Nós estacionamos do outro lado do quarteirão porque não havia vaga na rua perto da casa de seus pais. Ele colocou a mão no meu ombro e me levou para o beco que corria atrás da casa e tijolos vermelhos de dois andares. Quando entramos pela porta dos fundos que dava para a cozinha, ouvi meu nome ser chamado.
“Jory!”
Regina veio até mim instantaneamente, com os braços abertos para me receber, e enquanto nós nos abraçávamos apertado ouvi o grunhido de aprovação de Sam ressoando atrás de mim.
“Se você não se importa, eu trouxe Jory, mãe,” ele riu.
Ela recuou sorrindo para mim. “Já que eu liguei para você de manhã e pedi para que o trouxesse... não, Sammy, eu não me importo. Como você está, meu querido?”
“Estou bem.” Eu sorri olhando em seus olhos.
Nos olhamos por alguns minutos antes dela me deixar ir e agarrar minha mão, me arrastando até onde ela estava cortando batatas e cebolas.
“Eu vou te ensinar a fazer goulash húngaro.”
Parecia assustador, mas eu topei. “Ok.”
Sam me deixou lá e eu ouvi seu nome sendo gritado quando a porta de vaivém se fechou atrás dele.
Fiquei na cozinha e ajudei a sua mãe com o jantar, alternando entre ajudar com os preparativos, lavar louça e ouvir sua conversa. Quando as irmãs de Sam apareceram com seus maridos e filhos, fui apresentado a todos. Jen veio com seu marido Mitch, e me deu um grande abraço quando fingiu estar me encontrando pela primeira vez.
“Jesus, Jen,” Mitch riu, apertando minha mão depois. “Não esmague o garoto.”
“Ele não é um garoto,” disse ela enquanto olhava em meus olhos. “Ele tem uma alma experiente.”
“Oh, tem, é?” Mitch brincou com ela, puxando-a de lado para beijar sua têmpora. “Você é adorável.”
E eu a vi recuar, como se toda aquela bondade fosse dolorosa. A culpa a estava sufocando. “Você quer me ajudar?” Eu perguntei, tentando dar-lhe algum alívio.
“Sim,” ela suspirou, tirando o casaco e as luvas, empurrando-os para o marido. “Eu adoraria.”
Fui apresentado a suas filhas, Ally e Carla, e ambas quiseram me abraçar. Carla tocou meu cabelo e me disse o quanto ela queria cabelo dourado em vez de marrom. Eu expliquei o quanto marrom era melhor do que dourado. Ela me deu um olhar enquanto girava os dedos no meu cabelo.
“Por que está tão longo?”
“Porque eu preciso de um corte de cabelo?” Eu respondi, percebendo que meu cabelo agora beirava meus ombros.
“É muito bonito para se cortar, Jory,” Jen me disse. “Eu mataria por esses reflexos.”
“Sim,” Regina ecoou sua filha. “Você tem cabelo o bonito, espesso, não toque nele.”
Dei de ombros e coloquei Carla no balcão para que eu pudesse voltar a cozinhar. Eu disse que ela poderia me ajudar e me passar ingredientes. Foi uma gracinha como ele se ajeitou, ficou confortável e, em seguida, olhou para mim com expectativa. Sua irmã, tendo apenas dois anos, tinha mais interesse em caminhar ao redor abrindo as gavetas da cozinha e olhando dentro.
Sam entrou na cozinha meia hora mais tarde, com outros dois homens e seu pai. Impressionante o quanto ele se parecia com Thomas Kage. Ambos eram homens grandes, altos, mas enquanto Sam era coberto músculos largos, duros e ondulantes, seu pai tinha ficado um pouco mais suave no rosto e ao redor de seu estômago.
“Eu só acho que devemos vendê-lo, pai, e tirar nosso dinheiro. Quem se importa o que esses idiotas querem? Eles não dão a mínima para você.”
“Samuel Thomas Kage,” Regina virou-se para ele. “É o dia do Senhor.”
“Mãe...”
“O que está acontecendo?” Eu perguntei rapidamente.
Ele olhou para mim e eu esperei.
“Meu pai e eu temos uma propriedade em Naperville que precisamos vender.”
“E?”
Ele inclinou a cabeça para os outros dois homens. “Estes dois vêm dizendo que vão comprá-la há três meses, mas nada aconteceu. Estou cansado de segurar o negócio por causa deles, então quero vender logo.”
