vamos curtir sem essa de cliente e garoto de programa. Vamos curtir como se fossemos amigos. Matar a vontade. O que tu acha?
Quando eu abri a boca para responder, o Homem, passou a língua em meus lábios.
Nesse momento era como se tivessem vários olhos nos observando.
- Loupan? - Que viadagem é essa, cara?
Loupan - Caio?
Caio - Meu irmão, virou a casaca foi?
Loupan pareceu ficar desconcertado. Eu mais ainda.
O cara ficou branco, sem reação.
Arthur - ele não fez nada. Foi eu quem o ataquei. (falei me afastando).
Caio começou a rir.
Caio - que viadinho atirado. (falou ele entre risos).
Loupan - hey. Respeita o cara pô. (disse Loupan indignado).
Caio - Ele é quem tem que se dar ao respeito primeiro.
Loupan - Não. Você tem que respeita-lo sim. Ele não faltou o respeito com você.
Caio - e o que ele fez contigo não foi falta de respeito?
Loupan - Foi um mal entendido, mas já ta tudo resolvido.
Caio - você tem que evitar entrar nos banheiros sozinho. Se eu não entro pra salva-lo poderia ter sido estuprado. (disse Caio rindo, e depois disso entrou em uma das cabines).
Loupan me olhou como se quisesse agradecer por eu não te-lo entregado.
Eu terminei de lavar minhas mãos e voltei a mesa.
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- E aí como é que foi la dentro? (perguntou Benjamim assim que eu sentei a mesa).
Arthur - então tu que armou isso?
Ben - eu não armei nada. Mas quando vi o cara indo ao banheiro, deduzi que vocês fossem se cruzar la dentro.
Arthur - por isso que tu não queria ir em outro lugar? - já tinha tudo isso planejado neh!?
Ben - juro que não. Eu só percebi que ele estava aqui no momento em que o vi indo ao banheiro.
Arthur - não sei porque, mas eu não acredito em você.
Ben - pois deveria. Tu não quer entrar no esquema e eu respeito. Podes crer que eu não sou duas cara.
Eu fiquei sério, e o Benjamin também. O clima ficou pesado.
- Ja tou voltando pra empresa. (falei passando um guardanapo de papel na boca).
Ben - e tua sobremesa?
Arthur - perdi a fome.
Ben - deixa de besteira po. Come logo isso daí. (disse ele apontando para o pudim).
Respirei fundo e acabei ficando.
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No final do experiente a Juliana interfonou no almoxarifado, solicitando que eu fosse ate o rh.
- O que será que ela quer? (perguntei ao Benjamin).
Ben - não faço a menor ideia.
Arthur - vou la ver.
Despedi-me de benjamin e fui ao caminho da sala da Juliana.
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- Pode entrar. (disse ela, assim que eu bati na porta).
Arthur - da licença.
Juliana - entra Arthur.
Arthur - mandou chamar, tou aqui.
Juliana - a Amanda quer falar contigo.
Arthur - Amanda? E o que ela quer?
Juliana - parece que ela quer que você der uma olhada em um computador.
Respirei aliviado. Por um momento achei que fosse as contas.
Arthur - ah beleza. E cade ela?
Juliana - foi buscar no bagageiro do carro, mas ja ta voltando. Senta aí.
Arthur - beleza.
Repousei em uma das poltronas do rh, encostei minha cabeça nas costas da almofada, e fechei meus olhos. O dia havia sido puxado.
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A Amanda me deu o notebook dela para eu trabalhar em casa. Eu achei melhor. Em casa eu me sentia mais confortável.
Me despedi de Amanda e Juliana, e procurei por Benjamin. Este já não estava mais na empresa. Coloquei o '' not '' dentro da mochila, e peguei o elevador. Cheguei a recepção, me despedi de alguns funcionários e me retirei da empresa.
Parei na escadaria e olhei para o tempo nublado.
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- será que vai chover? (falei alto, porém pra mim mesmo).
- É provável que sim.
Olhei para o lado e vi Loupan, com as mãos no bolso, escorado na lateral de um carro preto.
Arthur - você de novo?
- Eu de novo! (respondeu ele, abrindo o sorriso com vários dentes brancos).
Terminei de descer as escadas.
Arthur - já vou indo. Acho que o sr Nícolas esta lá no escritório dele.
Loupan - Não quero falar com o Nícolas. Quero falar com você.
Arthur - se o teu amiguinho aparecer por aqui novamente eu não vou poder dizer que te ataquei. Daqui a pouco estarei com fama.
Loupan - relaxa. Ele não vai aparecer não.
Arthur - tem como relaxar não. Se ele me ofender novamente eu não vou ficar calado não.
