" Então tudo que me disseram sobre esse maldito miserável é verdade ... E pelo visto o filho da puta deu o golpe do baú no tal playboy Tales Couto "... O pensamento do homem fervilhava em sua cabeça. Ele deu mais uma volta pelo lugar e pôde comprovar o quanto a casa noturna de um dos caras mais ricos do País era realmente bonita.
O lugar parecia lotar mais a cada minuto que passava. E a chance que o homem teve para colocar seu plano em prática se deu quando Rodrigo Leal beijou o companheiro no rosto e começou a descer a escadaria que o levaria ao térreo.
O garoto parou alguns instantes ao lado de prováveis amigos, sorriram, conversaram, se despediram com promessas de um breve reencontro e rapidamente rumou para a área externa do lugar onde ficavam os banheiros do térreo. Em nenhum momento notou que estava sendo seguido...
O homem chegou ao banheiro um minuto após Rodrigo Leal entrar e se dirigir ao terceiro reservado da esquerda para quem entrava no lugar. Três rapazes estavam já lavando as mãos quando ele entrou. Agindo com a maior naturalidade possível, se dirigiu a primeira porta dos reservados do lado direito e deixou a porta aberta. Os caras saíram em seguida e foi com uma imensa alegria que ele se viu sozinho na companhia do garoto que passara a odiar com todas as suas forças...
Quando a descarga foi acionada no terceiro reservado e a porta do mesmo aberta, Rodrigo Leal tomou um susto quando viu uma arma apontada em sua direção...
_ Se você tem amor a sua vida ou ama realmente aquele outro viado que agora vive com você, aconselho a não tentar nada que me faça abreviar a sua jornada na terra, seu filho da puta nojento.
_ O que você...
A tapa de mão aberta que levou no rosto fez com que Rodrigo cambaleasse para a esquerda já segurando o lugar onde sua pele queimava.
_ Eu não quero ouvir um pio seu. Outro tapa esquentou mais ainda o rosto do garoto que encheu os olhos de lágrimas neste momento.
_ Entendeu, viado escroto? Falou o homem que tinha a voz impregnada de ódio.
O fator surpresa não o deixou chorar no momento da nova agressão ou ter qualquer reação que possibilitasse alguma fuga. Somente após o terceiro tapa é que ele já chorando disse...
_ Sim, senhor.
_ Agora você vai sair comigo sem olhar nem pros lados. Se você fizer algo que chame a atenção dos seguranças, das pessoas, ou do outro viado escroto que vive com você, eu juro que te mato.e depois mato ele na primeira oportunidade.
O homem passou o braço por cima do ombro do garoto e saiu com ele do banheiro . Já no corredor de acesso ao lugar, viram outros quatro rapazes se aproximando e Rodrigo sentiu um leve aperto no ombro...
_ Se quiser morrer agora, viadinho sujo, é só fazer algo que me desagrade.
O garoto nada fez e apenas seguiu pelo corredor.
_ Tem como a gente sair dessa espelunca sem ser visto? E o aperto no ombro foi mais forte...
_ Tem sim. Foi tudo que conseguiu responder enquanto lágrimas rolavam dos seus olhos.
Os dois realmente não encontraram nenhum obstáculo pela frente e rapidamente chegaram ao estacionamento do lugar. Assim que entraram no popular que o cara tinha, as portas foram fechadas e travadas. De dentro do porta-luvas o homem tirou um par de algemas e as colocou nos pulsos do garoto que teve as mãos viradas para trás.
_ Agora você vai saber o que é ter a vida virada do avesso. Vou fazer com que você conheça o inferno mesmo antes de ir para lá.
Antes que o garoto pudesse dizer algo, uma forte cotovelada foi desferida pelo agressor fazendo com que Rodrigo praticamente urrasse de dor com o corpo curvado pra frente.
_ Prometo a você que a noite vai ser bem longa. E antes de apagar o garoto ainda pôde sentir um jato de cuspe na face.
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_ Breno, você viu o Rodrigo lá embaixo?
O sócio de Tales Couto subia as escadas para o segundo piso quando foi interpelado pelo amigo...
_ Não o vi lá embaixo, não. Eu pensei que ele não desgrudaria de você, rapaz. Brigaram, foi? E o cara passou por Tales que fechou a cara e nada disse enquanto descia a escada de dois em dois degraus.
O espaço estava lotado e ele encontrou com alguns amigos do amado no bar...
_ Olá garotos... Vocês viram o Rodrigo? E seus olhos vasculhavam o lugar numa procura angustiante.
_ Ele falou com a gente há uns vinte minutos atrás e saiu pra lá, na direção dos banheiros.
_ valeu, cara. Obrigado. E Tales saiu na direção apontada.
Ele rapidamente chegou ao lugar onde seu Loirinho realmente estivera há poucos minutos atrás e não o encontrou em nenhum dos reservados disponíveis.
_ Onde esta você, meu Loirinho?
Tales pegou o celular e rapidamente discou o numero do amado que atendeu no terceiro toque...