“Entendo,” Eu balancei a cabeça, olhando para o Sr. Kage. “O que você acha, senhor?”
“Desculpe-me, quem é você?” ele me perguntou jovialmente.
“Este é o amigo de Sam, Jory,” Regina explicou.
Ele acenou com a cabeça enquanto me olhava. “Sei. Bem, Jory, eu acho que prefiro esperar para que meus sobrinhos Levi e Joseph comprem a propriedade.”
Olhei para Sam. “Se o seu pai quer esperar, porque você está discutindo com ele?”
“Porque é besteira. A metade é minha e quero me livrar dela. Poderíamos esperar anos antes que esses dois idiotas conseguissem dinheiro suficiente para...”
“Ok.” Eu bocejei. “Aqui está o que você vai fazer: deixe o seu pai ganhar a discussão dessa vez e você tem vantagem na próxima. Melhor não ser um babaca quando o negócio envolve a família, certo? “
“Eu estou sendo um babaca?”
Fiz um gesto para seus primos. “Bem, sim. Quero dizer, quem se importa quanto tempo eles precisam? Eles são seus primos. Espere para sempre se, assim, você puder ajudá-los. Pra que você precisa do dinheiro, de qualquer maneira?”
Ele franziu o cenho para mim e eu arqueei uma sobrancelha para ele enquanto nós compartilhamos um longo olhar.
“Tudo bem.” Ele ergueu as mãos, indo até a geladeira pegar uma cerveja. “Eu não dou a mínima,” disse ele antes de sair do cômodo.
Dei de ombros e olhei para a mãe. “Eu acho que ele gosta mais de reclamar do que qualquer coisa.”
“Concordo,” disse ela em voz baixa, balançando a cabeça. “Eu acho que você já o decifrou direitinho.”
Voltei para os pratos até que senti a mão nas minhas costas.
“Jory.”
Seu pai estava ao meu lado, olhando para o meu rosto.
“Sim, senhor?”
“Há quanto tempo você conhece Sam?”
“Não muito tempo,” disse ele. “Na verdade, eu estou enfrentando alguns problemas e ele está me ajudando.”
“Entendo.” Ele sorriu calorosamente. “Bem, obrigado por ter falado. Ele realmente possui 51 por cento, e eu 49, por isso, se ele quisesse, poderia vendê-lo.”
“Ele não vai vender se você não quiser,” eu assegurei a ele. “Mas você sabe disso.”
“Eu sei?” Ele disse. “Eu não sei sobre isso, Jory.”
“Eu também não.” Um dos homens aproximou-se estendendo a mão. “Joe Kage, cara, muito prazer. Este é meu irmão Levi.”
Eu apertei sua mão e, em seguida, a de seu irmão. “Prazer em conhecê-los.”
Levi sorriu quando me olhou diretamente nos olhos. “Você também, Jory.”
A porta se abriu de repente e Rachel, a irmã mais velha de Sam, entrou “Oh Mãe, como você pode deixar seu filho trazer aquela mulher de volta aqui depois da última vez?”
Regina riu. “Você quer dizer Alexandra?”
Seu gemido fez todos rirem. “Oh Deus, sim. Será que ela poderia ser mais condescendente ou vaidosa ou... meu Deus, ela é uma vaca!”
Regina riu alto. “Rachel!”
“Mãe,” Rachel disse bruscamente, apontando para o outro cômodo. “Você faz ideia do que ela acabou de me dizer?”
“Não,” ela riu, incapaz de parar.
“Ela disse que era maravilhoso eu conseguir jogar fora todos os meus sonhos para ficar em casa e criar os filhos. Você tem sorte por eu não ter batido nela ali mesmo!”
“Ela é jovem, querida, e...”
“Rach,” um homem começou a falar quando entrou no cômodo. “Por que você está sendo uma idiota com a Alex?”
“Oh meu Deus, Mike, você ouviu o que ela disse para mim?”
Michael Kage parecia muito com seu irmão, mas onde os traços de Sam eram bem cinzelados, os de Mike pareciam inacabados. Ainda assim, era bonito – na minha opinião, todos os homens Kage eram – mas nenhum deles era tão lindo de morrer como o detetive Sam Kage.
