Cantinho dos Prazeres

Um conto erótico de Kamila Teles
Categoria: Heterossexual
Contém 1393 palavras
Data: 06/03/2016 11:24:24
Última revisão: 24/08/2019 16:11:03

* * * Este conto deveria ter sido postado anteriormente, logo após o "Profissão Puta". Desculpe a minha falha. * * *

Completara um mês da passagem do Tsunami por minha vida, o qual revelou meu segredo de garota de programa e por consequência afastou-me do meio familiar de uma forma dramática. Eu ainda convalescia do desgaste causado por toda a exposição negativa e a rejeição dos meus familiares. Diariamente batia um medinho já que estava por minha conta e risco arcando sozinha com todas minhas despesas. Nesta época meus clientes eram todos agendados pela empresa de eventos e não era todo dia que havia programa. Os dias ociosos eram angustiantes, ouvia uma sirene de incêndio em minha cabeça a cada vez que recebia a correspondência com faturas de cartão de crédito e outras contas. Grande parte do que eu ganhava era gasto com roupas, sapatos, bolsas e salão de beleza para permanecer linda e apresentável nos compromissos com executivos e outros privilegiados. Precisava conseguir trabalho extra para aumentar a renda e dar um alívio nas finanças, e também não poderia continuar vivendo em um quartinho com banheiro comunitário, alugaria um apartamento, nem que fosse quitinete. Antes, porém, precisava urgente dobrar o número de encontros, só não conhecia um modo rápido e eficaz de fazer isso mantendo o mesmo padrão de clientes; depois pensaria melhor nisso.

Terminei meu banho e ficaria linda para encontrar meu coroa de Santa Catarina, contava com sua gorjeta generosa; naquele momento mais do que nunca. Seu nome é Matheus, proprietário de uma confecção em Blumenau — cidade onde reside — e frequentemente vinha a Campinas visitar uma filial da empresa.

Ele pagou por toda a noite, então tivemos muito tempo para conversar durante aquele encontro. Levou-me para jantar e depois fomos para um motel. Enquanto recuperávamos o fôlego após nossa primeira sessão de sexo, voltamos a papear e novamente ofereceu ajuda financeira — o empresário sabia da minha situação atual e já havia oferecido sua ajuda dias atrás, não dei uma resposta concreta, administrei o momento — Eu não queria depender de mais ninguém, mas estava tão difícil aumentar minha renda e sair do sufoco. Acabei decidindo pelo caminho mais fácil, apesar de ter sido alertada que cometeria um erro ao envolver-me não profissionalmente com um cliente. Quando comentei com as meninas que ele ofereceu-me ajuda financeira, fui alertada pelas mais experientes para este erro primário nas iniciantes, esquecem que são profissionais e imaginam que são amantes, ou pior, namoradas.

"— Chega um dia em que o cliente a considera como sua propriedade, não tem mais dia e nem horário para chegar ou sair e ainda interfere diretamente bagunçando sua rotina e sua vida.E se de repente o cara deixa de pagar suas despesas e dá um perdido, você ficará numa enrascada e cheia de compromissos para saldar."

Eu ouvia as meninas com atenção, no entanto a gente sempre pensa: "Comigo será diferente, elas estão exagerando." Foi o que pensei ao deixar o Matheus entrar de sola em minha vida. Dias depois ele pagou o seguro fiança referente ao aluguel de um apartamento que eu escolhi, também comprou os eletrodomésticos e móveis. Ele ainda disse que me pagaria normalmente pelos programas, e o que ele gastou ou comprou para minha casa seria um presente. Claro que teria a contrapartida, eu sabia disso, teria que retribuir dando mais atenção ao homem (sexo e atendimento preferencial, no caso).

No final da tarde de sexta-feira, entreguei as chaves do quartinho. Estava feliz por não precisar mais sentir aquele cheiro de mofo. Rumei em definitivo para minha nova moradia levando tranquilamente todas as minhas coisas em apenas uma viajem de táxi, já que tudo que eu possuía cabia em um porta-malas.

Domingo seria meu "chá de casa nova" organizado pelas meninas da agência, eu ganharia as miudezas e utensílios necessários em uma casa. Precisava praticamente de tudo, só tinha minhas roupas de vestir e algumas de cama e banho.

O apartamento já estava limpinho e com cheiro agradável de pintura nova, no entanto, as caixas e embalagens com os eletrodomésticos e os móveis desmontados estavam na sala e congestionando a passagem. Os móveis só seriam montados no dia seguinte (sábado), dois rapazes viriam montar tudo, inclusive as cortinas daquela janela enorme da sala; sentia-me como um peixe em um aquário iluminado por causa daquele vidro cristalino. O chuveiro também ainda seria instalado por eles, tive que tomar um banho frio. BRRRR! Como água de prédio é gelada.

