Meu Loiro! - Capítulo 11

Um conto erótico de Léo Hanz!
Categoria: Homossexual
Contém 1502 palavras
Data: 28/06/2016 23:06:45

O velório de Gian Carlo e Desirée já havia começado. Todos estavam se perguntando onde Fred e Humberto estariam. Rogério era o que mais estava sentido. Era muito emotivo. Ver duas vidas acabarem assim, do nada era uma dor inexplicável. Só conseguia pensar em Fred. Rogério estava sentado num banco próximo aos caixões. Do seu lado estavam Thiago e Beatriz. No outro banco que era maior, estavam Samantha, Dante, Henrique e Alessandra com seus pais. De pé estavam Silas, que era o secretário de Gian Carlo na empresa, juntamente com Laura, sua esposa e também ali se encontrava Ariel, que era um amigo íntimo de Fred, que foi avisado do ocorrido por Samantha que tinha acabado de entrar. O volume de pessoas era bem pequeno. Só mesmo a família e os amigos mais íntimos. Samantha avistou Ariel chegar e foi até ele.

-Oi Ariel! -disse ela dando um beijo no rosto e abraçando do ruivo. - Que bom que você veio! - sua voz estava embargada de choro.

Ariel abraçou Samantha. - Não precisa me agradecer, Sá. Eu não teria como não ter vindo. Como o Fred está?

Samantha abaixou a cabeça.

-Não conseguimos falar com ele ainda. Mas sei que ele está com o Beto. Não sei se ele terá condições de vir.

-Eu entendo! Mas se ele está com o Humberto, sabemos que ele está em boas mãos. Aqueles dois tem uma ligação muito forte que eu admiro muito. E só o Beto para acalmar Fred numa hora dessas.

-Sim! É o que me deixa menos preocupada.

Os dois respiraram fundo.

-Mas me diz, como você está? Como está a sua mãe?

-Eu estou ótimo, graças a Deus. E mamãe também está ótima também. Ela queria muito ter vindo. Mas teve que ficar cuidando dos meus sobrinhos por que minha irmã viajou.

-Entendi!

-E o Dante, seu pai? Como estão?

-Tirando isso, eles estão ótimos. Vamos lá pra você cumprimentar eles.

-Vamos sim.

E foram em direção à Rogério.

Ariel era o “segundo melhor amigo” de Fred. Estudaram moda juntos em Milão e desde então nunca mais se largaram. Tinha o mesmo corpo e o mesmo estilo icônico de Fred. Só que era ruivo. Quando o loiro lançou sua grife, contou com a parceria de Ariel até que o mesmo foi em busca de lançar a sua. Trabalhavam juntos desenhando modelos e um indicava o que o outro não fazia. Era uma linda amizade. E desde que Fred viajou, eles não tiveram nenhum contato. Esperava encontrar o loiro lá. Mas sabia por dentro que Fred não aguentaria ver os pais tão perto e mesmo assim tão longe. Sentou com Samantha e continuaram conversando.

Pillar estava impaciente. A mulher que todos estranhavam quando chegaram já deu espaço pra mulher que todos conheciam muito bem. Estava andando de um lado para o outro com o telefone tentando falar com Humberto. Sem sucesso. Viu que Ariel tinha chego. Nem precisava dizer quem também não gostava dele. Nada que fugia dos padrões de homem/mulher agradava Pillar. Viu que Rogério estava sentado, olhando para o nada e sentou ao lado dele. Como uma companheira normal ou como qualquer outra pessoa que visse a outra sofrendo, ela deveria ficar ao lado do marido e dar forças! Mas não.

-Rogério, eu não consigo falar com o Humberto. Tente ligar para ele do seu.

Rogério não ouviu. Estava com a cabeça fora.

-ROGÉRIO?! -gritou ela, despertando seu marido.

Rogério respirou fundo.

-O que é, Pillar?

-Não ouviu o que eu disse?

-Não, eu não ouvi.

-Eu disse que não estou conseguindo falar com o Humberto. Tente você falar com ele.

“Que bela esposa atenciosa eu tenho” - pensou.

-Pillar, o Beto está com o Fred. Não espero que eles venham. Nosso sobrinho acabou de perder os pais. Dê um tempo pra ele!

-Ah tá! Todo mundo vai ver os pais morrerem, mas como isso aconteceu com o “Fred”, ele tem mais importância do que todo mundo?

Rogério ficou puto!

-Pillar, qual é o seu problema? O garoto acabou de perder os pais, EU perdi o meu irmão e você continua sendo essa mulherzinha chata de sempre? Pelo menos respeite a dor das pessoas! Você não tem o direito de fazer isso! Ou você se comporta direito, ou EU vou te colocar fora daqui pelos cabelos! - Rogério tinha perdido a cabeça de tanta raiva ao gritar com a mulher. Levantou chorando e foi para fora, deixando Pillar sentada ali mesmo. Ela deveria sentir vergonha. Mas o que mais sentia era raiva. Mais uma vez o foco da família estava no sobrinho. Ficou ali mesmo, sentindo o olhar de reprovação de todos os que estavam ali.