_ Você quer me matar de susto, amor? Onde você esta? Com certeza ele estava dentro da casa noturna pois a música que ele ouvia através do celular era a mesma que estava tocando no lugar e isso o tranquilizou um pouco...
_ Tales? É você, amigo? A voz era de uma mulher...
_ Sabrina? Por que você atendeu o celular do Rodrigo? E o coração do cara acelerou.
_ Ué, ele esqueceu aqui na área VIP e só atendi porque vi seu nome no visor. Aconteceu alguma coisa?
O celular caiu das mãos de Tales. Ele tremia muito e ao olhar para o mundo de gente que estava ali naquele momento um desespero bateu em todo o seu ser...
_ RODRIGO... RODRIGO... ONDE VOCÊ TÁ, LOIRINHO? E seus olhos choravam em desespero.
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Passava das 07:30 h da manhã do sábado quando Tales voltou pra casa irreconhecível. Seus olhos estavam quase fechados de tanto que chorara desde que seu coração sentiu que algo de muito ruim acontecera com seu loirinho. Ele foi levado até a casa dos pais pelo amigo Breno Porto e uma outra amiga dos tempos de faculdade...
Assim que viu a avó Vitória sentada no seu lugar favorito da sala de visitas da mansão, ele praticamente correu até ela e se ajoelhou a seus pés enquanto o choro voltava...
_ Levaram ele, vó... Levaram o loirinho pra algum lugar e ele tá sozinho lá fora... E eu não pude fazer nada... Me ajuda, vó... Por favor me ajuda...
Vitória Couto abraçou o neto que estava praticamente caído a seus pés e disse...
_ Calma, meu neto. Tente se acalmar, sim? Breno...
_ D. Vitória, desculpe entrar assim na sua casa...
_ Breno como você mesmo pode ver, meu neto não esta falando coisa com coisa. Por favor, sente-se e diga o que esta acontecendo.
Por conta do choro do filho, Roberto e Julia rapidamente chegaram à sala seguidos por Tomen...
_ Sentem por favor... Pediu Vitória... _ Alguma coisa aconteceu com o nosso Rodrigo e era justamente isso que o Breno iria começar a contar...
Em poucas palavras o sócio de Tales contou o que sabia da história. Falou os procedimentos que já haviam sido tomados tanto pelo amigo como por ele e o quanto isso havia abalado o namorado do garoto que tinha evaporado da face da terra...
_ E o circuito de câmeras? Isso já foi verificado? Perguntou Roberto Magno, pai de Tales.
_ Apesar da rápida verificação Dr. Roberto, as fitas foram levadas pelo pessoal da DAS ( Delegacia Anti Sequestro) para uma análise mais detalhada.
_ Filho olha pra mim, por favor... Falou Julia Couto.
Tales a olhou fixamente e seu olhar mostrava apenas uma dor que não podia ser medida ou atenuada por qualquer um deles naquele momento.
_ Meu querido, Você não pode se deixar abater dessa forma. O Rodrigo apesar de ser um lindo garoto é o homem que você ama e com certeza vai precisar da sua força, sua determinação e mais ainda do seu amor. Você não esta sozinho, ouviu bem? Assim como você, meu querido, todos nós queremos esse menino de volta o mais rápido possível. Vamos ter fé e nos manter firmes até que ele entre por aquela porta e volte para nossas vidas, ok?
Tales nada pôde dizer... Ele levantou do chão e foi em busca do colo da mãe que o confortou e chorou com ele no seu maior momento de dor.
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Rodrigo foi levado para um imóvel na periferia da cidade. O porão escuro onde se encontrava amarrado e amordaçado já estava com alguma claridade devido o sol quente daquela manhã de sábado. O mofo predominava em alguns lugares e os objetos guardados ali, lhe fizeram recordar sua infância na casa dos aós paternos...
Quando uma lâmpada bem fraca foi acesa, o garoto voltou a ouvir passos na escada que rapidamente se aproximavam do lugar onde ele estava e o rosto de Fred, irmão mais novo do seu pai, finalmente voltou a ser visto...
_ Pelo visto já acordou... Agora nós vamos ter uma conversinha bem agradável.
Nas mãos do homem havia uma corda comum dobrada em quatro partes. E antes mesmo do garoto pensar na tal conversa, o irmão mais novo do pai começou a fazer uso da mesma em todo o seu corpo. Seus gritos não foram ouvidos e o homem só parou de bater quando seu braço finalmente cansou.
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Meu querido Povo do Lado Esquerdo, a cada um de vcs o meu agradecimento mais sincero cheio de saudades. Algo me diz que só poderei estar com cada um de vcs a cada dois dias. Isso me deixa triste porque de certa forma me sinto em débito com todos os amigos e amigas que me ajudam a fazer mais essa jornada. Li todos os comentários e é impossível não ficar emocionado ou mesmo motivado com as palavras de vcs. Apesar de estar sem tempo, não abandonarei essa estrada por nada nessa vida. Um beijo em casa coração. Nando Mota.