“Sim, eu ouvi, Rach, e ela estava apenas respondendo a sua pergunta se ela queria ter filhos. Quero dizer, você poderia ser mais óbvia? Só porque eu estou pronto para me estabelecer, casar e começar uma família, não significa que ela esteja. Nós só estamos saindo há três meses. Pelo amor de Deus, deixe-a em paz. “
“Eu...”
“E daí que ela é diferente de você e de Jen e todos os seus amigos. você pode dar um tempo? “
“Oh então é assim? Eu sou a bruxa má porque escolhi ser uma dona de casa?”
“Não foi o que eu disse. Você só tem...”
“Por favor, Mike,” ela bufou para ele. “Ela é uma certinha, esnobe...”
Mas ela se calou de imediato quando a porta se abriu e uma mulher entrou na cozinha. A mulher em questão era impressionante, porém muito impecavelmente vestida, com maquiagem perfeita e sapatos de grife, para um simples jantar de domingo nos subúrbios.
“Oi,” ela disse suavemente, seus olhos percorrendo o cômodo. “Eu só... Jory?”
Eu forcei o sorriso. “Olá, Miss Ralston.”
Ela entrou na cozinha, sua atenção direcionada a mim. “Como você está?”
“Bem, obrigado. E você?”
“Eu estou bem,” ela disse, seus sapatos de salto agulha clicando sobre o chão de linóleo enquanto ela vinha até mim. Ela afastou uma mecha de cabelo dos olhos, todo o resto puxado para cima em um coque francês. Se a Barbie poderia pudesse ganhar vida, ela se pareceria com Alexandra Ralston. Mas não como a Barbie Malibu ou algo simples assim. Alexandra seria do tipo caro, aquela que você nunca tira da caixa. Ela era um item de colecionador, impecável, perfeita, com um tipo de beleza que era inatingível, a menos que você, também, estivesse envolvido em plástico.
“Você parece bem,” eu disse para puxar assunto.
Ela mordeu o lábio inferior e eu a vi tomar uma respiração rápida.
“Como está Dane?”
“Ele está bem.”
“Eu estava esperando vê-lo no evento beneficente da AIDS.”
O que ela esperava era dar o maior lance no leilão de solteiros e, assim, ganhar o privilégio de ir jantar com ele. Esqueci-me dela quando estava pensando nas mulheres que pagariam para estar a sós com ele. Ele, definitivamente, tinha dado pouco a caridade quando apenas enviou um cheque de 10 mil dólares. Ele poderia facilmente tê-los feito dobrar essa quantia se dado o trabalho de aparecer.
“Ele fez uma doação considerável,” disse a ela. “Mas você sabe que ele odeia esse tipo de coisa.”
Ela assentiu com a cabeça, mesmo que não tivesse ideia do que eu estava falando. Era por isso que ele tinha se afastado dela. Ela gostava de ser rica e todos os eventos sociais que acompanhavam essa fortuna. Dane fazia apenas o que era necessário. Eles não poderiam ser mais diferentes. “Eu não o vejo há meses.”
Eu sorri, tentando não me contorcer.
“Você poderia mandar minhas lembranças quando o vir amanhã?”
“Sim, senhora.”
Ela se virou e saiu do cômodo e todos os olhos estavam fixos em mim.
“Jory, não é?” Michael me perguntou quando se aproximou.
“Sim.”
“Sabe, eu conheci Alexandra Ralston depois que ela veio de Harcourt, Brown, e Cogan. Você trabalha para Dane Harcourt?”
“Sim.”
“Você é seu assistente?”
“Sim. Você é arquiteto também?”
“Sim, eu sou, embora não do nível de Dane Harcourt.”
“Tenho certeza de que você é brilhante.” Eu dei-lhe a minha resposta automática, porque as pessoas elogiavam meu chefe o tempo todo.
“Bem, obrigado, mas seu chefe é incrível. Na verdade, eu tentei conseguir um emprego lá, mas ele disse que meus desenhos eram rudimentares e sem imaginação.”
Eu olhei para ele. “Você estava lá antes do almoço?”
“O que?” Eu o surpreendi. Não era a resposta que ele esperava.
“Almoço. Você veio, digamos, em torno de 10:30h?”
“Eu não...”
“Porque ele é meio inútil antes do almoço. Se ele comeu e sua taxa de açúcar no sangue está equilibrada, ele é muito mais agradável,” eu o assegurei, sorrindo.