Loupan - ele não vai te ofender novamente. Agora esquece ele. Quero te fazer um convite.
Arthur - NÃO!
Loupan - não o que?
Arthur - não aceito o convite.
Loupan começou a rir.
- Mas eu ainda nem falei o que é. (disse ele sem entender).
Arthur - mas eu sei que é roubada, encrenca, e que pode acabar em merda.
Loupan voltou a rir.
Loupan - vamos ao menos tomar alguma coisa, umas cervejas... Sei lá.
Arthur - não cara. Vou pra minha casa, ainda tenho treino hoje.
Loupan - treino de que?
Arthur - jiu-jitsu.
Loupan - Bacana. Eu tenho um apartamento na zona sul. Tudo muito reservado. Podemos dar uma passada lá, e depois eu te deixo em casa.
Pensei em responder que não.
Loupan - Vamos lá cara. Não vamos transar não, apenas tomar alguma coisa e jogar conversa fora. Você não vai fazer nenhum programa pra mim não.
Arthur - beleza.
Loupan - Você vai?
Arthur - sim.
Loupan - isso... Isso.
Nesse momento o barão saiu de dentro de seu império: Terno impecável, e arrogância como sempre.
Barão - Loupan? (disse ele cumprimentando o amigo).
Loupan - ola Nícolas. (disse Loupan retribuindo o cumprimento).
Barão - o que faz aqui a essa hora?
Loupan - vim deixar um computador para que o Arthur de uma olhada.
- ''Hum'' (foi apenas o que o barão falou).
Barão - então ta certo. Boa noite.
Loupan - boa noite. (E mais uma vez se cumprimentaram).
O barão fingiu que eu nem estava ali presente. Era como se eu fosse um inseto.
- então vamos? (disse Loupan cortando meus pensamentos).
Arthur - vamos sim.
Entramos no carro, e pegamos a estrada.
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Chegamos ate o apartamento que Loupan havia comentado.
- caralho. Voce mora aqui? (disse eu olhando para aquele ''arranha cèu).
- Não. (respondeu Loupan sorrindo). - Esse apartamento eu ganhei do meu pai, mas não resíduo aqui. Venho raramente, pra ser bem sincero.
Não sei porque, mas não acreditava naquelas palavras.
Tomamos o elevador, e chegamos ao andar de Loupan. Já, na porta, ele tirou uma chave do bolso e abriu a fechadura. Em seguida abriu espaço para que eu entrasse, e entrou na sequencia.
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Fiquei admirado com a beleza arquitetônica daquele lugar.
- quer tomar um banho? (perguntou Loupan, colocando a chave em um balcão do bar).
Arthur - pode?
Loupan - claro! Quer?
Balancei a cabeça que sim.
Loupan - vem comigo.
Acompanhei Loupan ate sua suite e ele me ofereceu uma toalha.
Arthur - Aonde fica o banheiro?
Loupan - só é seguir reto.
Arthur - beleza.
Cheguei ao banheiro sem dificuldades. Ao entrar fiquei impressionado com o tamanho, era praticamente as mesmas dimensões do meu quarto.
Tirei minha roupa, liguei o chuveiro, e senti o frio da água. Meu corpo estava todo sujo de tanto carregar caixas empoeiradas.
Peguei um sabonete qualquer e comecei a passar no corpo.
Trinta minutos depois eu estava enxuto e enrolado com a toalha.
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- eu tenho algumas roupas aqui. Quer experimentar pra ver se alguma cabe em tu? (disse Loupan).
Arthur - Não, não. Vou colocar a minha mesmo.
Loupan não insistiu.
Peguei minha roupa, mas não tinha condições de usa-las depois de tomado banho.
Arthur - cara, acho que eu vou aceitar as roupas.
Loupan deu um sorriso de canto da boca.
Após eu já estar limpo, cheiroso e vestido, fui para sala acompanhado de Loupan. Este ligou o ''home theater'', e depois serviu-se de uma dose de ''whisky''.
- aceita? (disse ele me oferecendo o copo).
Balancei a cabeça que não.
Arthur - tem cerveja?
Loupan - Não, mas eu posso pedir.
Arthur - precisa não. Só se acaso tivesse aqui.
Nessa hora o interfone tocou. Loupan atendeu e autorizou a subida de um entregador com comida.
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- Obrigado. (disse ele pagando, e em seguida liberando o rapaz).
Loupan - comprei picanha. Tu come?
Arthur - quando tem, Sim!
Loupan riu.
O acompanhei ate a cozinha.
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- Já deu meu horário. (disse eu terminando de comer).
Loupan - Ta cedo. Já disse que vou deixa-lo em casa.
