Questão de tempo - 24

Um conto erótico de Bib's
Categoria: Homossexual
Contém 2119 palavras
Data: 17/07/2016 09:30:32

Nós decidimos que, já que estávamos na casa dele, ele iria fazer a mala e dirigir para o meu apartamento e sairia de lá pela manhã. Ele se ofereceu para me jogar sobre suas costas e me levar, mas eu estava determinado a fazer as muletas que ele tinha me emprestado funcionarem. Elas eram um pouco grandes demais apesar dele as ter encurtado ao máximo, mas ele me garantiu que eram viáveis. Então, eu estava caminhando para o meu prédio com ele ao meu lado, bocejando dramaticamente.

“Você poderia parar com isso?” Eu me queixei para ele.

“O que?” ele brincou comigo.

Tentei fazer uma careta, mas ele parecia tão bem com o sorriso refletindo em seus olhos, a forma como o lábio curvava no canto, com a barba de final da tarde, e seu cabelo espetado em alguns lugares. Ele estava amassado e despenteado de estar na cama comigo, tendo provado para mim que ele podia ter cuidado quando fazia amor comigo. Ele tinha envolvido minhas pernas em volta da sua cintura e apoiado meu peso em seu colo sem uma vez encostar em meu tornozelo. Eu tinha insistido em consumar a nossa volta, apesar de suas objeções.

“Eu não quero machucar você,” ele disse enquanto eu escorregava, colocando minha cabeça estava em seu colo.

“Você não vai,” eu disse, estendendo a mão para tocar em seu rosto, meus dedos deslizando sobre sua mandíbula. “Mas eu tenho que ter você.”

“Ah, é?”

“Por favor.”

“Ok, bebê,” ele disse, sua voz baixa e rouca.

Deixei que ele me afastasse de seu colo e fiquei olhando enquanto ele soltava meu tornozelo, libertando-me da máquina. Ele tinha uma banda elástica e foi metódico ao colocá-la, verificando se não estava muito apertada, massageando a cãibra em minha outra panturrilha, trabalhando com suas mãos fortes sobre as duas pernas até alcançar minhas coxas. Quando eu levantei do sofá, minhas costas arqueadas para ele, ele me pegou e me levou para sua cama. Eu estava preso sob seu corpo e quando ele me beijou, eu gemi alto.

“Eu usei um preservativo com Maggie, J, eu juro que usei.”

Eu sorri olhando para os olhos escurecidos pela paixão. “E daí?”

“Eu fiz um teste depois e eu sei que não aparece tão rápido, mas eu estou limpo e...”

“E daí?” Eu repeti. “Você simplesmente quer que eu deixe você...”

“Sim, por favor... me permita.”

Olhei em seus olhos e vi sua mandíbula se contrair, ouvi a respiração instável, e vi quando engoliu em seco.

“Bebê, eu juro que...”

“Eu não confio em ninguém como eu confio em você, Sam.”

O olhar em seu rosto que eu nunca tinha visto antes, o olhar de amor – de entrega, dor e felicidade, tudo ao mesmo tempo – eu estava tão satisfeito com ele, com o homem com quem eu iria passar o resto da minha vida.

“Eu vou ser muito gentil, querido.”

“Não seja tão gentil” eu brinquei com ele.

E o beijo que eu recebi me fez curvar os dedos dos pés, passou por mim tão rápido e tão duramente, que o calor da corrida que me fez gemer.

“Os sons que você faz quando está feliz,” ele rosnou contra a minha boca. “Você me mata.”

Eu estava queimado com o meu desejo por ele e ele por mim. Impossível negar a nossa conexão, era praticamente palpável. Sua pele contra a minha era escaldante.

“Olá.”

Levantei minha cabeça e percebi que estava sonhando acordado.

“Eu vou carregar você, se você não se apressar, cacete,” ele me ameaçou, franzindo as sobrancelhas. “Estou congelando aqui fora, J.”

Eu tentei não sorrir enquanto passava mancando por ele.

“Eu espero que você tenha algo para comer lá em cima, porque estou faminto.”

