MESA PRA TRÊS 3ª PARTE - CAP 1 AZUL É A COR MAIS QUENTE

Um conto erótico de Cookie
Categoria: Homossexual
Contém 3700 palavras
Data: 16/06/2016 00:02:20

3ª PARTE

CAPÍTULO 1

AZUL É A COR MAIS QUENTEPronto? – Perguntou Elaine se aproximando sem olhar para Gabriel.

Gabriel riu por um breve momento achando aquela pergunta mais profunda do que realmente era - Acho que eu nunca estarei pronto! - Respondeu Gabriel com os braços descruzando os braços.

- É estranho... - Disse Elaine dessa vez olhando para Gabriel, tentando achar em seus olhos o próprio reflexo.

- O que é estranho, querida? – Perguntou Gabriel sem olhar pra Elaine.

- Fazer aniversário no mesmo dia que ele... é... Estranho.

- Bom, você sabe porque ele faleceu, não é? - Perguntou Gabriel ainda entristecido.

- Sei... Mas mesmo assim... Eu sei que... Eu simplesmente não consigo parar de me sentir um pouco culpada... - Desabafou Elaine.

- Não se sinta – Disse Gabriel, antes de qualquer pensamento fruto daquele absurdo pudesse ser evoluído. – Foi um acidente – Completou Gabriel esboçando um pequeno sorriso triste... E se ele soubesse a pessoa que você se tornou ele teria repetido o acidente.

- Mas... - Disse Elaine inconsolável.

- Sem mas, Elaine. Apenas é! - Havia coragem na voz de Gabriel, suas neuras haviam sido substituídas por bravura e experiência.

Um silêncio se formou entre os dois e só se ouvia o vento em meio aquele cemitério cavo.

- Como estão seus pais? - Perguntou Gabriel enquando andava ao lado de Elaine. Ambos já não se encontravam em meios a covas, sepulturas e cruzes, os passos eram curtos e a conversa longa.

- Bem... Acho... Eu ainda não os vi hoje... – Disse Elaine suavemente - Mas bem... Tio... – Virou a cabeça olhando para Gabriel enquanto caminhava.- Mas eles estão bem... Quero dizer... O pai botou na cabeça que quer estudar de novo e a mãe... Bom, você sabe.

Sei, sei – Riu Gabriel tocando o próprio nariz.

Tio? - Perguntou Elaine.

- Pois não?! – Gabriel olhou para ela e fez e notar que seus olhos estavam marejados...

- O senhor está? Está....

- Chorando? – Perguntou Gabriel surpreso consigo mesmo – Sim, estou... Se você convivesse mais tempo comigo saberia que eu faço muito isso... Não tanto quanto eu costumava fazer, mas...

- Mas... Mesmo depois desse tempo todo?

Gabriel abriu novamente aquele largo sorriso que era dono, olhou carinhosamente para Elaine e respondeu:

- SempreAlice, grávida, explicou tudo o que aconteceu entre ela e o ex mais de um vez: com atenção especial nos detalhes, sem atenção especial para os detalhes, em meio ao café, antes do almoço e depois da janta. Como chegou a situação em que precisava de um lugar para ficar, como pensou no irmão, como achou Mike pelas pistas que havia deixado para trás quando foi visitar sua antiga casa que somadas as informações dadas por Julia não foi impossível, somente complicado. Jorge estava bem com toda a situação, estava acostumado com mudanças repentinas, inclusive foi ele quem ofereceu a casa à Alice. Gabriel andava emburrado pelos cantos da casa sem falar muito, irritado com o segredo de Mike, achava a história toda um absurdo, a presença de Alice e a história toda tinham ocupado tal espaço em sua cabeça que era graças a isso que ainda não havia enlouquecido.

16:04h

Os quatro estavam na sala agora, Jorge e Gabriel sentados no sofá sentados no sofá, um em cada canto, Jorge com o controle na mão e os pés sobre o criado mudo no centro da sala e Gabriel de pernas e braços cruzados, olhando para a televisão, mas não prestando atenção em coisa alguma. Por de trás do sofá Mike estava sentado numa cadeira mais alta que o normal, coberto por uma toalha branca, com os cabelos sendo massageados por Alice. Mike ia perdendo as luzes do cabelo amarelo e ganhando uma nova vibração prateada com as pontas de azul turquesa.

