Dançamos até o amanhecer, e a tequila corria em minhas veias me acalmou até eu me esquecer de tudo.
Quando meus olhos finalmente se abriram, vi que meu travesseiro consistia em um par de pernas de calça jeans. Travis estava sentado com as costas apoiadas na banheira e a cabeça na parede, desmaiado. Ele parecia tão mal quanto eu. Afastei o cobertor e me levantei, assustado ao ver o meu horrível reflexo no espelho em cima da pia.
Eu parecia a morte.
Cara toda amassada e cabelo parecendo um ninho de rato.
Lençóis, toalhas e cobertores cercavam Travis. Ele tinha m feito um montinho para dormir em cima enquanto eu expelia as quinze doses de tequila que havia consumido na noite anterior , Travis me ajdou e ficou sentado comigo ali a noite inteira.
Abri a torneira, colocando a mão debaixo da água até que a temperatura estivesse como eu queria. Comecei a limpar a sujeira do rosto e ouvi um gemido vindo do chão. Travis se mexeu, esfregou os olhos e se espreguiçou. Depois olhou para o lado e fez um movimento assustado.
- Estou aqui - Por que você não vai para a cama? dormir um pouco?
- Você está bem? - ele me perguntou, limpando os olhos mais uma vez.
- Estou. Quer dizer, o máximo que posso estar. Vou me sentir melhor assim que tomar banho.
Ele se levantou.
- Você tirou meu titulo na noite passada, só pra você saber. Não sei de onde veio aquilo, mas não quero que faça mais.
- Cresci acostumado com isso, Trav. Não é nada de mais.
Ele pegou meu queixo nas mãos e passou os polegares nas minha bochachas.
- Foi muito para mim.
- Tudo bem, não vou fazer isso de novo. Satisfeito?
- Sim. Mas preciso te contar uma coisa, se você prometer que não vai ter um treco.
- Ai, meu Deus, o que foi que eu fiz?
- Nada, mas você precisa ligar para a América.
- Onde ela está?
- No Morgan. Ela brigou com o Shep na noite passada - Tomei banho correndo e enfiei as roupas que Travis tinha deixado para mim na pia. Quando saí do banheiro ele e Shepley estavam sentados na sala.
- O que você fez com ela? - exigi saber de Shepley.
A expressão dele ficou triste.
- Ela está muito brava comigo.
- O que houve?
- Fiquei louco por ela ter encorajado você a beber tanto. Achei que acabaríamos tendo que levar você para o hospital. Uma coisa levou a outra e, quando vi, estavamos gritando um com o outro. Nós dois estávamos bêbados, Kevin. Eu disse algumas coisas e agora não tenho como voltar atrás - disse ele, balançando a cabeça e olhando para o chão.
- Eu chinguei a Mare de algumas coisas que nem posso repetir e mandei ela embora.
- Você deixou que ela fosse embora daqui bêbada? Você é idiota por acaso - falei.
- Pega leve, Flor. Ele já está se sentindo mal o bastante - Travis comentou.
Peguei o celular, que estava no balcão, e disquei o número de telefone da América.
- Alô? - ela atendeu soando péssima.
- Acabei de saber o que houve - soltei um suspiro - Você está bem?
Cruzei o corredor para ter um pouco de privacidade, olhando para trá de relance, com raiva.
- Estou bem. Ele é um babaca.
As palavras dela eram rípidas, mas eu podia ouvir a mágoa em sua voz. América tinha virado craque em esconder as emoções, e poderia tê-las escondidos de todo mundo, menos de mim.
- Desculpa por eu não ter ido embora com você.
- Você não estava em condições, Kevin - ela disse, indiferente.
- Por que você não vem me pegar? Podemos conversar.
Ela inspirou no telefone.
- Não sei. Não quero ver o Shepley.
- Eu falo pra ele ficar aqui dentro.
Depois de uma longa pausa, ouvi o som de chaves batendo.
- Tudo bem, estarei aí em um minuto.
Entrei na sala, eles me viram abrir a porta para esperar América, e Shepley levantou apressado do sofá.
- Ela está vindo aqui?
