Tomei banho, e sob a água quente, me acalmei. Coloquei uma calça de pijama, e estava de pé na cozinha, olhando pela janela, quando a porta da frente foi aberta e Sam Kage atravessou. Meus olhos estavam sobre ele, o jeans, a camiseta de algodão esticada sobre o peito largo musculoso, e os olhos azul-escuros, agora turvos pela raiva.
Ele rosnou, batendo a porta da frente, jogando as chaves do outro lado da sala para mim. “O que diabos você estava fazendo no clube?”
Eu fiquei lá só olhando para ele. Eu conhecia o homem há mais de dez anos, e ele ainda fazia meu coração parar.
“Você está me ouvindo, porra?”
Sim, eu estava ouvindo, e sim, ele era de tirar o fôlego. Eu sorri para ele.
“Jory.” Sua voz falhou ao dizer meu nome.
Eu corri em direção a ele. Ele me encontrou no sofá, me agarrou, e caímos juntos em um emaranhado de braços e pernas. Assim que eu consegui algum espaço para me mexer, livrei minhas mãos e coloquei em sua camisa. Ela tinha que desaparecer.
“Quem era aquela mulher que eu vi na outra noite? Diga!“
“Puta que pariu, Jory, ela está disfarçada, é do FBI, isso é tudo,” disse ele, com as mãos em cima de mim. “Você me conhece. Não há mais ninguém além de você.“
Eu o conhecia.
“Coloque sua perna sobre...”
“Eu senti sua falta,” eu disse, me arqueando, querendo estar mais perto.
“Olhe para mim.”
Meus olhos ficaram presos nos dele.
“Cada parte da vida de Cristo Liron está grampeada – seu telefone, seu carro. Todo mundo ouviu você dizer a ele que me amava na outra noite, confessando tudo, e por mais que eu ame como você é honesto, você basicamente me tirou da linha de frente do meu próprio caso.“
Eu fiquei imóvel sob ele.
“Sabe, nós estávamos tão perto de perder tudo na outra noite com Zach Ducal quase fazendo Cristo cancelar seu contrato com Adrian Miller, mas você, só você, colocou tudo de volta no caminho certo. Crosby Holt, ele é o agente responsável por nossa força-tarefa, deve ter dito um milhão de vezes que meu namorado nos manteve no caminho certo.“
Eu toquei o rosto de Sam. “Eu pensei que você não quisesse voltar para casa.”
Ele virou a cabeça em minhas mãos, beijou minha mão esquerda, e fez um barulho na parte de trás de sua garganta.
“Sam?”
“Eu sempre quero voltar para casa, e você deve saber disso, em vez de desmoronar.”
A desconfiança tinha sido por minha conta, ele não tinha mudado em nada. Fui eu, só eu. “Eu estava com medo.”
“Que vergonha,” disse ele quando levantou-se de cima de mim.
“Sam?”
“Você nunca deve duvidar de mim. Eu não mereço isso,” ele disse enquanto se sentava ao meu lado.
A ausência tinha ferrado com a minha mente. Eu não tinha ninguém para culpar além de mim mesmo.
“Mereço?”
Ele merecia que eu duvidasse dele? “Não,” eu respondi com sinceridade.
“Nós estamos bem, J, está tudo bem.”
E estava. Eu só precisava ser reconfortado, e isso provavelmente me tornava fraco, mas também me tornava humano.
“Você poderia parar de me olhar com cara de coração partido e vir aqui já?”
Em um movimento rápido, fiquei de pé, tirei as calças do pijama e chutei para longe antes de me jogar, nu, em seu colo. Suas mãos estavam em meus quadris, me puxando para frente. Quando eu pressionei meu eixo endurecido contra seu estômago, ele soltou um gemido profundo e sexy.
“Sam,” eu disse, minha voz embargada, “eu senti tanto a sua falta.”
Suas mãos seguraram meu rosto e eu pude ver em seus olhos o amor, a alegria que tocar minha pele lhe dava, como ficava maravilhado apenas ao olhar para mim.
“Fale comigo.”
“Eu... eu sinto muito. O que eu fiz no clube não foi certo. Eu só...”
“Oh, não,” eu o acalmei, me inclinando, provando-o, aprofundando o beijo depois do primeiro. “Sam.” Esfreguei minha língua sobre a dele, me contorci em seu colo, e passei meus braços em volta de seu pescoço. “Eu quis, eu queria você, ainda quero. Vamos para a cama. Eu quero estar com você, te sentir lá no fundo, eu preciso... eu vou gozar só de pensar nisso. “
Ele se levantou facilmente, sem se abalar com meu peso, deixando cair sua jaqueta de couro no sofá, chutando as botas, deixando-as ficar onde caíram, andando comigo pelo corredor em direção ao nosso quarto.
Ele me prendeu à cama sob ele, e seu peso sobre mim me fez estremecer.
“Sentiu saudades de mim?”
“Você não faz ideia,” eu sussurrei, minhas mãos apertando suas costas, sentindo os músculos rígidos, amando o calor dele, a força.
“Você é tão bonito.”
Eu adorava ouvir sua respiração falhar quando ele estava realmente sentindo suas palavras enquanto ele falava.
“E eu sou um idiota.”
Eu beijei seus olhos e não o contradisse.
“Nenhum argumento?” Ele riu profundamente.
“Sam,” eu disse, me mexendo sob ele. “Tire a roupa.”
