Capitulo 28:
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Eu quase desmaiei... e cai nos braços dele... mole... quase inconsciente... o Gui tocava meu corpo todo... meu rosto... meus lábios com os dedos ainda cheirando a sexo... era delicia... mas eu não estava conseguindo me manter acordado... eu estava tonto, zonzo... meu corpo tava todo dolorido... senti o Gui descer sua mão melo meu rosto... até o peito... gemi... ele me tocava com carinho... senti a outra mao na entrada de minha bunda... tocando o local onde o pau ainda estava enterrado... sentindo, acariciando... passando as mãos por todo o lado... pelos meus braços... cintura... perna... tudo... e entao senti ele me abraçar completamente... nos sentido essa energia maravilhosa que trocamos... eu estava ainda quase desacordado... senti ele respirar fundo e me apertar mais...
Guilherme> Eu te amo.
Aquelas palavras ditas ali foram tão sublime que senti lagrimas nos olhos... e comecei a chorar... ele afastou um pouco o abraço e falou...
Guilherme> Que foi meu pequeno? Te machuquei?
E então ele tira o pau de dentro de mim... e eu gemo forte sentido quase que totalmente solto dele... sinto ele colocar o pau pela minha bunda ainda duro... o esperma dele começa a sair de mim e melar as pernas dele e a cama... era muito... e delicioso sentir escorrer pra fora de mim...
Gabriel> Não amor não é isso (falei fungando) é você ter dito que me amava... eu também te amo... e muito...
Ele sorriu...
Guilherme> Minha paixão... meu danadinho... viu o que fez comigo?
Eu olhei pra ele e passei a mao nos cabelos. Estavam úmidos de suor...
Gabriel> Não fiz nada... você fez tudo...
Guilherme> Você me provocou... tou falando disso (ele também acariciava meus cabelos)
Gabriel> Foi você que disse que eu não era sensual...
Ele riu alto...
Guilherme> Meu príncipe... meu príncipe! Quem disse que não te acho sensual?
Gabriel> Você!
Guilherme> Eu nunca disse isso... eu disse que você não é uma pessoa fatal... como a Jú entende... mas sensual... Biel, você me deixa de pau duro só em falar ao telefone... com essa voz rouca... meu pequeno (ele me deu um beijo) eu me seguro pra não fazer amor contigo toda hora... porque sei que dói muito amor... meu pau é muito grande você sabe...
Gabriel> Pensei que você não achasse que sou sedutor...
Guilherme> A sua sedução meu amor... é a mais linda de todas... você me seduz com sua inocência... é tímido e selvagem... amor você fica vermelho quando falo que te desejo... mas é tão selvagem na cama que as vezes seguro pra não gozar... (eu baixei a cabeça) sabia que eu gozei duas vezes agora?
Gabriel> Foi?
Guilherme> Sim... quando você tava de quatro pra mim... nossa não aguentei e gozei... e ainda tava excitado... alias ainda tou...
Sorrimos...
Gabriel> Pois Gui eu fiz o que fiz porque pensei que você me achasse sem sal...
Ele riu alto.
Guilherme> Amor eu quase me descontrolei no restaurante... quando você chegou com os cabelos daquela forma e mordendo a azeitona... eu já tava de pau duro... e quando colocou o pé no meu pau... Biel eu quase te joguei em cima da mesa e te fudi ali em cima... (sorri) amor eu nunca desejei gozar tanto... não conseguia nem falar... ah... (e voz zangada) nunca mais faça isso viu... se fizer eu não vou me conter...
Gabriel> E você se conteve agora? (ele riu) porra Gui! Eu parecia um boneco nas suas mãos... você me jogava pra todo lado e me fudia como se fosse...
Guilherme> A coisa mais gostosa do mundooooooooo
Sorrimos...
Guilherme> Vamos tomar banho amor... e chega! Acho que já judiei demais de meu bebê...
Graças a Deus, porque eu achava que não andaria mais... imagina se tivesse uma nova sessão.... Tomamos banho rápido... e o Gui tava muito excitado ainda... eu olhava o rosto dele e a carinha era de pidão... mas ele não fez menção de nada... eu então me baixei... e toquei o pau dele todo molhado da ducha... ele me olhou sorriu, mas disse...
Guilherme> Não amor... você ta cansado e não aguenta mais...
Gabriel> E quem falou que precisa de penetração... quero leite amor...
Então os olhos dele brilharam... e eu comecei a chupar aquele pau enorme ele tremia as pernas... eu mordia a cabeça e ele gemia... sentia o sabor daquele liquido delicioso... e via o saco dele oscilando para a base... gemia alto e eu sentia o pau dele vermelho... segurei o saco e o puxei pra baixo e engoli o pau até a metade... e fiz movimentos de como se ele tivesse penetrando...
Guilherme> Vai amor que já tou perto... vai... quero gozar na boca posso?
Eu fiz hum rum... porque realmente estava com a boca preenchida... então começou a gemer mais forte e mais alto até que subitamente sinto os primeiros jatos de porra na boca... e ele gritar...
Guilherme> Puta que pariu... pequenoooo! Ahhhh que gozada!
Comecei a engasgar... e o esperma escorrer pelo meu pescoço... o Gui tentou retirar o pau de minha boca e eu segurar ele vendo-o vermelho e ainda pulsando, dando pulos... apertei da base ate a cabeça e saiu mais gala e eu simplesmente passei a língua. O Gui se contorceu e tentou tirar minha cabeça dali... eu o impedi e falei..
Gabriel> Aguenta... ora... quero deixar limpinho...
Ele fez cara de desespero e fechou os olhos... eu lambi a cabeça melada enquanto ele gemia e se contorcia sentido a sensibilidade aumentar... os dentes dele estavam rangendo e ele mesmo rugia como um animal... mas aguentou firme... embora algumas vezes ele se curvava quase caindo no chão... mas eu limpei o pau todo... da cabeça ao saco...
Ele respirou fundo e soltou lentamente o ar... Me puxou pra frente e me beijou... era a primeira vez que ele beijava minha boca eu ainda estando todo melado de esperma. Eu amei...
Guilherme> É estranho o sabor Biel... não sei como gosta tanto!
Gabriel> Porque vem de você...
E então eu vi ele realmente emocionado. A água ainda caía sob nossos corpos... e percebi ele extremamente emocionado com o que eu acabara de falar... mas era verdade. Tudo o que vinha dele eu amava... eu sentia-me bem. Como teria nojo do amor de minha vida... alias era saboroso... maravilhoso... vedo seus olhos mareados, um homem como ele... grande, sério... nossa era a coisa mais linda do mundo. Senti vontade de chorar também... ele me abraçou muito e falou...
Guilherme> Não sei o que fiz pra merecer tamanha dádiva em minha vida... mas farei de tudo pra nunca te magoar... nunca te decepcionar... e principalmente, nunca te perder.
Então eu chorei... poxa detesto essa minha sensibilidade extrema... mas não conseguia parar de chorar...
Guilherme> Meu querido para... ou meu pequeno... minha vida... não quero te deixar assim...
Eu apenas chorava deitado a cabeça no peito dele... Então carinhosamente ele começou a me dar banho... lavou todo o meu corpo... enquanto eu chorava, apenas me lavava e então começou a fazer brincadeira pra ver se eu ria... e mais ou menos deu certo...
Guilherme> Seu bobo... quer dizer que ama o leite de pai né... (ele passava o sabonete na minha bunda) eita que menino gostoso... Jesus... como posso aguentar esse bundão em...
Fiquei vermelho...
Gabriel> Para Gui... (fungando)
Guilherme> Deixa lavar aqui... (e lavou minhas axilas e eu comecei a sentir cócegas)...
Sorri!
Gabriel> Tá eu paro de chorar... desde que pare de fazer cócegas tá... (ainda ria muito)
Guilherme> Tá bom... vamos mesmo que já ta tarde né meu sedutor!
Saímos do banho e nos enxugamos. Era o seguinte, minha cueca estava com o fundo rasgado... só o fundo né... rs, minha camisa faltava dois botões e estava um pouco esgarçada... tinha que trocar porque não ia pra academia com aquela camisa...
Gabriel> Gui temos que passar lá em casa pra pegar outra camiseta, porque como vou com essa?
Ele sorriu...
Guilherme> Quem mandou me provocar?
Gabriel> Na realidade foi um efeito rebote... porque quem me provocou primeiro foi você... (eu passei pelas costas dele que já estava vestido da camisa e acrescentei ao ouvido) da próxima eu te provoco com uma porta de ferro nos separando... ai você vai ver...
Ele me agarrou e me beijou forte...
Guilherme> Quer ainda me provocar é... olha que eu te dou outra lição...
Gabriel> Duvido que aguente... (mas me arrependi na hora pois sentia o pau dele duro já e aquele olhar bravo) retiro eu retiro o que disse retiro! (gritei)...
Ele me beijou forte, sua língua explorando minha boca e machucando meus lábios... daí me soltou quando já não havia ar mais pra respirar...
Guilherme> Gabriel! Você não pega em peso...
Eu sorri e falei num fio de voz...
Gabriel> Gui porque a gente veio pra um motel, e não em casa?
Guilherme> Porque era mais perto... eu tava com tanto desejo que não conseguia nem dirigir direito...
Eu realmente vi ele tocando o pau o tempo todo que fomos pro motel...