- Ela não quer te ver, Shep. Falei que você ia ficar aí dentro.
Ele suspirou e caiu na almofada.
- Ela me odeia.
- Vou conversar com ela. Mas é melhor você pensar em um pedido de desculpa bem incrivel.
Dez minutos depois, a buzina tocou duas vezes e eu desci. Quando cheguei no último degrau, Shepley passou correndo por mim até o Honda vermelho de América e se curvou para olhar para ela pela janela. Parei no meio do caminho, vendo que América o esnova, olhando direto para a frente. Ele abaixou o vidro, e Shepley parecia estar se explicando, mas então eles começaram a discutir. Voltei para o prédio para que conversassem a sós.
- Beija-Flor? - disse Travis, descendo as escadas num passo rápido.
- A coisa não parece nada boa.
- Deixa os dois se acertarem. Entrem - ele disse, entrelaçando os dedos nos meus para que subíssemos a escada.
- A briga foi tão feia assim? - perguntei.
Ele assentiu.
- Foi. Mas eles estão saindo agora do est´sgio da lua de mel. Eles vão se entender.
- Para alguém que nunca namorou, você parece saber muito sobre relacionamento.
- Tenho quatro irmãos e muitos amigos - ele disse, abrindo um largo sorriso para si mesmo.
Shepley entrou no apartamento pisando duro e bateu a porta.
- Ela é impossível!
Dei um beijo no rosto de Travis.
- Essa é minha deixa.
- Boa sorte. - disse ele.
Entrei no carro ao lado de América, e ela bufou, dizendo:
- Ele é impossivel!
Dei uma risadinha, mas ela lançou um olhar irritado na minha direção.
- Desculpa - falei, forçando meu sorriso a sumir do rosto.
Fomos dar volta e América gritava e chorrava, depois gritava um pouco mais. Às vezes ela tinha rompantes que pareciam dirigidos ao Shepley, como se fosse ele que estivesse sentado no meu luagar. Fiquei quieto, deixando que ela lidasse com as coisas do jeito que só ela conseguia fazer.
- Ele me chamou de irreponsável! Eu! Como se eu não te conhecesse! Como se eu não tivesse visto você ganhar centenas de dólares do seu pai bebendo o dobro daquilo. Ele nem sabe do que está falando! Ele nem sabe como era sua vida! Ele não sabe o que eu sei, e age como se eu fosse filha dele, não namorada!
Apoiei minha mão na dela, mas ela a puxou.
- Ele achou ue você seria o motivo pelo qual a gente não daria certo mas acabou estragando tudo por conta própria. E, falando em você, que diabos foi aquilo na noite passada com o Parker?
A mudança repentina de assunto me pegou de surpresa.
- como assim?
- O Travis fez aquela festa pra você, Kevin, aí você vai pra dar uns amassos com o Paker. E ainda fica se perguntando por que todo mundo está falando de você!
- Espera aí! Eu falei para o Parker que a gente não deveria ficar atrás. Além do mais, o que importa se o Travis fez a festa pra mim ou não? Eu não estou com ele!
América olhou para frente, soprando o nariz.
- Tudo bem, Mare. Que foi? Está brava comigo agora?
- Não estou brva com você. Só não gosto de me juntar a completos imbecis.
Balancei a cabeça e olhei pela janela antes que dissesse algo de que me arrependesse. América sempre teve a capacidade de me fazer sentir um merda quando queria.
- Você não percebe o que está acontecendo? - ela me perguntou. - O Travis parou de lutar. Ele não sai sem você, não trouxe mais nenhuma pessoa pra casa desde aquelas duas, tem vontade de matar o Parker, e você está preocupado com o fato de que as pessoas estarem dizendo que você está jogando com os dois. Sabe por que isso, Kevin? Porque é verdade!
Eu me virei lentamente na direção dela, tentando desferir-lhe o olhar mais raivoso que podia.
- Que merda há de errado com você?
- Se você está namorando o Parker, e está tão feliz - disse ela em tom jocoso -, então porque não está no Morgam?
- Porque eu perdi a aposta e você sabe disso!
