- Mark, você presica escolher um nome para este rapazinho! - Lily Tyler acariciou o cãozinho que cabia na palma da mão. - Ele parece uma bola de algodão!
- Eu sei... - Mark sorriu quando o filhote esfregou o focinho gelado em seu rosto. - Não consigo encontrar um nome que combine. Rex, será? - ele avaliou os pelos castanhos e brancos. - Sheik? Duque? Parece que ele não gostou de nenhum. Ele não responde...
- É claro que não. - Georgia afastou uma mecha dos cabelos encaracolados para trás da orelha. - Ele ainda não conhece o próprio nome. Você tem de repetir como um mantra. Ele é macho, entendeu? Levará algum tempo.
Mark riu e mergulhou os dedos na pelagem farta do animalzinho.
- Wimbledon respondeu na primeira vez em que eu o chamei - Ele lembrou-se do último cachorro que tivera, um labrador preto que havia morrido meses atrás, aos quinze anos de idade.
Dois diaa antes, quando Megan telefonara para lhe oferecer o filhote encontrado na porta de sua clínica veterinária, a primeira reação de Mark fora recusar. Porém, a amiga o convencera de que a melhor forma de superar a dor pela perda de um animal querido era adotar outro, de preferência, um filhote. Ele cedera à insistência e fora ver o cãozinho, dizendo a si mesmo que não se deixaria influenciar pelo poder de persuasão de Megan. No entanto, não resestira ao ver aquela bolota de pelos espetados com focinho cor-de-rosa abanar o rabinho e fitá-lo com aqueles olhinhos suplicantes.
Fora amor à primeira vista, e ela levara o filhote para casa no mesmo dia.
- De que raça ele é? - Lily quis saber.
- Bichon Havanês - respondeu Mark.
- Bichon Havanês? - Georgia franziu a testa - De onde ele veio?
- De Havana, cuba. Quero dizer, a raça, ele não - explicou mark - O antigo dono o abandonou, e este rapazinho de sorte encontrou o melhor dono que um cãozinho poderia ter - ele completou, estendendo o braço para afagar as orelhas aveludadas.
- Ora, então pronto! Por que não o chama de Fidel? Ou Castro?
- Não vou chamar o coitadinho de Castro! - Mark riu.
Mark colocou o filhote no chão e o encarou.
- Chopin? Beethoven? King? Ringo? Jeremias? - nomeou, inseciso.
Em vez de atender a algum dos nomes, o cãozinho se escondeu sob as pernas dele, intimidado pelos cães maiores.
- Dê um tempo para que ele se acostume com você - Megan sugeriu. - Afinal, estão juntos há apenas dois dias. Tenho certeza de que o nome dele surgirá naturalmente.
Mark suspiro e voltou a pegá-lo no colo, num gesto protetor.
Mark? Estava pensando em apresentá-lo ao irmão de Brady. - Lily o encarou com expressão preocupada. - você precisa de companhia.
- O rapaz da tevê? - Georgia inclinou-se para frente, interessada.
- Ele escrevia roteiros para televisão, mas agora está trabalhando com em seu primeiro livro.
- Não, obrigado, Lily. Eu não saberia como lidar com a fama.
Você já acabou de ler o livro que lhe dei! - Lily interrompeu o devaneio de Mark.
- Orgulho e preconceito? - ele se lembrou do exemplar sobre o criado- mudo, que ainda permanecia fechado. - Ah... ainda não. Estou esperando o momento oportuno, para que eu consiga me concentrar e dar a ele a devida atenção.
- entendo. - Lily sorriu, deixando óbvio que não acretitava na desculpa - Leia apenas o primeiro capítulo. Tenho certeza de que não vai consegui parar.
- Farei isso, prometo.
- Quem é aquela coisa maravilhosa? - Georgia se inclinou para frente, no banco de pedra, desviando a atenção para o vulto masculino que surgui entre as árvores. - Oh! Ele não é demais?! Conheco todos os homens da cidade, mas nunca vi esse deus grego antes!
Georgia suspirou quando o rapaz interrompeu a corrida e parou a poucos metros de onde eles estavam para alongar os músculos.
- Pelo amor de Deus, Georgia! - Lily resmungou - pare de devora-lo com os olhos! Tente se controlar.
- ele é muito velho para ser estudante - disse Megan. - deve ter uns trinta anos.
- Concordo - Georgia assentiu - e você deve estar cego, Mar, se acha que não vale a pena conhecê-lo. Veja aqueles Músculos!
Georgia estava tao interessada, que correu na direção do moço como um cão de caça atrás do seu jantar.
- Olá!
O rapaz olhou para trás e interrompeu o exercício. Embora os três amigos estivessem distante demais para ouvir a corversa.
Na certa, Georgia havia se apresentado, pois apertaram as mãos. No instante seguinte, ela estendeu o braço na direção das amigas e de de Mark. O rapaz sorriu e inclinou a cabeça. Mark acenou, embaraçado ao perceber que nenhuma das suas amigas haviam feito o mesmo. Um segundo depois, ele voltou a caminhar, e Georgia retornou à mesa.
Oh! Meu Deus! - ela suspirou, sentando-se pesadamente.
- Quem era ele? - Megan perguntou, excitada.
- ele se chama Daylan Mersey, e você estava certa. Não é estudante.
- Dylan Mersey?! Oh, eu não o reconheci. - megan resmungou.
- Você o conhece - todos falaram de uma vez.
- eu o encontrei por acaso na prefeitura, quando fui renovar a licença da clínica. Pelo que ouvi dizer, ele vai abrir uma loja de atersanato na cidade. Ele confecciona potes e jarros de cerâmica.
Interessante... - Georgia meneou a cabeça, fascinada. - eu logo vi que ele tem o ar de um homem que sabe o que quer.
- Será que ele será o homem que vai conseguir laçar a indomável Georgia Darling? - Lily perguntou com um sorriso de provocação.
Narrado por Dylan...
Daylan ficou acidentalmente alcoolizado. Ele sabia como aconteceu, só não entendia por que chegou àquele ponto. Num minuto, estava em sua nova loja, e no outro,tentava se equilibrar sobre as pernas depois de duas doses de tequila.
Dylan saiu do estabelecimento cambaleando. Meio tonto foi tentar atravesar a rua. Para chegar ao encontro com sua loja na rua Carolina, ao chegar na calçada. Dylan perdeu o equilíbrio e caiu na calçada, sentou-se e apoiou a cabeça nas mãos, sofrendo com o efeito da tequila. Quando conseguiu reaver o equilíbrio, vasculhou os bolsos à procura das chaves. Não encontrou nada. Com esforço, colocou-se de pé e cambaleou até a porta.
Pressionou o rosto contra o vidro da vitrine para espiar o interior. Caixas contendo peças inacabadas, tintas e pincéis, e a bancada com o torno para cerâmica ocupavam lá, em algum lugar.
Foi quando alguma coisa chamou a sua atenção. Ele estreitou os olhos e pestanejou diversas vezes. Não estava enganado. Um animalzinho farejava o piso perto do balcão. Estaria tão bêbado que começara a ter alucinações?
Porém, outro olhar cuidadoso confirmou que não se tratava de um sonho.
De onde aquele cãozinho havia surgido?