Cap.15
- Ah, se é o que você quer... - minha tia olhou para mim, eu olhei para ele e mais uma vez me tremi. Estava nervoso, e com medo das lembranças que aquelas noites no mesmo quarto iriam me trazer - você se incomoda ?
- Não... Não tia - falei, entrando no quarto com a mala. Ele entrou quase que em seguida. O quarto não havia mudado muita coisa desde as últimas férias. Porém, eu me sentia ligeiramente incomodado e alegre por estar ali. Muitas lembranças voltavam a minha mente. E eu não sabia se poderia suporta-las.
MINUTOS MAIS TARDE
Minha tia conversava comigo no quarto.
- E aí ? Como vai sua carreira ?
- Ah, tudo muito bem. Já tô pilotando a maioria das aeronaves da frota.
- E você já faz vôos internacionais ?
- Só como co-piloto, e vôos curtos. Eu não tenho tanta experiência assim, então ainda não posso pilotar para o exterior.
- Mas o salário...
- O salário é ótimo kkk Nesse quesito eu não fico nenhum pouco mal kkk - naquele momento pleno da conversa, ele entra no quarto sando um daqueles típicos shortinhos curtos que ele tinha costume de usar em casa e deixavam suas belas coxas a mostra.
- Bruno, é verdade que você mudou de companhia ?
- É, você não soube ?
- Não, acabei de saber pelo Lucas. Porquê trocou ?
- Tinha muita mutretagem naquela companhia, não valia a pena eu ficar lá. E eu sempre ouvi falar muito bem dessa companhia, então acabei conseguindo.
- É, se você acha que é melhor...
- O único porém é que eu comecei como co-piloto, porquê as duas companhias usam aeronaves diferentes. Mas de resto, até agora as coisas estão bem diferentes. Até a nossa segurança a outra companhia tava colocando em risco.
- É... Fez bem então em trocar, segurança é algo que não se brinca.
- E ela vai acabar falindo, pois a presença tem caído com essa fama ruim.
- É, imagino... - logo ela saiu, e nos deixou a sós no quarto. Eu continuei lá, mexendo no meu celular como se tudo estivesse normal e meu pensamento estivesse a quilômetros dali. Mas não, de dez em dez segundos eu olhava aquele homem ali na minha frente. De repente ele se passou perfume, o cheiro tomou conta do quarto. Me fez perder até o rumo do pensamento, eu não sabia nem mais o que dizer.
- EI ?
- O que foi ?
- Não finge que não tá me vendo - falou, se deitando na cama. Aquele cheiro cada vez mais perto me deixou louco - não quer sair comigo ?
- Sair, para onde ?
- Sei lá, espairecer para ver como anda a cidade...
- Se esqueceu que essa cidade nunca muda ?
- Mas alguma coisa pode ter mudado. Sei lá... Vamos... Só que desta vez você pode dirigir... - olhei para ele - a gente pode ir comer pizza, sei lá...
- Tá bom, vamos - falei, me levantando.
MINUTOS MAIS TARDE
Andavamos lado a lado, sentindo aquele ventinho gostoso que a Orla de Santarém proporciona. Naquele fim de tarde, a vista ficava ainda melhor.
- Se lembra daquela vez que a gente veio aqui ?
- Depois da praia ? Claro que eu lembro. O céu tava assim aberto, sem nuvem nenhuma como está hoje.
- Um dia lindo, e fresco... - continuamos andando, mas alguns minutos de silêncio - a sua rotina deve ser bem parecida com a minha não é ?
- Como assim ?
- Não ter hora para nada, ter que desmarcar compromissos por causa de escala, e principalmente não poder namorar.
- Mas você sente falta de namoro ?
- Eu não diria falta... Mas é que as vezes você sente a falta do carinho, dos abraços, de uma pessoa dizendo Eu te amo...
- É... Exatamente o que eu penso...
- E eu sei que mesmo com a falta de tempo a gente pode começar um relacionamento. Mas não é legal, ficar tantos dias longe, sem se ver.
- Pois é... Exatamente por isso eu não comecei um namoro. E também... Por falta de pretendentes... - ele riu
- Falta de pretendentes ? Os homens de Manaus estão fracos é ?
- Até demais kkkk Mas também... Você mesmo sabe - falei, me colocando escorado na beirada - não é qualquer pessoa que consegue me arrancar um beijo. Só... Pessoas especiais...
- É... Eu sei - falei. Logo em seguida ele também se escorou. Porém, ao invés de se escorar normalmente, colocou um dos braços a minha volta.
MINUTOS MAIS TARDE
Compramos a pizza e levamos para casa para comermos com o pessoal. Porém quando chegamos em casa, uma surpresa. Reluzente...
- Ué, que movimentação é essa ? - perguntei, assim que entramos na garagem.
- Não sei... Vamos ver - falou, assim que saímos do carro. Fomos andando em direção a um pátio, quando a titia apareceu.
- Mais um primo chegou na casa !
- Primo, que primo... - entramos pela porta e lá estava ele, sentado no sofá.
- É o Márcio, Luquinhas - nossa avó falou.
- Márcio ? Mas... Eu não o conheço - e então ele se ergueu.
- Nós não nos conhecemos porque vivi sempre na Colônia. E agora que tenho que fazer faculdade, vim para estudar... - ele me cumprimentou. Olhou nos meus olhos com tanta intensidade que até sem graça me deixou - você deve ser o Lucas, não é ? - ele era lindo...
- Sim, sou eu... - fiquei olhando naqueles olhos. Sem dúvida ele era um dos homens mais bonitos que eu já havia visto.
- E eu sou o Bruno - falou ele, quase que me empurrando e tomando as Mãos dele das minhas mãos.
- Ah, claro - Bruno me olhou, com um olhar estranho que eu não entendi...
Continua
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