“Eu vou manter isso em mente da próxima vez.”
“Seria bom,” eu assenti.
“Talvez eu peça que você fale com ele por mim. Sendo seu assistente, você deve ter muita influência.”
“Sim, certo,” eu zombei enquanto o meu telefone tocava. “Falando do diabo. Com licença,” eu disse enquanto me afastava dos outros. “Ei, chefe.”
“Meu cronograma para a próxima semana está feito?”
“É claro. Enviei por e-mail hoje de manhã, não viu?”
“Não.”
“Você checou?”
“Não.”
“Bem, pode ter sido esse o problema.”
“Não seja abusado.”
“Não, senhor.”
“Você deixou a sexta-feira livre para a minha viagem a Dallas?”
“A-ham.”
“Sim,” ele me corrigiu.
“Sim.”
“Eu preciso oferecer um jantar amanhã à noite para um cliente. Você precisa coordenar isso para mim. “
“Claro,” eu disse rapidamente. “Quantos para o jantar, chefe?”
“Quinze. Quero ter uma refeição muito íntima, então consiga tudo de melhor, certo?”
“É claro.”
“E eu quero você lá, entende?”
“Não estou sempre lá?”
“Vejo você de manhã.”
“Sim, senhor.”
“Jory.”
“O que?”
“Não diga o quê.”
Eu fiz um barulho antes de dizer: “Sim?”
“Bem melhor.”
Eu gemi.
“Agora eu esqueci o que pretendia dizer,” disse ele, irritado.
“Ei, adivinha quem eu vi?”
“Eu tenho certeza de que não tenho ideia.”
“Alexandra Ralston,” Eu o provoquei. “Ela disse para lhe mandar lembranças.”
“Sei.” Ele não poderia ter soado mais entediado.
“Então, vejo você de manhã.”
“Ótimo. Como você está se sentindo?”
“Eu estou bem.”
“Tudo bem. Boa noite.”
Eu desliguei o telefone e depois marquei a festa no calendário do meu telefone. “Você é o homem certo para chamar, Jory,” Michael me provocou. “Ponha-me na lista de convidados.”
Eu sorri para ele, e quando terminei, perguntei a Regina o que ela queria que eu fizesse a seguir. Ela queria me mostrar sua casa, então eu a segui através dela.
Passamos um bom tempo olhando para cartazes de filmes antigos e eu vi scrapbooks e álbuns de fotos. Eu nunca me canso de olhar para a história de outras pessoas, já que eu não tenho nenhuma história própria.
O jantar foi um evento barulhento com as crianças correndo por todos os lados, muita conversa que, para mim, beirava a discussão, e conversas sobre mil coisas das quais eu não sabia nada, como criar os filhos e baseball. Concentrei-me em comer até que a campainha tocou. Todos nós olhamos para cima quando Rachel voltou em um momento com um casal de idosos e uma mulher mais jovem. Houve um grito quando Thomas e Regina se levantaram para cumprimentá-los.
“Oh meu Deus, olha quem está aqui.” Michael sorriu, levantando-se para contornar a mesa.
Inclinei-me de lado para Jen. “Quem são eles?”
Ela colocou o braço em volta dos meus ombros e sussurrou para mim. “Os Gordons, eles são velhos amigos de meus pais. Sua filha Nora e Sammy namoravam na escola. Eu não tinha ideia de que ela estava de volta da Califórnia.”
Eu assenti, sentindo como se o ar estivesse sendo sugado para fora da sala. “Há quanto tempo ela foi embora?”
“Eu não sei, anos.”
“Por que ela foi embora?”
“Ela foi estudar lá.”
Eu balancei a cabeça, inclinando-me para trás na cadeira.
Sam levantou-se e Nora se moveu rapidamente, contornando a mesa para encher seus braços. Ela apertou-se contra ele, seus seios esmagados contra seu peito enquanto ela beijava sua bochecha e queixo. Ele olhou para mim, diretamente nos meus olhos, e eu virei toda a minha atenção para a minha comida. Ouvi seu riso e senti meu rosto ficar quente.