“Espere,” ele ordenou, olhando para o meu rosto. “Sinto muito, me perdoe.”
“Por quê?”
“Isso foi estúpido.”
“O que foi estúpido?”
“Ficar longe de você,” ele disse ao beijar minha testa. “Eu pensei que precisava fazer isso para garantir o meu lugar com os Marshals, mas não precisava, e eu só... Eu nunca, jamais, vou deixar você de novo. Não funciona para nenhum de nós.“
“Mas a sua carreira e...”
“Eu vou deixar a força policial, J, e fazer o que eu sempre quis, me tornar um U.S. Marshal. Dei entrada na minha papelada, fui aprovado, e nós podemos ficar aqui em Chicago; e mesmo que não seja um trabalho de oito horas por dia, também não é um trabalho que me faça ficar de três meses afastado. Eu vou proteger as pessoas, e sou bom nisso. Você sabe que sou bom nisso.“
Eu balancei a cabeça, tão feliz, tão aliviado. Minha vida poderia ficar como estava. “Eu tenho um novo emprego também.”
“É mesmo?” Ele sorriu para mim e depois gemeu quando me mexi, pressionando meu pênis endurecido contra sua virilha.
“Detetive,” eu disse baixinho, minha voz baixa, profunda, sensual, “por favor, tire a roupa.”
Ele quase caiu para fora da cama, o que me fez rir, e eu vi o homem se despir o mais rápido que podia. Eu adorava de ver toda aquela pele lustrosa, os músculos ondulando, o corpo que abrigava o homem que eu amava, cheio de poder e força.
Quando ele estava nu, mergulhou de volta na cama, e eu estava rindo enquanto ele me agarrava e eu fui esmagado em pela carne quente e sedosa.
“Pegue o lubrificante. Eu quero você enterrado até as bolas na minha bunda nesse minuto. Ande logo.”
Tão rápido. Ele se moveu tão rápido e lubrificou todo seu comprimento, espesso e rígido em segundos. Eu levantei minhas pernas, e ele se inclinou para frente para que meus joelhos se apoiassem sobre seus ombros antes, e sem qualquer preparação, ele deslizou para dentro do meu corpo carente.
Eu não me contraí. Em vez disso, relaxei meus músculos, porque era a segunda vez em uma noite e eu esperava que não fosse a última.
Sua cabeça caiu para trás quando ele me encheu, empurrando, o mesmo ritmo que usou mais cedo, com força. Ele ainda estava frenético e necessitado, tremendo de desejo, e eu amava como eu era desejado. Eu agarrei meu eixo rígido, que já estava vazando, e puxei, sentindo o quão perto eu estava mais uma vez. Sexo entre nós não era normalmente tão faminto. Era mais sobre amor do que paixão, mas eu me lembrava de quando era frenético e voraz, e respondi. Voltaríamos para a ligação que tínhamos antes dele ir embora, mas eu adorava o calor, o lado animal também. Eu sempre aceitava o que quer que Sam Kage me desse.
“Meu,” ele rosnou, sua voz profunda e rouca.
E mesmo que eu soubesse, ainda era tão bom ouvir.
Ele estava acabado.
O homem que eu amava estava desmaiado na nossa cama, e eu estava tão feliz que teria dado piruetas no corredor se eu soubesse como. Quando meu telefone tocou, saí do quarto para atender, porque eu não queria que ele acordasse e fosse embora.
“Alô?”
“Estou aqui embaixo e quero vê-lo,” disse Cristo Liron.
Merda. “Estou indo deitar.”
“Eu quero,” disse ele, pronunciando as palavras “ver você.”
Mas eu não podia. Se ele me visse naquele momento, os lábios inchados e vermelhos, cabelos desgrenhados, coberto de chupões, ele sabe que eu não tinha tido apenas um encontro na parte de trás de um clube. Sam deixou marcas, sempre deixava, e eu esperava que sempre deixasse; e porque eram frescas, se destacavam fortemente na minha pele dourada. Eu parecia pervertido, e se ele subisse...
“Você já me julgou uma vez esta noite. Acho que foi o suficiente.“
“Tudo o que você precisava, eu poderia ter lhe dado. Nós somos amigos, não somos?“
“Eu não sou esse tipo de amigo, nunca fui, nunca serei.”
“Eu quero subir.”
“Não à uma hora da manhã,” disse ele. “E não depois como você agiu no clube.”
“Eu estava com raiva.”
“Tudo bem, fique com raiva, mas isso não me faz querer deixar você subir.”
“Eu odeio essa porra, Jory. Você tem alguma ideia de como você é frustrante?“
“Por que, porque eu não vou dormir com você? Dá um tempo. Vá encontrar algum garoto que queira ser seu boy toy e coloque-o em um apartamento e uma conta de crédito.”
“Jory...”
“Não seja um babaca comigo só porque você precisa transar.”
“Eu garanto a você, consigo uma transa quando eu quiser.”
“Então transe logo e pare de tentar me fazer sentir uma merda só porque não é comigo,” eu respondi.
“Quem diabos você pensa que é?”
“Tchau,” eu disse, e desliguei.
“Você está brincando?”
Tive tempo suficiente para virar antes de ser agarrado.
“Jory, que porra?” Sam rugiu, os dedos enterrados em meus braços com o quão apertado ele estava me segurando.
“Cristo Liron é um idiota,” eu disse a ele.
Ele só olhou para mim.
