Continuação
-Seu gosto é maravilhoso, né? -Valéria disse depois do beijo. Eu sorri.
-Me deixa provar o seu?
Pedi a olhando nos olhos. E ela deixou... Depois nós nos esfregamos mais um pouquinho e caímos, exaustas, num sono profundo.
No outro dia, levantamos, tomamos banho juntas e tivemos um replay do que rolou a primeira vez que estive na casa de Valéria...
Ela fez novos curativos em meus pulsos e eu vesti uma blusa que os cobria...
O café da manhã foi entre beijos e amassos... Depois íamos trabalhar.
Na verdade, eu ainda tinha o resto da semana de folga, mas não quis deixar de ir dar aula. Já havia faltado no dia anterior e estava melhor, especialmente por que estava com Valéria.
-Gatinha... Vc vai mesmo ir trabalhar hoje? -Me perguntou enquanto eu lavava a louça do café.
-Sim... Eu não posso deixar meus pequenos sozinhos. -Sorri.
-Hum, e vc gosta de criança? -Perguntou, ainda sentada a mesa.
-Sim... Sou madrinha de um bebê no orfanato...
-Legal. -Foi só o que disse e sorriu em seguida.
Nós saímos do apartamento dela, ela me largou na escola e em seguida foi trabalhar.
A manhã passou rápida. A tarde teria faculdade.
Passava das onze horas, estava esperando Valéria em frente a escola, quando Lucas, um dos professores da escola em que trabalho, se aproximou.
-Bom dia, Helena... -Sorriu.
-Bom dia. -Fui um pouco grossa. Fazia tempo que ele tentava sair comigo.
-E então, o que vai fazer na Sexta-feira a noite? -Perguntou, sorrindo descaradamente.
"Vou ficar coladinha com a minha noiva..." pensei, mas obviamente não verbalisei.
-Helena? -Ele me chamou, me tirando de meus devaneios.
-Eu vou sair com uma pessoa especial. -Falei sorrindo e mostrando a ele minha mão direita, e em especial, o anel de pedra vermelha e a aliança.
-Vc é noiva? -Parecia surpreso.
-Sim. -Respondi.
-Me desculpe. -Sorriu sem graça e se mandou.
Poucos segundos depois, Valéria chegou.
-Bom dia, amor! -Disse entrando em seu carro, sorrindo e ia beijá-la, mas ela me deteve.
-Que foi? Fiz algo de errado? -Perguntei diante de seu ato.
-Quem era aquele cara? -Perguntou sem ao menos me olhar.
-Um colega de trabalho. -Falei tentando beijá-la novamente. Dessa vez, ela correspondeu.
-Ai... -Reclamei ao sentir que ao parar o beijo, ela mordeu meu lábio inferior.
-Nunca mais dê conversa pra ninguém, tá entendendo? -Falou calmamente, segurando meu rosto e olhando em meus olhos.
Eu apenas conseti com a cabeça, não queria brigas.
-Sua mãe volta quando da viagem?
-Ela vai ficar um mês...
-E pra onde ela foi? -Perguntou sem tirar os olhos da estrada.
-Foi visitar alguns parentes...
-Hum... -Ela estava um pouco estranha.
Depois de alguns minutos, ela parou em frente a uma casa pequena, branca e com um jardim florido.
-Que lugar é esse? -Perguntei o adimirando.
-Vem... É uma surpresa. -Falou sorrindo.
Nós descemos e Valéria entrelaçou seus dedos nos meus, me levando em direção a casa.
Já na porta, ela bateu e uma senhora de cabelos brancos, baixinha e sorridente, abriu.
-Bom dia! -Disse a senhora.
-Bom dia... É, mãe, essa aqui é a Helena, minha noiva. Helena, essa é minha mãe.
Eu não pude deixar de devolver o sorriso dela, antes de dizer:
-Bom dia senhora... -Falei a abraçando.
-Vamos entrar, vanham! -Falou nos levando pra sua pequena e aconchegante casa que se assemelhava a de uma boneca.
-Helena, nós vamos almoçar aqui, tudo bem? -Disse Valéria enquanto nos sentávamos no sofá, a mãe dela havia ido para a cozinha, de onde vinha um delicioso cheiro de comida.
-Sim... Mas por que não me falou que ía me apresentar a sua mãe? -Perguntei, eu estava muito surpresa.
-Porque eu queria te fazer uma surpresa... -Falou sorrindo.
Dona Joana, a mãe de Valéria, voltou alguns segundos depois e sentou no outro sofá.
-E então, quantos anos vc tem, querida? -Perguntou dona Joana pra mim.
Eu olhei pra Valéria e vi receio em seu olhar, mas mesmo assim, falei.
-Eu tenho dezoito.
-Vc é muito jovem né? -Perguntou, olhando pra Valéria, como se a repreendendo. -Mas dizem que amor não tem idade não é? -E sorriu gentil.
-É... -Devolvi seu sorriso.
Nós três conversamos algum tempo sobre vários assuntos banais, até que dona Joana solta:
-Quando vocês pretendem se casar? -Perguntou parecendo anciosa.
-Pois é mãe, ainda não marcamos a data... Não sabemos direito ainda quando vai ser melhor, não é amor? -Disse Valéria, eu concordei.
-Ah mas, quando vocês decidirem casar, não se esqueça de que eu posso fazer seu vestido, Helena. -Sorriu a boa velhinha me contagiando com sua alegria.
-Mãe, a mãe da Helena também é costureira, com certeza ela vai preferir um vestido feito por ela...
-Eu ía adorar se as duas podessem fazer o vestido, juntas. -Sorri pra Valéria que me devolveu o sorriso.
-Bom, temos que marcar um dia pra eu conhecer sua mãe, Helena. -Disse dona Joana, saindo em seguida.
-Pensei que sua mãe morasse em outra cidade. -Falei a Valéria.
-Ela se mudou faz algum tempo.
Quando dona Joana voltou, ela nos chamou pra almoçar e nós fomos. A comida estava ótima...
Eu lavei a louça, nos despedimos e fomos embora.
-Sua mãe é muito legal... -Falei assim que entramos no apartamento.
-É... -Me abraçou ainda na porta, me dando um selinho na boca
-A comida tava excelente também. -Sorri. Ela devolveu o sorriso e sussurrou em meu ouvido:
-Helena, eu não te trouxe aqui pra falar da minha mãe. -Eu gemi baixinho e mordi o lábio. Isso nem passou por minha cabeça.
Continua...