A partir de agora os fatos serão narrados por Felipe.
William havia viajado há dois dias atrás. Foi para uma cidade próxima, à trabalho. Enquanto isso, a minha cama estava vazia sem ele. Vocês não sabem, ou talvez saibam, que ele é o cara mais especial do mundo, e eu só me sinto especial por que ele me faz sentir assim.
Mas o bom é que enquanto ele não está, estamos organizando a festa para anunciá-lo como presidente da empresa. Já houve a reunião, eu e estava representando ele. Como nós eramos maioria, ele acabou ganhando, mas isso todos nós já sabíamos, porque Lucero premeditou toda a situação. O que pude garantir é que o titio não gostou nada, nada, ele até falou que nem dono o William era, mas Lucero mostrou documentos que mostravam que ele era dono de 30% das ações, metade das que me correspondiam.
Esses últimos dois meses foram muito especiais pra mim, porque apesar de Will ficar viciado em trabalho, ele percebeu minha carência e acabou me dando muito amor, ainda mais depois daquela discussão que tive com ele, que acabei falando o que não devia. Mas foi a raiva, porque aquele moleque me tira do sério. Aliás, acho que agora o moleque sou eu, e não ele. Ele sempre foi muito responsável, porque trabalha desde de muito cedo, mas agora... ele me deixa até o limite da raiva de tanta responsabilidade. Ele pensa que eu não percebo as coisas. Mas é muito óbvio que sei que ele faz tudo isso por mim.
Eu lembro há um ano atrás, que ele não era assim, antes de nos casarmos ele era sereno, só se preocupava com o trabalho na loja e o estudo na águia. Percebi também que ele não é mais tão doce quando precisa me proteger. Quando sente que eu ou meu patrimônio está ameaçado, ele fica diferente, passa a agir com a cabeça e não com os sentimentos. Até sei que é pra me manter protegido, mas admito que aquilo me deixa possesso.
Minha sogra, Leonor, conversa muito comigo quando estou em casa e Will não. No caso agora bem mais, já que ele está fora da cidade. É impresionante como a cada conversa é uma nova descoberta, e eu me sinto um moleque ainda mais apaixonado por ele. É foda pensar, que poderia estar sem ele ainda. O nosso amor sempre foi um grande e verdadeiro amor, e se me desviei do caminho foi porque ele não estava comigo e me revoltei por isso.
Minha sogra me faz rir demais, oh. Ela é muito hilariante quando fala as coisas dele.
Fui pra casa junto do Osvaldo, tomar meu banho pra ir pra faculdade. Sua festa seria amanhã, a noite, seria um sábado, então não teria aula. Eu não estava nem aí pra aula e não parava de pensar no William. No intervalo as meninas ficavam perguntando o que eu tinha e eu disse:
- Não paro de pensar em William.
Foi um erro, eles me zoaram muito. Começaram a falar que eu tava carente. Então eu disse:
- Não é isso. É que eu não paro de pensar na nossa infância, enquanto estávamos na minha casa.
- Então porque não nos fala um pouco? Eu quero saber. - Falou Osvaldo e todos concordaram com ele.
- Nunca contei pra vocês. Mas na minha infância com William, eu já o amava. Eu sofria por meus pais serem separados e me isolava no meu quarto. E toda vez que meu pai me pegava na escola, ele parava na barraca da Leonor, e William estava lá ajudando ela. Eu me apaixonei ali, mas jamais falaria nada, e nem sabia se era amor. Era apenas a vontade de estar com ele. No ano seguinte estudamos juntos, e no primeiro dia de aula quando o vi na classe, fui falar com ele.
- Amo histórias de amor, e estou gostando da sua. Prossiga.- Falou Lúcia, empolgada.
- Então, a partir daí ele se tornou meu melhor amigo. Assim que ele começou a frequentar minha casa, eu ficava com vergonha dele, mas extremamente feliz por ele estar lá. Ficávamos jogando games e brincando. Depois de um tempo ele começou a dormir lá algumas vezes. Começamos a fazer inglês e francês, minha mãe pagava pra nós dois. As vezes chegávamos cansados e dormíamos na minha cama antes de ele ir trabalhar com a mãe. Quando eu via que ele estava dormindo, eu colocava minha cabeça no seu peito, depois disso que eu dormia, eu me sentia protegido. Ele sempre dormia mais rápido, porque ele sempre estava mais cansado por ajudar a mãe. Algumas vezes ele acordava, mas por algum motivo ele deixava eu ficar assim. Eu cheguei a beija-lo uma vez, mas me senti tão culpado...
