Meu povo lindo! Desculpa a demora pra postar! Estava cansado, acabei viajando e talz! Mas to aqui na correria como sempre! Deixar um beijao grandão pra quem deixou comentários no último... desculpa não responder mas é que tá complicado mesmo! Fiquei entre responder e não postar... Então acabei postando pra vocês não esperarem mais! Amo vcs tipo muito!
Lembranças
A ceia de Natal daquele ano seria feita em casa, mamãe estava pilhada com a organização da festa. Lógico que ela colocou nós três para ajudamos, minha mãe quando queria era pior que um sargento do exército. Estava com o braço doendo de tanta cortina que eu e Diego penduramos, Eduardo folgado apenas segurava a escada. Foi numa dessas que a campainha tocou e o sonso simplesmente largou a escada e foi atender a porta. O tombo foi inevitável, ainda tentei segurar na cortina mas a mesma se partiu dando mais drama ao meu acidente. Diego nada fez apenas me olhava com cara de espanto, foi tudo tão rápido! Quando vi já estava sendo carregado até o sofá por Rafael... "Rafael?" perguntei desnorteado mas ele nada falava... "Bernardo você ta bem?" Eduardo apareceu desesperado segurando meu braço dolorido "Aiii Du que porra!" falei segurando meu braço direito. "Pelo amor de Deus cade ele? Bê amor?" minha mãe vem correndo da cozinha cheia de farinha. "Ele tá bem mãe foi só um tombinho a toa..." Diego fala mas é cortado por uma voz grossa, que me arrepiou inteiro só de ouvir " A toa nada tia! Bernardo bateu a cabeça precisa de um médico!". Foi aí que focalizei aquele rosto perfeito, meu coração acelerou ao fixar meu olhar naqueles olhos verdes que me vigiavam com certa preocupação "Bê o que que aconteceu meu filho... Tá doendo?" mas eu estava mudo encantado com a beleza do Rafa... Haviam meses desde aquela ultima festa. Ele estava muito mais forte, barba cerrada, cabelo num topetinho estiloso e aquela camisa azul deixava seus olhos incrivelmente mais claros. "Não mãe eu to bem! Ai!" falei tentando levantar saindo daquele transe "Não bati a cabeça meu braço protegeu... Só foi um mal jeito mesmo!". Meu braço estava um pouco dormente mas não liguei, eu até estou tava gostando... Pela primeira vez em tantos meses estava vendo meu primo... Eu queria tanto abraça-lo! Sentir seu cheiro... Sentir seu toque... Seu gosto novamente... Ele me olhava sério e aquilo foi aquecendo algo mais forte em mim, tanto que não ouvi minha mãe brigando com Eduardo por ter sido descuidado com a escada e ele zoando ela por ter farinha em seu nariz. Era como se estivesse apenas nós dois naquela sala... Foi um momento único provar a intensidade de seu olhar, era como se me perdesse naqueles olhos verdes claros. "Bernardo deixa os meninos terminarem com as cortinas meu filho... Vai deitar um pouco! Quero meu bebê bem para hoje a noite!". Meio a contra gosto fui deitar, meu braço estava dolorido mas queria estar perto do Fael mesmo que fosse apenas naquele dia 24 de dezembro. Não consegui dormir, estava um tanto eufórico por aquela ilustre presença! Tanto que meia hora depois eu pulei da cama para o chuveiro, escolhi a roupa mais bonita do guarda roupa e desci. A sala já estava totalmente organizada, a decoração estava perfeita! Olhei em volta e só estranhei um detalhe, a casa estava vazia! Me senti o Macaulay Culkin em "Esqueceram de mim"! Olhei em todos os cômodos e nada... Até que finalmente encontrei um bilhete dizendo que todos foram até a casa do sócio de papai e que logo voltariam. Voltei pra frente do espelho e fiquei olhando o quanto eu era lindo... (mentira