- Ah, dá um tempo, Kevin! Você fica falando como o Parker é perfeito, vai nesses encontros incríveis com ele, fala durante horas com ele no telefone, e depois deita ao lado de Travis todas as noites! Você não percebe que tem algo de errado nessa situação? Se você realmente gostasse do Parker, suas coisas estariam no Morgan agorinha mesmo!
Cerrei os dentes.
- Você sabe que nunca dei pra trás numa aposta, Mare.
- Foi isso que eu pensei - disse ela, torcendo as mãos em volta do volante. - Você quer o Travis, mas acha que precisa do Parker.
- Eu sei que as coisas parecem assim, mas...
- As coisas parecem assim para todo mundo. Então se você não gosta do que estão falando de você... mude. O Travis não tem culpa. Ele mudou da água pro vinho por sua causa. Você está tirando vantagem da situação, e o Parker também.
- Há uma semana você queria que eu fizessse as malas e nunca mais deixasse o Travis chegar perto de mim! Agora você está defendendo o cara?
- Kevin! Não estou defendendo o Travis, seu imbecil! Me preocupo com você! Façam alguma coisa a respeito!
- Como posso pensar em ficar com ele? - lamentei. - Você devia tentar me manter longe de pessoas como ele!
Ela pressionou oa lábios, claramente perdendo a paciência.
- Você se esforçou tanto para se separar do seu pai. Esse é o único motivo pelo qual você está considerando ficar com o Parker! Porque ele é o oposto do Mick, e você acha que o Travis vai te levar de volta para aquela vida. Ele não é como seu pai, Kevin.
- Eu não disse que era, mas ele vai acabar me levando a seguir os mesmos passos do meu pai.
- O Travis não faria isso com você. Acho que você não sabe o quanto significa para ele. Se você dissesse a ele...
- Não. A gente não deixou tudo para trás para que as pessoas me olhem do jeito que olhavam em Wichita. Vamos nos concentrar no seu problema. O Shep está te esperando.
- Não quero falar sobre o Shep - disse ela, diminuindo a marcha para parar no semáforo.
- Ele está péssimo, Mare. Ele te ama.
Seus olhos se encheram de lágrimas e seu lábio inferior tremeu.
- Não me importo.
- Se importa sim.
- Eu sei - ela falou, choramingando e se apoiando no meu ombro.
Ela chorou até o sinal abrir, então a beijei no topo da cabeça.
- Sinal verde.
Ela se endireitou e limpou o nariz.
- Fui muito má com ele agora há pouco. Acho que ele não vai falar comigo depois disso.
- Ele vai falr com você sim. Ele sabe que você estava brava.
América limpou o rosto e fez um lento retorno. Achei que eu fosse ficar um tempão tentando convencê-la a entrar comigo, mas Shepley desceu correndo as escadas antes mesmo que ela desligasse o carro.
- Ele abriu a porta do carro com tudo e a puxou para fora.
- Me desculpe, baby. Eu não devia ter me intrometido, eu... Por favor, não vá embora. Eu não sei o que faria sem você.
América segurou o rosto dele com as mãos e sorriu.
- Você é um idiota arrogante, mas eu ainda te amo.
Shepley a beijou repetidas vezes, como se não a visse há meses, e sorri ao ver aquele final feliz. Travis estava parado na porta com um largo sorriso no rosto, enquanto eu entrava no apartamento.
- E eles viveram felizes para sempre - ele disse, fechando a porta atrás de mim.
Eu me joguei no sofá. Ele se sentou ao meu lado e puxou minhas pernas para seu colo.
- O que você quer faze hoje, Flor?
- Dormir. Ou descansar... ou dormir.
- Posso te dar seu presente antes?
- Dei um empurrão no ombro dele.
- Fala sério! Você comprou um presente pra mim?
Sua boca se curvou em um sorriso nervoso.
- Não é uma pulseira de diamantes, mas acho que você vai gostar.
- Vou amar. Mesmo sem ver o que é.
Ele tirou minhas pernas do colo dele e sumiu dentro do quarto de Shepley. Ergui uma sombrancelha quando o ouvi murmurando, e então ele surgiu com uma caixa, que colocou no chão, aos meus pés, agachando-se atrás dela.
