Aproximei-me da parada de ônibus de cabeça baixa, para não olhá-lo, e parei de costas pra ele. Estávamos apenas nós dois.
– Ei – ele chamou.
Atendi, esboçando um sorriso.
– Eu te meto com uma pica dessa e agora você finge que não me vê? Que ingratidão – falou, se aproximando.
Eu fiquei completamente sem graça. Ele parecia estar se divertindo comigo, mas não sorria. Estendeu a mão e eu correspondi. Como eu esperava, seu aperto de mão era forte.
– Roberto. Qual teu nome?
– Afonso – murmurei.
Um ônibus passou, mas nenhum dos dois fez sinal.
– Você sabe como dar tesão num homem, Afonso. Sabe mesmo. Tu tem dono?
Fiquei ligeiramente confuso com a pergunta, mas logo respondi que não.
– Mas tu precisa de um. Trabalha amanhã?
Respondi que não. O dia seguinte era um sábado. Ele mexeu a cabeça, num gesto afirmativo, como se pensasse consigo mesmo.
– Esse ônibus servia pra mim. Mas não vou te deixar sozinho aqui; espero o teu contigo. Pra mim qualquer um deles serve.
Agradeci, mas fiquei preocupado. E se ele subisse no ônibus junto comigo? Ele não estava sendo rude, mas sua expressão séria, falando sempre firme e sem sorrisos, me amedrontava. A verdade é que depois daquela trepada ele de certa forma já me conhecia bem, seu caralho tinha me desmascarado, revelkado o lado que eu mais mantinha em segredo. Mas mesmo assim ele era, no fim das contas, em desconhecido pra mim. Podia ser um louco, um matador de gays, ou mesmo um sujeito inconveniente que podia me expor à vergonha num ambiente público como o de um ônibus.
Logo passou um ônibus que servia pra mim e, quando subi, meu medo se confirmou: ele me acompanhou. Fiquei meio trêmulo enquanto pegava o dinheiro do bolso, e nesse meio-tempo ele pagou nossas passagens e pressionou a mão em minha cintura, me indicando para seguir. Fui em direção a um banco mas ele parou em outro.
– Aqui – determinou, mantendo-se em pé até que eu me sentasse, junto à janela. Manteve as pernas abertas ao sentar-se, fazendo com que eu tivesse que encolher mais as minhas. Eu estava meio apavorado, mas tentava disfarçar.
– Quero você pra mim essa noite. Eu moro perto daqui. São só mais três pontos. Você está com fome?
Eu disse que não, e ele completou quye não tinha muita coisa em casa mas que dava pra fazer uns sanduíches. Começou a me fazer perguntas, sempre num tom baixo de voz, o que me tranquilizou e me fez ir relaxando. Fui respondendo, dando toda a minha ficha. Quis saber em que bairro eu morava, no que trabalhava, o quanto eu tinha estudado, há quanto tempo eu estava sozinho, se eu usava drogas, com que idade tinha sido desvirginado, se estava mesmo acostumado com caralho grande, se eu costumava dar sem camisinha. Perguntou se eu morava sozinho e, com medo, inventei que dividia um apartamento com um amigo.
– Ele te come ou é viadinho também? – perguntou, com seriedade.
Eu sorri, achando que era uma brincadeira meio grosseira, mas não era. Respondi que meu amigo imaginário era hétero, que nem sabia de mim. Ele baixou a mão displicentemente e a levou até o meio das suas pernas.Deu uma pegada no pau sob a bermuda, sem me olhar. Aquilo era tesão demais.
Quando me abraçou, depois de fechar a porta do apartamento, pude sentir o volume de seu pau a meia-bomba me pressionando. Ele enfiou a língua em minha boca, apertando meu corpo contra o seu, e a percorreu toda. Seu beijo era molhado, a língua densa palmilhando minha boca com calma, como se a estudasse. Uma mão dava leves apertos em minha bunda.
– Dá uma lavada – disse, afastando-se um pouco.
Eu não entendi e ele explicou que, como eu sabia, não tinha podido tomar banho na sauna e seu cacete devia estar tomado pela porra seca, e ele queria ele limpo. Abaixei-me frente a ele e abri sua bermuda. Ele não usava cueca e, ao soltar o velcro, fiquei enebriado com o cheiro de pica e a visão daqueles pelos negros acima do cacete moreno parcialmente coberto pelo tecido. Revelei-o diante de mim, já inchado mas ainda flácido, com a cabeça quase toda escondida pelo prepúcio. Levantei meu rosto pra ele e o olhei, e minha expressão com certeza não escondia meu fascínio. Aquele conjunto todo entre suas pernas, que eu agora só via uma parte, era muito viril. Ele permaneceu sério, me encarando. Seu olhar mostrava que ele tinha plena consciência do poder que tinha ali e do efeito que provocava em pessoas como eu. Como se aprovasse o torpor com que eu respondia àquele mau caminho, disse:
– Isso.
Senti meu cuzinho piscar e depois dilatar-se involuntariamente. Pus aquele caralho inchado na boca. Senti um gostinho da porra, um salgado do suor, mas a textura daquele volume macio, meio duro mas ainda relaxado me fez sugar cada vez com mais sofreguidão. O macho nada fazia, apenas se mantinha frente a mim, deixando-me aproveitar daquele tesouro para lhe dar prazer. Quando realmente começava a endurecer, ele tirou da minha boca, deu umas pinceladas no meu rosto e, após se livrar da bermuda, deixando-a ali no chão, afastou-se.