No quarto do hotel, Humberto estava agarrado com Fred acariciando os cabelos dele. O loiro já estava dormindo já havia um tempo. E precisava mesmo. Tinha esgotado todas as suas forças. Quando ele estava pegando no sono, ouviu seu celular vibrar. Lá estavam mensagem de texto de seu pai, seus irmãos, seus tios e até de uma pessoa que não via a muito tempo: Ariel! Notou também que havia 17 ligações de sua mãe. Nem deu bola. Tratou só de abrir a mensagem de seu pai.

“Oi filho, tudo bem? Como você está? Como está o Fred? Estou preocupado com vocês. Quando puder, me responda. Um beijo.”

A pergunta “Como Fred está” era meio óbvia, pensou. Mas mesmo assim respondeu.

“Oi pai. Estou bem. O Fred dormiu. Não acordou ainda. Vou ficar com ele o tempo que precisar. Aviso o senhor de qualquer coisa. Um beijo.”

Desligou o celular e tentou dormir de novo. Sem sucesso, ligou a TV para destruir a cabeça.

Fred abriu os olhos e sentiu na hora que sua enxaqueca tinha atacado. Tentou levantar, mas não conseguiu. De repente lembrou do que tinha acontecido e começou a chorar.

Humberto percebeu que o primo tinha acordado e virou para ele. Na mesma hora, sentiu pena do primo. E sentiu dor também.

-Humberto!? -disse o loiro chorando.

Beto estava sentado e deitou de novo ao lado de Fred, continuando as carícias no cabelo dele.

-O que foi meu anjo?

Mais lágrimas saiam.

-Me diz por favor que isso não é verdade. Diz que é só um pesadelo do qual eu vou acordar daqui a pouco!

Humberto negou com a cabeça.

-Eu sinto muito meu loiro.

Fred virou do lado oposto e continuou a chorar. Não conseguia acreditar! Humberto de novo abraçou o primo, chorando também.

-O velório já está acontecendo?

-Sim, Fred. Você quer ir? Eu levo você até lá?

Fred respirou fundo e realmente pensou se gostaria de ver seus pais num caixão.

-Não Beto. Eu não quero que a última lembrança dos meus pais sejam deles mortos. Eu sei que isso pode parecer covardia, mas não vou conseguir lidar com isso. Não sei se você me entende.

-Eu entendo sim meu anjo. Tudo o que você quiser.

O loiro não conseguia parar de chorar.

-Como eu vou fazer agora? Não vou conseguir voltar na minha casa. A presença dos meus pais vai estar lá pra sempre.

-Voce vai ficar comigo.

-Na sua casa Beto? Eu não quero ser um peso pra ninguém e principalmente pra você.

Essa indivualidade de Fred as vezes irritava Humberto. Jamais que ele deria um peso.

-Fred, você nunca será um peso. Você precisa estar com pessoas que te amam e te apóie!

-Por isso não quero ficar na sua casa, Beto. Sua mãe e eu nos toleramos. Mas não sei se eu conseguiria olhar pra cara dela todo dia.

-Voce pode ficar onde você quiser. Desde que não fique sozinho. Se preferir, fique com o tio Thiago e a Tia Beatriz. Pelo menos não vai ficar sozinho. E eu vou ficar com você todos os dias.

Fred não conseguia pensar em nada disso. Só sentia dor. Muita dor. Estava sentindo muita dor mas mesmo assim resolveu levantar. Sentou na cama e levantou. Pegou seu cigarro e foi para a janela. Da cama, Humberto acompanhava todos os movimentos do loiro. Levantou e foi ao lado do primo. Fred estava pensando em como a vida era curta. Num súbito, tudo se acabava. Estava perdido. Humberto olhava para o primo. Estava muito triste por ele.

-Como você está meu anjo?

Fred na verdade estava no estágio na negação. Não queria falar muito sobre o assunto.

-Eu não sei como eu me sinto Beto. Realmente não sei. Me sinto oco por dentro. Vazio até de tristeza.

-Eu entendo.

Ficaram os dois, olha do a cidade pela janela do prédio. Humberto abraçou o primo e repousou sua cabeça no ombro do loiro.

-Eu não sei como posso te ajudar, mas eu não vou te deixar, ok? Vou estar aqui com você. À todo momento.

Fred jogou a cabeça para traz, encostando na cabeça de Humberto. De uma coisa tinha certeza: ali estava toda a força que prexisava para continuar a viver.

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Boa noite pessoal, cono estão? Mais um capítulo dessa emocionante história. Espero que estejam gostando. Vem muito mais por aí. Aguardem! Beijão. :)

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Comentários

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Perfeito, a Pillar Não toma jeito e o Beto não enxerga as coisas.

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LINDO DEMAIS, APESAR DE SER UM MOMENTO RUIM NA VIDA DE QUASE TODOS EXCEÇÃO DE PILLAR. AINDA CREIO NA MÃO DELA NESSE ACIENTE.

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Maravilhoso mais esse capítulo. Aguardando o que vem pela frente. Hj tem mais? Rsrs Abraço.

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