Gabriel> Gui três horas, estamos atrasados uma hora...
Ele então resmungou e me soltou...
Guilherme> Vamos...
Saímos do motel pra minha casa, tinha que trocar a camisa... no caminho falei algo que me ocorreu quando saímos do motel...
Gabriel> Gui!
Guilherme> Que foi pequeno?
Gabriel> Eu nunca tinha ido num motel! Foi minha primeira vez...
Ele olhou-me sério... seu semblante era de espanto...
Guilherme> Meu bebê... as vezes esqueço o quanto você é... é inocente! E faço essas burrada...
Gabriel> Mas Gui não foi burrada não... ora, nosso amor uma burrada?
Fiquei chateado... ele sorriu e tocou minha cabeça...
Guilherme> Não o nosso amor... mas a minha falta de sensibilidade meu pequeno... (e sorriu) da próxima vez que formos num motel, será diferente viu... eu prometo...
Fiquei calado por pouco tempo ante aquilo que o Gui falou... eu realmente não ia falar, fiquei tímido, mas não conseguia ficar sem dizer aquilo... e então falei!
Gabriel> Ah não... não quero nada diferente... motel tem que ser daquele jeito... selvagem!
E ele caiu numa gargalhada... Chegamos no meu apartamento e subi pra trocar de camisa... o Gui foi comigo... troquei a cueca e a camiseta e ele estava fuçando meu guarda-roupas... quando peguei a cueca rasgada pra jogar no lixo ele tomou da minha mão.
Guilherme> O que vai fazer com minha cueca... ora! Eu tive tanto prazer com ela... (falou fingindo ta bravo – ai veio me abraçou e me beijou) quando quiser seu Gui selvagem é só usar ela viu..
Gabriel> Então eu quero uma cueca da selvageria também... tem que rasgar na frente...
Ele riu alto...
Guilherme> Combinado... mas essa eu que te provoco e você me ataca certo?
Gabriel> Combinado!
Rindo, saímos do apartamento e, graças a Deus não vi o Hugo, nem o Paulo. Entramos no carro e nos dirigimos pra academia... Quando lá chegamos já era três e meia... Flávia estava na porta...
Flávia> Será que vocês ainda querem trabalhar aqui? Que demora hein...
O Gui desceu calmamente e passou por ela... ma ainda disse...
Guilherme> Fica na tua que não dei liberdade pra isso!
Coitada da Flávia, eu sei que ela só tava brincando... mas o Gui é assim, ele não dá liberdade a ninguém mesmo!
Gabriel> Liga pra ele não Fla...
Flávia> Eu não sei! Mas aonde vocês estavam mesmo?
E então eu fiquei sem saber o que falar... daí do nada o Gui aparece na porta...
Guilherme> Não te interessa... vá trabalhar que é o melhor que você faz...
E me puxou pelo braço deixando a Flávia sorrindo no pé da porta... A tarde foi muito cansativa. Não sei se era porque eu estava cansado por causa de todo o esforço que tive... não sei... mas estava exausto. Durante os intervalos das massagens eu liguei pra mainha e ela receberia alta a noite... de oito horas... fiquei super feliz... daria tempo de sair dali e arrumar o apartamento e ainda ir buscá-la... quando desliguei o telefone o Gui tava na porta sorrindo
Guilherme> Júlia vai sair né...
Gabriel> Sim, Gui... sim... hoje de oito da noite... (e me aproximei) Gui será que eu posso ir em casa mais cedo, tipo umas cinco e meia... porque queria organizar alguma coisa lá... tipo limpar o chão... tirar o pó, arruar o quarto dela...
Guilherme> Claro amor... e eu vou te ajudar...
Eu olhei pra ele incrédulo....
Gabriel> Você me ajudar? (e cai na risada) Gui pelo amor de Deus... você não sabe fazer nada...
Ele me olhou magoado e falou...
Guilherme> Você vai se surpreender seu esnobador!
E saiu emburrado... eu ria de cair... tá ai! Uma coisa que eu vou amar de ver... O Samir entrou e fui fazer massagem nele ainda rindo do Gui, imaginando ele de avental e uma vassoura na mão! Ia ser muito cômico...
Quando terminei a massagem do Samir ainda faltava fazer na Flavia... olhei a hora... 4:50... tinha que correr... e corri... rs... fiz uma grande massagem na Flavia de relaxamento e quando terminei o Gui já tava na porta com a chave do carro na mao...
Guilherme> Vamos Gabriel...
Flávia> Pra onde? E já! (a Flávia olhava assustada...)
O Gui resmungou e falou...
Guilherme> Flávia se liga garota... sou teu patrão não o contrário... não te devo satisfação do que faço... pra onde vou e com quem vou... caralho! Vamos Gabriel...
Eu estava morto com a grosseria do Gui...
Gabriel> A gente vai buscar minha mãe no hospital...
Guilherme> Gabriel! (gritou bravo)
Flávia> Porra, verdade Gabi... desculpa a insensibilidade... tua mãe tá bem? (e antes que eu falasse o Gui me arrastou pelo braço) melhora pra tua mãe... (ouvi ela gritar)
Sai praticamente arrastado pelo Gui... quando chegamos no carro protestei...
Gabriel> Ai Gui! ta me machucando...
Ele parou na hora! E segurou meu braço com mais delicadeza...
Guilherme> Desculpa. É que não precisa dar satisfação de nossa vida pra ninguém Gabriel... ninguém!
Ele tava bravo. Certamente porque a Flávia torrou a paciência dele... ele foi grosso, mas como tava bravo eu não ia discutir... Entrei dentro do carro e ele respirou forte... fechou os olhos e apertou a direção... depois soltou o ar e me olhou... mais calmo...
Guilherme> Desculpa, eu perdi a cabeça.
Gabriel> Gui... não há o que pedir desculpa... mas precisa amor saber que não podemos tratar os amigos assim...
Ele me olhou e apertou os olhos...
Guilherme> Biel eu não vou discutir... depois conversaremos sobre isso porque você também será patrão um dia... mas não devemos confundir a amizade, como a que eu tenho com a Flávia, com a posição de patrão que sou pra ela... e pros demais... (eu ainda não entendia) sei que parece meio cru isso... mas você entenderá e aprenderá, porque vai esta do meu lado comandando tudo comigo...
Bom, não queria ser patrão de ninguém... mas só o tempo diria... Fomos pra casa.. Gente o apartamento parece que se transformou quando entramos novamente nele no mesmo dia, só que agora ele sabia que ia ser limpo, e por isso parecia que tinha se transformado num inferno sem capeta! Nossa, tava um caos...
Gabriel> Gui o apartamento tava assim quando a gente veio pra eu trocar de roupa?
Guilherme> Eu não havia notado... mas agora (e passou o dedo na mesa)...
Gabriel> Dá pra escrever o nome, apagar e escrever novamente! (falei do pó que tinha em cima da mesa)...
O Gui riu e se aproximou de mim, me abraçando por trás e cheirando meu pescoço... então falou...
Guilherme> Será que dá tempo pra a gente namorar um pouco?
Eu me virei e olhei pra ele bravo...
Gabriel> Guilherme! Só temos duas horas pra organizar por cima! Mainha sai de oito horas esqueceu? E temos que sair daqui de sete e meia no máximo!
Ele suspirou abusado e falou...
Guilherme> Que saco Biel... nem namorar direito eu posso!
Gente, não fazia mais de duas horas que havíamos acabado de fazer amor... e que amor!
Gabriel> Deixe de ser guloso e vamos senhor Guilherme... mãos a obra!
Não daria tempo de lavar banheiros... isso eu teria que fazer no outro dia a tarde... mas daria tempo de tirar o pó... passar ao aspirador e um pano úmido! Olhei pro Gui e falei...
Gabriel> Vou te dar o aspirador de pó pra você tirar o pó do chão enquanto eu passo um pano úmido com desinfetante ok...
Ele balançou a cabeça meio que concordando sem muita convicção...
Gabriel> Gui? Você já usou aspirador né?
E ele sorriu amarelo... Jesus! Olha a qualidade do ajudante! O Gui tirou a camisa e me pediu uma bermuda... eu olhei pra ele e pensei... isso não vai prestar... ele eh maior que eu, mas eu tinha tanta bunda que talvez meu short coubesse nele! Fui pegar... o Gui me seguiu até meu quarto. Tirei um... gente um short grande que tenho... dava com certeza pra ele... mostrei... ele pegou com força...
Guilherme> Você tá brincando né? (eu olhei sem entender) Gabriel aonde eu vou usar uma bermuda rosa Gabriel? Com o pato Donald desenado?
Ah era linda... de vez em quando dormia com ela... era um pijaminha! Peguei exasperado a bermuda e estendi outra... uma ‘normal’ não entro nem na perna... também... era geral aquela coxa! Dei outro e ele RASGOU!
Gabriel> Guilherme! Minha bermuda! (fiz bico e ele cara de desculpa)...
Poxa, eu amava aquele short... era branco de malhar... embora eu nunca malhe... mas era lindo... tive vontade de chorar... olhei pra ele revoltado e avaliei... ele ali de cueca box branca... o pau pesado pra baixo, ele coçava meio displicente... eu pensei... não vai dar certo...
Gabriel> Gui por favor usa a do pato... ela cabe em ti...