“O quê foi? Ele é.“
“Jor...”
“O que?”
“Jory, você tem que ficar longe do filho da puta do Cristo Liron!”
“Ah, eu vou ficar, não se preocupe,” eu prometi, mas do jeito que ele estava olhando para mim, algo estava acontecendo. “Fale de uma vez, Kage.”
“A única razão pela qual você vai ficar longe dele é porque você acha que ele é um idiota!”
“Ele é um idiota.”
“Mas não é por isso que você deve ficar longe dele!”
“Não fique alterado.” Eu o acalmei.
“Jory!”
“Kage, olha o volume, já é tarde.”
Ele passou as mãos pelo cabelo grosso, agora negro, e o afastou de seu rosto sério.
“Você percebe que vai levar, tipo, semanas para seu cabelo crescer.”
“Bebê...”
“E essa cor não combina com seu tom de pele,” eu assegurei. “Preto azulado, Sam, sério?”
“Jor...”
“A não ser que nós raspemos tudo de uma vez,” eu disse, pensativo, lembrando-me de como Sam era anos atrás, quando tinha sido um novo recruta no Corpo de Fuzileiros Navais. Eu já tinha visto fotos, e ele era tão jovem e quente e arrogante.
“Jory!”
“O que?”
“Porra,” ele rosnou, agarrando-me de novo, balançando-me com força. “Cristo Liron está furioso porque sabe que você fodeu alguém, mas que não foi ele, certo?”
“Eu não fodi ninguém,” disse a ele, sorrindo olhando em seus olhos. “Eu tive você na minha cama, detetive, e isso é sempre muito mais do que foder.”
Ele desistiu e me abraçou, seus braços ao meu redor me esmagando contra seu corpo grande e duro. Passei meus braços em volta de seu pescoço, e quando ele se inclinou para realmente me segurar, suspirei profundamente.
“Você me deixa louco.”
Eu fazia isso com todos. “Eu quero o seu anel de volta em seu dedo.”
“Eu sei, sabia que você ia tocar no assunto.”
“Quando você for um Marshal...”
“Ele nunca vai sair do meu dedo, eu juro.”
Eu exalei fortemente. “Quando você vai voltar para casa de vez?”
“Em breve, bebê, muito em breve.”
Mas eu já estava sentindo falta dele.
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Miles Brown tinha um funcionário temporário em seu escritório, e quando ele e eu nos encontramos na sala de cópias na manhã seguinte, ele me perguntou qual máquina eu ia usar, Arnold ou Bob.
“Como?” eu perguntei a ele.
“Eu não tenho preferência.” disse ele, encolhendo os ombros.
“Não, quero dizer, Arnold? Bob?“
“Oh.” Ele sorriu para mim. “Bem, aquela à esquerda, toda vez que eu envio um arquivo pela rede, em vez de simplesmente despejar as cópias, ela mata o arquivo.“
Exterminava o arquivo. Entendi.
“E a outra está sempre vibrando.“
Bob .
Oh, eu gostei dele. Ofereci-lhe a mão. “Jory Harcourt.“
“Como em Dane Harcourt?“ Ele sorriu enquanto apertava minha mão.
“Como em irmãos, sim.“
“Eu sou Pedro, Pedro Blue.”
“Blue?“
“Meu pai é do Texas, minha mãe de El Salvador.”
Ele era definitivamente bonito, então eu me tornei fã da mistura genética que o produziu. “Prazer em conhecê-lo, Pedro.“
“Então o que você está fazendo aqui, irmão?” ele perguntou com um grande sorriso aniquilante e covinhas profundas quando soltou minha mão. Sua coloração era linda, cor de café moca.
“Dando uma mão até Dane encontrar um substituto.“
“Ah, é, ouvi que Brooke e não-sei-quem levaram um chute.” Ele deu de ombros. “Mas o que mais se espera quando contratam um currículo ao invés de experiência?”
“Concordo.“ Eu balancei a cabeça. “Você quer vir até o escritório de Dane depois do almoço e fazer entrevista para o cargo de assistente?“
Seus olhos ficaram enormes.
“E aí?” eu perguntei depois que ele passou um minuto me encarando.
“Você está falando sério?“
“A-ham.”
“Não tá de sacanagem comigo?“
“Não.”
“Jura? “
“Dou minha palavra, prometo.“
“Eu realmente gostaria disso, ser entrevistado para trabalhar para aquele homem. “
Aquele homem.
“Ele é assustador, não é? Meu irmão?“
“Sim, ele é.“
“Tudo bem, então?“
“Tudo bem. Trabalhar para o super patrão, já imaginou como seria isso?“
“Ótimo, eu espero.“
“Obrigado,” disse ele, e eu vi a gratidão genuína lá, “Por me convidar para conhecê-lo.“
“Não tem de quê.“
E foi bom porque eu não precisei procurar muito. Quando Pedro chegou lá depois do almoço, esperando nervosamente, currículo na mão, eu fiquei satisfeito. Quando ele se sentou na cadeira em frente à mesa de Dane, respondeu às perguntas, e disse ao meu irmão que, se ele não soubesse como fazer algo, ele perguntaria ao invés de tentar enrolar, fiquei ainda mais satisfeito. Foi uma boa resposta para a situação que Dane tinha colocado.
Quando Dane perguntou-lhe sobre lealdade, Pedro disse que, obviamente, ele seria leal a Dane, e que o bem-estar de ninguém viria antes do seu - exceto sua mãe. As mães vinham antes dos patrões.