gente eu era muito feio! Magrelo de óculos da sobrancelha grossa, me apelidavam de Saraiva na escola aliás) Então o telefone fixo toca me assustando... "Alô" perguntei receoso de ser alguma tia de Goiânia. "Oi gatinho! Liguei pra avisar que to chegando ai já já! Deixa avisado na portaria! Beijo!" Puta merda! Esqueci que a mamãe havia convidado Camilla para a ceia! Não deu nem pra responder "ok" ela desligou... Odiava quando aquela menina fazia aquilo! "Seu Gerson minha namorada está chegando pode liberar a entrada dela por favor?" Aquele velho rabugento resmungou algo como "tudo bem" e desligou. Sentei no sofá e fiquei aguardando a loira entrar, não deu quinze minutos ela entra com todo seu esplendor. Vestido preto tomara que caia abraçando suas curvas... Naquela época eu não era de ferro, Camilla estava cada dia mais gostosa e logo meu pau ficou duro. Nosso sexo também estava bem melhor! E pensando nisso quando ela estava perto grudei minha mão em seus cabelos da nuca e a puxei para um beijo forte. Tinha percebido a alguns meses que ela gostava de uma pegada mais bruta então eu não tinha dó dela não. "Nossa Bê! Que fogo é esse?" Então a joguei no sofá me posicionei entre suas pernas e beijava seu pescoço desnudo, seu ombro "Amor cadê seus pais?" ela perguntava mas eu já tinha soltado meu Hulk interior apenas a calei com outro beijo. Aos poucos fui abrindo minha braguilha e saquei meu pau para fora, afastei sua calcinha de renda branca e fui conduzindo meu pau... "Puta que pariu Bernardo!" Eduardo fala tão alto que meu pau assusta no hora amolecendo. "Seus loucos se vestem! Anda!" Camilla que em um segundo estava arreganhada no sofá, no outro estava no banheiro consertando o estrago que eu havia feito em seu cabelo e sua roupa kkkk Meu irmão só ria e foi nesse clima que Diego e Rafael entraram na sala "Que tanto você esta rindo Edu? Ué Bernardo acordou agora?" Deveria estar muito desfigurado porque meu irmão não percebeu que eu havia mudado de roupa. "Esse puto ai tava de amasso com a Camilla! Sorte que a mãe e o pai ficaram lá no tio Arnaldo!" nisso Edu cai no sofá "Deplorável ver o Bernardo de pau duro!", fiquei imortalizado diante as palavras do meu irmão "Cala a boca idiota!" dei um tapa na cabeça dele mas eu ria também... Até que lembrei daqueles olhos verdes... pqp! Se o olhar do Rafael era de preocupação há uma hora atrás, agora ele me olhava com aquela cara de ódio tão conhecida por mim. O sorriso chegou até a morrer! E piorou quando Camilla entra na sala e me agarra por trás...
Cap anterior: A volta dos que não foram...
O destino deve ter algum problema comigo... Olhei mortificado para aquelas duas figuras paradas em minha frente.
- Boa noite vizinho! - O filho de dona Fabi me cumprimenta - Esse rapaz disse que conhece você... Resolvi subir com ele já que seu Jorge está jantando...
- Conheço sim... - Felipe deu aquele sorriso perfeito - Muito obrigado pela preocupação... Douglas né?
Então meu vizinho me olha com a sobrancelha erguida e acena com a cabeça - Prazer Felipe! - e vai embora sem nem ao menos dizer tchau pra mim.
- Que menino estranho! - resmunguei pra mim mesmo, assim que a porta ao lado se fecha.
- Não até que ele é legal Bê... - Douglas me fez esquecer a encrenca loira que estava na minha frente - Quer dizer teria que esperar seu Jorge para eu subir...
- E porque não interfonou? - perguntei estranhando aquela atitude.
- Porque fiquei com medo de não me deixar entrar, preferi arriscar! - só então percebi que Felipe estava ensopado da chuva.