– Vê lá na cozinha o que tem pra gente. Acho que tem presunto, salaminho. To morto de fome, faz uns dois sanduíches.
Aquieci, sem esconder minha admiração pela imagem dele apenas de camisa e tênis, o cacete pesado pendendo entre as pernas. Eu realmente tinha tirado a sorte grande. Aquele cara era tudo e sabia disso, mas o mais tesudo da história é que agia com naturalidade, como se não estivesse exibindo o que tava na cara que ele se orgulhava de ser.
Logo ouvi o barulho da ducha, enquanto preparava os sanduíches. Do banheiro, mandou que eu pegasse cerveja na geladeira. Levei a latinha até ele, que passava desodorante frente ao espelho. Seu sovaco também era tomado por pelos negros. Ele agora estava inteiramente nu.
– Ainda está vestido? Tira isso. Quero ver melhor o teu corpo.
Tirei na hora e me pus a sua frente. Ele olhou para as minhas roupas, caídas no chão, e mandou que eu as pusesse no cabideiro do quarto. Abaixei e peguei, surpreso, e ele mandou que eu pegasse também a bermnuda que ele tinha deixado na sala. Ele apareceu na porta do quarto quando eu terminava de pendurar as roupas, após a dificuldade de vencer a bagunça do cabideiro já lotado.
Olhou-me de cima abaixo, mandou que eu me virasse, depois de frente, que mostrasse os braços, flexionasse as pernas. Aquele exame me deixou excitado, e ele com certeza percebeu.
- Tu é sempre broxa, mesmo quando tá com tesão?
Surpreendi-me de novo. Esperava que ele me elogiasse, pois sua expressão não tinha sido de desaprovação.
– Sou – falei, meio envergonhado. – Quer dizer, se eu mexer nele fica duro, mas só gosto de fazer isso sozinho.
Ele veio até mim e me abraçou.
– Muito bem – disse, encaminhando minha cabeça para que eu recostasse em seu ombro.
Depois de uma pausa, continuou:
– Você está cheirando a porra.
– É quew não deu tempo de eu tomar banho também. Só passei a toalha, pra secar, é por isso – desculpei-me baixinho, enquanto ele ia com o dedo até meu cuzinho, deixando-o deslizar ali, em movimentos suaves.
– Tua buceta tá toda lambrecada. Vai se lavar que daqui a pouco vou entrar de novo.
Não tive tempo sequer de me surpreender por ele ter chamado meu cu de buceta, pois ele logo completou:
– Anda, vai logo. Mas usa a manguerinha junto do vaso. Não toma banho, lava só aí, com sabonete. Quero você com a minha porra no corpo. Gosto de você cheirar assim. Não tira.
Fiz o que ele mandou. Quando sai do banheiro, ele não estava nem no quarto nem na sala.
– Aqui, Afonso – disse, da cozinha.
Abaixou-se, assim que entrei. Fez um movimento com a mão, para que eu me aproximasse e me virasse. Encostou o rosto em minha bunda e percxebi que se certificava que eu estava cheiroso. Então, para minha surpresa, as bordinhas ainda inchadas do meu cuzinho sentiram sua língua encharcada. Soltei um gemido. Suas mãos apertaram mais minha bunda e puxou levemete, abrindo mais caminho para poder lamber melhor meu sexo. Eu naturalmente me curvei e arrebitei. Não conseguia parar de gemer. Ele me explorava com calma, sabendo que eu estava nas mãos dele. Levantou-se e, sem perda de tempo, cravou o caralho dentro de mim de uma vez só, mas só entrou at´pe a metade. Me enlaçou com os braços, à altura do meu peito, enquanto mordiscava meu pescoço e minhas costas. Ficou ali me preenchendo, parado, me deixando louco pra que ele entrasse logo com tudo, enquanto sentia suas mãos percorrerem meu corpo, apalpando, apertando, me tomando todo.
Soltou-me, deu uma apertadela em um dos meus mamilos.
– Você é limpo. Gosto disso também.
Eu recobrei o fôlego e disse que os sanduíches estavam prontos, indicando com a cabeça a mesa posta, com nossos pratos e presunto, queijo, manteiga, coisas que eu tinha encontrado na geladeira e pus lá, para o caso dele querer mais. Ele disse “que bom” e, quando eu me afastava para sentar-me, ele segurou meu braço.
– Vai deixar assim? – e deu uma olhada pro próprio caralho.
Olhou para mim, como se esperasse pela minha atitude, mas eu não entendi.
– Tem que dar uma limpada, não?
Atendi, abaixando-me e lavando seu instrumento com a boca. Ele gostava disso, de ver o cacete sendo limpo após uma metida. Isso me excitou demais. Aqueles gostos dele estavam me fascinando. Nunca tinha estado com um cara assim, tão decidido do que queria e tão seguro de que ia obter isso do parceiro. Era tão seguro que eu me sentia sem ter escapatório. Era foda.
Quando terminei a limpeza e levantei, ele me deu um tapinha de leve no rosto e mandou que eu pegasse a latinha de cerveja que ele tinha esquecido na sala, enquanto se sentava frente ao prato com os sanduíches.