- Anda logo, quero ver sua cara de surpresa - ele sorriu.
- Anda logo? - perguntei levantando a tampa da caixa.
Meu queixo caiu quando um grande par de olhos negros se ergueu para mim.
- Um cachorrinho? - falei nun gritinho agudo, enfiando a mão dentro da caixa. ergui o filhotinho peludo e escuro até perto do rosto e ele lambeu minha boca.
Travis deu um sorriso iluminado, triunfante.
- Gostou?
- Se gostei? Amei! Você me deu um cachorrinho!
- É um cairn terrier. precisei dirigir durante três horas para pegá-lo na quinta-feira depois da aula.
- Então, quando você disse que ia com o Shepley levar o carro dele a oficina...
- Fomos pegar o seu presente - ele assentiu.
- Ele rebola - dei risada.
- Todo garoto do Kansas precisa de um Totó - disse Travis, ajudando-me a por a bolinha minúscula e peluda no colo.
- Ele realmente tem cara de Totó e esse vai ser o nome dele - falei, franzindo o nariz para o cachorrinho, que não parava de se contorcer.
- Você pode deixa-lo aqui. Eu cuido dele quando você voltar para o Morgan. - Sua boca formou um meio sorriso - Assim posso ter certeza de que você vai vir aqui quando seu mês acabar.
Pressionei os lábios.
- Eu viria de qualquer forma, Trav.
- Eu faria qualquer coisa por esse sorriso no seu rosto.
- Acho que você precisa de um cochilo, Totó.
Travis assentiu, me puxou para o colo dele e se levantou
- Então vem.
Ele me carregou até o quarto, puxou as cobertas e me colocou no colchão. Esticando-se por cima de mim, fechou as cortinas e caiu no próprio travesseiro.
- Obrigada por ficar comigo noite passada - falei, acariciando os pelos macios do Totó. - Você não precisava dormir no chão do banheiro.
- A noite passada foi uma das melhores da minha vida.
Eu me virei para ver a expressão dele. Quando vi que estva falando sério, lancei lhe um olhar dúbio.
- Domir entre a privada e a banheira no chão frio com um imbecil vomitando foi uma das suas melhores noites? Isso é triste, Trav.
- Não, te fazer companhia quando você estava mal e ter você dormindo no meu colo foi umas das minhas melhores noites. Não foi confortável, não dormi merda nenhuma, mas passei seu aniversário de dezenove anos com você. E você é bem meigo quando está bêbado.
- Tenho certeza que eu estava muito charmoso vomitando.
Ele me puxou para perto, dando uns tapinhas de leve no Totó , que estava aninhado no meu pescoço.
- Você é o único cara que eu conheço que continua lindo mesmo com a cabeça dentro da privada. Acho que isso diz algo sobre você.
- Obrigada, Trav. Não vou fazer você bancar minha babá de novo - ele se apoiou no travesseiro.
- Não tem problema. Ninguem segura seus cabelos para trás como eu.
Dei uma risadinha e fechei os olhos, me deixando afundar na escuridão.
- Levanta, Kevin! - gritou América, me chacoalhando.
Totó lambeu meu rosto.
- Já estou acordado! Já estou me levantando!
- Temos aula daqui a meia hora!
- Pulei da cama.
- Eu dormi... catorze hora? Que diabos?
- Entra logo no chuveiro! Se você não estiver pronto em dez minutos, vou te largar aqui!
- Não da tempo de tomar banho! - falei, trocando a roupa com que tinha dormido.
Travis apoiou a cabeça em uma das mãos e deu risada.
- Não é o fim do mundo se vocês atrasarem para uma aula.
- É o fim do mundo no caso da América. Ela não perde uma aula e odeia se atrasar - falei, enfiando uma camiseta e uma alça jeans.
- Deixa a Mare ir na frente. Eu levo você.
Fui saltando nunpé só, depois no outro, colocando as botas.
- Minha bolsa está no carro dela, Trav.
- Tudo bem - ele deu de ombros -, só não vai se machucar a caminho da aula.
Ele ergueu o Totó, aninhando-o em seus braços como se fosse uma minúscula bola de futebol, e atravessou o corredor com ele.