Vesti um robe antes de sair do banheiro, já era noite e ficar pelada nem pensar, agora sim que estava visível para todas as janelas que ficavam em frente. Estava retocando o esmalte das unhas dos pés e levei um sustão com o toque do interfone, e outro susto ao saber quem era. Caraca! Era meu coroa, eu não sabia que ele estava na cidade. Liberei para ele subir. Ao abrir a porta e visualizar aquele homem de terno e todo alinhado, fiquei morrendo de vergonha por estar despenteada, sem qualquer maquiagem, de robe e chinelo de dedo. Ele disse que estava ansioso por conhecer minha residência nova. Droga! Eu queria que ele visse o apartamento somente quando estivesse pronto. Desculpei-me pela aparência e bagunça, expliquei que até domingo estaria tudo arrumadinho. Ele disse não se importar e que eu estava linda assim ao natural e também muito sensual.

Explicou que veio para Campinas de última hora e voltaria ainda naquela noite, mas dava tempo de levar-me para jantar e ficarmos uma horinha juntos. Toda sem graça falei que aquela noite eu tinha um trabalho agendado e já havia sido pago pelo cliente, o encontraria às 22h. Ele olhou no relógio e disse:

— Então temos mais de duas horas. — Após sua observação, ele sorriu bem gostoso.

A princípio, sem se incomodar com a janela, afrouxou o nó da gravata e a tirou, também o paletó. Soltei três botões da sua camisa enquanto fazia minha carinha de safada, acariciei e beijei o seu peito e subi com minha boca até a sua. Maliciosamente esfregamos nossos corpos durante o beijo ardente. Ele ia abrir meu robe, mas se deu conta que estávamos em uma espécie de "Big Brother", pediu para eu apagar a luz do quarto, ele apagou a da sala e ficamos quase na penumbra. Estávamos no 7º andar e a luz da rua não iluminava o suficiente para que os vizinhos testemunhassem o que viria a seguir… eu acho que não, hahaha.

Após novos beijos e toques de mãos nas partes íntimas, ele me virou e fiquei debruçada na máquina de lavar que ainda estava na embalagem, deixou minha bunda nua puxando meu robe para cima das minhas costas e agachou por trás de mim ficando entre minhas pernas abertas. Ah! O homem arrancou meus gemidos socando o dedo em minha vagina e completou com um oral que me fez gozar em sua boca em tempo recorde.

Retribui com um boquete após inverter a posição, mas não o deixei gozar ainda. Localizei minha bolsa, peguei uns preservativos e cobri sua ferramenta com a capinha. Voltei para a lavadora de roupas e a bicha tremeu sem estar ligada, tantas foram as estocadas que levei por trás em meu rabinho. Depois de tirar a borrachinha cheiinha, continuamos com nossos improvisos. Primeiro cavalguei sentada sobre ele que sentou em um dos módulos do sofá ainda desmontado, porém apropriado para o momento. Estávamos ambos pelados quando terminamos no quarto em um papai e mamãe sobre o colchão ainda coberto pelo plástico e jogado no chão.

Enquanto a gente recuperava o fôlego, deitados e abraçados, fiquei triste, pois não foi como havia imaginado; queria algo mais romântico para nossa primeira vez em meu novo lar, tipo uma refeição de algum restaurante Delivery, um bom vinho e como grande final inauguraríamos a cama nova com nossas atividades de alto impacto e terminaríamos na banheira cheia de espuma aromática e sais de banho.

Continua…

Caso não tenha lido o “Primeiro Programa” (é o conto que inicia esta série)

O segundo "Noiva de Mentirinha"

O terceiro "Ficha Rosa"

O quarto "Pausa para Namorar"

O quinto "Jogos Sexuais – Noite de terror"

"Profissão Puta"

Após este, "Cantinho dos Prazeres", seguem os contos:

"Bacanal Beneficente"

"Encontros e Desencontros"

"Adestrando um Cavalo"

"Cadelinha de Madame"

"Sereia do Rio"

"Hominho por uma Noite"

"Ao seu Lado"

"Bilhete Premiado"

"A Herança"

E termina com o conto "A Última Refeição"

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Foto de perfil de KamilaTelesKamilaTelesContos: 174Seguidores: 111Seguindo: 0Mensagem É prazeroso ter você aqui, a sua presença é o mais importante e será sempre muito bem-vinda. Meu nome é Kamila, e para os mais próximos apenas Mila, 26 anos. Sobrevivi a uma relação complicada e vivo cada dia como se fosse o último e sem ficar pensando no futuro, apesar de ter alguns sonhos. Mais de duas décadas de emoções com recordações boas e ruins vividas em períodos de ebulição em quase sua totalidade, visto que pessoas passaram por minha vida causando estragos e tiveram papéis marcantes como antagonistas: meu pai e meu padrasto, por exemplo. Travei com eles batalhas de paixão e de ódio onde não houve vencedores e nem vencidos. Fiz coisas que hoje eu não faria e arrependo-me de algumas delas. Trago em minhas lembranças, primeiramente os momentos de curtição, já os dissabores serviram como aprendizado e de maneira alguma considero-me uma vítima, pois desde cedo tinha a consciência de que não era um anjo e entrei no jogo porque quis e já conhecendo as regras. Algumas outras pessoas estiveram envolvidas em minha vida nos últimos anos, e tiveram um maior ou menor grau de relevância ensinando-me as artimanhas de uma relação a dois e a portar-me como uma dama, contudo, sem exigirem que perdesse o meu lado moleca e a minha irreverência. Então gente, é isso aí, vivi anos agitados da puberdade até agora, não lembro de nenhum período de calmaria que possa ser considerado como significativo. Bola pra frente que ainda há muito que viver.