- Cara você está ensopado! Entra vai pegar um resfriado! - falei puxando aquele homem enorme para dentro de casa - Você sabe onde é o banheiro... Vai lá que eu levo a toalha pra você! Acho que ficou uma roupa sua aqui!
Ele ficou me olhando como se eu fosse um extraterrestre. Felipe até merecia congelar até morrer de hipotermia mas que não fosse embaixo do meu teto, a temperatura estava 2º naquela noite chuvosa.
- Vai logo porra! Tá molhando meu chão! E não folga! Depois do banho você vai me falar porque está aqui e cair fora está me entendendo?
Ele acenou novamente com a cabeça e seguiu para o banheiro de visitas... Eu precisava situar ele para que soubesse que não era bem vindo naquela casa, que por mais que eu estava sendo legal eu não havia esquecido as merdas que ele tinha feito comigo.
Peguei uma toalha velha e uma blusa furada que ele havia esquecido em casa, peguei uma calça de flanela e fui para o banheiro.
Era uma sensação estranha ter um homem que não era o Rafael em casa... Mesmo que o Felipe tenha morado lá por um tempo, era como se eu não estivesse seguro. Abri a porta coloquei as coisas no chão e com uma velocidade enorme fechei a mesma. Deus me livre ver aquele homem pelado kkkkkkk
Fui pra sala e fiquei o aguardando sentado no sofá. Confesso estava um pouco nervoso, mas não era bobo sabia que era algo... Ele não iria lá em casa à toa. Pela forma que ele tinha me olhado no shopping sabia que ele ainda sentia algo por mim.
Dez minutos depois ele estava parado na porta da sala, mesmo vestindo aquela roupa ridícula ele estava lindo. A minha calça batia nas canelas dele e a blusa estava mais justa. Sua beleza era de um Deus... Pena que a personalidade era de um canalha! Ele estava visivelmente constrangido, mas eu não me deixar levar por um sorriso lindo...
- Então Felipe? Agora é a hora que você fala o que veio fazer aqui e eu te responder pra cair fora!
- Calma Bê vim em paz! - ele ergue os braços se rendendo - Só quero me desculpar contigo! Não foi fácil tomar aquela decisão cara! Eu amava você...
- Amou tanto que me deixou sem nem ao menos dizer adeus? Isso é amor pra você Felipe? Tem certeza? - Só de lembrar o quarto vazio me dava uma vontade enorme de socar aquele queixo quadrado.
- Eu ainda amo Bernardo! Nunca deixei de amar! Mas eu precisava! - ele coloca a mão na cabeça como se estivesse perdido - Acha que foi fácil te ver com o Rafael?
- E acha que foi fácil pra mim? Felipe eu estava apaixonado cara! Imaginei um futuro com você! - nessa hora minha voz já estava um pouco alta e ele me olhava um tanto assustado - Cara você foi meu primeiro homem! Era pra ser importante pra mim! Mas hoje não passa de um imbecil que eu comi!
Fiquei com um pouco de dó mas eu tinha que falar tudo que estava entalado na garganta. Seus olhos azuis foram formando lágrimas então ele vem um pouco mais perto mas eu me afasto.
- Bernardo me dá uma chance! Deixa eu resgatar isso? - uma lágrima caiu de seus olhos, ele avança mais me deixando encurralado - Bê eu não te esqueci! Por favor...
- Felipe acho melhor você ir embora cara! Não existe à possibilidade de uma coisa dessas acontecer! Eu amo o Rafael, sou muito feliz com ele e ele não iria gostar de saber que você esteve aqui!
- Não Bê te peço apenas uma chance! - ele me gruda na parede me deixando sufocado por aquele corpo enorme, tentei afastá-lo mas suas mãos foram automaticamente para minha cintura - Me escuta Bê eu amo você!
