Aviso:esse capítulo tem dois narradores.
Capítulo 8-Desaparecido
Narrador:Daniel
Eu acabei adormecendo e quando acordei já era de tarde.Me espreguiçei e em seguida me levantei,indo em direção ao espelho.
Eu não era feio,pelo menos não achava isso de mim.Eu tinha 1,70 de altura e era magro,meu cabelo era loiro escuro e cortado em estilo militar com franja.Meus olhos eram cor de mel e minha boca pequena e carnuda.
Acabei sorrindo para o que vi refletido,e em seguida vesti a camisa de mangas e um short de pano fino e sai do quarto.
Eu tinha ficado desempregado há uns 20 dias,mas não tinha contado isso para o Nick,pois estava criando coragem para contar e no fim nem precisou.
Pensar na morte dele fez meu peito apertar e uma tristeza querer tomar conta de mim.Mas para me distrair,resolvi fazer algo para comer.
Decidi cozinhar macarrão e fritar um resto de frango que tinha na geladeira.Fazer aquilo até foi divertido e até serviu para manter minha cabeça afastada do Nick por um tempo.
Em seguida fui para sala e procurei um dvd que fosse legal.Quando achei um que poderia servir,o coloquei e em seguida voltei para a cozinha.
Me servi e com prato na mão fui até o sofá e me sentei.O filme era sobre uma família e isso me fez me lembrar da minha.
Eu podia tentar uma aproximação,mas decidi que era melhor deixar do jeito que estava.Eles pelo jeito não sentiam muito a minha falta,pois se fosse assim,já teriam vindo me ver.
Decidi focar no filme e esquecer todo o resto.
#########################################
Narrador:Vitor
Já era quase fim do expediente e eu não consegui me concentrar em nada.Estava preocupado com o Daniel e já tinha ligado várias vezes mais ele não atendia.
Depois de quase abrir um buraco no chão da minha sala,andando de um lado para outro.Resolvi tomar uma atitude e fui até a sala do Alberto,batendo com força.
-Não poderia me ligar não?...Estou com um paciente!-Ele disse irritado depois de abrir a porta e me encarar.
-Quando terminar,quero que vá até a casa do Daniel,para vê como ele está.-Eu disse impaciente
-Não posso,ainda tenho mais dois pacientes para atender.-Ele disse saindo da sala e fechando a porta atrás dele.
-Desmarque!-Eu disse o encarando sério.
-E onde fica o seu lema,de que o paciente está acima de tudo?-Ele perguntou irônico.
-Estou abrindo uma exceção.-Eu respondi começando a me irritar.
Alberto se preparou para me dar uma resposta,mais uma morena de longos cabelos pretos se aproximou e nos encarou seria.
-O que está acontecendo aqui rapazes?-Ela perguntou em voz baixa.
-O seu marido estava tentando me convencer a desmarcar os pacientes.-Alberto respondeu enquanto me encarava.
-Porque,Vitor?-Ela perguntou agora se virando para mim.
-Mari quero que ele vá ver o Daniel,só pra garantir que ele tá bem.-Eu respondi irritado com o Alberto.
-Vitor nós somos uma equipe reconhecida no mundo.O nosso hospital e o melhor que há na área em todo o país.Você mais que ninguém,devia pensar na nossa imagem...Ontem o Alberto desmarcou todos os pacientes para ficar de babá o dia todo.E hoje fez o paciente de sete horas ter que remarcar.Isso não é bom para o nosso hospital e você como dono deveria prezar isso mais que ninguém.-Ela disse enquanto cruzava os braços e me olhava seria.
Ela tinha razão,mais eu não queria admitir isso então preferi ficar calado,enquanto observava eles dois.
-E você,volte para o seu consultório e vá atender o seu paciente.Ainda tem mais 5 e é melhor não perder tempo.-Mari disse após perceber que eu não iria falar nada,se virando para o Alberto.
-Cinco?-Ele repetiu surpreso.
-Algum problema?-Ela disse seria enquanto o encarava.
-Não senhora!-Ele respondeu sacartisco,entrando em seu consultório.
Mari se virou e saiu sem nem olhar para trás.Eu sabia que ela estava chateada comigo e por isso não fui atrás,não queria discutir com ela.
Voltei para a minha sala,enquanto tentava ligar para o Daniel,mais ele não atendia.Minha preocupação só aumentava e eu já não sabia o que fazer,pois ele tinha deixado claro que não queria me ver.
Ao entrar,notei uma ruiva próximo a janela.Fechei a porta e ela se virou para mim,me encarando com seus olhos azuis tão profundos quando o mar.
-Oi Naty!-Eu comprimentei enquanto me aproximava dela.
-Oi!-Ela disse em voz baixa.
-Como ela está?-Perguntei enquanto tocava seu cabelo.
-Do mesmo jeito,mas não vim falar sobre ela.-Naty respondeu enquanto se afastava de mim.
-Eu sei!-Eu disse enquanto me sentava na minha cadeira.
-Já fazem seis meses que ele desapareceu.E até agora nada!-Ela disse enquanto se sentava em uma cadeira a frente da minha mesa.