Ele pegou a do pato Donald, rosa... e chateado pôs... como era de malha colou no corpo dele, mas não rasgou.... então... contendo o sorriso, mandei ele ir pra área de serviço pegar o aspirador... quando ele saiu eu cai na risada... e abri a ultima gaveta com vários short de todas as cores enormes que com certeza dariam pra o Gui... mas nenhum me faria feliz como aquele...
Saí do quarto mordendo minhas bochechas por dentro... era cômico o Gui com aquele calção! Quando chego na sala eu quase caio com a cena... o Gui olhando o aspirador tentando colocar o saco pra recolher o pó... era engraçado porque ele queria por pelo buraco da mangueira... mas ele tinha que abrir o aspirador! Eu respirei fundo e tentando não rir falei...
Gabriel> Gui deixa eu por... não é assim!
Guilherme> Te me chamando de burro é?
Ele com as mãos na cintura, com aquele calção rosa e desenho do pato Donald era a visão da comédia... lembrei-me do Fred Mercury vestido de mulher com o aspirador de pó num clip musical... era muito, mas muito engraçado...
Gabriel> Não Gui! (contendo o riso)... só quero dizer que eh complicado mesmo este aspirador...
Eu me aproximei e apertei um pequeno botão e este fez abrir, facilmente o compartimento pra se colocar o saco de recolhimento da poeira.
Guilherme> Ah... moderno né?
O olhar dele era de desconfiado... e mais uma vez tive que morder por dentro da boca...
Gabriel> Gui passa o aspirador na cozinha enquanto tiro o pó dos móveis... quando você terminar lá eu vou pra lá passar um pano úmido e você vem pra sala...
E assim fizermos... e eu comecei a tirar o pó... mas estava tão curioso de ver como o Gui se saía... eu só escutava o som do aspirador e cadeiras caindo... não aguentei e brechei... e desta vez não teve mordida que desse jeito!
Gabriel> Kkkkkkkkkkkkkkkkkkk....
O Gui se assustou com minha risada. Mas gente ele estava com o aspirador passando nas portas dos armários... eu quase cai de rir... ele estava todo desconfiado me olhando assustado...
Guilherme> O que fiz de errado?
A cara dele era de rir... de se acabar de rir... ele me olhava desconfiado segurando o aspirador... pras portas dos armários... até na geladeira ele passou o aspirador de pó...
Gabriel> Desculpa amor... mas você não leva o menor jeito...
Ainda mais com aquele short rosa... ele me olhou emburado...
Guilherme> Fica na tua viu... fica na tua seu carinha... ou te faço engolir esse aspirador...
E emburrado ligou novamente o aspirador passando sim, no chão e me olhando de rabo de olho... era demais a cena...
Gabriel> Não tá aqui quem riu... opa, quer dizer quem falou...
E sai segurando o riso... tinha que me apressar e limpar a sala, mesmo que o melhor fosse ver o Gui limpando a cozinha... Quando o Gui disse que terminou de limpar a cozinha ele falou...
Guilherme> Limpeza aqui... vem logo pra cá...
E eu fui pra cozinha e ele saiu de lá bravo ainda comigo... era lindo ele bravo e desajeitado com o aspirador... Quando fui passar o pano úmido na cozinha... gente o pano mudou de raça... de caucasiano pra afro... nunca vi uma cozinha mais suja na vida! Parecia que estava desenhado caminhos no chão, como pistas de fórmula 1. Coitado... tanto que se esforçou... quis rir, mas sustentei... ouvi ele praguejando lá na sala... ele deveria ta se baixando pra alcançar os locais mais difíceis...
Juro que tentei... mas não consegui... fui dar outra espiada... E realmente eu poderia supor tudo..., que ele tivesse passando o aspirador na parede... que tivesse passando ele pelos móveis, em cima do piano... enfim, absolutamente tudo... mas nunca que o Gui estaria brincando com o aspirador... fingindo ele ser um pênis e simplesmente com cara de bravo ele “enfiava” o bendito aspirador entre duas almofadas do sofá... eu ri demais... com as mãos na boca... Depois tava o Gui tirou o aspirador das almoçadas e fez um braço de Guitarra... nossa... eu então ri... ri que quase mijei nas calças... ele me olhou assustado...
Guilherme> Gabriel! Porra, vai trabalhar e para de encher o saco!
Ele tava todo envergonhado, mas bravo demais... então falei entre risos...
Gabriel> Então para de brincar e usa o aspirador no chão!
Ele olhou pra mim e falou...
Guilherme> Gabriel, Gabriel! (me ameaçou com o aspirador apontando pra mim)
Gabriel> Desculpa Gui... mas tá tão engraçado com ele short rosa e o aspirador fingindo um pênis... (e eu continuei a rir)...
Ele cruzou os braços e falou...
Guilherme> Gabriel vou te bater com a mangueira do aspirador!
Ele falou tão serio que temi... olhei pra ele de lado... e parei... era melhor eu terminar meu trabalho... onde, a muito contragosto, voltei pra terminar de enxugar a cozinha.
Terminei a cozinha ele já estava de braços cruzados e cara de bravo... tecnicamente tinha terminado a sala...
Guilherme> Aonde é o próximo palco pro palhaço passar o aspirador...
Ou gente. Que lindo ele magoado com eu rindo... me aproximei pra beijar e ele virava o rosto não aceitando o meu beijo... então eu começo a lamber o pescoço dele e sinto sua respiração se alterar... ele fecha um pouco os olhos e não agüenta... me beija muito sinto suas mãos nas minhas costas e o pau dele duro fazendo uma tenda enorme no pobre do short que deveria ta no seu limite.
Gabriel> Meu amor... é a coisa mais linda do mundo se esforçando pra me ajudar...
Ele me apertava e mordia meu pescoço... eu tava todo arrepiado...
Guilherme> Mas você só rir de mim né... (e me mordia)... tou com vontade de te dar uma lição...
Eu fiquei assustado...
Gabriel> Gui outra lição hoje não por favor (e o afastei) e temos menos de uma hora pra terminar tudo... mainha vai sair né...
Ele praguejou e me largou...
Guilherme> O quarto dela né?
Eu balancei a cabeça afirmativamente... Ele se encaminhou pra o quarto de mainha... e da posta se voltou pra mim...
Guilherme> Nada de vir olhar senhor Gabriel... ou não respondo por mim!
E entrou... Deus, pra quê ele falou aquilo? Fui passar o pano na sala e foi o mesmo resultado da cozinha... poeira por todo lado... em baixo do piano era uma lástima... parecia que ele tinha invertido as polaridades do aspirador e feito dele um borrifador de pó!
Gabriel> Senhor Guilherme... tem mais terra no chão que a praia de boa viagem... (gritei)
Guilherme> Pois se deita e faça milanesa seu matuto!
Ri demais... ou homem bobo... respirei fundo... não podia deixar ele criar asas...
Gabriel> Vou pegar o manual de instruções pra ti viu!
Guilherme> Tá com fome é? Quer comer papel é (a voz dele era de bravo)
Gabriel> Não... é pra você estudar... lição um... o que significa ‘on’ e ‘off’...
Ele ficou em silencio... o que realmente não era bom... e eu continuei calado, mas o tempo todo olhando o quarto... o que será que ele tava fazendo? Eu tentei, realmente tentei ficar apenas na sala passando o pobre negro pano de chão... mas não deu... os sons que vinham do quarto de mainha era convidador!
Eu fui sorrateiramente até a porta do quarto... tinha realmente que ver aquilo... tinha! pois eu não podia nem imaginar o que o Gui tava fazendo lá dentro do quarto... mas tinha que ver aquilo... então fui caladinho e quando cheguei perto da porta eu me agachei... nossa a adrenalina era mil... meu coração estava batendo muito forte e eu cheguei quase no piso... quando cheguei na porta do quarto e olho pra dentro...
SINTO MÃOS FORTES ME LEVANTAR COMO SE FOSSE UM GRAVETO!
Guilherme> Sabia que não ia se conter e ia me espionar não é? Seu malandro....
Gente ele tava fazendo zoada pra me chamar atenção... e eu cai que nem um pato... ele me levantou pelos braços e me jogou na cama... eu cai desajeitado e olhei pra ele... ele mianha andando lentamente... olhei pro aspirador e tinha um saco plástico fazendo o barulho todo... eita... filho de uma mãe! Me enganou certinho...
Guilherme> Agora você vai levar uma lição senhor Gabriel...
Eu estava com o coração quase saindo pela boca... deitado desajeitadamente na cama e o Gui andando como de câmera lenta pra cima de mim... eu procurei um lugar pra fugir mas não tinha... apenas a porta da qual ele vinha...
Gabriel> Gui deixa de coisa... temos que acabar com a faxina aqui...
Guilherme> Eu que vou acabar contigo seu danadinho...
Eu estava apavorado...
Gabriel> Gui por favor... vamos negociar
Ele riu...
Guilherme> O único negócio que terei contigo tá aqui dentro (e pegou no pau) e vai levar uma surra dele...
Meu coração estava a mil... Ele subiu na cama e caiu em cima de mim... me virou e começou o massacre! O Gui me mordia por cima da roupa... mas era mordidas fortes que doía... embora fosse muito sexy! Ele me dava tapas na bunda... eu tentava escapar mas não conseguia... ele simplesmente me segurou com uma mao e a outra me dava uma lição... dolorida e deliciosa... eu gritava...