“É claro,” Dane concordou, sorrindo pela primeira vez.
“E eu não acho que você precise de um telefonista,” continuou Pedro. “Eu acho que foi por isso que o último cara ficou confuso. Ele pensou que precisava levar os clientes para sair, agradá-los, levá-los para beber, jantar, e esse não é o caso. Você tem pessoas esperando por meses apenas para te ver.“
“Sim, é verdade,” Dane praticamente bocejou, e eu entendi porquê. Dane sabia que era requisitado, ele teria que estar morto para não notar.
“Quem o assistente precisaria levar para sair?“
Eu gostava dele mais e mais a cada segundo, e podia ver que Dane também.
“Então por que você precisaria de um?“
“Não preciso,” disse Dane.
“Não,” Pedro concordou. “Você precisa de um digitador, talvez, mas isso é tudo.“
E porque ele pensava como eu, Dane levantou-se e ofereceu-lhe a mão e o trabalho.
Pedro levantou-se também, aceitou o trabalho que pagava quarenta e cinco mil dólares por ano e prometeu a Dane que seria o melhor assistente que ele já teve, assim como o último.
Era minha esperança, assim como a dele.
Havia muito a ser providenciado, como informar à agência de trabalho temporário que não trabalharia mais para eles e começaria a trabalhar para Dane. Ele estava ansioso para me ver no dia seguinte, para que eu o guiasse através de todos os detalhes do trabalho. Dane estava sorrindo quando ele saiu.
“Ele vai se dar bem, Dane. “
“Sim, eu tenho a mesma sensação de quando eu o contratei. “
“Viu, eu disse, você devia ter me encarregado de contratar há um longo tempo.“
“Sim, eu devia.“
Concordância era sempre bom de ouvir.
Eu tinha recusado o convite de Dane para jantar com ele e Aja e alguns outros amigos porque não estava a fim de companhia.
“Estamos passando tempo demais juntos.“ Eu sorri para meu irmão.
“Deus, eu não poderia concordar mais.” Ele me deu a sombra de um sorriso, antes de bater em meu braço e se dirigir para a garagem.
Então, eu tinha ido para casa, jantado, assisti um pouco de TV, senti saudades de Sam, sabendo que eu estaria sozinho na minha cama naquela noite, troquei de roupa e estava pronto para uma corrida, quando abri a porta e Eddie Liron estava lá.
E ele não estava sozinho.
“Oi.” Cumprimentei-o em meus tênis e agasalho de corrida. “O que houve?”
Ele limpou a garganta, e eu pude ver, naquele momento, que ele estava nervoso. “Jory,” disse ele, tomando um fôlego, “Eu preciso que você venha comigo.“
“Por quê?“
“Cristo precisa falar com você sobre certas coisas.“
“Que coisas?“
“Só...“ Ele passou os dedos pelo cabelo. “Apenas venha falar com ele. É um caminho curto, e então ele vai te fazer algumas perguntas, e só.“
“Nada do que você disse, ou como você disse, pareceu atraente.“
“Jory, você salvou a minha vida. Eu te devo uma. Nunca deixaria você se machucar.“
“Se eu disser que não, você vai me obrigar?“
“Sim,” ele disse, mas parecia aflito.
“Ok,” eu concordei, “deixe-me pegar minhas chaves, minha carteira e meu celular. “
Ele exalou bruscamente, e dava pra ver que o fato de ele não ter que “me obrigar” era um alívio.
Eu fiquei em silêncio enquanto rodávamos de volta para o centro, e gravei o caminho que estávamos percorrendo, os becos, os prédios pelos quais passamos, até que chegamos a um pub. Fiquei surpreso, na verdade. Eu estava esperando uma garagem fechada ou um cais ou algo infinitamente mais sinistro, mais Scarface ou The Godfather .
Dentro do pub, senti cheiro de umidade e madeira encerada. Segui Eddie enquanto passávamos por pessoas comendo às mesas, sentadas ao bar, jogando dardos, jogando sinuca. Estava lotado, o que me fez sentir um pouco melhor. Eu parecia deslocado com minhas roupas de corrida, mas ninguém olhou por muito tempo. Eu comecei a me acalmar... até chegar à mesa.
Sam estava sentado em uma mesa redonda com o agente Calhoun, outros dois homens que eu não conhecia, e Cristo Liron. E eu poderia ter tentado realmente ignorar o lábio arrebentado e as manchas vermelhas que se tornariam hematomas no rosto de Sam, mas seus olhos se levantaram, encontraram os meus, e se aqueceram. Não havia como não notar, para quem fosse remotamente perceptivo, que ele estava olhando para o que lhe pertencia. Mas, felizmente, ninguém estava prestando atenção a Sam, todos os olhos estavam sobre mim.
“Vá até ele,“ Cristo me provocou, inclinando a cabeça para o meu namorado.
“Até quem?“
“Seu homem.“
“Do que você está falando?”
Ele riu. “Esse é o seu detetive, certo?”
“Quem?“ Eu esperava parecer irritado. Estava tentando com força, mesmo que meu coração estivesse batendo forte em meu peito.
Suas sobrancelhas franziram com o primeiro traço de incerteza. “Ele.”
Cristo apontou para Sam.
“Acho que não estou entendendo o que está acontecendo.“
“Então eu vou deixar bem claro para você.” Sua voz se levantou. “Esse é ou não é o seu detetive?“
“Não.”
