Continuação...
-Me pedoe... -Falei baixinho, antes de fechar os olhos e perder os sentidos. Tudo estava acabado pra mim...
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Estava perdida em uma floresta cheia de árvores robusta que exibiam frutos coloridos.
-Helena?! -Dizia uma voz do além. -Vc tem que acordar. Isso é só um sonho. Sua hora não chegou. Acorde...
E assim, eu abri os olhos.
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-Helena? Vc acordou.? -Abri os olhos e estava deitada em uma cama. A primeira coisa que vi, foi uma mulher fardada, sorrindo aliviada e me olhando com seus lindos olhos verdes, vidrada.
-Eu... Onde... Eu... Eu estou? -Perguntei olhando em volta, pensando que estava em outro plano...
-No hospital... -Disse Valéria.
-Eu não acredito nisso. Não! -Falei alto me alterando e chorando, sem conseguir me mover. Tudo doía. -Por quê? Por quê? Por quê? Por que eu não morri?! Droga!
-Acalme-se, Helena. Graças a Júlia, vc foi trazida pra cá a tempo...
-Foi a Júlia que chamou ajuda? -Perguntei curiosa, sem esperar a resposta. -Ela não devia ter feito isso! Droga! -Chorei mais ainda. Meus planos tinham ido por água abaixo.
Valéria estava calma, mas mudou um pouco seu semblante ao dizer:
-Por que vc tentou se matar, Helena?
-Isso não é da sua conta. -Falei irada.
-É claro que é. Eu que arrombei a maldita porta do seu quarto e te trouxe pra cá na viatura da polícia. Eu que passei a noite toda velando seu sono e eu que me preocupei com a sua saúde e seu bem estar. -Falou alterada.
-Pois fez por que quis. Podia... Ou melhor... Devia ter me deixado onde eu estava! -Falei a olhando com raiva.
Depois, olhei para meus pulsos. Eles estavam enfaichados e um aparelho ao lado de minha cama, pingava soro, e este por sua vez, ia direto pro meu sangue através de uma agulha .
-Então é assim que vc retribui toda atenção que tive com vc? -Falou triste. Mas não parei de sentir raiva por isso e continuei:
-Entenda Valéria, eu fiz o que julguei melhor pra mim... E nem vc, nem Júlia, deviam ter se metido em minhas próprias escolhas. -Novas lágrimas passaram a rolar de meus olhos.
-Eu jamais aceitaria que vc tivesse esse fim tão trágico, Helena... -Disse me olhando nos olhos.
Eu baixei o olhar, antes de argumentar:
-Suicídio é livre arbítrio...
-Eu não me importo... Eu preciso de vc... Viva.
-Vai embora... Por favor... -Falei triste.
Vi Valéria se levantar da beirada da cama e dizer:
-Tudo bem. Vou chamar o médico e ligar pra Júlia...
-Não deixa a Júlia vir aqui... Não quero vê-la... -Pedi.
-Tudo bem. Assim será... -Ia sair quando a chamei.
-Valéria?
-Sim?
-Por que não me deixou morrer?
-Por que vc não merecia isso, e... -Ela pensou um pouco antes de falar. -Seria um desperdício. -Falou dando seu sorriso safado. Eu baixei a cabeça e fiquei olhando meus pulsos agora enfaixados. Ela ainda estava no quarto e quando percebi, havia se ajoelhado ao lado da cama me olhando.
Ela então ergueu minha cabeça, olhou em meus olhos e me beijou. Foi um beijo calmo e terno, mas que me fez arrepiar. Logo, Valéria já estava em cima da cama, ao meu lado, tirando minha camisola do hospital...
Continua...
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