- Se vocês pudessem escolher uma música para ouvir enquanto morrem.... Que música escolheriam? - Perguntou Alice com suas luvas de plástico e química em suas mãos.

Gabriel arregalou os olhos, descruzou os braços e encarou Mike zangado, olhou para Jorge e lembrou que prometeu não contar nada. Mike riu da situação, adorava provocar Gabriel. Alice e Jorge pareciam estar pensativos.

- Tomorrow, Avril Lavigne – Respondeu Alice – Massageando a cabeça de Gabriel.

- Adoro essa música – Comentou Mike.

- Não acredito que vocês não pensando nisso – Esbravejou Gabriel.

- Alguém está mal-humorado ultimamente – Riu Jorge.

- E você, Jorge? - Perguntou Alice.

- Hummm – Refletiu Jorge – Love me tender do Elvis.

- E você, Gabriel? – Perguntou Mike.

- Depende – Respondeu Gabriel baixinho, franzindo a testa.

- Depende do quê? – Gabriel agora percebeu que os três prestavam bastante atenção no que ele tinha para dizer.

- Ah! – Disse se mexendo inconfortável no sofá – Depende de coisas como... Como eu vou morrer por exemplo. - Tentou-se explicar parecendo calmo.

- E isso influencia na música? - Perguntou Alice voltando vagarosamente aos movimentos na cabeça do irmão.

- Claro... Se eu morrer numa cama de hospital por exemplo, eu ouviria The Winner Takes at all na voz da Meryl Streep ou Say Something do The Great Big World...

- Nenhuma nacional? - Perguntou Jorge.

- Hum, talvez... Eu gosto de Como Nossos Pais da Elis Regina e Swalk da Mallu Magalhães...

- Quem? - Soltou Alice desentendida.

Agora Gabriel dizia com empolgação – Mas se eu fosse morrer numa explosão, por exemplo, eu queria ouvir Highway to Hell.... Ou.... Bad to the Bones!

- Meu Deus! – Disse Alice.

- Você vive no seu mundinho, não é mesmo!? - Comentou Mike expelindo sarcasmo. - E se morrer esquartejado? Tem?!

- Cala boca! – Esbravejou Gabriel - ....E talvez Wrecking Ball da Miley.

- E você Mike? – Perguntou Alice curiosa.

- Ah... Eu estava pensando em algo mais clássico.... Aretha Franklin, A little prayer... Conhece?

- Esse nome é familiar... - Disse Alice.

- A noiva do meu melhor amigo com Julia Roberts – Disse Gabriel sem dar atenção.

- Isso! Brigada Gabee! – Riu Alice. – E éééé isso!!!!! Pronto!

- Alô? – Disse Jorge tirando o celular do bolso e se movendo lá para fora da casa, enquanto era seguido pelos olhos de Gabriel. – Hey Débora, tudo bem? - Deu pra ouvir de dentro da casa.

- Ele pareceu preocupado, será que aconteceu alguma coisa? – Perguntou Gabriel.

- Nada – Respondeu Mike histérico – Deve ser o Aurélio pedindo alguma coisa.

- Pronto, pode ir pro banheiro. – Disse Alice tirando a toalha branca dos ombros de Mike.

- Aê! - Comemorou correndo ao se retirar do recinto!

- Haha.... E você Gabriel? Nunca pensou em mudar o visual? Um Black Power ia ficar legal em você! – Disse Alice com um sorriso familiar no rosto.

- Não, acho que ia ficar estranho... E eu sou muito descuidado, esse tipo de penteado requer atenção constante. – Respondeu Gabriel tentando encontrar a figura de Jorge lá fora e decifrar pela sua linguagem corporal se o que ouvia no celular era algo bom ou ruim.

- Ah, eu ainda quero fazer uns dreads sabe... - Disse Alice sem perceber que não recebia atenção alguma.

Automaticamente, Gabriel se recordou de Rodrigo. Admirou a imagem da jovem grávida a sua frente e resolveu estipular uma conversa. Tanta coisa havia acontecido em tão pouco tempo que às vezes era difícil para Gabriel processar tudo, fragmentos de sua personalidade inegavelmente também haviam sofrido mudanças, caso contrário ele não estaria ali.

- Não tem curiosidade mesmo em saber se é menino ou menina? - Perguntou Gabriel olhando para Alice.

Alice sorriu passando a mão sobre a barriga.