“Não?“
“Não.” Eu olhei. “Você não conseguiu uma foto de Sam Kage? Imaginei que teria providenciado, com todo o seu interesse por mim.“
“Eu nunca disse que estava in...”
“Ok, espere.“ Eu passei as mãos pelo cabelo. “Então você está sentado aí me dizendo que não tem ideia de como Sam Kage é?“
O tempo se arrastou e houve um segundo lampejo de dúvida em seu rosto.
“Sério?“
“Jor...“
“Eu imaginei que você com todas as suas conexões e tal, que você poderia, com certeza, entrar em arquivos do departamento de polícia. Os bandidos sempre podem fazer esse tipo de coisa nos filmes.“
“Então, eu sou um vilão agora?“
Fiz um gesto para Sam. “Bem, você não é o mocinho.“
Ele olhou para mim.
“O que você fez para ele?“ Eu perguntei, contornando a mesa até que parei ao lado de Sam. Precisei de cada gota de concentração que eu tinha para não tocar seu rosto.
“Eu disse a ele,“ Sam disse, seus olhos nos meus, “que eu não conhecia.“
“Mas isso não é verdade.” Eu sorri para ele. “Porque nós nos encontramos no iate na outra noite. Eu olhei para trás, para Cristo. “Você estava lá, lembra-se?“
E seus olhos se arregalaram, como se talvez, apenas talvez, ele tivesse esquecido isso. Quando voltei meu olhar para o rosto machucado de Sam, ele tomou uma respiração rápida.
“Eu me lembro disso.” Cristo disse suavemente.
“Bom,” eu disse enquanto meu coração tentava rasgar o caminho para fora do meu peito até que pudesse entrar em Sam, onde ele pertencia. “Você está ferido?“
“Eu estou bem.“ Ele fez uma careta quando se sentou.
Agachei-me ao lado da cadeira, olhando mais de perto, e vi que sua camisa estava rasgada e havia marcas em seu pescoço. Parecia ter uma marca de calçado na camiseta branca, visível sob a camisa rasgada.
“Suas costelas estão quebradas?“
“Só machucadas, eu acho,” ele me disse, me dando um vestígio de um sorriso, que tremeu ligeiramente. Embora fosse difícil para mim não tocar em Sam, devia ser difícil para ele também. Ele estava ferido e, mais do que qualquer coisa, queria que eu o confortasse, o beijasse, e colocasse minhas mãos sobre ele. “Me desculpe por arrastá-lo para essa merda.“
“Você não me arrastou para nada,” disse eu, examinando-o. Ele havia sido atingido com força, por muito tempo, e eu estava usando muita energia para conseguir não gritar. O homem precisava ir para o hospital, e olhar para ele, sem poder fazer mais nada, estava torcendo meu estômago em nós.
“Como eu disse, nós nos encontramos no barco e foi isso.“
“Sim.”
“Você estava com uma mulher muito bonita.“
“Obrigado, eu vou dizer a ela que você disse isso, se eu sair daqui inteiro.“
“Ela vai ficar puta por você ter sido ferido.“
“Oh, você não tem ideia.“
Eu balancei a cabeça e voltei meus olhos para Cristo Liron.
Todo bom pensamento que tive sobre o homem havia evaporado, e por causa disso, sua beleza também. Era incrível a rapidez com que isso podia acontecer. Às vezes, as pessoas que não eram tão abençoadas no quesito da aparência se tornavam deslumbrantes, quanto mais tempo você os conhecia porque depois de algum tempo, você parava de ver o lado de fora e só via seus corações. O oposto também era verdadeiro. Um cara realmente quente, como Cristo Liron, de repente perdia toda a sua poesia e luz, porque no fim, depois de tê-lo apoiado tantas vezes, o homem era realmente uma má notícia. Eu odiava quando Dane estava certo.
“Jory.“
Eu só o olhei.
“Algo me incomodou durante toda a noite,” disse ele, inclinando-se para frente, com os cotovelos sobre a mesa. “Parece que você e o Detetive Kage estão juntos há algum tempo.“
“O que eu disse desde o começo,” eu o lembrei.
“E eu apreciei a honestidade,” ele me disse. “Mas esse é o problema. Eu conheço as pessoas, e nunca cometo erros. As pessoas ao meu redor às vezes cometem, mas eu não, nunca.“
“Você pode ir direto ao ponto?“
“Claro.“ Ele assentiu, inclinando a cabeça para Adan, seu guarda-costas.
O homem enorme deu a volta na mesa e ficou atrás de Sam. Ele então agarrou o cabelo de Sam e puxou sua cabeça para trás com força, ao mesmo tempo em que colocava um arma em sua têmpora.
“Eu possuo todos os rostos que você vê aqui, Jory, não se engane sobre isso. Se você gritar “fogo” aqui, ninguém vai se mexer. Essa é a minha família. Estas são as pessoas que eu conheço. Inferno, foi meu irmão quem trouxe você.“
Eu absorvi isso, mesmo enquanto eu lutava para não segurar o antebraço de Sam.
Seus olhos me procuraram. “Está tudo bem, está tudo bem.“
Sam tinha uma arma pressionada contra o lado de sua cabeça, mas estava tentando me confortar.
“Ei!“ Cristo Liron estalou os dedos para mim como se eu fosse um cão. “Olhe para cá.”
Eu virei minha cabeça lentamente.