- Foda cara! Vou ser honesto com você, Felipe. - Falou Osvaldo olhando nos meus olhos e com um ar de sério - Eu tenho um pouco de inveja de vocês. Por terem conseguido esse amor. As vezes eu queria ter vivido um amor assim.- Finalizou ele.
- Mas com uma menina, né Valdo?- Falou Eric, e todas as meninas olharam pra ele.
- Eu sou hétero, então seria com uma mulher. Mas pra ter um amor de verdade, eu não me importaria em ter nascido gay.- finalizou.
- E porque vc está falando assim, Osvaldo? Você nunca pareceu tão melancólico.- Questionou Tuca.
- Na real. É porque estou cansado dessa vida, de não ter ninguém que me ame pra compartilhar esses bons momentos. Sei lá, difícil explicar e não quero explicar isso agora.- Terminou ele.
- Entendemos, eu acho.- Falou Diana - Já passei por isso.- Falou ela se levantando e nos chamando pra voltar pra aula.
Tuca olhou indignado pra Diana e disse:
- Não estou sabendo disso não, Diana. Você está me escondendo coisas.
- Não é isso, Arthur. E vamos pra aula!- Finalizou ela.
A aula foi muito chata. Na saída pedi pra eles se pudessem, continuar a me ajudar na organização da festa para William. Eles aceitaram e combinaram de estar às 8 horas da manhã lá. Quem ficou responsável pelo buffet foi a Tia do Eric, então a mãe do will estava lá também ajudando ela. Desde a viagem pra Curação as duas ficaram muito amigas, e eu dou graças a Deus por isso.
No dia seguinte era uma correria doida, os meninos tavam que tavam, e as meninas ficavam com maior raiva deles. Eles tavam se enxerindo pro lado das meninas do buffet e elas ficavam possessas com eles. Era ciúmes com certeza. No fim de tudo sairia um trabalho incrível, e aquele clima de felicidade estava magnífico, já fazia um tempo que não me sentia assim.
Quando deu 1 hora da tarde, Lucero e Susan desceram para a sala de festas e ele disse que era pra acabarmos e deixarmos o resto com a pessoal da decoração. Porque era pra estarmos às 7:00 horas lá, que o vôo de Felipe chegaria às 8:00 horas e ele já viria direto pra empresa.
Susan entregou os convites para mim, o meu e da Leonor, e entregou também os de Arthur, Diana, Lúcia, Osvaldo e Eric. Então, cerca de 15 minutos depois estávamos indo. Fui pegar Leonor na cozinha, onde ela está tava com a tia do Eric, e nos encaminhamos para casa.
Por incrível que pareça o tempo passou muito rápido. Se bem que eu dormir um tempinho, que não sou de ferro. Meu celular despertou 5:30 pra eu tomar banho.
Fui até Leonor, ela já estava se arrumando, e ainda me ralhou por ainda não ter tomado banho. Só falei pra ela que homem não tem frescura igual mulher, é só vestir qualquer roupa e pronto. Mas não foi bem assim, eu olhava no guarda roupa e via muitas roupas, mas nenhuma que me fizesse gostar, uma que William olhasse e ficasse louco pra me levar pro escritório e fazer coisas comigo. Mais ou menos isso.
Depois de algum tempo Leonor quase joga a porta, já era a segunda vez que ela vinha me chamar. Ela grita do outro lado da porta:
- Não era só vestir qualquer coisa, Felipe?
- Era sogrinha, mas hoje estou me arrumando pro seu filho. Então é diferente. Quero que ele olhe e veja que eu sou o príncipe dele.- Disse.
Então ela respondeu:
- Se for por isso sai já daí, porque ele sempre te chama de meu príncipe quando pergunta de você pra mim.
- Como?- Falei abrindo a porta num susto.
Fiquei surpreso, ele não me chama muito de príncipe, que dirá "meu príncipe". Então precisava saber daquilo.
- Você está de brincadeira, não é Leonor?- Questionei.
- Claro que não né, porque brincaria com isso.- Terminou ela, quando a puxei para um abraço apertado.
