Sobre o capítulo anterior, a parte hetero fez parte. Estarei escrevendo um conto só pra Ana no futuro. Ainda estou decidindo. E será um conto hetero. Mas não tem nada decidido ainda.
Obrigado aos leitores por acompanhar e comentar suas opiniões, críticas e ao apoio. Leio tudo com amor, não importa se é crítica, ou elogio. O importante é saber lidar com isso. Nunca irei parar o conto pois sei que muitas pessoas estão acompanhando também por fora daqui, meus amigos reais, os virtuais e tudo mais.
Obrigado a vocês todos e boa leitura.
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[5 semanas depois]
Já faziam 36 dias que eu e Allan havíamos terminado. Na verdade, que eu terminei com ele.
Obviamente que ainda sentia algo por ele, mas a cada dia diminuía.
Uma coisa que aprendi com meus pais, é que tudo passa, não importa o que. A vida é uma escada rolante, vai e volta.
- Rafael: Filho? - Disse abrindo a porta do quarto, ainda bem que eu estava de roupa.
- Jhonathan: Sim? - Respondi.
- Rafael: Eu e sua mãe iremos pro interior, pra fazenda do seu avô, quer ir? - Me perguntou achando que eu já diria não.
Resolvi ir, obviamente. O que eu faria aqui ? Eu já estava nas férias de meio de ano, seria bom pra mim fazer algo de bom.
- Jonathan: Quero sim. Quando vocês irão? - Perguntei sorrindo. A cara que meu pai fez foi engraçada porque eu nunca quero ir pra lá.
- Rafael: iremos às 14:00. - Disse com um sorriso no rosto.
- Jonathan: Mas já é 12:40, poderia ter perguntado antes. - Disse irritado, como é que vou fazer tudo em 1 hora?
Comecei arrumar minhas malas, tomei um banho, coloquei uma roupa confortável, até porque não estaria indo pra uma balada né?
Depois de ter terminado tudo, procurei meu carregador, meu notebook, entre outras coisas. Desci e fui direto ao carro colocar minhas coisas.
Meus pais disseram que ficaríamos lá as próximas 2 semanas, o que me faria bem. Logo assim que voltasse já estaria em aula de novo.
Fomos, fui escutando música o caminho todo, na verdade uma música só, coloquei pra repetir.
(Link da música: https://youtu.be/bDOF8iGcBH8)
Meus pais foram conversando o caminho todo dentro do carro. O clima estava bom, toda hora minha mãe tirava foto de alguma coisa, até das vacas ela tirou.
Depois de um longo caminho, porque da minha cidade até aqui, são quase 3 horas de viagem, um senhorzinho abriu a porteira, acho que ele trabalhava lá.
Tinha tanto tempo que eu não vinha aqui, se não me engano, a ultima vez eu tinha 8 anos. Já se faziam 11 que eu não vinha aqui.
Desci do carro, peguei minhas malas e fui entrando. Meus avós não estavam dentro da casa, não sei se meus pais avisaram.
Coloquei minhas malas na sala junto com as dos meus pais. Eu queria andar por aqui, era enorme, mas nada luxuoso sabe, meus avós tinham uma situação financeira estável. Nada comparado com uma maravilhosa casa de campo. Era uma simples fazenda.
São 5 quartos, acho que 3 banheiros, não tenho certeza, sala, sala de jantar, cozinha e a lavanderia. Eu quando era criança me lembro de que adorava aqui.
Comecei a caminhar pela fazenda junto com meus pais, havia mudado muita coisa desde que vim aqui. Meu pai me mostrou tudo.
Parei de prestar atenção na hora que um pouco mais de longe passou um homem andando de cavalo pela fazenda, ele era moreno, a cor da pele dele era um pouco bronzeada, tipo moreno canela. Seus cabelo tinha um corte militar.
Ele estava com uma blusa de botões xadrez, uma calça justa e uma bota, era forte. Bem forte. Obviamente que me senti atraído na hora que vi, fiquei olhando ele cavalgar de longe, até que minha mãe me grita porque eu parei pra ficar olhando.
Meus pais me apresentaram o pessoal novo da fazenda, não conhecia metade, só lembro de Dona Joseane que era uma humilde senhora na época que fazia comida. Ela se vestia mal e ao mesmo tempo engraçado. Porque ela usava um tênis todo preto com um vestido no joelho.
[Tempo depois]
Meus avós haviam chegado com meus tios e primos. Eu contei que tinha um irmão? Pois é. Meus pais disseram que ele viria também, mas que não sabia se chegaria hoje ou amanhã.