Foi tudo tão rápido que não tive ação contra aquele beijo roubado. Sentia suas mãos fortes tocando minha cintura, seu cheiro invadindo meus sentidos, seus lábios quentes tocando os meus... Eu não correspondia, mas também não me mexia... Até sentir minha língua tocar na sua e automaticamente meu corpo ser invadido por uma sensação de nojo! Com todas as forças empurrei aquele cara de cima de mim...
O problema é que Felipe era muito mais forte que eu, muito maior e consegui o afastar apenas por alguns centímetros...
- Sai filho da puta! - Eu falei alto e o mais autoritário possível.
- Eu sei que você quer Bê! - e novamente me prensa na parede me beijando a força, mordendo minha boca para que eu abrisse mais e ele pudesse me beijar - Sei que me deseja assim como eu te desejo!
E grudou na minha bunda com força, eu tentei sair mas o filho da puta me segurava com tanta força, que eu não conseguia sair daquela armadilha.
De repente aquele 0,0001% que poderia existir em relação ao Felipe se transformou totalmente em repulsa.
- Para porra! Vai embora cara! - então peguei um porta retrato e tentei acerta-lo, mas infelizmente não consegui acerta-lo e a minha foto com o Rafa caiu no chão partindo-se em pedaços.
Felipe então para de me beijar e me olha seriamente, eu ainda lutava, mas um frio percorreu minha espinha quando ele me olha decidido. Então ele me pega com força e me joga em cima do sofá, me fazendo arfar de dor quando minha cabeça bate na madeira do mesmo.
- Eu sei que me quer! - então vejo uma ereção enorme em sua calça, mas aquilo não me deu tesão algum e sim um certo tipo de desespero! - Eu sei que quer...
Eu ainda tentei levantar, mas aquele cara de quase 2 metros de altura coloca todo seu peso em cima de mim.
- Sai seu filho da puta! Eu vou chamar a polícia porra! - falei o mais alto possível, mas ele continuou beijando meu pescoço, minha orelha, meus ombros... - Me solta seu desgraçado!
Fui me sentindo impotente e o pior é que com o atrito meu pau estava duro. E isso fazia aquele filho da puta pensar que eu estava gostando.
Foi aí que como uma luz, como se algo clareasse meus pensamentos. Fui deslizando minha mão por seu corpo. Ele me olhou surpreso e sorriu, via um sorriso de vitória e meu asco por ele aumentou. Fui descendo até chegar no seu pau... Aquele membro latejava, eu via meu ex suspirar de prazer. Então desci até suas bolas e bati com tanta força, que em uma hora Felipe estava em cima de mim... Na outra ele estava deitado no chão berrando.
- Vai tomar no cú seu viado de merda! Sei muito bem que tu me quer... - eu me levantei tão rápido que minha cabeça chegou a doer, mas eu precisava fugir dali! Mas Felipe foi mais rápido e ainda conseguiu me segurar por trás. - Ahhh Bê sei que me deseja meu amor! Hummmm delicioso como sempre!
- Me solta seu porra... - eu digo empurrando mas ele me apertava cada vez mais.
- Ooooo Bernardo! Bernardo! - Felipe me solta assim que ouvimos alguém batendo forte na porta.
- Que merda!!! - mais que depressa joguei ele no sofá e corri para a porta, meu coração batia forte em meu peito - Tá esperando alguém Bernardo???
Abri q porta o mais rápido possível, por alguns segundos pensei ser o Rafael, mas era Douglas que me olhava estranho, minha respiração estava alta, fiquei tão aliviado ao vê-lo que quase o abracei.
- Tá tudo bem aqui Bê? - Bê? Ele entra e olha Felipe em cima do sofá - Parece que eu ouvi algo quebrando... Vim ver se estava tudo bem?
- Tá sim não é Bernardo? Nós derrubamos o porta retrato no chão... Não é mesmo Bê? - ele levanta passando a mão no cabelo - Pode ir embora cara...