- Não.... Isso vai tornar as coisas ainda mais difícil – Disse com suavidade em sua voz. Alice era uma garota inteligente e encantava as pessoas com facilidade, obtinha características, jeitos e trejeitos parecidos com o de Mike, como por exemplo, a mesma tonalidade do azul na cor dos olhos, o mesmo amarelo do cabelo, a maneira como virava os olhos ao ouvir alguma coisa estúpido, o sorriso de lado e a pele amarelada

- Não tem pressentimento? - Continuou Gabriel.

- Ah, eu chuto uma menina. - Arriscou Alice se arrependendo logo após – Mas... Não, não sei.

- Não pensa mesmo em ficar com ele... Ou ela? - Perguntou Gabriel baixinho, pois já havia sido proibido de tocar no assunto por Jorge e Mike.

Alice respirou fundo e antes que pudesse responder, foi interrompida pelo grito de Mike!

- Arrasou mana! – Gritou Mike surgindo do corredor com uma cabeleira platinada e de pontas azuis turquesa.

- HAhaha .... Ficou diferente. - Comentou Alice surpresa.

- É mesmo, não acreditava.... Mas ficou muito bom – Concordou Gabriel.

- Ressalta ou não ressalta meus olhos fascinantes? - Perguntou Mike animado.

- Sim, eu... eu... Ai – Alice pousou uma das mãos nas costas e outra na barriga expressando sentimentos de dor.

- O que aconteceu? Precisa de alguma coisa? – Disse Gabriel colocando a mão em seu ombro. - Senta aqui, senta aqui – Disse Gabriel se levantando.

Mike parecia preocupado, sua expressão feliz tinha sido rapidamente removida de seu semblante.

- Eu acho que... Eu acho que o bebê está chutando. – Alice agora expressava um sorriso nervoso em sua afeição enquanto tremia conferindo a posição de suas mãos.

Gabriel e Mike também instantaneamente mudaram os rostos de preocupados para felizes em questões de milésimos de segundos.

- Rápido, rápido! Coloquem a mão aqui! - Disse Alice com pressa.

Mike e Gabriel carinhosamente colocaram as mãos por sobre a barriga de Alice que ainda expressava sentimentos de estranheza com aquela nova abordagem do bebê. Gabriel sem querer tocou na mão de Mike e esse o fez encará-lo por alguns momentos e se perder ali, que logo lembrou que estava irritado, retirando logo a mão e se afastando dali.

- Para quando mesmo? – Perguntou Gabriel, dando as costas e ignorando a expressão de Mike.

- Mês que vem já! - Disse Alice se emocionando. Alice estava decidida sobre o que queria, pois não envolvia só a sua vontade e sim o que seria melhor para o bebê, tinha consciência de que não queria ser chamada de mãe, ao menos não ainda.

- Qual o próximo passo? - Perguntou Gabriel conformado.

- Bom, eu ainda tenho que decidir entre três família para adoção, as três são muito boas, mas eu preciso pensar.... Eu só quero que ela seja... Feliz, sabe? - As lágrimas continuavam a escorrer pelo rosto de Alice, provocando em Gabriel um sentimento de empatia. - Eu tô bem, eu tô bem, não precisa me olhar assim, são esses hormônios, sabe?

Parte de Mike desaprovava o que estava acontecendo ali, entretanto ele sabia que as opções não eram confortantes, então decidiu oferecer apoio para qualquer que fosse a decisão da irmã. Assim o fez.

- E o pai? – Lembrou Gabriel, que só agora notou que ainda não havia perguntado sobre isso. Mike também agiu surpreso por não ter levado em consideração essa hipótese. E o pai?

- Ai, nem fale – Encostou as costas no sofá parecendo cansada.

- Pois é, me fale! – Disse Mike, prestando atenção.

- Ele é um cuzão! – Esbravejou Alice irritada, como se a magia que estivesse sentido momentos atrás houvesse se esvaído no ar.

- Como assim? - Incitou Gabriel.

- Vou resumir, bem resumido. Ok? - Disse Alice impaciente como se se doesse nela repetir aquela história - A gente se conheceu na escola, ele é uns anos mais velhos que eu, nós fomos pra uma festa, eu estava meio bêbada e ele era bonitinho, foi estupidez, coisa de uma noite só, no dia seguinte eu estava arrependida, fui para casa correndo, mais tarde eu percebi que havia esquecido algumas coisas lá, entre elas um broche lindo e caríssimo que a vó deu para mim....