Cumprimentei todos, abracei bastante meus avós, tinha quase um ano que não os via. Sempre que eles iam pra minha casa, minha vó fazia um bolo de cenoura com calda de chocolate, que eu sou apaixonado.
Depois de todos se ajeitarem, foi a escolha de quartos, eu teria que dividir com meus dois primos, Ruan e Felipe.
Ruan é bem branco, de cabelos bem pretos. Seus olhos parecem duas piscinas de tão azuis. Já Felipe tem os cabelos castanhos, olhos castanhos e tem uma pele mais morena por conta de sua mãe. A gente brincava muito na época que vínhamos pra cá, depois que parei de vir, só tive contato com eles por facebook ou festa de família de fim de ano, sempre assim.
Foi quando o homem que estava cavalgando mais cedo entra. Ele estava um pouco mais arrumado. Se eu soubesse, teria vindo pra cá antes. Ele cumprimentou todos e quando ia me cumprimentar me olhou bem fundos nos olhos.
Fiquei com um pouco de vergonha e apertei sua mão. Ele tinha as mãos bem grandes. Será que tudo é grande também? - me perguntei maliciosamente. Eu tenho que parar com isso.
Ele se apresentou, disse que seu nome era Túlio, eu disse o meu e ele sorriu. Depois foi andando e abraçou uma moça. Não a conhecia.
Depois de tudo, todos jantamos e fomos nós instalar nos quartos e nos ajeitar pela casa.
Fiquei com um dos quartos que tinham banheiro, mas Felipe já estava tomando banho.
Ruan estava mexendo no celular. Passei por ele e fui até uma das minhas mochilas que trouxe pegar uma roupa.
- Ruan: E aí Jonathan, faz tempo que não te vejo. - Ele sorriu, acho que ele estava com seus 22 anos.
- Jonathan: Você que não foi mais lá pra casa. Você ia quase todo fim de semana e do nada parou. - O encarei.
- Ruan: Comecei a namorar na época né, aí tem os estudos que estava tentando entrar pra uma faculdade federal. Aí não deu mais pra ir, qualquer dia apareço lá. - E sorriu. - E você, entrou na faculdade que ouvi sua mãe falando, tá cursando o que? - Perguntou se levantando.
- Jonathan: Moda. - Sorri
- Ruan: Maneiro. Vou lá pegar algo pra comer. - Falou e saiu do quarto.
Felipe logo em seguida saiu do banheiro e passou por mim. Ele era gay, e era apaixonado por mim. Nunca nos falamos direito depois do que aconteceu no meu aniversario de 17.
Ele me chamou no quarto e falou que queria me dar um presente, ele já tinha 19, e eu fui na boa, foi quando ele me beijou. O beijo não foi ruim, só não foi na hora certa. E eu não estava preparado pra contar pros meus pais que era gay na época, muito menos pra ter um namorado. Praticar incesto também não é minha praia. Depois que eu disse não, que não queria nada com ele, ele nunca mais falou comigo direito. Até hoje é assim.
- Jonathan: Ainda não entendo porque você fica me ignorando depois de 2 anos Felipe. - E fui entrando no banheiro.
- Felipe: Não te ignoro, só não acho necessário tanta aproximação. - Disse olhando pra mim.
- Jonathan: Tá. - E fechei a porta do banheiro, a culpa não era minha dele querer algo e eu não. Que infantilidade.
Sai do banho e resolvemos quem ficaria no chão e quem ficaria na cama.
Tiramos no par ou impar, quem ficaria. Eu e Felipe ficamos com as camas, eu com a de casal e Felipe com a de solteiro. Ruan se negou a ficar no chão e falou que dormiria comigo.
Não achei nada demais, também não ligaria, e arrumamos nossas coisas lá, e caímos na cama.
Estávamos assistindo um filme, quando vejo que Ruan começou a roncar. Ninguém merece ronco.
Acabei dormindo com esse barulho. Sonhei com Allan, que ele estava em um coreto branco, ele estava com flores na mão, quando fui chegando mais perto dele, Ana apareceu e o beijou. E saíram andando de mãos dadas. E eu olhando. Acordei na mesma hora. Fiquei deitado uns minutos tentando dormir de novo, então resolvi descer, fui buscar um copo de água.
Foi quando vi que Túlio estava sentado no sofá sozinho da sala, passei por ele e fui pegar água. Ele estava sem camisa e com uma bermuda. O olhei por alguns segundos e ele olhou na minha direção. Parei de olhar e subi pro quarto de novo.
Deitei e acabei dormindo pensativo no que ele estava fazendo acordado às 03:50 da manhã sentado na sala sozinho no meio-escuro.
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Continua.
