Cap.7
Apenas olhei para ele. Fiquei com mais vergonha ainda. Vermelho.
(CARLOS) : Eu sou muito tímido, não é Fofura... - escrevi, extremamente corado. E então ele beijou o meu rosto. E me devolveu o papel.
(EDUARDO) : É fofo sim - ele ria, enquanto escrevia aquilo. Eu apenas continuava, no meu canto, tímido. Vez ou outra ele me chamava atenção, mas a partir daquele momento eu não consegui mais me concentrar no filme. Apenas me concentrava nele.
MINUTOS DEPOIS
Saia da sala do cinema comendo chocolate, com ele ao meu lado. De repente ele me segurou.
(EDUARDO) : Queria te fazer um convite...
(CARLOS) : Qual ?
(EDUARDO) : Quer conhecer a minha casa ? - olhei para ele naquela hora.
(CARLOS) : Jura ?
(EDUARDO) : Juro. Vamos lá ?
(CARLOS) : Mas eu não vou incomodar ?
(EDUARDO) : Não, a casa está vazia... Vai ser legal, tenho uns jogos legais e uma mini-biblioteca.
(CARLOS) : Jura ?
(EDUARDO) : Só vai dizer isso agora ? - ele riu. Eu estava na verdade, com medo de ir até a casa dele. Sei lá, era paranóia - e então, vai ? - ri
(CARLOS) : Tudo bem, eu vou...
MINUTOS DEPOIS
E então fomos. Pegamos um táxi e lá fomos nós. Durante todo o caminho eu olhava para ele, discretamente. E sorria. Pois olhar para ele me alegrava. Ele me atraía muito. E eu ficava ainda mais feliz. Pois ele retribuía os meus carinhos...
MINUTOS DEPOIS
A casa dele era bem bonita. Bem decorada, tinha um jardim bem bonito, tinha piscina, enfim... Era bem bonita.
(EDUARDO) : Gostou ?
(CARLOS) : Sim. Sua casa é bonita...
(EDUARDO) : Que bom que você gostou... - sorriu. E então acenou, me chamando com as mãos. Subi as escadas da casa dele e ao abrir uma porta, percebi que ele queria me mostrar o quarto dele. Olhei ao redor, era bem arrumado. Tinha uma estante cheia de livros e diversos ursos de pelúcia pelo quarto. Ele pegou o meu presente e colocou, no meio da cama dele. E então virou para mim, me olhou - o que você quer fazer ?
(CARLOS) : Ah, não sei... Decida você - ele pareceu pensar, e então fez uma cara de quem havia tido uma ideia.
MINUTOS DEPOIS
- Calma, Calma - dizia eu, batendo no ombro dele para logo depois lembrar que ele não me escutava. Jogávamos um jogo no computador dele, que podíamos levar sustos a qualquer momento com monstros. Era engraçado, porquê eu queria dizer as coisas para ele e ao mesmo tempo não podia. Porém, estranhava, porquê ele sempre acabava seguindo as minhas ordens. Era como se nossas mentes estivessem conectadas. Apesar disso, quase sempre acabávamos nos assustando, e riamos de novo.
(EDUARDO) : Está disposto a começar a aprender os sinais ? - olhei para ele.
(CARLOS) : Mas já ?
(EDUARDO) : Já sim... - ele escrevia, sorrindo - como você sabe, além dos gestos e sinais, temos um alfabeto, que serve para quando é necessário soletrar uma palavra. Você repete os gestos que eu vou Fazer, seguindo a sequência do alfabeto - e então ele começou a gesticular. E eu seguia os gestos. Era engraçado. Aprender algo sem ouvir uma palavra que seja. Até que em certo momento ele mexeu a cabeça, em negação. Pegou na minha mão e ajeitou os meus dedos. E por algum motivo não largou. Só largou quando eu o olhei - você entendeu ?
(CARLOS ) : Sim. É engraçado mas tenho que praticar mais e então conseguirei.
(EDUARDO) : Claro kkk - e então ele fez um gesto engraçado
(CARLOS) : O que significa isso ?
(EDUARDO) : Estou com fome - ri. Ia ser uma diversão aprender aquilo com ele - Você deve vir mais vezes aqui...
(CARLOS) : Se você me convidar, eu venho...
(EDUARDO) : Então está convidado... Venha mais vezes a minha casa...
Continua
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