Felipe - sei não, o que tu quer em troca?
Miguel - terminar o que ja começamos uma vez, estou louco pra comer teu cuzin, o que voce me diz?
Eu fiquei mudo.
Miguel - se você dizer que sim, eu tiro seu amigo daqui, e em troca você vai comigo direto a um motel. Você decide.
Felipe - tu é nojento Miguel, como agente pode se enganar tanto com as pessoas?
Miguel - que culpa eu tenho se gosto de comer? pelo menos estou jogando limpo com você.
Felipe - eu também vou jogar limpo com você, vai se fuder Miguel.
falei isso e dei as costas a Miguel.
Miguel - tu vai aonde? (perguntou ele vindo na minha cola).
Felipe - vou resolver isso de outra forma. (falei sem parar de caminhar).
Miguel - Ta dispensando minha ajuda?
Felipe - quero tua ajuda, mas não vou fazer o que você propôs.
Miguel - e por que não?
Felipe - porque eu tou com o Guilherme, e eu não quero vacilar com ele.
Miguel - não vamos namorar, é apenas uma transa. Eu tou noivo. (disse ele amostrando uma aliança do dedo).
Felipe - parabéns mano, vai la cuidar da tua esposa, que eu vou pegar um táxi.
Falei isso acenando para um táxi que passava na rua.
Miguel - pra que Taxi? eu tou de carro.
Felipe - não precisa.
Abri a porta, e adentrei o taxi, passei o endereço e o motorista seguiu viagem. Antes disso Miguel ainda correu batendo na lataria do carro, mas foi em vão.
Assim que cheguei ao condomínio, não tive paciência de esperar pelo elevador, subi correndo as escadas.
xXX
Felipe - Guilherme!
Guilherme veio atender a porta, apenas de cueca.
Antes de falar comigo olhou no relógio do pulso.
Guilherme - Olha a hora que tu vem chegando, Felipe.
Felipe - eu sei irmão, ta tarde, mas...
Guilherme - e tu ta bêbado?
Felipe - só um pouco. (fiz gesto com o dedo polegar e indicador)
Guilherme - pouco? Tu ta exalando álcool.
Felipe - ta bem, bebi alem do ponto mesmo, mas é que eu queria me divertir.
Guilherme - e sem bebida não da pra se divertir não?
Felipe - qual é Guilherme? Tu também bebe que eu sei.
Guilherme - mas é diferente cara, tu ainda é uma criança.
Felipe - eu não sou criança, e tu sabe muito bem disso.
Guilherme deu uma respirada.
Guilherme - Porra, e eu ansioso te esperando pra gente fazer alguma coisa bacana.
Felipe - que coisa?
Guilherme - isso. (disse ele decepcionado, passando a mão em seu membro por cima da cueca) eu poderia ter socado uma, mas preferi te esperar, e pra que? pra ver voce nesse estado? bêbado, sujo.
Eu estava me sentindo mal.
Felipe - fala assim não irmão.
Guilherme - porra, Felipe, e como voce quer que eu fale?
Felipe - eu me sinto mal, me sinto sujo, me sinto o pior das pessoas, quando voce fala assim.
Guilherme aproximou-se de mim, e me deu um abraço.
Guilherme - me desculpa, as vezes eu passo do ponto, mas é que voce apronta demais.
felipe - eu erro, mas tou tentando mudar a cada dia, uma hora eu consigo, e voce vai se orgulhar de mim.
Guilherme - eu ja me orgulho. Tua pureza me encanta. (disse Guilherme colando seu nariz no meu).
Guilherme sentou no sofá, e abaixou a cueca box, branca.
Guilherme - olha ae, ta todo melado.
Minha boca encheu de água, mas eu teria que ser forte.
Felipe - que tesão.
Guilherme - eu sei disso, vem aqui vem.
Felipe - agora não posso.
Guilherme - por que não pode?
Felipe - é que eu me meti em uma pequena confusão.
Guilherme - que confusão, Felipe?
O rosto de Guilherme mudou, e eu travei na hora de falar.
Guilherme - responde minha pergunta.
Felipe - é que o amigo que foi a festa comigo esta preso.
Guilherme - como assim preso?
Contei toda a historia para o Guilherme, exceto a parte da minha queda, isso ele não precisaria saber, não agora, a não ser que ele levemente levantasse meu cabelo para ver os pontos.
Guilherme - esse teu amigo tem quantos anos?
Felipe - 18.
Guilherme - e ele não tem família?
Felipe - tem, só que ele ta com medo, o carro é do pai dele.
Guilherme - mas ele tem que enfrentar as consequências.
Felipe - ele vai enfrentar, mas ele tem primeiro que sair da delegacia, e então contar toda a historia para os pais.
Guilherme - que cara mais sem noção, e ainda colocou tua vida em risco.
