Aviso:Esse capítulo têm dois narradores.
Capítulo 9-Minha família!(parte 2)
Narrador:Daniel
Minhas lágrimas diminuíram e logo eu não conseguia mais derrama-las.Apenas me deixei ficar ali,sem vontade de me levantar,apenas desejando acordar daquele pesadelo que eu havia entrado.
Minha família sempre foi minha base e eu sempre a amei muito,mesmo depois que tivemos que nos separar.E saber agora que aquilo que eu considerava família se rompeu,me deixou sem chão.
Me revirei na cama várias vezes sem poder dormir.As palavras do Vitor voltavam a minha mente e aquilo me torturava.Eu não me achava egoísta,ao contrário,meu pai havia dito que se eu achava que era o certo poderia ir,ele não ia me impedir.
Eu não havia feito o que ele me pediu?Não havia cortado todas as ligações para respeitar o limite que ele mesmo havia colocado?
Mas uma vozinha lá no fundo me dizia que eu estava procurando desculpas por tê-los abandonados e aquilo só me deixou pior.
A noite se arrastou lentamente e por mais que eu tentasse não conseguia pegar no sono,quando meus pensamentos não iam em direção ao Nick,me levavam aos meus pais,e aquilo foi uma tortura.
Perto das três da manhã,o cansaço me dominou e finalmente acabei dormindo.Não sei quanto tempo levou até que pancadas em algum lugar,me acordaram.
Sentei na cama atordoado,minha cabeça girou e uma dor latejou forte.Após um esforço enorme me levantei e resolvi ver que batidas eram aquelas que não paravam.Ao sair do quarto uma luz forte quase me cegou e eu percebi que já era dia.
Caminhei lentamente até a porta ao descobrir que era de lá que vinham as pancadas e a abri,dando de cara com Afonso e sua esposa,os pais do Nick.
-Bom dia querido!-Ela disse com um sorriso enorme.
-Viemos ver como você estava!-Afonso disse estendo a mão para mim.
-Bom dia!-Eu disse enquanto apertava a mão dele,tentando sorrir mesmo com tanta dor de cabeça.
Eu os convidei para entrar e os levei até o sofá,aonde estava uma mochila.Olhei duas vezes para ela,me perguntando o que estaria fazendo ali,pois eu tinha certeza que ontem ela não estava aqui.
-Essa mochila e sua?-Helena perguntou ao me ver olhar para ela intrigado.
-Não!-respondi sem graça a pegando e a colocando em um canto.
-Você não deu mais notícias e ficamos preocupados.-Afonso disse enquanto se sentava.
-Tem sido muito difícil e eu tava precisando de um tempo sozinho.-Eu disse me sentando no outro sofá.
-A morte dele foi muito repentina,e também tem sido muito difícil pra gente.-Helena disse enquanto pegava na mão do Afonso.
-Ele era tão novo e tão cheio de vida...Eu não esperava perder o Nick assim...dessa forma.-Eu disse após alguns minutos em silêncio.
-Também não esperávamos!-Afonso disse emocionado.
-Vocês já sabem o que aconteceu naquela noite?-Eu perguntei desesperado por uma resposta.
-Conversamos com a polícia e eles disseram que já pegaram a responsável.-Helena respondeu após um tempo em silêncio.
-Quem é?-Eu perguntei sem esconder a minha ansiedade.
-Uma moça chamada Diana!-Afonso respondeu enquanto apertava a mão de Helena com força.
Diana?Eu me lembrava de uma moça com esse nome.Ela já havia vindo aqui algumas vezes atrás do Nick e ele me disse que era uma ex namorada que não o havia esquecido e não aceitava a nossa relação.Ele tinha pena dela e sempre a levava para casa.Saber que ela era a responsável por ele não estar ali com a gente,que era a culpada por todo aquele sofrimento que eu estava passando,fez um sentimento estranho aparecer no meu peito.
-Mas ela está presa?...Essa Diana vai ser julgada?-Eu perguntei sentindo o ódio crescer por aquela maldita mulher.
-Eu também queria que ela pagasse pelo que fez.-Helena respondeu com lágrimas nos olhos.
-Um advogado apareceu e alegou que ela está pertubada e não cometeu o crime de caso pensado.Então mandaram ela para uma clínica,para aguardar julgamento.-Afonso explicou de cabeça baixa.
-Isso não é justo!...Ela é uma assasina...tem que ser presa...pagar pelo mal que fez.-Eu disse exaltado.
Naquele momento uma porta bateu em algum lugar.Minha raiva deu lugar a surpresa,enquanto tentava imaginar quem poderia estar ali?
-Achei que estava sozinho,querido!-Helena disse me encarando seria.
Eu também achava,mas então vi o Vitor saindo do corredor só de toalha.Senti o chão aos meus pés se abrir e naquele momento minha vontade era de virar um avestruz.Eu pensava que ele tinha ido embora,mas devia ter imaginado que não.Helena e Afonso observaram Vitor e em seguida a mim,com uma expressão de choque e surpresa.