América me fez sair correndo e entrar no carro.
- Não consigo acreditar que ele te deu um cachorrinho - disse ela, olhando para trás enquanto tirava o carro do estacionamento.
Travis estava parado sob o sol da manhã, só de short e descalço, envolvendo-se com os braços para se proteger do frio. Ele ficou olhando enquanto Totó cheirava um pequeno canteiro de grama, guiando o cãozinho como um pai orgulhoso.
- Eu nunca tive um cachorro - falei. - Essa experiência vai ser interressante.
América olhou de relance para Travis antes de acelerar o Honda.
- Olha só para ele - disse ela, balançando a cabeça. - Travis Maddox, o Sr. Mamãe.
- O Totó é lindo até você vai cair nas garrinhas fofas dele.
- Você sabe que não pode levar cachorro para o dormitório. Acho que Travis não pensou nisso.
- Ele disse que vai ficar com Totó no apartamento.
Ela ergueu uma sombrancelha.
- É claro que vai, o Travis pensa em tudo, tenho que lhe dar esse crédito - disse ela, enquanto pisava no acelerador.
*
*
*
Cheguei ofegante na sala de aula e fui sentar. Assim que a adrenalina se dissepou, o peso do meu coma pós-aniversário se assentou no corpo. América me cutucou quando a aula acabou e eua a acompanhei até o refeitório.
Shepley nos encarou na porta. Notei na hora que havia algo errado.
- Mare - ele disse, agarrando-a pelo braço.
Travis veio correndo até nós e colocou as mãos na cintura, arfando para recuperar o fôlego.
- Tem uma multidão de mulhres raivosas perseguindo você? - brinquei.
Ele balançou a cabeça.
- Eu estava tentando te encontrar... antes de você... entrar aqui - disse ele, meio sem fôlego ainda.
- O que está acontecendo? - América perguntou a Shepley.
- Está rolando um boato - Shepley começou - Todo mundo está dizendo que o Travis levou o Kevin pra casa e... Os detalhes variam, mas a coisa é bem ruim.
- O que? Está falando sério? - gritei.
América revirou os olhos.
- Quem se importa, Kevin? As pessoas vêm fazendo especulações sobre você e o Trav há semanas. Não é a primeira vez que alguém acusa vocês dois de terem transado.
Travis e Shepley trocaram olhares de relance.
- O quê? - falei - Tem mais alguma coisa não é?
Shepley se encolheu.
- Estão dizendo que você transou com o Parker no apartamento do Brazil e depois deixou o Travis... Levar você pra casa se é que me entende.
Meu queixo caiu.
- Que ótimo! Agora eu sou o vadio da faculdade?!
Os olhos de Travis escureceram e seu maxilar enrijeceu.
- A cupa é minha. Se fosse outra pessoa, não estariam falando isso de você.
Ele entrou no refeitório com as mãos cerradas nas laterais do corpo. América e Shepley foram atrás dele.
- Tomara que ninguém seja idiota o bastante pra dizer alguma coisa pra ele - falou América.
Travis se sentou em um lugar meio afastado, do outro lado do meu, pensativo diante de seu sanduiche. Esperei que ele olhasse para mim, desejando lhe oferecer um sorriso reconfortante. Ele tinha sua fama, mas eu deixei que Parker me levasse até o corredor.
Shepley me cutucou enquanto eu encarava seu primo.
- Ele só está se sentindo mal. Provavelmente está tentando desviar a atenção do pessoal do lance do boato.
- Você não tem que se sentar longe, Trav. Vem senta aqui - falei, batendo com a mão no espaço à minha frente.
- Ouvi dizer que teve um baita aniversário, Kevin - disse Chris Jenks, jogando um pedaço de alface no prato de Travis.
- Não começa, Jenks - Travis avisou, com um olhar bravo.
Chris sorriu, elevando as bochechas arredondadas e rosadas.
- Ouvi dizer que Parker está furioso. Ele disse que passou pelo apartamento de vocês ontem, e você e Travis ainda estavam na cama.
- Eles estavam tirando um cochilo, Chris - disse América com désdem.