Felipe - mas nao foi proposital. Ele é um cara tranquilo.
Guilherme - Mas não deixa der ser um inconsequente.
Felipe - ajuda ele Guilherme, por favor.
Guilherme - não deveria. Me diz em que delegacia ele esta.
Passei o endereço, Guilherme colocou uma roupa e fomos para a delegacia.
Não demorou muito tempo e o delegado autorizou que Danilo fosse liberado.
xXXX
- Obrigado, delegado! disse Guilherme se despedindo.
Delegado - não há de que.
Saímos da delegacia, e o Danilo vibrou.
xXXX
- Porra mano, voce é foda. Eu já estava com medo de passar a noite aqui. (falava ele eufórico).
Felipe - voce tem que agradecer ao Guilherme, ele que te tirou daqui.
- Vlw irmão, muito obrigado. (disse ele estendendo a mão).
Guilherme passou e fingiu que não era com ele.
Danilo - o que ele tem?
Felipe - ele não ouviu, mas depois eu agradeço por voce.
Danilo - podes crer. E ae, rola aquela carona?
Felipe - claro po, vamos para o mesmo local mesmo.
Entramos no carro e Guilherme não trocava uma palavra. Quando chegamos no apartamento, eu me despedi do Danilo.
Felipe - Boa noite irmão.
Danilo - boa noite brother, e ver se cuida desse machucado hen!? e não esquece de voltar ao hospital para tirar os pontos.
Guilherme passou a mil pela porta.
Felipe - pode deixar mano, vlw.
Me despedi de Danilo, e entrei.
xXXX
Guilherme - que machucado e que pontos são esses?
Felipe - não é nada.
Guilherme - responde minha pergunta, Felipe.
Felipe - é que eu caí, só isso!
Guilherme - e te rendeu um ponto?
Felipe - na realidade, mais que um.
Guilherme - cade esse machucado?
Felipe - mostrei a cabeça pra ele.
Guilherme - tu é foda.
Felipe - isso não é nada, foi só uma queda besta.
Guilherme - não tente me enganar, isso não foi uma queda besta.
Felipe - eu tava meio tonto por causa da bebida, e escorreguei.
Guilherme - esta vendo ae? - Esse era um dos motivos pelo qual eu não queria que voce bebesse.
Felipe - não vai mais acontecer.
Guilherme - voce sempre fala isso, mas nunca cumpre.
Felipe - mas agora eu vou cumprir, depois dessa eu aprendi a lição.
Guilherme - eu que vou te ensinar uma lição. Vou esta te esperando na cama.
Felipe - é o que eu estou imaginando? (abri um sorriso no canto da boca).
Guilherme - não faça esse sorriso. (disse ele apontando o dedo). - sera um castigo, e não um premio.
Nessa hora eu me assustei.
Felipe - e o que sera então?
Guilherme - sem perguntas, e não demora hen!? (disse isso e foi ao quarto).
Eu sentei no sofá da sala, e fiquei ali pensando.
Felipe - o que sera que eu vou receber de castigo?
Não fiquei ali muito tempo e fui tomar um banho. Já abaixo do chuveiro eu fiz uma reflexão do meu dia.
Pensei em como eu era frágil, em como eu era manipulado, não conseguia diferenciar quem gostava de mim, e quem queria me usar.
-Será que minha companhia é agradável para alguém? Será que realmente alguém gosta de mim?
Terminei meu banho, passei um anti transpirante, coloquei um short, uma cueca, e fui pra cama.
xXX
Hey Gui. (falei assim que cheguei na cama).
Demorou hen!? (falou ele assim que abriu os olhos).
Eu deitei minha cabeça em seu peito, mas ele me virou, deixando minhas costas pra cima, e barriga pra baixo.
-ai (senti uma pontada de dor com a forma brusca que ele havia feito aquilo).
Guilherme - é hora da tua lição. (falou ele pulando em cima de mim, e mordendo minha orelha).
Felipe - mas pelo jeito que você falou na sala, eu achei que não fosse sexo.
Guilherme - vai sim, só que vai ser diferente. (ele falava salivando no meu ouvido).
Felipe - diferente como?
Guilherme passou a mão direita laçando meu pescoço.
Guilherme - hoje voce vai ser meu putinho. Quero um sexo selvagem, forte.
Felipe - eu topo. (falei sorrindo). - pode vir que eu tou pronto.
Guilherme - hoje eu quero te estuprar. (falou ele me virando e me dando um beijo calmo).
Felipe - que?
xXX
No dia seguinte acordei cedo, Guilherme dormia como de costume: Mãos para o alto, barriga pra cima, pernas formando um quatro. Estava pelado apenas com um lençol o cobrindo.
Coloquei uma roupa e fui ate a padaria.