-Bom dia!-Vitor disse quebrando o silêncio que havia se formado.
-Acho melhor irmos embora!-Helena disse enquanto se levantava,o ignorando.
-Não!...Não precisam ir,o Vitor já está de saída!-Eu disse agora me sentindo constrangido.
-Depois da noite que tivemos ontem,eu só saio daqui quando tomar café.-Vitor disse enquanto apanhava a mochila.
Meu queixo caiu e eu tinha certeza que havia ficado vermelho.Não conseguia desgrudar os olhos dos pais do Nick,que me olhavam de uma forma incapaz de descrever.
-Vamos embora daqui!-Afonso disse enquanto pegava no braço de Helena e ia em direção a porta.
-Não é nada disso do que estão pensando!-Eu disse passando a frente deles desejando uma chance de me explicar.
-Não estamos pensando nada.. estamos vendo.-Helena disse parecendo enojada.
-Mais...-eu tentei falar.
-Não faz nem um mês que enterramos o Nicolas,e você já está dormindo com o irmão dele.-Afonso disse me olhando com raiva.
-Então ele está bem melhor do que antes.Afinal o Nick não é lá essas coisas.-Vitor disse aparecendo novamente só que agora vestido.
Eles olharam com fúria para Vitor e em seguida para mim.Por um minuto pareceu que eles iam me xingar,mas preferiram sair batendo a porta com força depois que passaram.
-O que você estava tentando fazer?-Eu perguntei enquanto me virava para olhar para ele.
-Não tenho culpa se levam as coisas tão a sério.-Vitor respondeu enquanto se sentava no sofá.
-Você imagina o que eles estão pensando de mim agora?-Eu perguntei tentando me controlar para não gritar com ele.
-Que você é um putinho muito sáfado.-Ele respondeu dando uma gargalhada logo em seguida.
-Vá para o inferno!-Eu disse indo em direção ao meu quarto.
Eu estava com muita raiva dele.Uma hora me xingava,na outra me criticava e depois ficava fazendo essas brincadeiras sem graça.Eu já não o entendia mais e só de tentar me dava mais raiva.Andei de um lado para o outro do quarto,imaginando o que os pais do Nick deveriam estar pensando e decidi que deveria lhes dar uma explicação.Eles não podiam ficar achando que eu estava traindo a memória do Nick.
Depois de um longo tempo,Vitor bateu na porta com força.Eu o ignorei e desejei que desaparecesse dali.
-Deixa de fazer cu doce e vem tomar café.-Ele disse batendo na porta com mais força.
-Não estou com vontade!-eu disse alto o suficiente para ele ouvir.
-Abre a merda dessa porta,senão boto abaixo.-Ele disse com a voz seria.
Eu me levantei,respirei fundo e fui até a porta,abrindo apenas uma brecha.Ele estava parado com os braços encruzados enquanto me encarava,seus cabelos pretos mais arrepiados do que já tinha visto e seus olhos verdes escuros prendendo minha atenção a seu rosto.
-Não estou com fome!-Eu disse tentando desviar o olhar dos seus olhos.
-Vamos tomar cafe Daniel.-Ele chamou ignorando o que eu havia dito.
-Não!-Eu temei saindo de perto da porta e voltando a me sentar na cama.
Sem esperar convite,Vitor entrou e se sentou ao meu lado.Ficamos em silêncio por um bom tempo até que ele fez um som de desânimo.
-Você não está se alimentando direito...Vamos tomar cafe!-Ele pediu sem me olhar.
-Já disse que não estou com fome,quer que eu desenhe?-Respondi irritado com a insistência dele.
Me levantei e em seguida me sentei no meio da cama,enquanto abraçava minhas pernas.Vitor fez o mesmo e sentou na minha frente.
-O café está gostoso...Eu mesmo fiz.-Ele disse me encarando com um sorriso.
-Não quero!-Eu disse me sentindo amolecer por aquele sorriso de lado que ele adorava dar.
-Tem certeza?-Ele perguntou de um jeito malicioso,enquanto pegava nas minhas pernas.
-Tenho!-Respondi enquanto o observava.
Vitor deu mais um de seus sorrisos e puxou minhas pernas me fazendo se deitar,em seguida,com um golpe rápido,ficou em cima de mim.
-Vitor sai!-Eu pedi já imaginando o que ele iria fazer.
-Só se vier tomar café comigo!-Ele disse com as mãos na minha barriga.
-Não!-Eu disse enquanto tentava me levantar.
Ele deu um sorrisinho safado e começou a fazer cócegas.Eu comecei a rir sem querer e me contorci em cima da cama.Eu ri até sair lágrimas dos meus olhos e sentir que ia acabar fazendo xixi na roupa.
-Para...Não...para!-Eu pedi já sentindo dor de tanto rir.
-Vai tomar café comigo?-Ele perguntou pronto para mais um ataque.
-Se parar com isso...eu vou!-Eu respondi enquanto segurava os braços dele.
Ele sorriu e meus olhos encontraram os dele.Uma emoção estranha tomou conta de mim.Uma idéia de abraça-lo surgiu em minha mente,mas era só uma idéia sem braços.