Meu olhar se fixou em Travis.
- O Parker apareceu por lá?
Ele se mexeu na ccadeira, desconfortável, na cadeira.
- eu ia te contar.
- Quando? - perfuntei, irritado.
- O Parker ouviu a fofoca e apareceu por lá para te confrontar. Tentei impedir, mas ele entrou pelo corredor e entendeu tudo errado.
Plantei os cotovelos na mesa, cobrindo o rosto com as mãos.
- Isso tá ficando cada vez melhor.
- Então vocês realmente não chegaram aos finalmentes? - quis saber Chris. - Que merda. E eu achando que o Kevin era o cara certo pra você no fim das contas, Trav.
- É melhor você parar agora, Chris. - Shepley avisou.
- Se você não transou com ele, se importa se eu tentar? - disse Chris, dando risada para seus colegas de time.
Meu rosto ardeu com o embaraço inicial, mas então América deu um berro no meu ouvido em reação a Travis, que se esticou até o outro lado da mesa, agarrou Chris com uma das mãos e, com a outra, apanhou um bom punhado da camseta dele. O jogador deslizou pela mesa, e dúzia de cadeira rangeram pelo chão quando as pessoas se levantaram para obseervar a cena: Travis socando-o repetidas vezes na cara, o cotovelo errguendo-se auto antes de ele desferir cada soco. A única coisa que Chris podia fazer era cobrir o rosto com as mãos.
Ninguém encostou em Travis. Ele estava descontrolado, e sua reputação deixava todos com medo de se meter. Os jogadores de futebol americano se contorciam e se encolhiam enquanto viam seu colega de time ser atacado sem misericórdia no chão frio.
- Travis! - gritei correndo em volta da mesa.
Ele conteve o punho cerrado no meio da caminho e soltou a camiseta do Chris, deixando que ele caísse no chão.
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CONTINUA...
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Acho que esse ficou bem grandinho, né? mas ta bom... Então como eu não respodi os comentários do capitulo 15, vou responder o dele e do 16 juntos.
Gordin.Leitor: O Parker é até meio legal, não se compara ao Travis, que pode ser até "meio" safado, mas é o Travis né kkk Não vai demorar muito para os dois ficarem juntos, prometo, viu? ... É a tequila ajudou de certa forma.... meio que vai separar o Parker e o Kevin, não foi bem a tequila, mas td bem rsrs Que bom que está gostando tanto, Beijos meu lindo!
FLAANGEL: O Parker já vai sair de cena já kkk que bom que está gostando... Bjsss
TRAGER: kkk vamos ver no que vai dar né, e concordo totalmente, festa sem tequila não é festa kkkk beijosss
LOBO AZUL: Que bom que está gostando tanto assim rsrs beijoss
MARC01CL: kkkkk é tudo culpa do Kevin mesmo, não sei nem o que falar do Parker, mas ele já já sai de cena rsrs O kevin não é tão "comprável" assim não, acho que ele prefere que o presente venha de coração do que o valor mesmo, se eu fosse escolher, eu preferiria o presente do Travis ao do Parker, ah e sobre a suposta noite maravilhosa com o Travis, acho que escolheria a noite mesmo do que a pulseira kkkk, não sou muito ligada a bens materiais. Bom o Parker é mesmo estranho isso nem tem como discutir. E, sobre o Kevin ser liberado da aposta, não faria muito sentido já que eles vão ficar bem no último dia da aposta kkk ( pequeno spoiler rsrsrs)... Acho que o Kevin nem ligou para quando o Parker foi embora, por que na verdade o Kevin nem gosta do Parker de verdade, só não assume isso pra ele mesmo, por que ele acha que o parker é a pessoa ideal para ele e não o Travis.... Beijos lindo! <3
ZE CARLOS: o que foi lindo? O que foi que eu fiz dessa vez rsrs ???
PRIREIS: É por isso também que ele não admite... Beijosss!
LIPM: kkkkk é estranho o Parker é mesmo, mas fofinho? não acho isso não kkkk
CINTIA C: <3
SAFADINHOGOSTOSO: nossa, por que vc não gosta do Travis?