Eu fui o primeiro a me levantar para ajudar a limpar a mesa, mas saí pela porta dos fundos para pegar um ar do lado da casa em vez de começar a lavar os pratos. Estava frio do lado de fora, eu estava apenas de camisa e cardigan, mas eu precisava desse momento sozinho. Era difícil ficar sentado e vê-la colocar as mãos em cima dele e não fazer nada. Quando eu ouvi o grito da cozinha, já que eu estava sob a janela, decidi entrar.
Sam estava de pé na cozinha, gritando, enquanto Michael o segurava. Nora estava implorando-lhe para se acalmar enquanto um de seus outros primos estava do outro lado do cômodo, com Levi o segurando. Regina estava perto da pia com Jen, que estava pressionando um papel toalha contra o nariz. Ela estava sangrando, e quando a porta se abriu e Mitch entrou, seguido por Thomas, o vi avançar contra o mesmo cara com quem Sam estava gritando.
“Seu bêbado idiota!” ele gritou quando Thomas o agarrou, o braço em torno de seu pescoço e outro no peito. “Dê o fora daqui!”
“Oh foda-se, Mitchie, eu poderia matá-lo, cara. Eu não queria bater em Jen, porra, eu queria dar um soco em Michael, não nela.”
“Eu disse para não convidá-lo,” Michael gritou do outro lado da cozinha. “Mas você nunca ouve, mãe. Jesus Cristo! Você sabe que ele é um babaca e o convida de qualquer maneira.”
Eu vi seus olhos se encherem quando ela segurou a cabeça de Jen para trás.
“Cale a boca,” Sam gritou para Michael, afastando-o com um safanão, caminhando em direção ao cara que tentava se torcer para fora do alcance de Levi. “Mamãe quer ajudar... deixe-a ajudar. Mas lidamos com essa merda agora. Essa babaquice vai...”
“Sam!” Nora gritou com ele. “Não seja um bruto que não raciocina. Nós não saímos por aí surrando as pessoas.”
“Olhe para mim,” disse ele, empurrando Levi, pegando o cara em torno da garganta.
“Sam!” Thomas rugiu.
“Sam!” sua mãe gritou com ele. “Ele é seu primo, deixe-o em paz!”
“Ei,” eu o chamei.
Ele parou e olhou por cima do ombro para mim.
“Você vai acabar com um cara na cozinha da sua mãe?”
Seus olhos estavam fixos nos meus.
“Talvez nós devamos apenas colocá-lo em um táxi, hein?” Eu sorri para ele.
Você poderia ouvir um alfinete cair. Eu vi o olhar no rosto do cara, o terror lá, saber o quão perto ele estava de ser amassado no chão.
“Tudo bem,” Sam rosnou, empurrando o cara para longe dele com força antes que ele fosse ver a irmã. “Chame um táxi, Mike.”
Seu irmão puxou seu telefone celular e estava fazendo a ligação segundos depois. Eu me encostei à porta enquanto todos caminhavam pela cozinha. Quando Regina moveu Jen para a mesa pequena, eu tomei o meu lugar de volta na pia para iniciar a limpeza dos pratos do jantar.
“Olá.”
Olhei para o lado e encontrei Nora. “Oi.”
“Eu não o conheço ainda.”
“Sou Jory.”
“Bem, Jory, é um prazer conhecê-lo. Normalmente, quando Sam está tão bravo, nós não conseguimos trazê-lo de volta. Lembro que uma vez um homem nos fechou no trânsito e ele o seguiu durante todo o caminho até em casa – comigo no carro ainda por cima – e e deu uma surra nele. “
Eu dei de ombros.
“Há quanto tempo você e Sam são amigos?”
“Não muito tempo,” eu disse a ela quando alguém ligou o rádio e, de repente, Jen estava ao meu lado. “Ei, você,” Eu sorri para ela. “Você está bem?”
“Estou agora que Sammy não matou pobre Charlie. Foi um acidente.”
“Acho que ele não deveria ter tentado tocar em Mike também.”
Ela riu e soou anasalado por causa do sangue em seu nariz. “É verdade. Posso ajudá-lo?”
“Só se você cantar junto comigo.”
Ela ouviu os primeiros acordes da música de Dionne Warwick.
“Jory, nós dois somos jovens demais para conhecer essa música.”
