso e antes que eu desligasse o telefone a pessoa se pronuncia.
- Oi amorzinho, pronto pra voltar às aulas – me dá calafrios ao escutar aquela voz sínica e ao mesmo tempo sexy.
- João Pedro? É você – pergunto incrédulo, ele solta uma gargalhada debochando de minha ingenuidade.
- Conhece minha voz é veadinho? – falou com arrogância.
- Claro que sim, afinal são dois anos de brincadeiras sem graça, palavras preconceituosas e tudo mais que eu nem preciso dizer – falo com raiva e ao lembrar de tudo o que ele já fez, junto de seus amigos.
- Calma amorzinho, não precisa ficar bravinho não – falou com falsidade.
- Fala logo o que você quer, eu preciso ir dormir – murmuro.
- Não é nada, só queria saber se você está pronto pra começar as aulas apanhando, aguentava mais esperar o dia, pra eu poder socar essa carinha de anjo, eu sei que você gosta que eu te bata, porque você é um viadinho de merda.
- Se era só isso, tchau, boa noite - falo tentando ser forte, mais acho que eu não consegui.
Depois disso, peguei no sono. Acordei no dia seguinte com o barulho que o celular fez avisando que estava na hora de acordar, levantei e fui para o banheiro fazer minha higiene, depois fui me arrumar peguei o uniforme da escola e o vesti, coloquei meu allstar e dei uma arrumadinha em meus cabelos, desci para a mesa do café e como sempre meus pais já haviam saído para o trabalho, minha mãe deixou um bilhete em cima da mesa e nesse bilhete estava escrito.
"Filho espero que tenha acordado bem, como sempre tive que sair bem cedo, espero que tenha um bom dia e que as aulas comecem bem.
PS: “amo você.”.
Debaixo do bilhete havia um dinheiro que ela sempre deixava pra eu comprar lanche ou qualquer coisa que precisasse. Terminei o meu café da manhã e fui pra escola. Chegando à escola estavam todos os "colegas" do ano passado, na medida em que eu ia andando pelos corredores ia notando os olhares direcionados a mim, porem eu fazia de conta que não era comigo e ignorava. Cheguei à sala que eu estava fadado a entrar por todo aquele ano e me sentei em minha cadeira que ficava do lado esquerdo perto da parede e também perto das janelas, que davam a visão da quadra de esportes da escola. Aos poucos os outros alunos foram chegando, eu sabia que tava faltando alguém e esse alguém passou pela porta, estava simplesmente lindo, mais lindo que ano passado era o JP ele veio e sentou-se logo atrás de mim, eu logo fiquei nervoso, a energia que aquele garoto passava era muito forte não uma energia ruíam e sim boa. Às vezes suas atitudes não diziam o que ele realmente queria dizer.
- Oi amor, bom dia – falou JP, a voz sínica.
- Bom! – falei exasperado.
E nesse momento a professora entra na sala acabando de uma vez por todas aquela conversa. Para o começo das aulas até que foi bom, o tempo passou rápido e em pouco tempo já estava na hora do recreio, eu sai da sala pra comprar um lanche mas o mesmo não me fez bem, na hora da aula eu fiquei com um enjoo terrível tive que pedir pra professora me deixar ir ao banheiro, ela me deu permissão e eu fui correndo, chegando ao banheiro vomitei tudo que havia comido, felizmente o meu mal estar passou, estava lavando a boca na pia quando escuto alguém chegar no banheiro, era o JP, ele ficou encostado em um dos boxes e eu pude perceber que ele estava olhando pra mim, ainda mais que eu estava inclinado sobre a pia e era quase impossível não olhar pra minha bunda que era bem grande, eu corei quando percebi seus olhares direcionados a mim, o que será que ele esta pensando? Terminei o que estava fazendo e sem falar nada me dirijo para fora do banheiro, mais sou parado por ele, JP pega forte em meu braço me fazendo voltar para o lugar onde eu estava, estremeço com o seu toque, é tão forte e másculo. O que será que ele vai fazer?
- Onde você pensa que vai? Eu não dei permissão pra você sair – falou com cara de bravo.
Quem ele pensa que é?
- Cara, por favor, eu não quero confusão, por favor, não faz nada comigo – supliquei.
Seus olhos estão em chamas, é de um verde brilhante e intenso, ele me olha fixamente nos olhos e sua expressão é ilegível, meus músculos se contraem e minha boca fica seca, o que será que ele esta pensando pelo a mor de Deus? Em frações de segundos vejo sua expressão mudar é com se tivesse voltado de um devaneio ou algo do tipo. Ele foi se aproximando de mim, eu podia sentir a sua respiração bem perto do meu rosto, eu estava com os olhos fechados esperando que ele me batesse, ele se aproximou ainda mais colocando as mãos em meus cabelos e os acariciando, eu estava com os olhos fechados e os abri quando ele desceu a mão dos meus cabelos para o meu rosto, segurando-o com as duas mãos e apertando as minhas bochechas. Ele olhou bem dento dos meus olhos, sua expressão era singela.
- Porque as coisas não são diferentes? – falou e depois de alguns segundos soltou o meu rosto e saiu, me deixando sozinho naquele banheiro vazio.
Meu Deus, porque ele falou isso pra mim? O que ele quis dizer? Depois de algum tempo pensando no ocorrido voltei para a sala, não quis saber mais de nada nem prestei mais atenção na aula que se passou bem rápido e logo já estava indo embora, depois daquela hora no banheiro não o vi mais onde será que ele estava? Volto para casa com um pensamento martelando em minha cabeça.
“Meu Deus, o que eu vou fazer agora, será que devo falar com ele a respeito do que ele me falou”? O que ele quis dizer? O que ele quis dizer? Porque ele tem que ser assim? Poderia ser tudo diferente em que sentido?
Continua...
Iai galera, estou muito feliz de estar novamente aqui postando mais uma historia pra vocês, espero que vocês gostem, sua opinião é muito importante pra mim, comente o que achou isso vai me ajudar e também ira me motivar a estar sempre postando coisas aqui. Bem era isso.
Quero dedicar esse capitulo ao meu grande amigo Gatinho02, que fez aniversario ontem, ta ficando velho amigo rsrsrs. Bom vou escrever algumas palavras aqui pra ele.
Faz mais de um ano que nos conhecemos e nossa relação sempre foi muito boa, você me ajuda em tudo que eu preciso e sempre me escuta contar minhas besteiras, me da conselhos amorosos e me ajuda na conquista do boy hahaha, quero dizer também que você é um amigo muito especial, um dos mais especiais que tenho, fico muito feliz de ter você como amigo, sei que posso contar sempre com você e você sempre pode contar comigo. Te desejo tudo de bom, um boy bem gostoso hahaha, e também sucesso na vida. Te adoro amigo. Beijos e feliz aniversario.
Então era só isso galera, abraços e até quarta feira que vem com mais um capitulo de “A Obsessão”.