- É pode ir embora mesmo! - Douglas me olha em descrença e faz menção em ir embora, mas eu segurei seu ombro - Felipe já terminamos por aqui cara! Não temos mais nada que conversar!
Minhas mãos tremiam e Douglas percebeu. Felipe olhou para mim e depois para Douglas e então um "entendimento" cruzou seus olhos. Lógico que não existia absolutamente nada entre meu vizinho e eu, mas se aquele era um motivo para ele ir embora.
- O Rafael sabe disso? - ele me pergunta com as sobrancelhas erguidas, fiz que sim com a cabeça Douglas apenas encarava Felipe sério - Você é meu Bernardo e ninguém vai tirar você de mim!
E nisso ele parte da mesma forma que havia chego, me deixando totalmente atônito. Meu vizinho apenas encarava a porta aberta que meu ex havia deixado.
- Você está bem? - ele me pergunta após um longo tempo, eu devo ter afirmado que sim - Olha Bernardo eu não tenho nada com a tua vida... Mas acho que deveria falar isso com o teu namorado! Deu a entender que tenho algo com você e não quero me meter nesse tipo de confusão!
- Me desculpe cara! Eu deveria ter te desmentido...
- Não eu ouvi toda a conversa! Esse cara teve o que mereceu! Olha guri apenas me intrometi porque se eu não chegasse a tempo algo ruim iria acontecer... Sei lá não sou a favor desse tipo de relação que você tem! Mas ouvi quando você estava gritando pra ele ir... Então resolvi vim ver o que estava acontecendo pois mamãe comentou que o Rafael está em viagem...
- Ahhh... - me senti uma donzela desprotegida, uma vergonha enorme foi tomando conta de mim - Cara não precisava vir eu iria lidar com Felipe...
- Hummm dava pra ver como estava lidando com Felipe... E me desculpe falar mas iria terminar com você gemendo alto como sempre... - foi como se ele tivesse jogado fogo em meu rosto, minha pele queimou de tanta vergonha, minha boca abriu mas não saiu som algum - Meus ouvidos agradecem quando é o Rafael a... Enfim! Acho que não tenho mais nada a falar... Boa noite!
E saiu mais uma vez daquela forma, apenas dando as costas sem olhar pra trás... Devo ter falado do Douglas a alguns capítulos atrás... Suas características era de um cara normal, aproximadamente do meu tamanho moreno claro, olhos castanhos escuros, cabelos cortados bem baixo, um corpo legal e um sorriso que destruía qualquer um... O problema é que até aquele dia eu não havia visto um sorriso se quer na boca daquele garoto!
Ainda fiquei digerindo a informação de gemer alto... Nossa que mico gente! Foi então que cai na real da merda que havia acontecido... Como eu iria contar ao Rafa sobre o Felipe? Primeiro que o Rafael iria me matar ao saber daquela visita tão indesejada e depois não sabia que se escondia ou não a investida do Felipe em me agarrar sem o meu consentimento.
Fui me sentindo sujo... Quem o Felipe achava que era para me agarrar daquela forma? Ele poderia ser o gato que fosse mas nada apagaria o asco que eu sentia dele... Então resolvi ligar para o Rafael não iria aguentar esconder aquilo dele... Mas ele não atendeu... Olhei e o relógio e pela hora ele já deveria estar dormindo. Resolvi então tomar um banho pra esquecer aquela noite. Não deveria ter deixado aquele traste entrar... Mas não queria ser fraco! Eu precisava falar poucas e boas para ele! O único problema é que não acreditei que após tudo o que ele fez, ele teria coragem de me machucar novamente.
Fui dormir já era super tarde, o sono não vinha e senti uma parcela de culpa pelo ocorrido. Acordei no outro dia com meu telefone tocando era o Rafa.
- Oi amor! Você me ligou? - só de ouvir a voz do ruivo eu me sentia protegido!
- Liguei... Tudo bem com você? - senti um frio na barriga, uma sensação tão ruim!