Por um minuto esqueci quem eu era e quem ele era.Eu só conseguia pensar o quanto seu corpo estava tão próximo do meu e quanto quente ele estava.
####################################################
Narrador:Vitor
Seus olhos cor de mel me prendiam de uma forma que eu não conseguia desviar.Seu rosto de garoto parecia que anciava por um toque e sua boca média mas volumosa ativava em mim um desejo desconhecido,de tomar posse dela.
Sem conseguir me controlar,coloquei minha mão sob sua cabeça e o trouxe mais para perto,enquanto apoiava meu corpo com um só braço no colchão.
Eu queria tanto beija-lo,sentir sua boca na minha.Mas eu não sabia se era o certo.Não sabia se deveria fazer aquilo,afinal eu era hetero.
Impaciente,Daniel aproximou mais e encostou seus lábios aos meus.Uma emoção explodiu dentro do meu peito e por um segundo meus medos desapareceram,dando lugar a um desejo incontrolável.
Então o puxei ainda mais para mim,unindo sua boca à minha sem a menor delicadeza.Os lábios dele permitiram a passagem da minha língua imediatamente,misturando o gosto dele ao meu e me causando um efeito quase anestesiante. Suas mãos,antes em meu pescoço agora desciam pelas minhas costas e logo estavam no meu peitoral,subindo por dentro da minha camisa.
Seu toque delicado,porém ansioso,aumentavam o meu desejo e eu sentir o meu pau pulsar dentro da cueca.Sem pensar levei as minhas mãos as suas pernas e as enrolei na minha cintura.
Daniel gemeu entre o meus lábios e eu empurrei mais meu corpo contra o dele,sentindo meu pau pressionar sua bunda.Então tirei minha boca da sua com um gemido e me lancei em seu pescoço,como se estivesse com fome.
-Ahhhhh Vitor...para!-Ele pediu entre gemidos,tentando em empurrar.
Sua voz me trouxe de volta a mim e eu percebi o que estava tentando fazer.Rapidamente sai de cima dele e sem conseguir permanecer ali,sai do quarto,indo em direção ao banheiro.
Eu estava com nojo de mim mesmo por sentir desejo por um homem.E acabei entrando em pânico.Não queria virar uma daquelas coisas nojentas que o Daniel era.Eu não queria ser gay,antes eu preferia a morte.
Meu estômago embrulhou com aquele pensamento e acabei ficando de joelhos e vomitando no vaso sanitário.
Meu celular tocou e ainda sentindo vontade de vomitar,eu atendi.
####################################################
Narrador:Daniel
Me sentei na varanda,sentindo um peso enorme dentro de mim,me impedindo de respirar.Os país do Nick tinham saído daqui achando que eu e o Vitor tinhamos um caso e agora quase chegamos a transar.
Eu sentia algo pelo Vitor,mas não podia deixar que isso me dominasse.Eu amava o Nick e não podia trair sua memória.Eu era dele e apenas dele.
####################################################
Narrador:Vitor
Sai apressado do apartamento e peguei o elevador.Não tinha visto o Daniel e era melhor assim,depois do que aconteceu,não queria olhar para a cara dele.
Desci na garagem e peguei meu carro,após um tempo dirigindo cheguei a uma loja com uma casa em cima.Estacionei e subi as escadas apressado,batendo na porta com força.
Júlio abriu e eu entrei dando de cara com um homem moreno que parecia irritado.
-Chamou seu filhinho?...Não é homem para resolver seus problemas sozinho,Júlio?-Ele perguntou enquanto me encarava.
-Cala a sua boca Marcos,antes que eu cale!-Respondi irritado pelo tom que ele falava.
-Você veio da casa do meu filho?Como ele está?-Júlio perguntou ignorando a nos dois.
-O Daniel está bem,mas temos um problema agora.-Eu respondi encarando o Marcos.
-Eu só quero o que me deve Júlio...Quem vai pagar?Seu filinho aí ou o seu filho que é moça?-Marcos pergunou enquanto olhava de mim para Júlio.
-Respeita o Daniel!-Eu disse sem acreditar no modo como ele estava falando.Só eu podia chama-lo assim ou de viadinho.
Continua...
¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤
Olá pessoal,ontem caiu o sinal nesse buraco onde moro,mas não deixo vocês na mao.Olha eu aqui de novo... :-)
FlaAngel,K-elly, S2DrickaS2 e Edu19>Edu15 obrigado pelos comentários e espero que gostem de capítulo.
Tozzi,Haryan e Kevina infelizmente posto de celular e esse é o maior tamanho que consigo postar :-( Mas espero que gostem e estejam sempre acompanhando.
Digos2 vai demorar um pouquinho,mas o Daniel supera essa.Abraços...
VALTERSÓ ninguém tem o direito de julgar ninguém,mas o Vitor se acha no direito de fazer isso.Espero que goste desse capitulo!
Obrigado a todos que leram...
Boa noite e...
Até a próxima!