Solar - 14

Um conto erótico de Thonny
Categoria: Homossexual
Contém 1328 palavras
Data: 30/06/2016 18:18:46
Última revisão: 30/06/2016 23:13:20

[Álvaro narrando]

Cheguei a São Paulo antes do previsto. Precisava fazer uma visita ao doutor César Villar, avô do Lucas. A história dos Villar é longa e complicada demais.

Um dos meus clientes, Otávio Corinje, certa vez contou-me sobre o estado de saúde do seu sócio. Na ocasião, ele disse que boa parte do que ele estava passando, se devia ao atrito que tinha com o único filho, que foi embora de São Paulo, pois o pai não aceitava o seu casamento com uma mulher pobre.

Ele falou que o doutor César nunca tinha conhecido o neto, e que estava morrendo e não teria para quem deixar o controle acionário da empresa, já que o filho se recusava a tomar posse do que é seu por direito.

Como quem não quer nada, continuei falando sobre essa história - não apenas faço programa, sou também "psicólogo" dos meus clientes - e vendo onde aquilo poderia dar. Sem querer, apenas pelo desenrolar da conversa, ele me fala os nomes do Alexandre e do Lucas.

Esse foi o motivo de ter voltado para Solar: a chance de juntar o Lucas e seu avô, para que eu possa ficar rico, se conseguir reconquistá-lo.

Fui para o meu apartamento, descansei um pouco, pois iria até a empresa do Villar.

[Lucas narrando]

- Sabia que eu estava me sentindo um lixo por ter feito o Ítalo sofrer? Aí resolvi ir até sua casa, mas ele não estava lá. Sem querer passei naquele barzinho da orla e o encontrei lá. Nós conversamos, fomos para casa dele e o resto você deve saber.

- Amigo, você é mesmo porreta. Eu queria ter essa sua determinação, pois você sempre vai em busca do seus objetivos. E, aos trancos e barrancos, na maioria da vezes, sempre consegue alcançá-los.

- Clarinha, você acredita que tem uma foto minha enorme no estúdio? Ele tem até um porta-retrato com a foto do nosso beijo de esquimó. Você até que se saiu uma excelente fotógrafa.

- Não precisa me elogiar, querido, pois eu sei que sou espetacular. Estou feliz por você, mas estou com tantos problemas.

- Ih! Se quiser desabafar, estou aqui.

- Você lembra que daqui a duas semanas tem o casamento da Ingrid?

- Aconteceram tantas coisas que acabei esquecendo. Sim, mas qual o problema disso?

- O problema é que nós seremos os padrinhos, mas eu estou sem grana alguma. Esse mês eu tive muitos imprevistos. Você sabe que a saúde da minha mãe não andou nada boa ultimamente.

- Amiga, você sabe que eu posso te ajudar. Eu te empresto uma grana, afinal, nós seremos padrinhos e precisamos estar impecáveis no altar.

- Acho que estou levando a sério o fato de usar shampoo liso extremo. Dinheiro que é bom...

- Amanhã nós iremos fazer compras. Você é mais do que uma amiga, é uma irmã - peguei na mão da Clarinha.

- Só você mesmo. E por falar nesse casamento, ela chega depois de amanhã. Iremos conhecer o noivo dela. Ela conseguiu fisgar um gringo. Sortuda ela!

- Então os dois estão aí e desdenhado dos namorados brasileiros que arrumaram - o Bruno falou chegando com o Ítalo.

- Se quiser, posso deixar você livre para arrumar um gringo, Lucas.

- Não começa, Ítalo, por favor. Que tal a gente ir dar uma volta na prainha? Se dermos sorte, podemos ir até a ilhota pela restinga. Vamos?

- Vocês vão, casal?

- Não posso. Estou cheia de pedidos para fazer. Eu sou a única que trabalho nessa pousada.

- Deixa só meu pai escutar isso, amiga.

- E então, vamos só nós dois?

- Eu que te chamei, Ítalo. Deixa só eu passar protetor solar e pegar meus óculos de sol.

[Álvaro narrando]

O edifício da empresa é imponente. Olhando de fora, acredito que têm mais de vinte andares. Como já havia combinado com o Otávio, ele seria o meu passe para chegar ao doutor Villar.

- Bom dia! Meu nome é Álvaro Fraga e tenho uma reunião com o doutor Otávio.

- Espere um momento, por gentileza - pediu a atendente. - Já verifiquei seu nome na agenda do doutor Corinje. Pode me emprestar o seu RG?