“Na verdade, eu não tenho. Porque você não corre e compra alguma comida cubana e me encontrar lá em cima. Me dê a mala.”

Ele bufou uma risada. “Ah tá, como se você pudesse usar muletas e carregar uma mala. Encontro você lá em cima. O que você quer?”

“Só arroz e um pouco de frango está bom.”

“Tudo bem,” ele disse, inclinando-se, beijando minha testa antes de sair.

Nas escadas, percebi que Sam me carregando era, provavelmente, o melhor cenário. Parecia o Monte Everest, em vez dos dois lances de escada. Eu estava descansando no alto do primeiro lance quando ouvi Sam assobiando atrás de mim.

“Precisa de ajuda?”

“Vá se ferrar, Kage.”

Ele andou na minha frente, deixou cair seu ombro, e me jogou sobre suas costas.

“Sam!” Eu reclamei quando ele fez o que sempre fazia e batia na minha bunda com força. “Coloque-me no chão. O sangue está correndo para...”

“Não,” ele me cortou, me sacolejando em seu ombro para provar seu domínio, levando a mim e minhas muletas até o próximo lance de escadas. Quando ele me depositou na frente da minha porta, eu imediatamente estendi a mão e passei meus braços em volta de seu pescoço para atraí-lo para mim.

Ele aprofundou o beijo, tomando o que queria de mim, totalmente no controle. Eu sabia que ele amava o fato de eu ser submisso, intoxicado por exercer seu poder sobre mim. Era o papel que ele compreendia e por isso nos encaixávamos tão bem. Eu não estava pedindo para mudar a composição essencial do homem. Ele era o parceiro dominante, o macho alfa; eu era seu companheiro, simples assim.

“O que você está pensando?”

“Onde está minha comida?” Eu brinquei com ele, abraçando-o com força.

Ele agarrou-me perto, uma mão em meu cabelo, me segurando contra ele, e a outra deslizando para cima e para baixo por minhas costas. O suspiro de satisfação foi longo, como se ele pudesse finalmente respirar.

“O lugar está fechado aos domingos. Nós vamos ter que encontrar comida. Vou cozinhar algo.”

Eu grunhi e ele beliscou minha bunda.

“Abra a porta.”

Quando a porta se abriu, demorei um minuto para entender o que eu estava vendo. Eu só tinha visto um apartamento saqueado em filmes. Eu nunca imaginei como seria na vida real.

“Ah, merda,” Sam murmurou e sua arma estava em sua mão antes que eu percebesse que ele estava carregando uma. “Fique aqui enquanto eu verifico o resto, J.”

“Não, só...” Estendi a mão para ele, mas ele entrou no apartamento escuro e no corredor curto que levava ao meu quarto. Inclinei-me para dentro e acendi as luzes, iluminando a sala de estar e a cozinha quando ele entrava na sala, substituindo a arma no coldre sob sua jaqueta de couro. Engraçado que ele tinha levado apenas alguns segundos para verificar todo o apartamento, não havia como contornar o fato de que era minúsculo.

“Está tudo bem,” ele me disse. “Quem esteve aqui, já está muito longe.”

Eu balancei a cabeça, tremendo duro.

Ele me envolveu em seus braços e apertou-me contra seu corpo grande e duro. “Está tudo bem, querido, você não vai ficar aqui. Vamos começar a empacotar suas coisas, ok?”

“Não, Sam, eu não posso simplesmente deixar alguém assustar-me pra longe do meu...”

“Sim, você pode,” ele disse, inclinando meu queixo para cima para que ele pudesse olhar dentro dos meus olhos. “Eu não vou permitir que você fique aqui. Não é uma opção. Além disso, eu já teria cuidado da sua mudança amanhã de qualquer maneira. Eu não pretendo mais dormir sem você, nunca.”

“Mas, Sam, é muito cedo. Precisamos de tempo para...”

“Não, não precisamos, J. Eu não vou te dar tempo, então faça o que tem que fazer em sua cabeça porque você vai morar comigo a partir de agora.”