Comentários

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Acho que só nesse conto me caiu a ficha da crueza da vida de garota de programa... Sempre soube que não era vida fácil coisa nenhuma, principalmente no tempo que eu era garoto e as moças se expunham nas ruas. De uns tempos pra cá, com as redes sociais, criei uma imagem de que tinha melhorado... As garotas não precisamo mais ficar na rua, não precisam das agências, não se exporiam tanto... Pelo menos as mais lindas. Você por exemplo, que se não entendi errado cobrava 600 reais por programa, com dois programas por dia conseguiria manter um alto padrão de vida eu pensava... Mas esse conto me mostrou uma faceta que não conhecia... o investimento constante na aparência, a dificuldade financeira apesar de um fluxo de entrada alto... E, no outro conto, você tinha falado da agrura de parceiros fora do padrão, no caso, homens muito dotados, que machucam na relação, mas podia ser também homens sujos, mal cheirosos, ou simplesmente feios pra caramba. Sem contar a possibilidade de doenças ou de uma gravidez indesejada. Uma vez quando eu tinha vinte e poucos anos fui abordado por um homossexual que parou sua Mercedes ao meu lado e perguntou quanto eu cobrava. Eu estava passando pela praça Dom José Gaspar e lá era point de prostituição masculina. Olhei feio e falei um "sai fora, seu fdp!" e me senti muito insultado com a situação. Na época fiquei pensando que se fosse uma mulher me abordando eu talvez não me sentisse tão insultado. Mas olhando pra trás hoje em dia, mesmo se fosse uma mulher e eu topasse minha vida tomaria um rumo muito diferente se aquilo virasse um padrão. E eu gosto das decisões que tomei e suas consequências , embora me arrependa de algumas. Ok, cada escolha uma renúncia, Você tem sexo a vontade e mais parceiros do que qualquer pessoa que não trabalha na areá pode conseguir. È por aí que você deve olhar. Pelo lado bom da escolha que fez e o lado das coisas que renunciou. Não se pode ter tudo e não se pode voltar ao passado. Apenas pense no futuro, pois você não será bonita pra sempre, a juventude passa rápido (eu particularmente posso afirmar que a minha passou voando). Faça um pé de meia pois você ganha bem mas isso não basta, precisa saber gastar. Precisa ter inteligencia financeira. Pense num trabalho alternativo para quando parar. E eu vou parar de falar porque não sei a quanto tempo aconteceram esses fatos que você está narrando, se você já parou ou não...Sei que você parece ser uma pessoa inteligente e provavelmente já tomou providencias até melhores do que as que eu sugiro. Felicidades Kamila! E obrigado por nos brindar com suas histórias.

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Eu assisti o filme "Piaf" Alec, amei, apesar de ter chorado muito, é tão encantador quanto triste. Que personalidade forte e quanto talento. Hoje eu também acho que minha primeira vez com o Matheus em meu apto não teria sido mágico se tudo tivesse arrumadinho. Foi mais gostoso assim no improviso rsrs. Beijos!

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Vivências fazem de nós quem somos. Boas ou más, cooperam para o nosso crescimento, e, portanto, para o nosso bem, conforme cantado por Édith Piaf, em 'Non, je ne regrette rien', declarando não se arrepender de nada, pois o mal que lhe fizeram, assim como o bem, resultou em evolução. Kamila... este conto levou-me a considerar também a outra face da moeda. Não aconteceu aquilo que imaginastes, isto é fato. Mas... e o Matheus? Penso que, para ele, estar contigo, tendo-a em seus braços, excedeu ao melhor dos sonhos. E enquanto a vida segue, prossigamos a sonhar. Sem arrependimentos. Sempre. Beijos carinhosos!

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Disponha, quando quiser bater um papo, me escreva....taradomorenobi@gmail.com. Beijos gata!!

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Valeu Tarado Bi, adoro palavras de apoio e estímulo. Obrigada pela atenção, beijos!

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Que vida loka heim gata!! Mas oque faz a vida ter algum sentido é ter coragem pra assumir as rédeas dela e assim aproveitar oque ela pode te oferecer de melhor, mesmo que isso cause alguns trantornos e tristezas (e isso é inevitável). Parabéns pela a atitude ousada. Nota 10

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