- Aqui está... - entreguei a ela.

- Vigésimo segundo andar, senhor. A secretária dele está a sua espera.

- Obrigado! Tenha um bom dia!

- Igualmente.

Entrei no elevador e apertei o botão do andar.

- Senhor Álvaro, certo?

- Sim, sou eu.

- Bom dia, senhor! O doutor Corinje o aguarda. Acompanhe-me, por favor.

- Claro.

A secretária bate na porta e recebe a ordem para entrar na sala.

- Doutor, o seu convidado acaba de chegar. Posso mandá-lo entrar?

- Por favor, Denise. Não deixe o senhor Fraga esperando.

- Por aqui, senhor... - ela falou dando-me passagem. - Precisa de alguma coisa? Água, café, suco?

- Estou bem, obrigado.

- Deixo-nos a sós. Se precisarmos de algo, eu te chamo.

- Com licença...

Otávio levantou-se e me beijou. Confesso que senti vontade de vomitar naquela sala, mas eu precisei me conter e fingir que gostei do beijo.

Otávio tem 65 anos. Ele é um homem casado, mas mantém casos com homens. Sua esposa e seus dois filhos nem imaginam sobre sua vida dupla.

- Estava morrendo de saudades sua, Álvaro. Você sabe que tenho um grande sentimento por você.

- Eu também estava com muitas saudades. Eu consegui encontrar o Alexandre e o Lucas.

- Onde eles estão?

- Estão morando em Solar ainda. São donos de uma pousada. O mais incrível é que já namorei o Lucas.

- Você não tinha me dito isso, por quê?

- Você poderia ficar com ciúmes. Hoje o Lucas namora um fotógrafo que chegou na cidade. Eu queria ter certeza de que eles realmente eram quem estávamos procurando. Quando poderei falar com o doutor Villar?

- Vou ligar para a sala dele. Mais tarde irei até seu apartamento. Estou precisando matar minha vontade de você, gostoso.

- Com certeza. Estarei a sua espera.

- Vou ligar para saber se ele está disponível.

O Otávio fez a ligação e constatou que o doutor Villar estava livre em sua sala.

- Vamos até a sala dele.

Subimos até o vigésimo quarto andar,o penúltimo andar do prédio, onde fica a sala da presidência da empresa.

- Preciso ver o César, Marina.

- Claro, doutor Corinje. Vou anunciá-lo.

Entramos na sala da presidência e pude ver de quem o Lucas puxou os seus traços mais fortes. Ele era bem parecido com o avô. Apesar de ter um jeito mais feminino, que herdou da sua mãe. Seu pai e seu avô são quase iguais.

- Então esse é o rapaz, Otávio?

- Sim, César, esse é o Álvaro Fraga. Acabei de descobrir que ele é ex-namorado do seu neto.

- Você já namorou com o Lucas?

- Sim, fui o primeiro namorado dele. Depois que acabamos eu vim para São Paulo em busca de uma vida melhor. Agradeço muito ao doutor Ótavio pela oportunidade de ser o seu assessor pessoal.

- Um excelente profissional, por sinal.

- Meu filho esteve comigo a uns dias atrás. Ele se recusa a assumir seu lugar na empresa e não me deixa ver o Lucas.

- Eu tenho uma foto dele. Aqui, ó... - entreguei meu celular a ele.

- Ele se parece muito comigo e com o Alexandre. Ele também lembra muito a Lígia. Me arrependo muito de ter sido contra o casamento do meu filho. Ele sumiu. Temi colocar algum detetive atrás deles, porque sabia que perderia ainda mais a chance de me reaproximar deles. Como fui insensível no passado. Eu estava muito ressentido com o Alexandre, mas minha doença me fez refletir bastante. Ele vem visitar-me algumas vezes. Você me levaria até eles?

- Sim, eu só preciso de um tempo para contar tudo ao Lucas. Será que o senhor me permitiria isso?

- Faça como quiser. Só peço que seja breve.

- Eu serei.

Continua...

Gente, mais um capítulo para vocês. Estou de férias e posso escrever tranquilamente agora. Acredito que escreverei dia sim, dia não.

Desculpem pelos erros. Espero que esse capítulo compense a demora. Comecei hoje a nova fase do conto. Ficará cada vez melhor. Em breve terá um assassinato misterioso. A dica é que será no casamento que acontecerá em breve. Beijos.

Meu email: thonny_noroes@hotmail.com

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Comentários

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Não é possível que esse canalha se dê bem nessa!!! 😒😠😣👊

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