Gabriel> Para Gui nunca mais riu de tu... ai.. kkkkkkk
E falava ainda rindo muito... até que ele me imobilizou com as pernas e começou a “amassar” o pau dele na minha bunda... quando senti uma mão dele na minha bunda... tocando a entrada com o dedo... e eu já comecei a ficar tonto... até que... olhei pra porta e quase morro... Não éramos os únicos naquele apartamento!
Primeiro eu senti um frio na espinha. Daqueles arrepios que vem subindo até a nuca levantando os cabelos... ao mesmo tempo o meu estomago contraiu, numa dor aguda, como se estivesse vazio, pra depois vir a sensação de leveza do medo... fiquei estático. Não sentia mais nada, nem o que o Gui ainda fazia... eu simplesmente parei. Vertiginosamente... parei! O Gui percebeu minha reação e se voltou pra porta... ele puxou rapidamente a mão dele que tava dentro de meu calção, na minha bunda e percebi tosos os músculos dele se retesarem em cadeia... vindo até o seu rosto de forma ao maxila ficar totalmente enrijecido... ele se virou lentamente, seu corpo retesado, percebi ele parar a respiração e entrar num anteclimax, absolutamente consciente do que acabara de ver... Gui se levantou indulgente... e olhou pra o cara que estava ali em pé...
E nos apontava uma arma!
Cara> Então as flozinhas tão brincando?
Senti Gui fechar o punho... meu Deus uma tragédia... toquei o braço do Gui com minhas mãos tremulas... eu estava gelado... mas o medo do Gui reagir se apoderou do medo do assaltante... ele estava em posição de ataque... estava postando o peito pra frente e o seu rosto estava virado totalmente pro cara... poderia supor ate que ele estava simplesmente olhando pra arma... senti um braço dele lentamente ir pra trás me jogando pra trás dele... ele estava me defendendo de alguma coisa...
Guilherme> O que você quer aqui?
Ele riu balançando perigosamente a arma... no braço dele tinha uma tatuagem que não consegui definir e ele era magro, esquelético.
Cara> Não se mete a besta viu mano... senão queimo você... mas antes como sua mulherzinha na tua frente... antes da ultima golfada de ar...
Ele se aproximou mais ainda... e então entrou mais dois caras... e eu tremi violentamente... o Gui recuou um pouco me empurrando mais pra trás... um dos caras era negro e o outro era moreno, ambos fortes...
Cara negro> Vamaí meu irmão... tá demorando...
Cara moreno> É o seguinte figura, a gente só quer grana... não quer nada demais... se colaborar a gente não queima ninguém...
O que iria acontecer?
Guilherme> Fiquem calmos que iremos cooperar... não precisa aportar essa arma cara...
Cara> Cala boca fortão... CALA ESSA BOCA E NÃO SE METE A BESTA...
O Gui estava todo retesado... eu apavorado... os assaltantes nervosos... gente... desastre na certa!
Cara negro> Fala logo ai onde tem grana...
Eu tava completamente paralizado... não conseguia falar nada... sentia que era uma situação irreal... totalmente irreal...
Guilherme> Se vocês quiserem eu os levo até um banco e tiro o que quizer pra vocês... mas deixa ele de fora disso...
Cara> Mas olha só o bombado defendendo o lorinho... deve ser gostoso esse cu que tu ia começar a comer né...
Eu tremi... meu Deus... ajuda! Comecei a rezar... Então procurei uma saída pra aquilo tudo... minha mente tentava raciocinar... onde tinha dinheiro ali, gente onde? Eu sabia de uma caixa no guarda-roupas... mas onde?
Cara negro> Prende o grandão no banheiro... o lorinho nos diz o paradeiro da grana!
Guilherme> Não! (gritou)
E a arma foi posta na boca dele... fechei os olhos... Então eu senti uma onda enorme de adrenalina se apoderar de mim... não podia deixar o Gui ser atingido, não podia, eu sai de trás do Gui um pouco e não sei como falei calmamente, uma calma absurdamente destoante do medo que eu estava sentindo e do pavor e vontade de gritar...
Gabriel> Por favor... fiquem calmos... ele não tem nada a ver com vocês e vamos colaborar... ele é visita não é deste apartamento...
O Cara moreno me olhou nos olhos... ele tinha uma cicatriz de faca na boca...
Guilherme> Gabriel fique calado!
Não dei ouvidos...
Gabriel> É o seguinte... eu mostro onde tem... eu moro aqui... mas por favor não nos machuque... não machuque ele...
O cara esfregava o cano do revolver na cara do Gui e eu sentia minhas pernas fracas... não podia desmaiar... olhei pro negro e ele puxou uma arma também... se o Gui tinha intenção de desarmar alguém.... complicou a situação...
Cara negro> Poem o filho da puta no banheiro...
Apontou pro Gui...
Guilherme> Não! Vocês não vão ficar sozinhos com ele não!
E o negro chegou bem perto do Gui e com a arma apontada pro peito falou...
Cara negro> Quer morrer vacilão? Quer morrer é?
Senti minhas forças sumirem...
Gabriel> Guilherme por favor...
O cara moreno se aproximou de mim e me pegou no braço e me puxou...
Cara moreno> Vamos lá lorim... mostra onde tem a grana e rápido que já estorou o tempo aqui... e vocês leva o outro pro banheiro...
Os outros dois empurraram o Gui mas ele não queria ir... me olhava apreensivo... até que o negro deu uma coronhada nele... na nuca... que senti o Gui baixar a cabeça e um filete de sangue escorrer pelo lado do pescoço... Senti uma dor aguda no peito e meus olhos se encheram de lágrimas... eu fiz menção de ir pra frente pra tocar o Gui mas o cara simplesmente me segurou...
Cara moreno> Deixa lorim... ou vai sobrar pra você...
O Gui foi quase que arrastado pro banheiro da sala onde foi posto lá e trancado por fora...
Cara moreno> Agora filé... diz loco onde tá a porra da grana!
Deus... onde estava o dinheiro? Eu fui pra o guarda-roupas e abri a porta... mas naquele momento um dos cara, o que primeiro vi, me puxou forte e eu caí no chão... o outro, o negro, me apontou uma arma. Simplesmente eles retiraram tudo do Guarda roupas de minha mãe... as roupas, caixas, pastas... perfumes, sapatos... fizeram um inferno... e eles tinham uma prática em procurar... uma rapidez tamanha...
Vi tanta coisa ser colocada em bolsas que eles traziam... tipo câmera fotográfica... as jóias de mainha... jóias que ela ganhou de painho... senti um aperto no coração... tinha coisas que ela nem usava... apenas olhava e guardava consigo, como umas pulseiras que ele comprou pra ela de presente de casamento... ele trabalhou duro pra ter o dinheiro pra pagar por elas... minhas lágrimas começaram a cair...
Cara moreno> Tem grana ai?
Perguntou olhando pra mim... eu o olhei chorando e de vislumbre vi o semblante dele ficar... triste?! Mas do nada ele mudou...
Cara moreno> Vamos galera anda... vamos! Tira tudo ai e vamos embora que ainda tem mais lugar pra arrombar...
Cara negro> Não sem a grana...
E ele foi pra cima de mim e me deu um chute no estomago.... me dobrei..
Cara negro> Fala seu porra (gritou)...
Ouvi o Gui gritar dentro do banheiro...
Cara negro> Vou apagar esse cara...
E foi se encaminhando pra o fim da porta quando em desespero eu grito...
Gabriel> Eu sei... tá ali... ali...
E apontei pra caixa de metal que estava em cima do maleiro. O negro voltou na hora... e tomou a caixa que já estava nas mãos do primeiro cara... ele tentou abrir e não conseguiu, me apontou uma arma...
Cara negro> Como abre essa merda mano? Fala desgraçado!
Cara moreno> Fica peixe meu irmão! De que adianta apagar o figurinha? Ai que não abre mesmo!
Tremi... qual a senha! Mas imediatamente eu lembrei... a senha era a mesma que mainha usava pra tudo da vida dela...
Cara moreno> Vai lá figura... como abre ai... qual o segredo?
Olhei pra ele e respirei fundo... rezei pra ta certo...
Gabriel> 142030!
O cara negro me olhou com ódio e girou os números da tranca...
Cara negro>os números de sua loteria...
Sabia que era a vida ou a morte o saldo da loteria... E a caixa se abriu... Tinha uma boa quantidade de grana ali... vi o rosto dele se iluminar... ele pos tudo na sacola dele e sorrindo disse...
Cara negro> Agora sim lorinho... tou tão feliz que acho que vou te fuder...
E então eu senti todo o sangue sumir de minha face. Comecei a ter realmente uma crise nervosa... eu tremia e imagens apareceram na minha mente... o estupro... a dor... a fuga... rolando as escadas até mainha... a confusão... hospital... era uma dor imensa sem precedentes... e inadvertidamente eu me levantei e me afastei deles gritando...
Gabriel> não você não vai... naoooo! Naooooooo! Ai Deus saiam... saiam daqui! (eu gritava e sentia as lágrimas correrem pelo meu rosto)...
Entrei numa histeria sem limites... gritava alto e dava socos no ar... O cara negro veio pra cima de mim...
Cara negro> Cala a boca miserável (apontou a arma)
Eu gritava e esperneava sem parar... somente gritava sem para... o negro deu um soco com o revolver no meu rosto que cai no chão... não senti dor nenhuma... eu estava alucinado com o pavor de ser tocado por que quer que fosse...