- To bem amor... eu tava no Alê ontem por isso não te atendi... Calma o Arthur não está aqui ok?
- Tá amor... Rafa te liguei porque preciso te contar uma coisa...
- O que Bê? Está com saudade de mim? - ele pergunta um pouco sedutor mas to tão apreensivo que não consigo brincar.
- Não... Quer dizer eu to Rafa... Mas ontem aconteceu uma coisa que eu preciso te contar! - dei aquela respirada funda e despejei - O Felipe apareceu aqui em casa ontem...
Contei tudo para ele, desde o momento em que Felipe entrou até o momento em que ele me agarrou. Rafael ficou puto de raiva, ele disse que assim que chegasse iria procurar Felipe e que eles iria resolver isso. Eu disse que não precisava pois não era para tanto, só liguei para que não chegasse a história distorcida até ele. Ficamos mais de uma hora discutindo no telefone mas no fim consegui amansar a fera. Ele pediu que assim que chegasse era para lembra-lo de agradecer o Douglas, que se não fosse por ele segunda-feira Felipe seria um homem morto.
Ufa! Finalmente consegui desligar aquela ligação! Estava me arrependendo de ter contado por telefone, mas foi como se um peso tivesse saído das minhas costas. Tirei o dia para dormir e descansar. Estava fisicamente e emociona mente esgotado, fiquei jogado no sofá a tarde inteira. Quando ouço a campainha tocar eu dou um pulo enorme do sofá, meu coração faltou sair pela boca. Uma sensação ruim e um medo foram tomando conta do meu corpo... Sentia Felipe me agarrando e um gosto ruim na minha boca... Olhei tremendo o olho mágico e um alivio enorme tomou conta de mim. Era Mateus com um monte de jogos na mão, controlei minha emoção e abri a porta sorridente.
- Oi tio Bê! Trouxe meu jogo novo de F1 vamo jogar??? - ele falou todo animado sentando no sofá.
Cara eu quase adotei aquele moleque pra mim! Em uma tarde eu esqueci meus problemas... Tudo perfeito, até eu ouvir alguém abrir a porta e eu pular do sofá novamente fazendo o pequeno Mateus gargalhar.
- O que tanto vocês dois dão risada? Mateus a mamãe falou que era pra jogar um pouquinho e não a tarde inteira! - ele diz como se fosse a coisa mais normal do mundo, entrar na casa dos outros sem bater - Bernardo ele não está te atrapalhando né?
- Não nunca cara! Fala pra dona Fabi não se preocupar! - falei ainda tremendo um pouco e vi que ele percebeu.
- Mateus a mamãe ta chamando você... Vai lá depois você volta aqui! - sob alguns protestos o pequeno Mateus se foi, deixando nós dois a sós - Falou com o seu é... tipo ele é o que seu o Rafael?
- Sim... Ele é tipo meu namorado por quê? - perguntei curioso, será que era mesmo aquilo que eu estava pensando? - Tem algum problema com casais gays?
- Nãoooo! Capaz não é isso! Cada um faz o que quer da vida! - ele dá um passo pra trás e fica extremamente sem graça - Só acho estranho porque você não parece ser via... quer dizer gay! Desculpa a indiscrição...
- Ah cara relaxa! Senta aí! - eu digo apontando para o sofá e entregando o controle do play pra ele - O povo acha que ser gay é ser afeminado ou que um é a mulher da relação, existem casais assim... Mas eu e o Rafael somos homens que se gostam, apenas isso!
- Ah guri... É que... É que não que eu não gosto de gay... Porra! Mas olha a pouca vergonha que aquele cara fez ontem... Um homem barbado daquele tamanho agarrando o outro a força? Bernardo fui criado pelo meu avô, posso estar sendo ignorante ao falar essas coisas... Mas aquilo pra mim foi a coisa mais absurda do mundo! Não quero meu irmão vivendo nesse meio...