“Melhor,” ele me assegurou. “Eu quero a sua atenção.“
E ele a tinha.
“Quando eu pensava em você ontem à noite, finalmente cheguei à conclusão de que não era possível. Um cara como você, Jory... de jeito nenhum você foderia um estranho na parte de trás de um clube. E de maneira nenhuma você não me daria um sermão no telefone ontem à noite quando te liguei. Você deveria ter me xingado por insultar sua integridade, mas você não fez. Você simplesmente desligou na minha cara para que pudesse ficar com quem estava lá. Mas eu conheço você, e você é um lutador quando é preciso, quando você se importa o suficiente, então eu tenho que perguntar a mim mesmo... quem você deixaria te foder contra uma parede em um clube e quem estava com você na noite passada?“
Eu realmente tinha que dar crédito ao homem. No pouco tempo que tínhamos passado juntos, ele tinha prestado atenção de verdade e descoberto o tipo de homem que eu era. Pena que não ia adiantar nada pra ele.
“Eu não fodi ninguém no clube,” eu disse a ele honestamente, porque eu tinha deixado o meu homem me colocar contra a parede, mas ele não era qualquer um.
“Você me disse que teve relações sexuais.“
“Eu menti.”
“Mentiu ontem ou agora?“
“Ontem,” eu disse, sem rodeios. “E se você tiver alguém que queira me testar com um polígrafo, vou passar.”
Ele olhou para mim. “Você cheirava a sêmen no clube. “
“Porque eu estava me masturbando, e eu posso me masturbar sempre que eu quiser, Sr. Liron.” eu disse a ele, olhando ao redor da mesa, me certificando de que eu estava deixando todos terrivelmente desconfortáveis. “Eu estou sozinho há muito tempo, e quando eu finalmente vou a um clube, porra, é claro que eu vou tocar uma. Eu posso ficar na parte de trás de um dos quartos e ver dois caras quentes foderem e então eu posso espalhar porra por toda a parede, se eu quiser... e Deus, como eu queria.”
Ele estreitou os olhos para mim, Eddie se contorcia desconfortavelmente em sua cadeira, e o cara do outro lado de Cristo desviou o olhar, envergonhado. A coisa mais importante de tudo, porém, foi que Adan soltou Sam.
“Quer que eu ligue quando esporrar na parede do meu chuveiro também?”
O Agente Calhoun estava pronto para rastejar para fora de sua pele, os outros estavam olhando para qualquer lugar, menos para mim. Adan guardou sua arma no coldre e olhou para o pub, não fazendo contato visual. Era como assistir TV, mas você não pode se levantar e sair da sala, quando confrontado com as partes embaraçosas.
“Você está mentindo,” Cristo disse categoricamente. “Você fodeu alguém no clube, e havia alguém com você na noite passada quando liguei, e já que você não é promíscuo – ou diz que você – eu acho que era seu detetive.“
Eu apenas fiquei de pé.
“E se o seu detetive estiver em um clube onde eu estou, nós temos um problema.“
Eu apontei para Sam. “Bem, eu posso garantir que esse não é ele. Eu tenho uma foto no meu celular, se você quiser ver como o verdadeiro Sam Kage realmente se parece.“
Provocá-lo era perigoso, mas era a única mão que eu tinha para jogar.
“Ou, como eu disse, vamos invadir os arquivos do departamento de polícia e pesquisar. É uma foto legal, em seu uniforme, com chapéu e tudo.“
Se ele me pedisse o meu telefone, pareceria fraco. Se checasse o banco de dados da polícia, admitiria conhecer alguém que poderia fazer isso por ele. De qualquer maneira, ele não tinha pensado nessa inquisição com cuidado. Ele agiu por impulso, e agora estava sem saída. E é claro que ele poderia apenas atirar em mim e me enviar para Dane envolto em papel pardo, mas se ele fizesse isso, haveria repercussões, e ele sabia disso também. Eu não era ninguém especial, mas não era um indigente ou desabrigado também. E Sam era outra história. Matar policiais era ruim. O homem não queria chamar esse tipo de atenção.
Então, agora ele estava preso.
Cristo tinha sido perspicaz o suficiente sobre mim para saber que eu era leal, por isso a minha história, a original sobre foder um estranho no clube, ele deduziu ser uma mentira. E ele estava certo. O problema era que, quando me encurralou, ele não estava pronto. Então, eu tinha concordado que tinha lhe contado uma mentira e, em seguida, contei uma nova história, ainda mais plausível do que a primeira. E agora ele estava ferrado, porque era sua palavra contra a minha que eu estava mentindo, e no momento, com a minha confissão masturbatória brutal e seus argumentos fracos, eu parecia ser o cara dizendo a verdade. Eu parecia crível, e ele soava com ciúmes.
“Posso lhe fazer uma pergunta?“
“Certamente,” disse ele firmemente, e dava pra ver, sob a calma, que ele estava furioso com a forma que as coisas estavam se desenrolando.
“Por que ele?” Eu apontei para Sam. “Por que não ele?“ Eu apontei para o Agente Calhoun. “Ou qualquer outra pessoa, na verdade?“
“Jason,” disse ele, apontando para Sam, “estava no clube na noite passada.“
“Assim como uma multidão de pessoas. Em quantos outros caras você bateu?“
“Eu...”