Arthur - mesmo assim já ta tarde.
Loupan - tem alguém em casa te esperando?
Arthur - tem minha mãe, mas essa não é minha preocupação. Não posso ficar faltando treino. levo isso, muito a serio.
Loupan - Pois é. Você comentou.
Loupan aproximou-se de mim, e começou a fungar em meu ouvido.
Arthur - hey pô. Você disse que não iriamos transar.
Loupan - Não consigo resistir.
Arthur - você só me trouxe aqui pra isso ne!?
Loupan - claro que não. Mas já que estamos aqui sozinhos, vamos aproveitar.
Loupan era um homem que chamava a atenção, e já que eu estava solteiro, por que não?
Dei um beijo quente em Loupan, e depois passei a chupar seu pescoço.
Loupan dava leves gemidos.
Loupan - caralhooooo... Isso. (dizia ele em êxtase).
Loupan me encochou no balcão e tirou minha camisa com uma puxada só.
Loupan - vamos pro quarto?
Eu apenas acenei com a cabeça.
Mal entramos e Loupan já me jogou em cima da cama.
Tentei abaixar o short, mas Loupan me repreendeu, ele queria tira-lo.
Usei as mãos para me apoiar na cama, e deixei Loupan fazer o serviço.
Senti os lábios quentes e macios de Loupan, percorrerem por meu corpo. Fechei meus olhos e o delírio foi de imediato. Loupan sabia muito bem o que estava fazendo.
Loupan foi subindo ate chegar a minha boca. Parou ali um instante como se quisesse entender o que estava acontecendo, ate que resolveu beija-me novamente. Sua mão repousou em minha nuca, e eu deixei ele conduzir minha língua.
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Conforme combinado, Loupan foi me deixar em casa.
Loupan - ainda da tempo de tu ir pro treino? Qualquer coisa tu sobe pra colocar uma roupa esportiva, e eu fico te esperando pra ti levar. (disse ele com o carro estacionado em frente a meu condomínio).
Arthur - da tempo mais não.
Loupan - foi mal. Acho que nossa conversa esticou um pouco. (disse ele rindo).
Arthur - relaxa. Eu também quis.
Loupan - cara, eu ainda não te agradeci o suficiente pelo que você fez por mim, hoje.
Arthur - fala do lance do banheiro?
Loupan - exatamente.
Arthur - ah po, esquece isso.
Loupan - Tu ja tinha visto isso? ( disse Loupan com a mão aberta em minha frente).
Arthur - uma aliança? Ainda não tinha reparado.
Loupan - pois é. Eu sou casado Arthur. Se você não tivesse aquela atitude naquele momento, eu nem sei como estaria minha situação agora.
Arthur - Eu não sei nem o que falar cara.
Loupan - nao precisa falar nada. (disse ele me beijando, novamente). Só não desaparece, deixa eu ser feliz junto contigo. Eu preciso de descrição.
Eu fiquei calado. Apenas o encarei.
Loupan - Arthur?
Arthur - fala.
Loupan - Aqui oh. Uma graninha pra tu. (disse ele colocando um cheque em cima da minha coxa).
Arthur - De novo? - Você disse que não seria programa!
Loupan - E não é. É apenas uma ajuda de custo.
Arthur - mané ajuda de custo. Tu acha que eu sou burro? Olha aqui o que eu faço com sua ajuda de custo.
Rasguei o chegue em vários pedaços, e joguei em cima de Loupan.
Saí do carro pisando fundo.
Loupan - hey Arthur. Volta aqui cara, eu não fiz por mal. (Loupan saiu do carro e tentou me alcançar, inutilmente).
Loupan chutou uma lata de leite que estava jogada na rua, e depois saiu em seu carro.
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Os dias que passaram foi bastante corridos: Trabalho e treinos incessantes. A diferença é que agora eu havia me inscrito em um curso online para o enem.
O Barão me via praticamente todos os dias na empresa, mas não falava comigo. O máximo que ele fazia era acenar com a cabeça quando topávamos pelos corredores.
O Loupan me ligava frequentemente, mas eu não estava disponível.
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Em uma tarde chuvosa de sexta feira, após o almoço, eu resolvi ir pagar o boleto da minha inscrição do enem.
Depois de enfrentar uma fila enorme, finalmente consegui sair da lotérica.
No caminho de volta, meu celular tocou, e no visor eu vi que era o Dudu, um velho amigo de infância e colégio.
*********
Arthur - Fala Dudu.
Dudu - Tutu?
Arthur - eu.
Dudu - como é que ta mano?
Arthur - beleza e tu?
Dudu - tou bem também. E tu ainda é aquele manezão na sinuca?