Cara moreno> Tá louco meu irmão... vamos embora...
Cara negro> Deixa apagar ele...
Cara> Vamos embora seus filhos de uma puta... temos que pega celular dele ainda... anda...
E o negro foi arrastado pelos outros dois... mas ele saiu do quarto ainda apontando a arma pra mim... e eu esperei o tiro até o ultimo momento que ele passou pela porta... e por milagre não veio! Então fechei os olhos e comecei a chorar e a gritar... gritar... grita... e meu grito foi abafado pelo som de uma porta sendo quebrada... e então me descontrolei e gritei mais ainda e chutava e batia em tudo que via pela frente... Até que me levantam e eu ainda gritando e chorando... descontrolado tento acertar murros no peito dele... Até que ouço...
Guilherme> Estou aqui meu amor... sou eu... tá tudo bem!
E eu abri os olhos. E cai meio que nos braços dele...
Gabriel> Gui...
Ele me abraçou protetor...
Guilherme> Te protegerei meu amor... eu te protegerei!
E tudo se apagou... Quando acordei eu estava no quarto. Meus olhos se abriram de forma tênue... e vi ao redor... estava tudo revirado... minhas coisas no chão... a porta do guarda-roupas quebrada... a porta do banheiro estava numa posição estranha... aberta pra fora... como se tivesse sido arrombada de dentro pra fora. Tentei me levantar e não consegui... olhei pra varanda e vi que o Gui estava no telefone, em pé...
Gabriel> Gui (meio que sussurrei)
O Gui se voltou a mim e falou rápidas palavras ao telefone e veio me ver...
Guilherme> Gabriel como tá se sentindo?
Ele se sentou do meu lado e me olhou nos olhos...
Gabriel> Confuso... Gui estou com medo de... (interrompido)
Guilherme> Não Gabriel! Calma (ele me abraçou).
Meu corpo tava todo dolorido e eu temia voltar a sentir uma crise nervosa...
Guilherme> Gabriel não entra nessa novamente... não tem ninguém aqui alem de mim e você... já verifiquei a porta de entrada, e esta trancada... já liguei pra meu amigo delegado e ele já esta a caminho... já falei pra a Jú pra ela e dona Aída pegar a Julia no hospital e levar lá pra casa... não tem o que temer! Suspirei... ele tava sendo demais... daí vi a camisa dele, tava suja de sangue... e como um raio, lembrei da coronhada que ele sofreu...
Gabriel> Gui deixa ver sua cabeça...
Guilherme> Estou bem Gabriel... fique calmo...
Eu toquei e senti o cabelo úmido...
Gabriel> Gui vamos pro hospital...
Ele balançou negativamente a cabeça...
Guilherme> Não há necessidade...
Gabriel> Gui há sim... por favor...
Ele se levantou e foi pra o banheiro... eu me levantei e sai cambaleando atrás dele...
Gabriel> Gui o que por favor vamos pro hospital... você precisa...
Ele se voltou a mim e vi seus olhos pesados... muito... ele estava triste... absolutamente triste.
Gabriel> Gui o que foi?
Ele não falou nada... olhava pra o espelho... e baixava a cabeça... os lábios meio que apertados...
Guilherme> Depois Gabriel... depois...
O que tava acontecendo com ele... quando toquei o ombro dele o interfone tocou... ele segurou minha mão gentilmente e levou aos lábios... depois saiu e foi atender ao interfone... eu o segui... era o delegado. Ele subiu e fomos recepcioná-lo no elevador... depois ele entrou com três guardas no apartamento e averiguou tudo... ficamos uns vinte minutos respondendo perguntas e passando pelo trauma pela segunda vez, pois reviver aquilo era horrível... o delegado disse que o porteiro tinha sido rendido e ficado amordaçado lá embaixo, dentro do banheiro... o mesmo que eu havia visto o Hugo... também nos informou que mais dois apartamentos tinham sido arrombados... embora não tivesse ninguém neles...
Depois fechamos o apartamento e saímos com o delegado... ele tinha que ficar ainda no prédio pra localizar os outros proprietários que tiveram o apartamento arrombados. Mas eu não queria ficar ali... queria ir ao hospital e levar o Gui...
Gabriel> Gui vamos pro hospital...
Guilherme> Vamos.. temos que fazer um curativo no seu rosto meu pequeno...
Estávamos na calçada... eu estava sentindo frio.
Guilherme> Entra no carro.
Eu entrei e ele também... dirigimos até o hospital e fomos atendidos... eu não tive nada grave além do esgotamento nervoso... já o Gui ele sofreu um pequeno corte que só precisou ser limpo e medicado... saímos do hospital e fomos pra casa... casa do Gui... eu tava morrendo de medo de ver mainha... o Gui olhou meu rosto e comentou...
Guilherme> Não dá pra esconder essa mancha no rosto... nem estes olhos inchados... (suspirou) e se formos pra um hotel ela vai desconfiar e não pode simplesmente se preocupar né... poxa
Gabriel> Gui vamos pra lá e vamos falar com ela... só não iremos contar a parte traumatizante...
E vi seus olhos nublarem novamente... ele olhou pra frente e apertou o volante... percebi que aquilo o estava incomodando muito, mas não quis conversar ali... tinhamos tempo depois...
Gabriel> Gui não se preocupa... ela vai ficar bem...e nós também...
Ele pegou minha mão e beijou... pôs no colo dele... fiquei olhando o tempo todo pra ele... eu estava com o coração apertado... ainda sentia o corpo todo dolorido... e uma dor de cabeça insistente... mas estava aliviado por termos saído praticamente ilesos...
Chegamos no apartamento e já fomos pra garagem. O Gui estacionou... e me olhou...
Guilherme> Vamos pequeno. Vamos pra casa...
Subimos pelo elevado... e este abriu-se... Mainha estava em pé com as mãos na cintura...
Mãe> O que está acontecendo?
Ela estava de pé na porta do elevador... percebi ela desconfiada e nervosa... quando ela olhou pra meu rosto falou...
Mãe> Gabriel o que aconteceu filho?
Eu suspirei... o Gui se adiantou e pegou a mão de mainha que estava no meu rosto...
Guilherme> Vamos sentar Júlia... precisamos conversar (e a puxou... ela incrédula olhando pro meu rosto) senta por favor... (mainha se sentou no sofá com o Gui – Donal Alba estava com a Jú sentadas no outro sofá...) vou te contar com calma... mas me prometa não ficar nervosa... senão eu não irei contar... Ela olhou o Gui sem entender...
Mãe> Como não ficar nervosa? Você chega com meu filho... ele com o rosto machucado, você com a camisa suja de sangue... Guilherme eu não tenho como não ficar nervosa...
Guilherme> Mas precisa... precisa ficar calma... ou então vai voltar pro o hospital. E ai tudo será pior!
Ele falou decidido...
Mãe> Mas...
Dona Alba> Júlia minha querida. O Gabriel está aqui normal... fora de qualquer perigo... o Guilherme também... entao não tem motivos pra ficar assustada e nervosa... alias... tem motivos pra não ficar... não é?
Ele baixou a cabeça e respirou fundo...
Mãe> Certo. Entao me conte...
Quando eu ia falar o Gui me interrompeu...
Guilherme> Fomos assaltados...
Mãe> Assaltados? (ela se levantou e eu toquei no braço dela)
Gabriel> Mãe deixa o Gui te falar... você prometeu não ficar nervosa...
Ela se sentou e me abraçou...
Mãe> Filho eles te bateram? Tem sangue na camisa do Gui... teu rosto ta escoriado... nossa...
Dona Alba se levantou e trouxe um copo com água e uma pílula!
Dona Alba> Toma este comprimido... o medico disse que se ficasse ansiosa tinha que tomar...
Mainha engoliu o comprimido e tomou a água.
Mãe> O que eles levaram? (lembrei de tudo o que eles levara...) Aonde aconteceu o assalto?
Nos olhamos... eu não queria dizer ali... naquela noite... naquele momento...
Mãe> Será que vou ter que ler o jornal pra saber?
Gabriel> Mãe vamos dormir... já estou bem... amanha eu prometo que conto tudo... mas é melhor hoje nos irmos... (interrompido)
Mãe> Gabriel me fale... agora!
Respirei fundo e olhei pra o Gui...
Guilherme> Júlia irei te contar. Mas em hipótese alguma você sairá deste apartamento hoje a noite certo? (ela balançou a cabeça afirmativamente) O prédio foi invadido por assaltantes e eles assaltaram três apartamentos. O seu foi um deles. (mainha arregalou os olhos) e nos estávamos lá quando acontecer...
Vi ela se levantar e por a mãos na cabeça... depois voltou e tocou meu rosto...
Mãe> Jesus... o que aconteceu a vocês quando... (interrompida)
Guilherme> Nada disso! Por hoje chega! (falou bravo) estamos bem... são e salvos. Ninguém se feriu e o porteiro que foi rendido está bem. Nos outros dois apartamentos nada aconteceu... portanto vamos cuidar de nossa saúde dormindo em paz...
Mãe> como vou ter paz... quero ir pra o apartamento agora!
Gabriel> Mãe! (gritei) Pare! Eu não vou... você não vai. Eu sofri e o Gui também. Mas estamos bem. E se a senhora voltar pra o hospital por causa disso tudo eu, eu...
E comecei a chorar! Mainha me abraçou e falou...