Eu comecei a cantar “Then Came You” e ela riu antes de se juntar a mim, cantando junto comigo tão alto quanto seus pulmões permitiam. Quando eu sequei minhas mãos no meu jeans e estendi a mão para ela, ela a tomou, e estávamos nos movendo em torno da cozinha juntos. Eu vi Regina sorrindo e a respiração profunda de Thomas enquanto ele se acalmava. Eu a entreguei para Mitch quando a música mudou e voltei para meus pratos. Rachel e Regina cantaram junto com Aretha Franklin enquanto ajudavam.
“Ooh, Jory, olhe para você se mexendo, querido,” Rachel murmurou, me observando dançar ao lado da pia. “Alguém está perdendo.”
Eu arqueei uma sobrancelha para ela e ela bateu a minha bunda.
“Ei.”
Eu me virei ao ouvir sua voz; Sam estava de pé na porta de trás.
“Você pode vir aqui um segundo?”
“Sim,” eu disse rapidamente. “Com licença, senhoras.”
Quando eu estava ao seu alcance, ele pegou um punhado de minha camisa e me puxou para perto. “Eu quero ir agora, ok?”
“Claro. Por quê?”
“Por quê?”
“É. Por quê?”
“Porque eu acabei de perceber uma coisa.”
“O que foi?”
Sua mandíbula se apertou. “Eu sou melhor em casa.”
“Você está em casa.”
“Não, na nossa casa.”
Nossa casa? Deus, as coisas que saíam da boca do homem. “Ok.”
Ele colocou a mão na lateral do meu pescoço e encostou a testa na minha. “Obrigado por me manter com os pés no chão hoje. Tenho problemas quando estou aqui. Minha família espera que eu seja de um jeito, e é assim que eu sou.”
Eu não fazia ideia do que isso significava. Sua família queria que ele fosse esquentado? Isso não fazia sentido.
“É difícil estar aqui às vezes.”
Eu respirei fundo, fechando os olhos, desfrutando de sua proximidade e como ele não parecia querer se afastar de mim.
Ele empurrou meu queixo com seu nariz, minha cabeça se inclinando para trás quando ele enterrou seu rosto em meu pescoço, inalando. “Você, definitivamente, faz bem para mim.”
Eu tremi porque não consegui evitar. Quando ele se afastou, esfregou o rosto contra o meu. “Eu vou pegar o seu casaco, tudo bem?”
“Sim, senhor.”
“Diga adeus à minha mãe.”
“Sim, senhor.”
“Pare com isso. Que horas que eu preciso deixá-lo no trabalho de manhã?”
Eu balancei a cabeça. “Eu posso pegar o trem, não se preocupe.”
“Não, seu idiota. Vou levá-lo para que ninguém o mate no caminho para o trabalho. Que horas seu chefe chega?”
“Oito.”
Ele resmungou.
“E amanhã à noite ele tem um evento, então você vai ter que se virar sozinho no jantar.”
“Talvez eu leve comida para você para nós comermos juntos.”
Eu zombei. “Sim, certo.”
Seus dedos se enfiaram rapidamente entre os fios do meu cabelo e ele me puxou de volta para ele com força, seu hálito quente em meu rosto. “Você duvida de mim?”
Eu sorri amplamente, rindo baixinho. “Não, senhor, Detetive.”
Outro grunhido antes que ele me empurrasse para longe e saísse da cozinha. Olhei para as duas mulheres e encontrei as duas me olhando de boca aberta.
“O que?”
“Jory,” Regina suspirou. “Sam... ele... oh... quanto tempo você vai ficar hospedado com Sam?”
“Só até o fim do processo judicial, como eu te disse. Por quê?”
Ela balançou a cabeça lentamente e sua boca fez um O enquanto ela inspirava.
“Que processo?” Rachel perguntou a mãe.
“Mais tarde eu conto.”
“Jory, querido, todos nós te amamos,” disse Regina rapidamente e eu sorri para ela.
“Obrigado.”
Seus olhos estavam me absorvendo.
“Eu prometo a você que não é normalmente tão agitado por aqui.”
Rachel me deu um grande sorriso falso, mentindo descaradamente.
Eu dei de ombros. “Está tudo bem. Às vezes famílias brigam, certo? Não é grande coisa. Mas, ei, me desculpem por eu não poder terminar os pratos, mas Sam está pronto para ir embora.”
“Querido, você já ajudou bastante,” Regina disse calmamente. “Eu estava vindo lhe dizer para ir se sentar e assistir futebol com os homens, de qualquer maneira.”