“E uma vez que concluímos que este não é o detetive Kage, posso ir agora?“ Eu perguntei com tanta petulância quanto pude. “Porque o meu irmão está me esperando em seu escritório na parte da manhã.“
“Vá se foder, Jory ! Você me disse que fodeu alguém no...“
“Eu queria que você pensasse isso porque eu simplesmente não quero te foder!“ Eu gritei de volta para ele, minha voz ficando muito alta para que, familiares ou não, amigos ou não, clientes ou não, as pessoas ficassem olhando.
“Você quer tanto me comer que fica me dizendo que minha bunda é linda, bem, vá se foder! Eu não me inclino e me ofereço para qualquer homem, apenas para o meu, e agora, porque você é um pedaço de merda paranoico, está batendo em pessoas aleatórias! Será que as pessoas que fazem negócios com você sabem que você é um filho da puta psicopata?“
Ele se levantou tão rápido que sua cadeira caiu, batendo no chão. “Você transou com ele,” disse ele, apontando para Sam. “Eu sei que você transou, ou por que você mentiu?“
“Eu não transei com ninguém, mas menti porque, por mais que você esteja com dificuldade em assimilar isso, eu não quero dormir com você!“
Eu estava gritando muito, muito alto, e estridente, tanto quanto eu conseguia e, oh, Deus, eu queria rastejar para debaixo das cobertas da minha cama, e não nem eu o alvo daquela gritaria. Eu ia dificultar para ele, porque era a única maneira de salvar Sam. Nada mais importava.
O ego de Cristo era o ponto fraco dele, e ele estava lá, gritando comigo, deixando todos os seus associados saberem disso, deixando todo o pub saber. Como Sam e Dane sempre falavam, eu poderia testar a paciência de um santo, e como Cristo Liron não era um santo, eu o levei direito ao limite. Normalmente não era esse o meu objetivo, mas eu tinha provocado o homem propositadamente, e ele tinha sido fisgado. E ele não me conhecia bem o suficiente para saber que, no sufoco, normalmente o meu cérebro reagia rapidamente. Foi por isso que eu nunca, nunca, estraguei o disfarce de Sam. Mesmo vendo o homem ferido, eu não tinha arruinado tudo.
“ Jor...”
“Você acabou de me questionar sobre meu hábito de me masturbar em clubes agora? Ou você gostaria de me humilhar um pouco mais, Sr. Liron?” Eu perguntei a ele, fazendo com que a minha voz soasse intratável e petulante.
“Você é amigo dele, certo?“ Eu perguntei a Calhoun.
“Sim.”
“Você precisa arrastar o traseiro dele para o hospital.“ Eu me virei para olhar para Cristo e disse: “A menos, claro, que você esteja planejando nos levar lá para trás e meter uma bala nas nossas cabeças.“
Seus olhos estavam vazios, frios e duros.
“Você poderia me enviar embrulhado como peixe para o meu irmão.“
“Vá se foder!“
“Não, vá você!“
Era um diálogo juvenil que dissipou o último resquício de medo da mesa.
“Vou levá-lo para o hospital,“ Eddie ofereceu a Sam, levantando-se e contornando a mesa, puxando-o.
Os olhos de Sam encontraram os meus. “Vamos esperar até que o Sr. Harcourt vá embora também.“
“Vamos todos dar o fora,” eu anunciei, caminhando em direção à porta da frente.
“Jory!“
Mas eu não queria parar. Eu nunca iria parar novamente para Cristo Liron.
Lá fora, na calçada, eu tremi ao sentir o ar frio da noite.
“Jory.“
Eu me virei e olhei para Eddie enquanto ele levava Sam, junto com o Agente Calhoun, em direção ao carro que tinha me trazido.
“Eu posso te levar para casa, Jory.“
“Não.” Eu balancei minha cabeça. “Eu não estou indo para casa. Vou visitar meu amigo Joe.“
Ele parecia confuso. “Ok.”
“Cuide-se, e obrigado,“ eu disse, me virando, não confiando em mim para olhar para Sam.
“Jory!“
Olhei para Eddie.
“Eu sinto muito por tudo.“
Eu balancei a cabeça. “Eu sei.“
“Você tem que sumir por um tempo, Jory. Saia da cidade até que ele esfrie.“
“Ele teve um colapso lá,” eu disse a ele. “Qual é o período de reflexão sobre isso?“
Ele apenas olhou para mim, e eu me virei.
“Peguem-no!“
“Ahhh, porra, Jory, corra!“
A ordem foi, surpreendentemente, de Adan, então eu saí correndo.
“Pare, seu merdinha, nós sabemos onde você mora, porra!”
Não era reconfortante, mas o que importava era que Sam estava a salvo. Eu precisava me salvar também.
Eu puxei o ar com força para meus pulmões e corri. Olhar por cima do ombro não ia me fazer bem. Eu tinha certeza que se as pessoas nos filmes fizessem menos isso, mais pessoas sobreviveriam.
“Não!” A voz de Eddie era quase um grito, com a voz embargada e falhando.
Houve um guincho de pneus, e eu ouvi o barulho de um motor ao meu lado, ao mesmo tempo em que ouvi passos na calçada atrás de mim. Talvez quando meu parceiro não fosse mais um detetive da polícia, talvez – apenas talvez – eu pudesse parar de correr para salvar minha vida. Embora, em sua defesa, da primeira vez tinha sido minha culpa.