Mãe> Para filho... para! Desculpa... olha eu estou bem viu... 100%. Só agora um pouco preocupada com você, mas tá bom. Amanha vamos lá...
Eu me apertei mais ainda a ela...
Gabriel> Mãe não se preocupa que estamos bem... viu...
Guilherme> Já vimos de um hospital e eles nos examinaram. Estamos muito bem...
Dona Alba> Vocês jantaram?
Na realidade eu nem estava com fome...
Gabriel> Não. Mas não estou com fome.
Guilherme> Mas precisa comer. Vou pedir um jantar pra todos nós...
Dona Alba> Já jantamos...
Jú> Mas eu topo outro jantarzinho... ai ai... vida emocionante a de vocês!
Tava demorando ela abrir a boca!
Dona Alba> Juliana filha, fica quietinha fica!
Ela olhou pra mãe e falou...
Jú> Te prometi ficar calada até eles contarem tudo a Júlia... mas agora... bom, estou liberada do castigo do silencio... e repito! Tomem banhos de sal grosso... contrata um preto veio... uma rezadeira... curandeiro... até um pajé... mas sinceramente... parem de ter uma vida cheia de tragédias gente... acho que se esse coitado (apontou pra mim) passa numa praça... tenho certeza que um pombo caga na cabeça dele... e só Deus sabe se a titica não caia direto na boca!
Sorri fraco... tava cansado e muito sofrido pra rir muito, mas ainda ri um pouco... como todos.
Gabriel> Ah Jú... nem eh tanto assim!
Jú> Filhinho, eu só não te elenco o top 10 das tragédias de minha vida, Gabriel como personagem principal, porque isso te deixaria chocado, e hoje já passou o perrengue que passou... mas um dia vou fazer isso... e terei material pra escolher em!
Guilherme> Já chega Juliana... não precisa brincar com humor negro!
Dona Alba> Filha, faça algo útil na sua vida... pegue meu celular e ligue pra escola. Amanha eu não irei... e a Marta tem que ir para uma reunião...
Mãe> Mas porque não vai amanha Alba?
Dona Alba> Porque tem uma certa amiga que simplesmente vai precisar de mim...
Mãe> Ah não! Não quero tomar teu temo...
Dona Alba> Júlia, não é uma decisão negociável. E deixe de besteira. Eu já decidi. Amanha enfrentaremos juntas esse problema. Como vário que você enfrenta comigo.
Jú> Bom acho que o Gabi não vai amanha pra aula... então eu também não vou... tenho uma ajudinha filantrópica a prestar pra meu amigo...
Dona Alba> Francamente Juliana! Estou seriamente inclinada a te matricular num curso de moral e ética...
Jú> Capaz de eu ir... não querida mamãe! Sou do proletariado, companheiro!
Rimos... o Gui pediu comida pra nosso jantar em um restaurante próximo. Rapidamente chegou e eu fui ajudá-lo a por a mesa... dona Alba não quis nada... comemos eu, o Gui e Jú. Mainha já tinha comido no hospital... quando terminamos dona Alba se despediu e levou a Jú arrastada que teimava querer dormir conosco. Quando elas saíram Gui acomodou mainha no quarto de hospedes e fomos dormir...
Entramos no nosso quarto e ele sentou-se a cama. Estava cabisbaixo... desde o momento em que acordei ele tava estranho. Respirei fundo e me ajoelhei entre as pernas dele e toquei-lhe a cabeça...
Gabriel> Gui me fala. Porque tá assim?
Guilherme> Assim como?
Gabriel> Assim Gui. Ausente. Pensativo... triste!
E então ele me puxou pra ele e me abraçou forte. Mas tão forte que meu corpo doeu...
Guilherme> Eu não te protegi Gabriel. Eu falhei... falhei...
E senti ele chorar. Seu corpo todo tremia. Ele tinha vergonha de chorar e por isso me abraçou párea esconder o rosto entre meus cabelos... sentia o corpo todo sacudir... e ele me apertar como se fossem arrancar-me dele... suas mãos apertavam minhas costas... era como se ele estivesse tentando apagar de mim a sensação de abandono... e de incapacidade que senti ao ser assaltado...
Gabriel> Gui por favor... não pense nisso meu amor... não falhou não!
Ele então desfez o abraço e segurou meus ombros me olhando sério.
Guilherme> Gabriel eu não consigo esquecer... não consigo (seus olhos estavam vermelhos de chorar – e partiu meu coração aquilo) eu não te protegi... quando eles me levaram pra dentro do banheiro eu quase parti pra cima deles.. só não fiz porque você estava lá com outro... não me importava em morrer, mas tive medo que você sofresse qualquer arranhão... (suas mãos tremiam sob minha pele) tive medo... tanto medo... (ele me olhava nos olhos) medo de te machucarem... medo de que se eu reagisse você fosse baleado... meu amor... tanto medo, tanto... não sabia se ia pra o banheiro... se tentava lutar com os caras... Deus!
Gabriel> Gui você fez o certo! Você me protegeu assim!
Comecei a chorar... ele me abraçou...
Guilherme> Quando escutei ele te dar um chute... eu sei que ele deu.. nossa eu me mal disse por não ter reagido... e depois quando aquele porco falou... falou...
E então ele começou a soluçar... aquilo me doía lembrar... mas eu não podia fraquejar... o Gui precisava de mim forte...
Gabriel> Gui eu não deixei ele fazer aquilo... eu preferia a morte... (lágrimas vieram aos meus olhos) eu preferia morrer que aquele sujo me tocasse... não quero viver aquilo novamente... nunca mais na vida... por isso gritei... entrei em pânico... me descontrolei...
Guilherme> Eu enlouqueci na hora... e tudo por minha culpa... porque não reagi e tentei te proteger...
Respirei fundo...
Gabriel> Guilherme! (gritei) pare com isso. Sua atitude nos salvou... NOS SALVOU!
Ele me olhou fixamente... então percebi que era uma grande pessoa aquela ali. Um homem feio. Um homem maduro. Mas que admite as suas falhas... não que ele tenha falhado. Ao contrário. Acho que a atitude dele de cooperação nos salvou. Principalmente porque ele tem um tamanho e uma musculatura intimidadora...
Gabriel> Gui você me salvou. Sua atitude fez com que hoje esteja aqui... me sinto protegido. Totalmente...
Guilherme> Eu prometi te proteger... cuidar de você!
Gabriel> E cuidou! E está cuidando... Gui eu teria pirado se você não tivesse lá. Me senti confiante... porque sabia que você estava lá. Você é minha fortaleza... minha muralha... Gui sofremos muito... eu e você...
Ele suspirou... ainda abraçado a mim...
Guilherme> Quando eu escutei você gritar eu não consegui me controlar... foi a pior coisa que já vivi... eu pensei que... pensei...
E ele não conseguiu dizer...
Gabriel> Eu entendo Gui... eu mesmo me descontrolei quando pensei que aquele monstro iria abusar de mim...
Guilherme> Ninguém nunca mais vai abusar de você meu pequeno... desta vez eu te protegerei mesmo...
Entao respirei bem fundo e desfiz o abraço...
Gabriel> Guilherme me prometa que vai parar de pensar que não me protegeu hoje. Ou simplesmente irei fazer algo que você tá merecendo...
Ele me olhou ainda com rosto de choro...
Guilherme> O que?
Gabriel> Te dá umas palmadas no bumbum...
E finalmente vi o sorriso dele se formar timidamente...
Guilherme> Mas você não ter forçar nem pra se vestir... imagina me dá palmadas...
Sorri...
Gabriel> Olha que eu te dobro ao meio...
Ele riu mais ainda e se levantou me abraçando forte...
Guilherme> Dobra é?
Gabriel> Dobro e passo a língua selando a carta...
Ele sorriu mais ainda...
Guilherme> Passar a língua eu iria adorar...
Gabriel> Ah mas coto dobrado ao meio... não ia fazer nada... pois não teria forças suficiente... alias... tou te achando um pouco molenga hoje...
Guilherme> Sabia que te amo? (eu o olhei sorridente) não há nada mais importante que você. Durmo pensando em você. Acordo pensando em você. Imagino o que faz toda hora. Com quem tá. O que está comendo. Se esta com fome... sono... se está seguro. Gabriel você só terá noção do quanto te amo... quando eu te mostrar que sou a pessoa mais feliz do mundo ao seu lado.
Gabriel> Você me diz isso todo dia... me demonstra isso todos os dias...
Guilherme> Não fiz metade do amor que sinto por ti... nem metade, entende?
Suspirei...
Guilherme> E o que vivemos hoje me deu a certeza de duas coisas... uma que não vivo sem você. Isso é indiscutível. E outra. Que quero que more aqui comigo.
Eu o olhei chocado... como assim... não que eu não fosse... mas agora? E mainha?
Gabriel> Gui mas quando... hoje... é que, que...
Guilherme> Gabriel eu sei que hoje não dá. (ele respirou fundo e fez-nos sentar) Mas eu não vou esperar muito não. Não tenho estrutura de te ter longe de mim. Não vou aguentar isso, temos que encontrar um jeito de vivermos aqui... o mais rápido.
Gabriel> Mas e mainha...
Guilherme> Ela vem...
Eu o olhei sério.