- E...? – Perguntou Mike cada vez mais interessado.

- Bom, eu chamei e ele não me ouviu, mas eu sabia que ele estava em casa, ele vive com a porta aberta, eu só queria pegar o broche e sair dali...

- E....? – Perguntou Gabriel tão interessado na história quanto Mike.

- Eu subi as escadas e vi que no quarto dele haviam...

O quê? Havia o quê? Um corpo?

Não... - Alice expressou nojo no olhar - ...pior!

Ele tava com outra? - Perguntou Gabriel levando as mãos ao rosto.

Não! Pior! - Continuou Alice.

Outro? - Perguntou Mike.

Pior!

Tava ouvindo Christina Aguilera?

Alice e Mike encararam Gabriel por alguns instantes.

- O negócio é... Bom, a família toda dele é alemã, ele me disse que eles eram bem religiosos, eu estranhei no começo....

Fala logo mulher – Exclamou Gabriel! - Pelo amor de Deus, tô morrendo aqui!

- Bom... - Alice respirou profundamente como se fosse contar algo que não queria – quando eu entrei no quarto dele havia... Havia vários objetos nazistas.... Bandeiras, fotos, máscaras de gás, suásticas por toda parte, enfim...

Como assim? – Perguntou Gabriel.

- Sim – Concordou Alice assustada, continuando – bandeiras de suásticas, “relíquias” de guerra, alguns pôsteres suspeitos, enfim, aquilo me horrorizou, eu tropecei, caí da escada, o barulho foi enorme, me machuquei um pouco, mas o susto foi tão grande que eu nem senti na hora, ele saiu da cozinha, me chamou de vadia e fui para casa. Fim! - Disse tentando concluir o ocorrido suavmente.

- Meu Deus! – Disse Gabriel se levantando.

- Sim – Mike continuou ajoelhado – Seu broche ainda tá lá? Quanto vale? – Perguntou de olhos arregalados.

- Ai, eu amo aquele broche, não só porque é caro, ele tem um valor especial para mim.... Mas passar por isso novamente, não. A vó disse que ele vale... Um dinheirinho gostoso. - Disse Alice passando os dedos por entre os dedos.

- Peraí... Não é aquele broche que ela disse que teve que trazer na... - Comentou Mie pausadamente.

Trouxe onde? Perguntou Gabriel curioso.

Na vagina! - Completou Alice séria.

Ai meu Deus! - Comentou Gabriel suspeito.

Bendita sejam as vaginas! - Disse Mike erguendo as mãos.

- Ok – Se levantou Mike – Gabriel, pega a chave do carro, nós vamos fazer uma visitinha ao... – Parou, pensou e olhou para Alice...

– Haroldo – respondeu ela nervosa – Peraí, vocês vão mesmo lá? - Perguntou desconfida.

- Nomezinho feio heim! Enfim, por que não iríamos? - O broche é de família e tem que ficar na família! - Disse Mike tentando parecer humilde.

Alice encarou Mike por alguns segundos e soltou:

Mentiroso! Você quer vender o broche e ficar com o dinheiro! - Disse rindo.

- Por qual outro motivo, eu tocaria no broche da vagina da minha vó? - Perguntou Mike revelando suas intenções.

- Você vai mesmo lá? – Perguntou Alice começando a acreditar..

- Por que não iria? – Perguntou Mike, chocado com a falta de crédito que tinha da irmã.

- Porque você é idiota – Respondeu Gabriel se fazendo notar

- Não, espera... – Alice, interrompeu desfazendo o sorriso e interjeição de surpresa – Não, não, você não vai lá, Haroldo.... Esse cara, é perigoso.

- O que você acha que eu vou fazer? Chegar lá e bater no cara? Credo Alice, eu achei que você pensasse mais de mim. - Gabriel tossiu e olhou para Mike desconfiado. – Eu vou educadamente pedir seu broche e voltar.... Prova de que eu serei bom, é que eu vou levar Gabriel comigo e ele vai se certificar de que eu vou me comportar. Não é Gabriel? - Disse batendo no ombro dele.

Gabriel olhou assustado para Mike, ainda brabo, ainda surpreso e ainda assustado.

- Sim! – Respondeu, sentindo forçado a dar aquela resposta.