Se tivesse sido uma estrada longa e reta, eu teria me preocupado, mas estávamos no centro da cidade antes das dez da noite, e ainda havia carros, restaurantes e bares abertos, havia trechos de tráfego intenso, e a rua estava lotada. Para mim, sozinho, desviando e contornando as pessoas, era fácil, mas não para os caras atrás de mim. Eles tinham que abrir caminho entre estranhos, e, assim, faziam pouco progresso. O carro que estava atrás de mim ficou preso no trânsito, e foi o fim dele. Virei à esquerda no hall de entrada de um hotel porque estava chegando perto da plataforma de trem e precisava despistá-los antes de chegar lá.
Eles se aproximaram porque eu parei para decidir o caminho que queria tomar, mas quando eles começaram a empurrar, abrindo caminho através da multidão, eu subi nas mesas. A segurança do hotel foi útil quando começaram a gritar, e alguém disse para chamar a polícia. Eu estava vagamente consciente do meu nome sendo gritado, mas continuei correndo, por um corredor, as luzes mudando ao meu redor, de suave e elegante, à brilhante e forte quando eu cheguei à cozinha. Eu desviei, saltou quando panelas e frigideiras caíram, mas fui acompanhado passo a passo, o espaço entre nós encolhendo a cada movimento adicional que eu era forçado a fazer.
Eu queria ver quem estava atrás de mim, mas isso levaria preciosos segundos, então eu lutei contra a vontade e corri. Esbarrando nas paredes, alguém me segurou por um momento antes de eu virar outra esquina e acabar de volta no hall de entrada. Havia escadas que levavam à rua, e eu me lancei no tráfego. Ouvi o barulho de metal, o guincho de pneus, mas corri, assim como meus perseguidores. Estava escuro no beco para onde eu corri, mas eu sabia que eles ainda estavam lá, porque eu podia ouvir a respiração ofegante e, finalmente, um rugido de frustração.
Eu voei para fora do outro lado e atravessei outra rua. Um carro quase bateu em mim, e eu tive que parar, desviando em torno dele, perdendo preciosos segundos. A garoa que tinha molhado meu cabelo e agasalho, de repente se transformou em chuva forte, e eu estava correndo através de um aguaceiro. Corri com mais força e quase caí antes de conseguir um ritmo e aumentar a velocidade.
As cadeiras e mesas arrumadas em um bistrô ao ar livre, recém abandonadas, revelaram-se demasiado difíceis para que eu empurrasse e abrisse caminho. Eu caí e alguém estava sobre mim. Caímos juntos sobre madeira e aço, e senti uma mão no meu pescoço e outra na minha jaqueta. Puxei e me retorci, mas ele era maior, mais forte. Eu me senti levantar e, em seguida, eu estava caindo rapidamente. Bati em uma mesa, mas ela não se quebrou, e eu rolei sobre ela e caí no concreto duro e áspero. Tudo ficou escuro por um segundo, e então eu senti água espirrando meu rosto. Apoiei as mãos no chão, empurrei para cima, mas o chão se mexeu, e eu não consegui me equilibrar. Eu o vi em flashes, se afastando, desnorteado, aparentemente ferido, e cambaleando enquanto me olhava.
Éramos só nós dois, todos os outros tinham desistido, e eu estava feliz. Minhas pernas me seguraram, e eu fiquei de pé, mas minha cabeça doía, como se alguém tivesse inserido um picador de gelo através do meu olho direito, a dor instantânea e excruciante. Mas recuou rápido o suficiente para que eu recuperasse meu equilíbrio e corresse. Eu tinha que chegar com segurança à plataforma de trem. Eu tinha que ver Sam. Eu tinha que ter certeza que ele estava bem.
“Jory!“
Não era um rugido, mas alguém chamando.
“Jory!“
Eu parei e vi o toldo do outro lado da rua, e sob ele, Fallon e Shane. Eu corri para o outro lado, quase fui atropelado por dois carros, mas os alcancei e mergulhei com força. Sobre Shane.
“Que diabos?” Ele gritou, mesmo enquanto me segurava firme.
Eu deslizei por seu corpo e caí no chão frio e úmido.
“Jory, o que está acontecendo?“
Eu apontei para o outro lado da rua, e eles viram agora os quatro homens que estavam lá, de pé, esperando. “Eles acham que eu sei algo sobre um caso no qual Sam está trabalhando.“
“Seu namorado, o policial?“ Shane me perguntou, ainda me segurando firmemente.
Eu assenti.
“Chamem a polícia,” ele ordenou Fallon.
“Já estou cuidando disso,” disse ele, o telefone em seu ouvido.
“Ele está chamando a polícia!“ Shane gritou do outro lado da rua, ajoelhando-se ao meu lado, e colocando a mão em meu peito. “Está tudo bem, Jory, estamos aqui, você está seguro.“
E quando eu rolei minha cabeça para olhar para ele, sorri. “Obrigado, Shane.“
Fallon colocou a mão no ombro de seu namorado, e quando eu olhei para ele, seu sorriso era enorme. Aparentemente, optando por me jogar sobre Shane, acabei ganhando muitos pontos. Era como se eu costumava dizer às pessoas, muitas vezes meu cérebro realmente funcionava, e eu fazia escolhas conscientes. O problema era que ninguém nunca acreditava em mim.
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To morta de cansada e morrendo de dor cabeça, mais odeio quandoestou esperando um conto e o amado escritor não posta. kkk Vou ter uma prova agora , quando chegar em casa posto outro. Onze ou meia noite por ai. bj