Gabriel> Gui eu não vou sair de casa da minha mãe pra trazer ela. Quando sair pra casar contigo, ela fica na casa dela e eu terei a minha contigo (e ele me interrompeu com um beijo)
Foi longo o beijo... e apaixonado.
Gabriel> E agora... o que foi isso? (falei sem ar)
Guilherme> Você dizendo que vai sair pra casar comigo. (ele me puxou e eu cai na cama com ele abraçados) tão bom escutar você dizer que vai morar na nossa casa... e que tem que ser nós... poxa Gabriel, você me surpreende.
Gabriel> Mas Gui eu não tenho como ir agora viver contigo...
Ele começou a acariciar meus cabelos...
Guilherme> Não tem importância. Saber que você quer é o que basta...
Eu toquei o peito dele e o acariciei...
Gabriel> Gui. Como vai ser dormir lá em casa?
Guilherme> Vamos cuidar de tudo amanhã meu pequeno. Acho melhor você e Júlia ficar aqui enquanto ajeitamos tudo lá certo?
Eu afirmei com a cabeça. Eu estava muito cansado...
Guilherme> Vamos tomar banho Biel e dormir. Hoje foi super puxado tudo.
Fomos tomar banho. E não tínhamos ânimos pra nada. O Gui preferiu tomar banho de banheira, porque era quente e relaxaríamos. Eu estava tão cansado que adormeci na banheira, nos braços do Gui... só percebi que estava na cama quando ele me abraçou por trás... senti seu corpo colar ao meu. Quente e acolhedor... era reconfortante dormir com o Gui. Principalmente depois daquele trauma...
Guilherme> Dorme meu bebê. Vou te proteger viu. Pra sempre.
Senti ele me abraçar forte e eu cair num sono profundo. De exaustão. Mas o não sono foi tranqüilo. Via entre nevoas a imagem de vários homens vindo em minha direção... eram imagens disformes... mas eram imagens que eu sabia que poderiam me fazer mal... mal de alguma forma. Eu não sabia... apenas sentia... sentia medo. Receio. Não sei o que dizer. Apenas que estava angustiado. Tentei correr e não conseguia. Minhas pernas estavam travadas... como se pesassem quilos. Estava começando a me desesperar... a sentir que estava sendo apertado... sem ar... sem respirar... sem
Guilherme> Gabriel... Gabriel! Calma amor. Tou aqui... calma...
Eu abri os olhos, senti que estava me debatendo... embora estivesse no ar-condicionado eu senti que estava banhado de suor...
Gabriel> Gui o que houve? (falei desorientado)
Guilherme> Um pesadelo meu pequeno. Apenas um sonho ruim...
Eu o abracei. Será que viveria pesadelos a noite, dalí em diante?
E então senti o Gui acariciar minhas costas... e falar baixinho ao ouvido...
Guilherme> Estou aqui... estou aqui!
Não. Não viveria pesadelos nenhum! Acordei um caco. O meu rosto estava inchado do soco que levei. Meu estomago doía. E realmente mal dormi direito depois do pesadelo. Claro que dormi, mas a energia ficou um tempo em mim. Acordei com o Gui já tomado banho me olhando. Era tão interessante ver o Gui assim... cedinho, olhando pra mim no instante em que abro os olhos. E ele sorri. Se existe descrição de felicidade, essa é uma boa descrição. Pelo menos aquele momento é.
Guilherme> Bom dia pequeno!
Gabriel> Bom dia Gui (falei me espreguiçando todo... voz rouca do sono).
O Gui deu um beijo em minha testa...
Guilherme> Se levante pra tomar café da manha...
Eu ia tomar um banho primeiro porque ninguém merece acordar depois daquele dia e noite angustiantes.
Gabriel> Gui vou tomar um banho pra despertar. Mainha já acordou?
Guilherme> Já sim... (e puxou meu lençol) levanta preguicinha... vá tomar banho... (me deu dois tapas na bunda e se levantou) vou ver o café... não demore...
E saiu. Eu me arrastei literalmente até o chuveiro e tomei banho. Senti a água aquecer meu corpo. Sim eu tomei banho quente. Queria despertar e relechar o corpo ao mesmo tempo. Quando sai o Gui já tava de volta ao quarto...
Guilherme> A Jú ligou e disse que vai trazer mais tarde a matéria que for dada hoje...
Eu tava apenas de toalha e fiquei tímido do nada... estranho. Eu simplesmente tenho a maior intimidade que duas pessoas podem ter, como o sexo, mas quando esta fora deste contesto eu fico tímido...
Guilherme> Pequeno você não tá com vergonha de mim não né...
E então eu senti queimar meu rosto.
Gabriel> Não tou não!
Protestei sem muita convicção... o Gui riu de mim.
Guilherme> Francamente Gabriel. Eu não acredito que ainda fica tímido comigo... (eu balancei a cabeça negativamente) entao tire essa toalha...
Eu fiquei mais vermelho ainda...
Gabriel> Gui deixa de bobagem... tou bem... vai ver maninha...
Ele riu e veio ao meu encontro... pegou a toalha e puxou... tentei impedi, mas ele fez. Fiquei pelado. Ele me olhava com fome... olhava todo meu corpo... eu estava morto de vergonha. Não entendo este sentimento... poxa... há momentos que sou tão tolo que simplesmente fico com vergonha do homem com quem passei nu, na cama, a noite inteira... com quem perdi a virgindade e com quem eu adoro provocar... mas vez por outra, do nada, acontece de ficar com aquela timidez sem sentido...
Guilherme> Nem vou comentar o quanto fica adorável quando tá assim... timido... ainda mais peladinho (ele me abraçou e me beijou) mas não posso usufruir desse gostoso que tanto amo... vamos, vou te vestir pra a gente tomar café... meu envergonhadinho!
Sorri e o Gui me vestiu... como ele gosta sempre de fazer. Depois ele me olhou nos olhos e falou...
Guilherme> Biel eu quero que more comigo... desculpa, não tou te pressionando, mas não quero que demore... (suspirou) não é hora de falar disso, mas, bom... falamos depois certo?
Eu afirmei que sim...
Guilherme> Vamos que sua mãe já ta querendo ir no apartamento... o que eu não acho legal...
Eu também não, principalmente naquele momento em que eu lembrei dos itens roubados... Mainha tava com olheiras, mas animada. Não entendi... será que ela tava tentando me animar? Porque eu estava uma pilha...
Mãe> Como tá meu filhinho? Dormiu bem com o maridão?
Fiquei arrasado. Vermelhíssimo...
Gabriel> Mãe! (falei repreendendo-a)...
Mãe> Ah filho... que bobagem! Sabemos do que fazem... (interrompi)
Gabriel> Mãe por favor...
Guilherme> Não entendo o Gabriel, Júlia. Ele fica simplesmente tímido...
Gabriel> Gui por favor... por favor!
Suspirei. Eu tava muito chateado... os dois pareciam unidos pra me envergonhar...
Mãe> Tudo bem, tudo bem! Paramos cunhadinho... (olhou pra Gui – aff, aquela historia de cunhadinho novamente) Gabriel depois do café vamos logo em seguida para o apartamento. Quero ver tudo.
E me olhou, percebendo meu receio...
Mãe> Filho eu sei que deve ser traumatizante. Mas temos que enfrentar logo. De cara. De uma vez. Certo?
Eu não sei. Mas iria. Tomamos café e ainda recebi a ligação da avó de Gui. Ela falou com mainha e depois comigo. Nos falou que estava em solidariedade e abatida com as sucessivas dificuldades que enfrentamos... mas que éramos uma família muito iluminada e que tudo iria passar. Maria falou conosco e foi igualmente gentil. Terminamos o café-da-manhã e rapidamente seguimos pro o apartamento. Meu coração estava apertado... chegar no apartamento foi um processo. Na entrada logo tive uma pontada. Senti os braços do Gui nos meus ombros. Ele não se importou de estarmos na rua. Se bem que aquele carinho não representava nada demais as vistas dos outros. Poderia ser apenas dois amigos... contudo o importante foi que me deu apoio... e eu realmente precisava daquele apoio. Entramos e a primeira coisa que não vi foi o José! Ele não estava, acho que deveria ta em casa devido ao trauma. Quem o substituía era um senhor que eu não conhecia...
Mãe> Bom Dia...
Porteiro> Bom dia... o José está em casa e só retorna ao trabalho amanhã.
Mãe> Ele está bem?
Porteiro> Está sim senhora! Ele é um touro... não fica abatido assim fácil não!
Queria ser como ele! Entramos e no elevador eu tive a primeira decepção diária... o Paulo, e seu pai. Gui olhou pra eles com cara de assassino... mainha nem tomou conhecimento, e eu, estava quase que anestesiado da surpresa.
Paulo> Bom dia...
Mãe> Bom dia!
O Gui não respondeu. Nem eu!
Pai do Paulo> Bom dia senhora... (olhou pra mim e pro Gui com desdém) Que situação esta deste condomínio! Graças a Deus que minha mãe não estava em casa, nem meu filho... mas soube que três apartamentos foram assaltados...
Mãe> Sim o meu foi um deles...
Sem motivos aparentes o meu estomago embrulhou...
Pai do Paulo> Verdade? Poxa... soube que teve um deles que tava dois rapazes lá... e mesmo um deles ser aparentemente forte... ele arregou! E deixou o outro na mao!
Senti o Gui se retesar... ai eu soube o porque do embrulho de meu estomago antecipado.