Viu só? Agora me passa esse endereço desse amado. - Disse Mike.

Tem certeza? - Perguntou Alice.

Pasa logo isso, mulher! - Disse Mike.

Tá, mas se der tudo isso, metade e metade, ok? - Comentou Alice esperando cumplicidade

Ok! Ok! - Concordou Mike, enquanto aguardava Alice escrever o endereço.

Lá fora, Jorge desligava o celular parecendo estar confuso ao ver Mike e Gabriel saírem juntos de casa.

- Cabelo Legal! Para onde vocês vão? – Perguntou Jorge alarmado.

- Pegar o broche da vagina da minha vó! – Respondeu Mike – De noitinha estamos aqui.

- Vagina de quem? Mesmo? – Perguntou Jorge, olhando para Gabriel.

- Ninguém acredita em mim? – Disse Mike, indignado.

- Sim! A gente não vai demorar... Quer dizer.... De noite voltamos.... – Respondeu Gabriel. - Não quer ir com a gente? Vai ser legal! - Convidou Gabriel

- Não, aparentemente tenho um compromisso agora – Disse Jorge nervoso olhando para o celular, mas ei... seja lá o que vocês forem fazer, não quero ver as mãos dele sangrando quando voltar. - Jorge olhou sério para Mike consciente que ele estivesse o ouvindo - Promete!

- Isso é mesmo necessário!? – Retrucou Mike, revirando os olhos!

- Promete! – Insistiu Jorge!

- Ai, tá bom, tá bom, eu prometo! Posso ir agora?

- Gabriel, cuida dele – Disse entrando em casa.

- Tá... – Concordou – Ei Jorge, Tudo bem com o telefonema?

Aham, tudo certo... – Respondeu Jorge! – Não demorem e tragam janta! – Entrou apressado.

Ao ouvir um não de Jorge sobre ir junto ao resgate do broche, um pedaço de Gabriel se sentiu feliz com essa impossibilidade. Seria a primeira vez que Gabriel estaria a sós com Jorge, desda descoberta sobre a doença. Gabriel tinha consigo que Mike era maleável e através da conversa podia fazê-lo mudar de ideia.

Mike sabia da irritação de Gabriel com ele e parte dos dois não obterem um momento a sós desde que Alice apareceu, fazia-se ao fato de que Mike sabia evitar Gabriel sem transparecer, mas apesar de estarem sempre lado a lado, sentiam falta um do outro.

Agora com as janelas abertas ao máximo e em grande velocidade, Mike aprovava cada vez mais o seu cabelo, cantava escandalosamente as músicas do rádio e pedia para Gabriel o acompanhar, que tentava parecer tão animado quanto ele, mas não conseguia.

Aaah! - Disse Mike! - Por favor, essa você conhece! - Pediu animado! - Heeey, I just met you... And this is craazy!

But here's my number... - Continuou Gabriel tentando se animar.

A estrada agora era solitária, o carro mais próximo entre os dois estava a quilômetros de distância.

- Hey! - Chamou Mike – Gabriel!? - Perguntou com malícia em sua voz.

Gabriel virou a cabeça lentamente, como se etivesse prestes a ouvir algo que não queria.

- Quer aprender a dirigir? - Perguntou Mike sorrindo enormemente.

- O quê? Não! - Disse enfezado.

- Que tristeza! - Reclamou Mike – Já sei! - Disse encarando a estrada enquanto tirava a camisa

- O quê... O quê você está fazendo? - Perguntou Gabriel segurando no volante estremamente nervoso.

- Mamilos! Olha meus mamilos! - Disse Mike recuperando o volante – Não te excitam? - Perguntou enquanto os apertava.

Gabriel se sentiu ofendido por quao ridículo ele devia ser aos olhos de Mike... “Merda de mamilos belos” Pensou Gabriel.

Mike parou o carro abruptamente causando uma enorme nuvem de poeira subir na estrada.

Não havia tempo para conversa antes, não havia tempo para sentir pena, raiva ou tesão, não havia tempo para colocar os pensamentos em ordem ou tempo para sentir a desordem. Gabriel era contra a lei do silêncio, pois falar era como respirar pra ele. Não poder se expressar doía. Algo naquela irresponsabilidade com o carro o despertou de uma ausência prolongada e de repente Gabriel sentia falta de si mesmo. Antes da poeira baixar Gabriel estava em cima de Mike. Os dois se beijavam no meio da estrada, causando em Mike um tesão enorme em meio a todo absurdo que ele não fazia questão de entender.

