Continuação...
-Olha, eu vim te procurar, pra dizer que eu posso te perdoar...
Eu fiquei a encarando, pensando por alguns segundos em tudo que vivemos juntas.
-Eu quero que vc volte pra mim, pra casa, Serafine. -Continuou calma.
-Eu... Não posso... -Exitei antes de falar, mas agora eu tinha um motivo pra não voltar.
-E o que vc pensa que vai acontecer entre vc e a Luíza? Acha mesmo que ela vai te assumir? -Sua voz parecia transpirar raiva.
-Eu não sei o que vai acontecer, Lúcia. Sinceramente, nem me preocupo.
-Mas eu sim, Serafine. Por que ela vai te largar assim que o desejo passar.
Eu fiquei pensando nas palavras de Lúcia, enquanto ela concluía, antes de virar as costas e sair:
-Eu já vou, Serafine. Vc já sabe onde me encontrar. -E saiu.
Eu entrei novamente pro apartamento, sem a mesna vontade de caminhar que antes eu tinha.
Me atirei no sofá fofo de Luíza e fiquei pensativa. O que Lúcia disse, poderia ser verdade, então resolvi o que eu faria.
Escrevi um bilhete para Luíza:
"Eu sinto muito, mas... Não posso largar a Lúcia pra ficar com vc. Adeus..."
Coloquei o pedaço de papel sobre a cama, onde a algumas horas havíamos nos amado, e muito triste, parti, rumo a minha antiga casa, a de Lúcia.
-Lúcia? -A chamei, assim que parei em frente a casa e a vi trancada.
-Serafine? -Me olhou surpresa, assim que abriu a porta.
-Oi... -Falei, um pouco envergonhada.
-Entra... -Me deu passagem e eu entrei.
Ela estava jantando e me chamou pra acompanhá-la e eu fui. Nós jantamos e fomos deitar.
Já na cama, eu a abracei.
-Obrigada... -Beijei seu ombro.
-Pelo quê? -Perguntou, um pouco fria, como sempre.
-Pela chance que vc me deu, de ficar com vc... -Eu estava triste por magoar Luíza, mas amava Lúcia. Afinal, ela havia me acolhido e morávamos juntas a cinco anos.
-Tudo bem, Serafine. -Ela acariciou meus cabelos, me surpreendendo. Eu acabei fechando os olhos e adormecendo.
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Os dias foram se passando e eu me sentia, incrivelmente, cada vez mais amada por Lúcia. Sim, ela havia mudado para comigo e, apesar de o sexo ainda não ser constante, eu me contentava com suas carícias e afagos inocentes, mesmo sabendo que, no fundo de meu ser, sentia falta de algo a mais que isso. Luíza nunca mais me procurou e eu estava bem assim.
Mais ou menos um mês se passou. Eu estava sentada no sofá de casa, tricotando um agasalho pra Lúcia, quando ouço a campainha de casa tocar.
-Olá? -Disse assim que abri a porta.
-Vc é a Senhorita Serafine? -Perguntou a voz tensa e masculina do outro lado da porta.
-Sim...
-Eu sou Rodrigo, parceiro de trabalho da Lúcia. Ela sofreu um acidente, enquanto dirigia pro trabalho, agora tá no hospital e não pára de chamar por vc.
Eu ouvi a tudo e não conseguia falar nada. Saí com o policial, colega de Lúcia, aos prantos.
-Amor! -Falei assim que cheguei ao quarto de Lúcia e me aproximei da cama, onde ela estava, cheia de aparelhos.
-Serafine... Eu quero... te pedir perdão... -Falou cheia de dificuldades.
-Não... Você nunca fez nada de mal... -Falei, chorando, ajoelhada ao lado da cama.
-Sim... Eu fiz... Te escondi... Sobre... Minha família e... Luíza...
-Eu que te peço pedão, meu amor...
-Serafine, escuta... Eu... Te... Amo... -Agora ela também chorava. -Sempre te amei... Tinha medo... de te perder... Sinto muito... Pela falta... De paixão... Desejo... Quero que saiba... Que... Tudo que é meu... Ficará com vc... Eu sei que... Vou morrer... E quero... Que seja... Feliz... Com a... A Luíza...
-Não... Vc não vai morrer Lúcia, e eu não posso ter nada com ela...
Continua...
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