Continuacao...
-Helena, eu preciso te ver, por favor. -Era Tamires, com uma voz rouca e apaixonada.
-O que aconteceu? -Perguntei preocupada.
-Nada... Apenas queria sua companhia, se possível. -Falou educada.
-Com que propósito? -Perguntei desconfiada, em todas as vezes que saí com uma pessoa, acabei na cama dela.
-Com o propósito que vc quizer... -Pareceu sem segundas intenções.
-Bem, acontece que não estou em casa...
-Não importa, eu vou onde vc estiver. -Falou decidida.
-Olha, eu não posso lhe corresponder... -Falei suspirando. Eu sabia que estava jogando uma oportunidade fora, mas não poderia deixar que ela criasse falsas esperanças.
-Não pode me corresponder... Como mulher?
-É.
Ela desligou... Não sei ao certo se a ligação caiu ou o quê. Me lembro que tentei retornar e caía direto na caixa postal.
Resolvi me levantar e ir tomar café. Antes de sair do quarto, tomei banho e me vesti.
Fui pra cozinha e estava distraída fazendo um sanduíche no balcao da pia, quando ouço:
-Bom dia...
-Hum? -Olhei pra janela da cozinha e vi Valéria me olhando.
-Não me convida pra entrar? -Sorriu.
-O que vc tá fazendo aqui?
-Eu vim te ver... -Falou sem desgrudar seu olhar de mim.
-Agora que já me viu, pode ir então. -Saí da pia e me sentei a mesa, esperando que ela fosse embora.
-Não, Helena... Nós ainda precisamos conversar. -Disse, me olhando, estava séria.
-Nós não temos nada que conversar, Valéria. Por favor, vá embora. -Falei calma.
-Sim, nós temos. E não é só sobre nós, eu preciso esclarecer muitas coisas.
-Olha, eu entendi que tudo terminou e como já disse, não guardo mágoas. Nem mesmo daquela mensagem que vc mandou a alguns dias. -Tentei ser forte e sorrir, afinal, minhas palavras eram sinceras.
-Que mensagem? -Perguntou me causando um asco muito grande.
-Como assim? -Me levantei e fui pra perto dela. Vc que me mandou a mensagem e agora vai fingir que não lembra? -Gritei com ela, me alterando e derramando algumas lágrimas.
-Helena, eu...
-Nada! -Continuei gritando. -Vai embora daqui!
Eu saí dalí correndo e chorando, entrei no quarto onde eu dormi.
Depois de alguns minutos , escutei a voz de Valéria novamente.
-Helena, eu... Sinto sua falta... -Olhei pro lado, assustada e a vi me olhando, ela também chorava.
-Eu pulei a janela... -Falou como se lêsse meus pensamentos.
-Me deixa em paz, por favor. -Disse calma, enfiando meu rosto no travesseiro novamente.
-Helena, eu não mandei mensagem nenhuma... Eu se quer quis terminar o nosso noivado. -Se sentou na beira da cama.
-Mas terminou... E agora tá tudo acabado. -Falei com a voz embargada pelo choro. -E não precisa mentir quanto a mensagem.
-Eu juro que não estou mentindo. Estou aqui pra esclarecer tudo...
Eu fiquei em silêncio, apenas chorava.
-Eu terminei com vc... -Começou a falar um pouco triste, mas com calma. -Por que... Bem, a Djéssica, a "pantera", foi levada pra uma prisão longe daqui, longe do comando do tráfico. Isso aconteceu por uma interferência do delegado, a meu pedido, então, ela descobriu e pro meu sufoco, ela passou a me ameaçar por telefone e até por cartas -Logo me lembrei daquela ligação, no apartamento de Valéria. -Ela dizia que tiraria de mim, tudo o que me fosse mais importante... -Pude sentir sua voz embargada e um suspiro, antes de continuar. -O que eu podia fazer? Mandei minha mãe pra casa da minha tia, longe daqui e... A desgraçada já sabia sobre vc... Ela ameaçou sua vida e até a do bebê que vc visita no orfanato...
-Vc tá mentindo! -Gritei, chorosa.
-Não, amor... Como eu queria que fosse mentira... -Ela chorava, até mais do que eu, sem controle.
Me sentei na cama e a obervei. Será que seria mentira?
-O que... Aconteceu com ela? -Tentei me acalmar, enquanto me referia a pantera.
-Ela... Está morta. -Falou sem dar muita importância.
-Vc... -Ía perguntar se ela a matou, mas ela me cortou, antes disso.
-Não, Felipe...
Levei um choque.
-Ele...
-Está preso, provisoriamente. -Me interrompeu novamente.
Eu fiquei muda por um instante.
-Vc me entende, agora? -Perguntou, me olhando nos olhos.
-Eu não sei...
-Eu quero sair com vc hoje a noite... -Falou me olhando profundamente.
-Pra que? -Perguntei a encarando firme.
-Pra que possamos conversar e nos entender.
-Eu já vou sair a noite. -Menti.
-Com quem? -Ela me olhou, parecia brava.
-Não te importa.
-Me importa. Vc é minha, esqueceu? -Ela segurou em meu rosto, me fazendo a olhar.
-Me solta! -Falei alto.
-Não... Vc não pode sair com ninguém! -Ela parecia desnorteada. -Fica comigo, Helena...
Ela aproveitou que estava com meu rosto entre suas mãos e me beijou de maneira grotesca. Eu tentei sair e ela não me soltou. Minha única reação foi morder seu lábio com força.
-Ai, droga! -Grunhiu com a dor e em seguida me olhou com raiva.
-Valéria o que vai fazer? -Perguntei, vendo que ela havia apertado suas mãos em minhas pernas, me causando uma leve dor.
-Isso. -Em um rápido movimento, ela me virou de bruços, me pegando de surpresa.
-Valéria! O que é isso? -Perguntei assim que senti ela puxar o short que eu usava me deixando de calcinha, enquanto com uma das mãos, segurava meus braços.
Ouvi um barulho e vi que ela havia rasgado meu short com a ajuda de sua boca, sem deixar de me segurar.
-Valéria, pára com isso. Me deixa em paz! -Gritei, mas ela parecia não me ouvir.
Acabei com as mãos amarradas na cama.
-Agora sim. -Falou me olhando, depois de me amarrar. -Só falta uma coisa... -Disse e logo após, arrancou minha calcinha, me causando desconforto.
-Eu nunca vou te perdoar! -Gritei cheia de raiva.
-Tem certeza? -Falou próximo ao meu ouvido.
-Me... Solta... Ahh... -Não consegui evitar o gemido assim que sua mão passou a acariciar meu corpo.
Continua...
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