Então nos dirigimos para o salão da empresa. Chegamos atrasados 15 minutos, e todo o pessoal já estava lá. Nos sentamos na mesa com Lucero e sua família, ele apresentou a mãe de William para eles, e o Idiota do Tasso estava lá. Ele ainda teve a cara de pau de falar pra Leonor sentar do lado dele, pra conversarem. Não vejo o que aquele idiota poderia conversar com ela. Ela sentou próxima dele, e eu dela.
De fato o salão ficou lindo, nossos amigos estavam sentados na mesa ao lado, eu de vez quando ia lá com eles, mas eles nem se incomodavam, estavam muito animados. Estavam dançando na pista que foi feita pelo pessoal que produziu da festa.
Mas o Tasso não parava de rir com o que Leonor falava. Óbvio que era riso falso! Aquele viado com certeza está a fim do Will e fica dando uma de macho.
Puxei minha sogra pra dançar, a partir daí muita gente foi pra pista, até Lucero com a esposa. Já que era música lenta.
Já estava na hora do avião de William chegar, ele logo estaria por aqui. E eu ia dançar com ele, estou louco por isso. Ele é o príncipe dos meus contos de fada. Acho que todos sonham com um amor assim. Eu conseguir o meu, e nem parece real, mas é perfeito.
Estava voltando pra mesa quando vi Osvaldo saindo pela porta da frente, apressado. Susan passa por mim e um pouco atordoada dá de encontro comigo, não fala nada, mas corre um pouco até a porta da frente, assim como Osvaldo. Tentei ir atrás, mas algumas pessoas estavam voltando para as mesas e isso me atrapalhou. Quando cheguei na frente da empresa, Susan não estava mais.
Voltei pra dentro e continuamos a festa, pra todo lado que se olhava eram pessoas bem vestidas e mulheres com taças de champanhe na mão e conversando. Os garçons passavam a todo momento e ofereciam bebidas.
Lucero me chama e pergunta se William havia enviado mensagens ou ligado. Eu falo que não, então ele fala pra esperarmos mais um pouco. Eu fiquei esperando, mas chegou a um ponto que eu já estava preocupado. Já era 9 horas, e Will não falava nada. Fui até Lucero e disse:
- Lucero, entre em contato a linha aérea e veja se atrasou o vôo, porque eu estou preocupado.- Finalizei.
- Vou pedir para Susan fazer isso. Só que eu não a vejo já faz um tempo.- Disse.
- Ela saiu faz quase 1 hora. Acho que ela foi resolver algum assunto, ela estava com muita pressa e nem falou comigo quando me viu.- Falei.
- Era só o que me faltava, que ela saísse sem falar nada. E agora que preciso dela. TASSO!- Chamou ele, num tom mais elevado.
- Senhor? pai.- Falou Tasso ao se aproximar de seu pai.
- Vá até o escritório e ligue para a companhia aérea que William veio. Pergunte se houve atraso ou algo assim, porque o William não dá sinal e quando eu ligo cai na caixa postal.
- Ok. - Falou ele.
Eu estava muito preocupado. Tirei meu celular do bolso e liguei pra ele, e só dava na caixa postal, como disse Lucero. Fiquei ainda mais preocupado quando Leonor se levantou da mesa e veio até mim perguntando o que estava acontecendo. Nem sabia o que falar.
- É que já está ficando tarde e o Will já devia ter chego. Estamos preocupados.
- Aí meu Deus, meu filho.- Falou ela, colocando a mão na boca, em sinal de desespero.
Todos nós olhamos, mas pedi pra ela uma ter calma, que não havia acontecido nada. Ele só estava atrasado.
Fomos para a mesa com Lucero, e logo depois Tasso chega, senta e diz:
- Eles disseram que o vôo chegou com 10 minutos de atraso e que William estava na companhia e já desembarcou.
- Mas já vai dar 10 horas, ele já devia está aqui.- Finalizou Lucero.
Eu não sabia mais o que fazer, eu já estava ficando desesperado, e a mãe de do William estava passando a mão nas minhas costas. Eu estava com uma sensação estranha, estava com medo. Até que meu telefone toca, eu olho na tela e digo.
- Ai meu Deus, é o William, graças a Deus.- Disse.
Atendo o celular e digo:
- William?
E a voz diz:
- Não. Eu sinto muito, não pudemos fazer nada.
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Gostaria de pedir desculpas pelo atraso, e agradecer a vocês que continuam lendo minha obra.
Obrigado!PS. Eu já tinha feito a história. Mas apagou por engano quando restaurei o celular. Por isso atrasei.