“Como eu não tivesse aproveitado cada minuto.” Eu sorri preguiçosamente. “Eu me diverti muito.”
“Bem, você se encaixa perfeitamente,” ela me assegurou. “Portanto, não seja um estranho.”
Corri pela cozinha e abracei primeiro Regina e sua filha. “Obrigado, pessoal.”
Sam voltou e as duas olharam para ele.
“O que?” ele perguntou, irritado.
Sua mãe apenas balançou a cabeça.
“Ok, então,” ele disse, inclinando-se para beijar a bochecha dela e depois de Rachel. “Até depois.”
Peguei meu casaco que ele estendeu para mim e lembrei a ele que precisávamos parar na loja a caminho de casa, porque precisávamos de cereais para a manhã e sabão em pó para que eu pudesse terminar de lavar a roupa.
“Que seja.” Ele bocejou, e eu não deixei de notar sua exasperação.
Eu olhei seriamente para ele e o sorriso que eu recebi era enorme.
“Jesus, você é um pé no saco,” ele resmungou, empurrando-me para fora da porta de trás na frente dele.
Enquanto nós contornávamos a casa, ele passou o braço em volta do meu pescoço e puxou-me com força contra ele.
“O que você está fazendo?” Eu bati nele, tentando empurrá-lo para longe de mim.
“Você estava tão ciumento.”
“O que?”
“O que?” Ele repetiu. “Você é tão fingido. Eu vi o jeito que você estava olhando para mim e para Nora.”
“Se eu estava olhando para você de alguma forma, posso assegurar de que era totalmente...”
Sua risada me cortou, estrondosa e profunda.
“Vá se foder,” eu rosnei para ele, tentando me afastar.
Ele passou os braços em volta do meu pescoço e inclinou-se para falar no meu ouvido, seu hálito quente e sua voz rouca, antes que ele mordesse minha orelha suavemente. “J, é tão quente vê-lo todo afetado. Prometo te foder até esquecer toda esta preocupação assim que chegar em casa.”
Eu estremeci, me recostando contra ele, deixando suas mãos correrem sobre mim.
“Sim, foi o que eu pensei,” disse ele, beijando o lado do meu pescoço enquanto eu inclinava minha cabeça para lhe dar melhor acesso.
“Venha comigo.”
Nós dois ouvimos o chamado da porta da frente que chegou até a calçada.
“Sam!” seu pai chamou da varanda. “Nora precisa de uma carona para casa. Ela mora perto de você.”
“O cacete que ela mora,” eu disse baixinho, o que fez Sam dar um sorriso largo. “Deixe que seus pais a levem.”
“Na verdade, eu tenho que fazer várias paradas,” ele gritou de volta quando Nora se juntou ao seu pai do lado de fora.
“Eu posso ir junto,” Nora sorriu para ele. “Vamos lá, Sammy!”
“Quer saber de uma coisa...” eu comecei, mas Sam, de repente, me agarrou como na noite anterior, me jogando por cima do ombro e dando um tapa em meu traseiro. O grito indignado escapou antes que eu pudesse detê-lo. “Coloque-me no chão. Você vai assustar o seu pai.”
“Desculpe,” ele gritou de volta. “Tenho que ir!”
Quando ele se virou, eu vi seu pai rindo e a onda de alívio quase me fez desmaiar. O homem não tinha noção e isso era bom para mim. A expressão de Nora era sombria.
Nós dois estávamos em silêncio no carro até que eu alcancei e coloquei a mão sobre sua coxa. Eu senti seus músculos ficarem tensos sob a minha mão e olhei para seu perfil.
“Foi mais difícil do que eu pensava, estar lá.”
“Por quê?”
“Eu não quero ir a lugares onde eu não posso te tocar se eu quiser.”
“Você pode fazer o que quiser, Sam, você só tem que dizer as pessoas primeiro para que eles saibam o que esperar.”
“Dizer a meus pais que eu vou ficar tocando em você. Sim, isso vai ser ótimo.”
“Pode não ser tão ruim quanto você pensa.”
“Não, vai ser pior.”
“Você vai ter que fazê-lo algum dia.”
“Fazer o que algum dia?”
“Dizer à sua família que você é gay.”
“Por que eu faria isso?”
A luz de advertência piscou em minha cabeça, mas eu ignorei e continuei. “Porque quando eu ainda estiver por perto em dois, três anos, eles vão começar a ficar desconfiados.”