Na volta, parei e fiquei admirando os patos no lago. Sentei em um banco próximo, abri a embalagem com os pães, comecei a fazer migalhas e a jogar para os patos. Lembrei da madrugada com o Guilherme e comecei a chorar.
xXX
E ae brother. (Danilo me surpreendeu)
E ae. (falei secando as lagrimas)
Danilo - que tu tem?
Felipe - nada não.
Danilo - ninguém chora por nada pô. Pode contar comigo mano, sou teu amigo ou não sou?
Na verdade eu não sabia quem eram meus amigos.
Eu olhei para o Danilo e recomecei a chorar.
Danilo - porra mano, não chora. Tem alguma coisa haver com a festa?
Eu apenas balancei a cabeça que não.
Felipe - tou com saudade da minha família. (falei olhando para o horizonte).
Danilo - eu não consigo imaginar como seria minha vida longe da minha família, mas imagino o quanto voce ta sofrendo.
Felipe - eu vou entrar mano.
Assim que me levantei, Danilo me puxou.
Danilo - vai agora não. Tou indo pra pelada com o pessoal la da sala, bora também, ae voce esfria a cabeça.
Felipe - acho que não mano.
Danilo - bora la po, agente aproveita e vai conversando pelo caminho.
Felipe - beleza, hoje é feriado mesmo.
Danilo - pois é.
Resolvi que eu iria com o Danilo, terminei de fazer migalhas com os pães, e joguei tudo no lago.
Fomos conversando pelo caminho, Danilo me contou da conversa que teve com os pais dele, e me disse o castigo que havia recebido.
xXX
Felipe - que dizer que vai ter que trabalhar dois meses na empresa do teu pai?
Danilo - Pois é cara, tou puto com isso.
Felipe - esse foi o castigo?
Danilo - sim, meu velho exagerou dessa vez.
Felipe - isso la é castigo po. (falei rindo).
Danilo - quer ir trabalhar no meu lugar? (falou ele gargalhando).
Felipe - se tiver grana eu vou sim.
Rimos.
Danilo - e tu?
Felipe - o que tem eu?
Danilo - teu castigo qual foi?
Felipe - castigo?
Danilo - é po, vai dizer que não foi castigado?
Eu lembrei do Guilherme.
Danilo - conta ae, qual foi.
Felipe - não teve.
Danilo - serio?
Felipe - ahan.
Graças a Deus chegamos, e aquele assunto foi encerrado.
Danilo cumprimentou seus amigos, a maioria da nossa sala.
Danilo - bora jogar Felipe.
Felipe - vou não mano, tou sem tenis.
Danilo - Joga descalço po.
Felipe - vai machucar meus pés po, se fosse campo eu arriscaria, mas em quadra não da não. (o fato é que eu não sabia jogar, e estava com medo de ser zuado).
Danilo - blza então.
Eu fiquei sentado nas arquibancadas e o restante foram jogar.
Depois de um tempo jogando, Danilo, falou que a próxima cerca seria a minha.
Felipe - não vou jogar descalço mano.
Danilo - e quem disse que sera descalço?
Danilo se aproximou e tirando seus tênis me emprestou.
Danilo - aqui óh, joga ao menos uma partida pra relaxar.
Não tinha como eu negar, estava sem saída. Coloquei o par de tênis, e quando chegou minha cerca entrei em quadra, mesmo com vergonha. Joguei no time adversário do Luiz. Toda vez que eu pegava na bola, ele chegava solando fazendo faltas, e dizendo que eu era muito mole.
xXX
Luiz, porra, pega leve. (dizia Danilo do lado de fora do jogo).
Luiz - eu tou pegando leve, esse teu amigo que é muito mole. (Luiz se defendia, me atacando).
Chegou um momento do jogo que eu não aguentava mais, estava cansado, e sentia dores de tantas quedas.
xXX
Entra la no meu lugar. (falei passando os tenis de volta ao dono).
Danilo - já?
Felipe - sim, deu pra esquentar.
Danilo - beleza então.
Danilo voltou a quadra e eu sentei na arquibancada para assistir ao jogo. Não demorou muito e o time do Danilo ganhou do time do Luiz, que justificou a perda, alegando ainda estar bêbado da noite anterior.
- Conversa. (os outros zoavam).
Luiz saiu do time e foi se hidratar.
xXX
Estava distraído quando Luiz chegou me oferecendo água.
- Vlw, tava com cede mesmo. (falei esticando a mão).
Luiz fingiu que iria me passar a garrafa com água, mas tomou de mim, antes de chegar nas minhas mãos, bebeu uma golada, e o restante jogou em sua cabeça.
Luiz - tu ta dando pro Danilo?
Felipe - que?
Luiz - ja saquei qual é a tua seu viado. Gosta de se fazer de vitima, mas eu vou te dar uma dica, saí fora do nosso meio porque aqui ninguém gosta de voce não.
Continua...