- Olha Douglas quero deixar uma coisa bem clara contigo! Eu posso namorar um rapaz, mas não quer dizer que irei colocar uma saia e sair beijando a torta e a direita, eu entendo seu ponto mas eu nunca iria influenciar alguém a ser gay... Isso apenas nasce com a gente...
- Bernardo minha mãe e meu irmão gostam muito de você, depois de ontem minha concepção sobre você mudou! Realmente o Felipe é um cara lindo... Pensei que iria cair nos braços dele... No começo até pensei ser um joguinho nojento dos dois... Mas aí ouvi você pedindo por socorro e vi que era algo sério, por isso resolvi vir aqui. Ele era seu ex- sei lá namorado?
- Digamos que sim... Ele dividia o apartamento comigo, acabamos nos envolvendo...Mas ele acabou engravidando uma menina e não deu certo entre nós... ele casou e eu conheci o Rafael...
- Mas você sempre foi gay? Você não tem jeito de gay... - dava pra ver que ele não estava perguntando na maldade.
- kkkkk Não namorei duas meninas, não me considero totalmente gay... ainda sinto atração por algumas mulheres, mas nesse momento eu to feliz com o Rafael... - ele sorriu e logo ficou mudo - E você? Namora alguém?
- Namoro, namoro! Mulher cara! Amo, adoro mulher... - eu ri da afobação dele... ele era tão estranho mas eu me sentia a vontade com ele - Carina é Carina o nome da minha namorada, mas ela ficou em Porto Alegre...
- Hummm então você se mudou se vez pra cá? Sua mãe chegou a comentar sobre você...
E nisso começamos a conversar, descobri que Douglas havia se formado em Administração e tinha 26 anos, morava com Carina desde o início do curso mas assim que terminou o curso resolveu voltar para Pelotas. Eles já namoravam a 7 anos e ela era dois anos mais velha que ele. Carina era loira, tinha um filho que não era do Douglas e ela era enfermeira.
Douglas era meio grosseiro mas era legal, ele me contou que seu pai havia falecido e por esse motivo foi criado pelo avô, sua mãe casou de novo e teve o Mateus. Ao fim da conversa ele havia me confessado algo...
- Bê posso te chamar assim né? - fiz que sim com a cabeça - Cara me desculpa por ter sido tão idiota com você no começo, fui preconceituoso e só vim porque minha mãe me obrigou... Eu queria proibir meu irmão de vir aqui, mas ela disse que antes de proibir eu precisava te conhecer. Mas desde o incidente de ontem eu vi que você não era aquilo que eu havia imaginado...
- Nossa Douglas! Precisou um cara de dois metros me atacar pra você ver que não sou uma putinha como você imaginava? - falei em tom de brincadeira, deixando ele vermelho.
- Ah mas também você naquela gemeção... ah cara que nojo! - ele balança a cabeça como se quisesse apagar algo - No primeiro dia eu ouvi um gemido rouco, achei que tu tava comendo uma mulher, cheguei até a bater uma, mas quando eu ouvi um "Porra Rafael isso!" cara eu broxei na hora! PQP! Não acreditava que meu vizinho era boio... quer dizer gay...
Eu não sabia onde enfiar a cara, mas uma coisa que percebi foi a sinceridade daquele cara. Douglas era grosso, meio ogro, mas parecia uma excelente pessoa... Alguém em que eu senti que poderia confiar... Ficamos jogando mais um tempo e logo ele foi embora.
Curiosamente no outro dia ele voltou com Mateus para jogarmos e depois no outro e depois no outro. Ele sempre perguntava se Felipe havia voltado e eu disse que não. Deixei expressamente proibida a entrada do mesmo na portaria, deixando até uma foto dele com seu Jorge. Deus me livre aquele cara voltar.
Mas infelizmente algum tempo depois Felipe voltou... Mas isso é história para outro capitulo...