Ele riu. “Quem disse que você vai estar?”
Eu comecei a mover minha mão, mas ele a cobriu com a sua, segurando-a no lugar, deslizando seus dedos entre os meus. “Não fique todo defensivo apenas me escute. Para começo de assunto, eu sou um policial. Se eu for gay, eu poderia muito bem me demitir agora. Não vai ser possível para qualquer um dos caras que eu conheço superar isso. E os meus pais, a minha família – você está brincando? De jeito nenhum. Você viu como minha mãe ficou animada quando Nora chegou? Ela me quer casado, com filhos, não me divertindo com você. “
“Então é assim. Foi como eu disse antes.” Eu puxei a mão para me livrar de seu aperto e me encostei contra a porta. “Quando o caso for encerrado, eu estarei fora de sua casa e de sua vida.”
“Bem, sim... O que você pensava?”
Eu tinha imaginado todos os tipos de coisas ridículas. Eu vinha pensando há muito tempo, porque tinha me apaixonado por ele tão rápido. Eu estava pronto para construir a minha vida em torno da dele.
“J?”
Eu poderia ficar por perto e tentar conquistá-lo, tentar fazer com que ele me amasse tanto que ele nunca poderia me deixar partir. Ele iria conseguir um trabalho novo e melhor, seus pais mudariam completamente sua perspectiva e quereriam que eu ficasse com seu filho, e todos os seus amigos seriam loucos por mim. Viveríamos felizes para sempre. E, no momento em que eu pensei, percebi o quão louco era. Eu era o idiota nessa estória, não ele. Ele não poderia mudar; mas eu poderia.
“Ei,” ele disse suavemente e eu olhei para ele. “Você não estava pensando que eu ia...”
“Não.” Limpei a garganta, olhando para o painel através dos olhos cheios d’água. “Eu só estava sendo estúpido.”
“Porque eu nunca te disse que ia ser uma coisa para sempre, J.”
“Não, você não disse.”
“Eu quero ter filhos. Eu quero exatamente o que os meus pais têm. Eu só tenho que encontrar a mulher certa.”
Uma mulher com um pau, eu pensei, mas não disse isso. “Claro.”
Ele riu de mim. “Mas você não se importa. Você não está falando sério aqui também. Eu vi seu telefone – há mais caras ligando para você do que minhas irmãs tinham juntas.”
“Certo.”
“Você só quer se divertir.”
“Claro.”
“No entanto, é como eu disse – enquanto você estiver na minha casa, eu sou o único, você entende?”
Ouvi alto e claro. Quando a experiência terminasse, eu continuaria no meu caminho e ele voltaria a dormir com mulheres, fazendo testes para escolher a mãe de seus filhos. Eu era um interlúdio, um intervalo – todas essas palavras com I se aplicavam aqui. Mesmo que eu me tornasse aparentemente indispensável, mesmo se eu achasse que ele não poderia viver sem mim – no final, ele viveria sem mim porque eu não era o que ele queria. Seu coração não estava conectado ao seu pau. Ele poderia dormir comigo a partir de agora até que morresse e ainda assim não me amar, porque não estava programado para ser assim. Os homens amavam as mulheres, não outros homens. Esta foi uma verdade como qualquer outra para ele. A chuva caía, o sol brilhava, homens amavam mulheres. Ponto final. Eu estava perdendo meu tempo pensando que poderia ser algo mais...
Quando o telefone tocou e ele ficou entretido durante todo o caminho até o supermercado, ele me deixou entrar sozinho. Eu não me importava, mas peguei o que precisávamos e saí. Ele me contou como sentia muito, mas tinha que trabalhar. Havia algumas coisas que tinha de fazer, não havia jeito de escapar. Ele me deixaria em casa e estaria de volta o mais rápido possível.
“Eu vou colocar você contra a parede quando eu chegar em casa, J.” Ele sorriu para mim, com a mão na minha garganta.
E eu tremi porque, de repente, era apenas sexo, sem mais nada. Eu me senti oco por dentro e, enquanto ele ia embora, eu olhei o SUV durante o tempo que pude, vendo-o ficar cada vez menor até que ele virou a esquina e desapareceu. Quando eu estava pronto, respirei fundo e subi para fazer as malas. Liguei para o meu chefe enquanto entrava no apartamento.
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