Arthur - meu cu.
Dudu riu.
Dudu - ti falar: amanhã vai ter campeonato la no chicos.
Arthur - campeonato de sinuca?
Dudu - exato. Tu quer ter a honra de ser dupla comigo?
Arthur - ah, nem rola Edu.
Dudu - por que não mano?
Arthur - amanhã é o dia que eu tenho mais tempo para estudar.
Dudu - estuda de dia po. O campeonato será a noite.
Arthur - a noite eu descanso. Meus dias tão corridos demais.
Dudu - deixa de ser cuzão po. Bora logo.
Enquanto caminhava pelas ruas, falando ao telefone com o Eduardo, poucos quarteirões antes de chegar a empresa, vi um aglomerado de pessoas.
Arthur - Dudu, vou ter que desligar aqui. Ta acontecendo alguma coisa na rua, daqui a pouco eu te ligo.
Dudu - tu não vai ligar que eu sei.
Arthur - ligo sim pô. Ligo de certeza.
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Desliguei o celular, e fiquei tentando entender o que acontecia. A primeira impressão que eu tive foi a de um sorteio.
Me aproximei aos poucos, e consegui ouvir gritaria. Vi o carro do barão, e logo liguei que ele estaria envolvido.
Quando enfim cheguei ate o local, pude perceber que tratava-se de um assalto. Mas não era um assalto qualquer. O delinquente queria o dinheiro, e o carro do barão.
lentamente me aproximei daquele bandido, e quando percebi que a barra estava limpa, lhe apliquei um mata leão. O homem deixou cair a arma no chão e aos poucos foi apagando.
- O Daniel ficara orgulhoso de mim. (eu pensei).
O barão abaixou abraçando o filho que chorava muito.
Arthur - ta tudo bem sr Nícolas? Ele machucou vocês?
Barão - você ta louco?
Arthur - é o que?
Barão - Você poderia ter nos matado.
Arthur - eu os ajudei.
Barão - eu não preciso da sua ajuda. Você foi um inconsequente. A essa hora eu e meu filho poderíamos estar mortos.
Arthur - mas não estão. (eu argumentei). - Jamais teria agido dessa forma se eu não me sentisse confiante.
Barão - você é um irresponsável. (disse ele apontando na minha cara).
Eu ri ironicamente.
O filho do barão começou a chorar. Não sei se era medo, alivio ou desespero.
Barão - ta vendo, o que você fez?
Meu extinto foi de acalmar a criança.
Barão - tira essas mãos imundas de cima do meu filho. (disse ele com muita agressividade).
Arthur - eu não quero confusão com o senhor, e eu não fiz nada para o senhor estar me tratando assim.
Barão - você não fez nada?
Arthur - Não. (falei balançando a cabeça). E também não vou ficar aqui ouvindo suas ofensas.
Barão - Não vire as costas para mim quando eu estiver falando com você. (disse ele me puxando pelos braços).
Arthur - Me solta que eu não quero confusão, já falei.
Barão - pessoas como você não valem nada. Pensam que são alguma coisa, mas são inferiores a merda. (dizia ele me apertando forte pelo braço).
Arthur - já mandei me soltar.
Algumas pessoas tentaram acalmar os ânimos, e ficaram indignadas com a atitude do barão.
Qualquer pessoa em sã consciência estaria grata a mim.
O barão se afastou, mas ficou me encarando.
Não demorou muito e chegou uma viatura da policia. Após fazerem algumas perguntas, eles informaram que deveríamos acompanha-los ate a delegacia, para prestar depoimentos.
O barão perguntou se poderia, antes, deixar o filho na empresa. Os policiais autorizaram já que o clima em uma delegacia não faria bem a criança, e informaram apenas para qual delegacia se encaminhar.
Arthur - eu posso ir na viatura? (perguntei aos policiais).
Os policiais disseram que sim.
O barão acomodou o filho no banco de trás do carro, e ficou parado do lado de fora da porta do motorista.
Eu entrei no banco de trás da viatura, e o delinquente já estava, algemado, lá dentro. Assim que eu entrei, ele me deu uma encarada, mas não me intimidou.
Os policias entraram na viatura, e o que estava no volante ligou a sirene, e deu partida no veiculo.
Devido a imensa quantidade de curiosos, o carro foi saindo lentamente para não provocar acidentes. Olhei pela vidraça da janela e vi o barão me encarando, o encarei também por um bom tempo, ate que o carro tomou velocidade, e o barão sumiu da minha vista.
Pela primeira vez na minha vida, eu andava em uma viatura policial. Estava me sentindo um verdadeiro bandido.
Continua...