Quando eu ia falar... e o Gui também pela expressão corporal dele... mas, fomos surpreendidos...
Mãe> Que história é essa? Alias quem é o senhor? Meu filho não morreu por causa deste homem aqui do lado que foi absolutamente protetor... salvou a vida de meu filho. Salvou a vida dele... salvou a todos... ele foi um homem suficiente pra controlar três idiotas nervosos... homem tanto que esta aqui novamente pra me ajudar em tudo. Portanto senhor que nem sei quem realmente é... não fale do que não sabe...
O elevador abriu e entramos. E antes que o Paulo e o pai dele entrasse, mainha apertou o botão de fechar... e o elevador fechou na cara incrédula deles dois. Aquela discussão ajudou em duas coisas. O Gui tava com o sorriso lindo do lado da boca... e eu estava completamente esquecido do trauma do apartamento...
Até que o elevador se abriu! E entao tudo voltou! Fomos pra porta e mainha a abriu... a impressão era que todos eles estavam lá... senti as mãos do Gui segurarem meus ombros... ele me apoiava. Sabia que eu estava muito traumatizado... respirei fundo. Vamos lá... Entrei! A sala estava revirada ainda... mas não tanto quanto os quartos.
Mãe> Nossa! Nem fez a faxina Gabriel?
Sorri amarelo, ainda bem que ela tava fazendo piada... daí lembrei que estávamos fazendo a faxina quando eles entraram...
Gabriel> Não deu tempo... (fio de voz)
Guilherme> Júlia, vou pedir pra Maria vir com uma menina da fazenda pra organizar tudo isso...
Júlia> Não precisa filho. Quero eu mesma fazer tudo isso... vai ser uma terapia!
Pra mim seria uma terapia inversa! Olhei pra o piano e suspirei de alívio. Parece que lá eles nem chegaram perto... me senti um pouco egoísta. Eu pensando no piano enquanto mainha perdia quase tudo... nem queria saber o que aconteceria quando mainha simplesmente visse o seu guarda-roupas... e a falta dos itens de grande estima...
Fomos pro quarto dela... e foi ai que eu percebi ela estancar... eu nem olhava pro quarto... tentava desviar o olhar dali... Suspirei...
Mãe> Que porcaria é essa?
Olhei pra onde ela apontava... E não acreditei... Debaixo do colchão estava o que me parecia... nossa! Era uma bolsa branca suja de sangue, parecida como bolsas tipo saco, era uma bolsa similar as que os assaltantes tinham, e que levaram com eles as jóias de maninha... me aproximei e olhei direito...
Gabriel> Gui! parece que é...
O Gui se aproximou e olhou direito a bolsa... ele me olhou nos olhos e falou...
Guilherme> Você não tem nada parecido?
Eu balancei negativamente a cabeça... o Gui olhou pra mainha... e ela falou...
Mãe> Isso não é daqui não... mas não tem importância... quero ver é o que aconteceu aqui... o estrago!
Ela olhou pra dentro do guarda-roupas e percebi ela estancar... olhei atentamente seu semblante. Tava tenso. Muito pálida... temi que sofresse alguma coisa... logo um dia depois de sair do hospital...
Gabriel> Mãe! (ela não me deu ouvidos) mãe... fica tranquila... não vá se aborrecer...
Mas ele realmente não me ouvia... foi direto pra onde estava as lembranças de meu pai... e a dor que sentiu ao não ver nada ali que havia guardado com tanto amor, fez com que eu me sentisse péssimo!
Gabriel> Mãe?
Mãe> Tudo se foi filho... tudo se foi... as lembranças... os presentes mais lindos... tudo se foi pras mãos de pessoas que não vão valorizar o mais importante... a memória de tudo o que aquilo represente...
Gabriel> Calma mãe (eu estava a beira do choro)...
Mãe> Estou calma filho... (ela se sentou na cama) estou extremamente calma... calma porque não terei mais nada alem da memória... tudo foi perdido...
Guilherme> Nem tudo!
E então olhamos pra ele. Nas suas mãos a sacola estava aberta... e ele olhava o seu conteúdo com interesse... Mainha se levantou e eu me aproximei do Gui... estava curioso com o que ali estava prestes a ser revelado... será que as joias estavam lá?
Gabriel> Gui o que tem aí? Esta bolsa era deles?
Tremi ao lembrar daqueles que aquela bolsa esquecida pertencia...
Guilherme> Certamente Biel. Certamente...
Gabriel> Então o que tem ai?
Mainha se aproximou do Gui...
Mãe> Tem algo ai dentro Guilherme?
O Gui nos olhou e enfiou a mão dentro da bolsa... e de lá começou a retirar os itens...
Tinha um celular... duas carteiras com documentos, um papel amassado e um pen drive.
Gabriel> Gui será que estas carteiras pertencem aos assaltantes... olha se tem documento...
O Gui abriu as carteiras e tinha os documentos dos donos... que não era os assaltantes... provavelmente foi fruto de furto...
Mãe> Não eram estes, eram?
Balançamos negativamente as cabeças...
O Gui olhou o celular e este tinha bateria... olhou os contatos e tinha pouca gente...
Guilherme> O celular é possível que seja deles...
E então ele abriu o papel amassado... e seu semblante ficou serio... e os olhos apertaram como se tentasse entender aquilo tudo...
Guilherme> Acho que temos uma pista...
Uma pista? Como assim? Olhei para o papel e nele havia um numero de telefone e um nome ao lado... comenda. Estranhei, o que aquilo dizia?
Guilherme> Comenda?
Comenda? Comenda? Nosso o que aquilo queria dizer? Não era o nome de uma pessoa! Ou era alusão a uma encomenda!
Gabriel> Encomenda? É isso?
Mãe> Como assim Gabriel! Como assim uma encomenda. (respirou fundo) o que vai fazer Guilherme?
O Gui nos olhou profundamente, olhou o celular dos ladrões e falou...
Guilherme> Só temos um jeito de saber...
E pegou o celular e ligou para o numero no papel... pos no viva-voz...
Estava chamando! Nossa... a adrenalina estava a mil. O som que ouvíamos era apenas do celular dando sinal de que chamava... era o som angustiante... queria que atendesse logo... estava ansioso e com muito medo... era como se uma janela se abrisse pra aquelas que ali e então... apenas esperando o inusitado... e alguém atendeu...
Alguém> Pois não?
Deus aquela voz é conhecida! Mas eu não lembrava de forma alguma de quem era... sabia que eu já havia ouvido aquela voz... mas não sei de quem era... o Gui pos o dedo na boca em sinal de silencio... obedecemos...
Alguém> Alô? Fala...
O Gui respirou e falou... e mudando a voz, falou...
Guilherme> Opa amigo... tá tudo feito...
E então ficou o outro lado em silencio... a tensão era palpável... eu estava numa adrenalina e euforia sem medidas... era um ambiente tenso... tremia como se ele estivesse ali... um frio no meu estomago se passava, e eu tinha certeza que poderia de alguma forma ser tudo descoberto naquela ligação... e isso me deixava muito apreensivo... Quando o Gui falou o outro lado ficou em silencio total... e o Gui com outra voz continuou...
Guilherme> Entendeu mano? (falou meio malandro)
O outro lado estava mudo... não emitia-se som nenhum... até que um grito assustador se apoderou da linha... e ela instantaneamente ficou muda.
O Gui tentou ligar novamente e não conseguiu... estava dando desligado, ou fora de área...
Guilherme> Acho que percebeu!
Falou meio desapontado... mas minha mente ficou registrado uma coisa...
Gabriel> Eu conheço essa voz Gui... eu sei que conheço.
Ele se aproximou de mim e perguntou...
Guilherme> Tem como você reconhecer se escutar novamente?
Gabriel> Com certeza... Gui! Eu só preciso escutar novamente...
Na minha mente existia algum registro do dono daquela voz... O Gui tentou de todo custo ligar mas o celular estava desligado... droga! Agora que poderíamos ver quem era... só sabia que era de alguém que eu já ouvi. Tenho ouvido bom para timbres... para a voz em si... acho que por cantar... e a voa daquele homem não me era estranha...
Mãe> Não seria melhor entregarmos a policia este material?
Guilherme> Sim, sim! Vamos sim! Não sei se eu deveria ter ligado...
Realmente... poderíamos ter perdido um trunfo! Mas também naquela altura.... não poderíamos saber nada do que seria o melhor...
Gabriel> Gui eu acho que deveria ter ligado.. pois se esperássemos poderíamos perder essa chance... nunca saberemos entende? Mas no geral foi positivo, porque eu conheço a voz e só é questão de tempo.
Guilherme> Temos que ver isso Biel...
Mainha deu de ombros e foi ver o que levaram... a cada descoberta uma lágrima descia pela face... era triste, mas não poderia fazer nada a respeito. Apenas apoiar e sofrer junto...
Mãe> Filhos de uma mãe! Me levaram tudo... todas as mais lindas lembranças... as mais caras... as mais bonitas... oh Deus... porque isso aconteceu conosco?
Fiquei em silencio... não queria chorar... não seria bom pra ela... então fui ao meu quarto... o Gui veio comigo... percebi que ele não queria me deixar sozinho...
A imagem era de devastação... aporta de meu banheiro estava quebrada... e algumas coisas do guarda-roupas estava bagunçado, no chão... revirado. Pus as mãos na boca como estivesse vendo uma chacina.