Percebeu o quão sentia falta dos lábios carnudos de cor marrom e da velocidade com que Gabriel o excitava, a angústia, a raiva e o prazer estavam ali naquele beijo e antes de poder notar Gabriel estava descamisado sentindo o vento entrar pela janela do carro e bater em suas costas. Mike sentiu todo o peso de Gabriel por cima de si e com os braços livres desabotoou o jeans de Gabriel, fazendo com que sua ereção por dentro da calça, abrisse o zíper sem precisar das mãos.

Aqui? - Perguntou Gabriel olhando para os lados, prestes a se arrepender.

Agora! - Respondeu Mike o jogando para o banco do carona enquanto o lambuzava de saliva.

Gabriel revirava os olhos ao sentir o movimento de Mike sobre a sensibilidade da cabeça de seu pênis, o perigo e a vergonha se misturaram resultando num prazer inimaginável. Gabriel apertava os banos nos intervalos dos momentos em que olhava para frente, para os lados, pelos retrovisor e gemia. Viu todo o seu membro sumir dentro de Mike que ouvia os gemidos mais altos de Gabriel. Não conseguia acreditar a quanto tempo estava sem aquilo, contemplou cada centímetro como se fosse alimento, com a mão direita acariciava agora um dos mamilos de Gabriel que o impulsionou cada vez mais pra dentro. Mike engasgava liberando cada mais saliva aumentando o prazer de Gabriel que notificou a sua quase chegada ao ápice do prazer, esperando que dali Mike desconectasse sua boca, num gritou e mordida dos próprios lábios, Gabriel se surpreendeu ao ouvir os três grandes goles do ex loiro sobre seu colo.

Em meio a uma respiração pesada e ainda em êxtase, Gabriel comseguiu abrir um olho somente, observando Mike voltar ao lugar do motorista, recuperando o que havia sobrado do seu queixo e engolindo.

Doce! - Disse Mike ligando o carro.

Gabriel fingiu dormir por mais de uma hora.

O rádio estava ligado, mas Gabriel não ouvia música alguma, nos últimos minutos ele se questionou sobre o porquê tinha feito aquilo e por que ainda queria mais. Se conformou dizendo para si mesmo que o tesão foi uma resposta que seu corpo achou para manter a mente decocupada. Ele estava chateado com Mike, o que sentia dentro de si era quase ódio, sua mente o rejeitava, mas seu corpo o traía, atraía, ele vigiava com os olhos semiabertos e cautela, cada veia azul que atravessava aquele corpo extremamente claro, ele praticamente conseguia sentir o cheiro de Mike dali. “Céus, o que está acontecendo?”

- Eu sei que você tá acordado – Disse Mike olhando para a estrada. - Você respira diferente quando dorme.

Ainda sem tempo de decidir se continuava a fingir um sono ou se revelava estar acordado, Gabriel agor enxergava Mike dirigir somente com uma mão no volante, sua outra mão se preocuva em abrir sua calça, expondo seu pênis ainda flácido deitado sobre sua perna direita.

- Sua vez! - Disse Mike, extendendo seu braço formando espaço par Gabriel se inclinar.

Gabriel sentiu preguiça de si mesmo, se entregou ao um egoísmo próprio e antes de qualquer outra coisa passar pela sua cabeça, já estava com sua boca ocupada. Era admirável a naturalidade com a que Mike dirigia enquanto recebia sexo oral. Diminuiu a velocidade para monitorar seus suspiros e pequenos urros ao sentir a língua de Gabriel milimetricamente babando por cada parte que tocava e continuou incansavelmente, com auxílio das mãos e sem a ajuda delas, sugando, lambendo e chupando, fazendo o que Mike sofresse espasmos musculares, abrindo e fechando as pernas, numa tentativa de retardar o orgamo, o não funcionou.

- Amargo – Disse Gabriel voltando ao lugar original do assento de carona.

Só agora Gabriel percebeu que o céu já não era mais claro, já se faziam horas desde que havia saído de “casa”.

Tá longe? - Perguntou ainda sentindo um líquido leitoso em sua boca.

Não... - Disse Mike conferindo novamente o endereço – Na verdade... É aqui! Chegamos!

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