-Naty eu...-Tentei me explicar sem saber como fazer isso.
-Você prometeu que acharia o Evandro...Prometeu que o traria de volta para mim.-Ela interrompeu emocionada.
-Eu estou fazendo o impossível para acha-lo.Mas temos que ter paciência!-Eu disse em voz baixa.
-Eu sei,mais não suporto mais ficar sentada sem fazer nada.-Ela disse enquanto me encarava.
-E o que pode fazer Naty?...O Evandro desapareceu no caminho para o trabalho.E uma área extensa e ele pode ter ido para qualquer lugar.-Eu disse me sentindo extremamente cansado,pois eram muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo.
-Foi aquele Nicolas que fez alguma coisa com ele,eu sei!...Nunca acreditei na amizade dele e em tanta boa vontade.-Ela disse enquanto se levantava e me encarava com os olhos cheios de água.
Eu me levantei e fui até ela a abraçando.Naty agarrou minha camisa e chorou nos meus braços.
Eu sabia o que ela estava sentindo,sabia como era amar alguém e perdê-la de uma forma tão bruta.
Sinceramente,eu não tinha mais esperanças de encontrar ar o Evandro com vida,mas não disse isso para ela,pois sabia que não suportaria.Por um longo tempo Naty chorou e se afastou de mim,enxugando os olhos.
-E o Daniel?...Ele ainda não sabe o que está acontecendo com a família dele?-Ela perguntou após um tempo em silêncio com a voz embargada.
-Ainda não!-Eu disse percebendo que estava mais preocupado com o Daniel do que qualquer outra coisa.
-Você não pode protegê-lo de tudo.A família dele está destruída e precisam muito dele nesse momento.-Naty disse após ir em direção a porta e saindo logo em seguida.
Observei a porta por alguns minutos,refletindo sobre o que a Naty disse e percebi que talvez estivesse errado.
Tomando uma decisão,peguei as chaves e o celular e sai em direção a garagem,entrei no meu carro e dei partida.
Conversar sobre a família dele não era só importante,era também uma desculpa para ve-lo.Não queria admitir,mais estava com vontade de vê-lo.
############################################
Narrador:Daniel
O telefone tinha tocado sem parar,mas como eu já imaginava quem seria,não atendi e ignorei.Apesar de sentir uma vontade enorme de ouvir a voz do Vitor eu fui mais forte e não atendi.
A noite já já ia cair e eu me sentia péssimo.Não queria passar a noite ali sozinho e também não sabia para onde ir.Eu não tinha amigos e não tinha contato com minha família.Nunca a solidão havia pesado tanto como agora.Pensei no Vitor novamente e desejei por um minuto que ele estivesse ali,mas ao lembrar do jeito que me tratou,era melhor que se mantivesse bem longe.
Depois de um longo tempo sentado ali na varanda sozinho,escutei pancadas na porta e corri para abrir,imaginando que poderia ser o Alberto.
Mas quando abri,senti uma emoção forte tomar conta de mim;era o Vitor.
Logo lembrei da forma que ele havia me tratado e tentei fechar a porta,mas ele colocou o pé no meio e empurrou.
-Vá embora daqui...Não quero falar com você.-Eu disse enquanto tentava fechar a porta.
-Eu preciso falar com você!-Ele disse empurrando a porta com mais força.
-Não...vai embora daqui!-Eu disse sentindo ele conseguir abrir a porta.
-Daniel para de ser teimoso...Eu vim para falar da sua mãe.-Ele disse empurrando a porta com toda a sua força e a abrindo de vez.
Eu fiquei sem reação quando ele falou que o assunto era a minha mãe e nem percebi que ele havia fechado a porta e estava fazendo uma ligação.
Fazia um ano que não via a minha mãe e não tinha tido notícias dela,será que algo de ruim tinha acontecido?
-O que você quer falar sobre a minha mãe?-Eu perguntei após ele desligar o celular.
-Vamos conversar enquanto jantamos.-Ele respondeu enquanto se sentava no sofá.
-Fala logo e some daqui.-Eu disse irritado.
-Não estou com pressa!-Ele disse com um sorriso me mostrando a chave,que colocou em seu bolso.
Continua...
¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤&&&¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤
Olá gente!
Prometi um capítulo melhor mais nem no feriado tenho descanso.Acabei de chegar e mesmo morto de sono,fiz esse capítulo para vocês.Espero que gostem!
FlaAngel,Tozzi,Cintia C,Digos2 e Edu19>Edu15 mais uma vez obrigado pelos comentários,e por acompanharem.E eu voltei para vocês kkkkkkkk com mais um capítulo.
Kevina é o mínimo que eu posso fazer por vocês que lêem e me incentivam a continuar.Por isso tô aqui de novo e se Deus quiser vou estar aqui todos os dias.
Martines acho que esse capítulo responde as suas teorias.Mas você tem uma mente criativa heim?kkkkkkkk
Obrigado a todos que leram e aos que deram notas e não comentaram.
Até a próxima pessoal...Boa noite!
Sonhem com o Vitor,Daniel ou Nicolas...kkkkkkkkkkkk