“Mas...”

“Eu vou arrumar suas coisas, então vou chamar eles . Sente-se enquanto eu faço isso.”

“Sam...”

“Não,” ele apontou para o sofá de dois lugares. “Sente-se aí bonitinho.”

“Sam...”

“É um apartamento mobiliado, J. O que você tem aqui que precisa ser levado?”

“Essa não é a questão. Eu...”

“Eu posso colocá-lo no sofá, se você preferir.”

Eu me sentei enquanto ele voltava para o meu quarto.

“Foi sorte você ter me apanhado no cais, hein?” Eu perguntei no cômodo vazio, erguendo a voz para que ele pudesse me ouvir. “E se eu estivesse em casa?”

“Sim, bem, você não estava,” ele gritou do outro quarto.

“Sim, mas e se eu estivesse?” Eu gritei de volta.

“Mas você não estava!” ele gritou e eu podia ouvir que ele estava quase rugindo. Eu entendia de onde vinha a raiva. Ele estava com medo de me perder.

Eu estava contente mesmo sentado no meio do meu apartamento eviscerado. Ele me amava. Eu ficaria bem.

* * * * *

Ele acabou me levando para comer um filé, porque disse que eu precisava de ferro. Eu estava pálido, ele me disse, e por isso fui alimentado com um filé e uma batata cozida recheada, acompanhados por uma salada grega. Pedi torta de limão para sobremesa e um cappuccino e ouvi promessas de todos os tipos de prazeres carnais quando ele chegasse em casa. Tive problema com o final da frase, quando ele chegasse em casa, mas não fui autorizado a discutir com ele, enquanto eu era colocado em sua cama com o controle remoto da TV na mão e uma xícara de chá de camomila. Ele teve que ir supervisionar a cena do crime e explicar por que minhas roupas tinham sido removidas, juntamente com o meu laptop e meus livros. Nenhuma quantidade de choro ou bajulação ou peidos iria impedi-lo de estar lá enquanto os caras da cena do crime revistavam meu apartamento. Eu queria que ele ficasse em casa comigo e ele queria saber quem tinha estado em meu apartamento. Ele mudou de assunto, dizendo-me o quão inteligente eu tinha sido ao não comprar uma cama de verdade. Agora eu não tinha nada para colocar num depósito ou para vender ou dar de presente. Eu não percebi, até que estava com todas as minhas coisas de novo no apartamento de Sam, que eu nunca tinha investido dinheiro no apartamento.

Era um lugar para viver e, por mais que eu o adorasse, por mais que eu tivesse sido feliz enquanto morei lá, ainda assim era apenas uma parada na turnê. Meu lugar era com Sam e em seu apartamento eu me sentia em casa. Ele estava certo – meu lugar era lá.

Eu recebi um beijo longo e quente antes dele sair e ele acomodou meu tornozelo de volta na máquina de gelo. Ele me mostrou como desligá-la depois de uma hora e como liberar meu tornozelo. Quando ele chegasse em casa, colocaria a banda elástica novamente. Argumentei que ele deveria ficar comigo e ele me deu ordens para que não abrisse a porta para ninguém. Ponto final.

“E quanto à sua mãe?”

“O que?” Ele parou na porta para olhar para mim, claramente irritado.

“Posso abrir a porta para a sua mãe?”

“Sim,” ele disse rapidamente, virando-se para ir.

“E quanto a Dane?”

“Oh, pelo amor de Deus, Jory, você sabe o que diabos eu quero dizer!”

Eu ri e ele me lançou um olhar antes se virar pelo corredor.

“Tchau!” Gritei para ele.

Ele voltou e se inclinou para me beijar, desta vez com ternura, lentamente, praticamente me inalando. Quando ele se afastou, inclinei-me com ele tanto quanto eu consegui.

“Sente-se aqui e descanse. Deixe de bancar o pirralho.”

Eu fiz uma careta para ele, que foi embora. Eu ouvi a porta da frente fechar e, em seguida, o clique de vários bloqueios. Ele não queria correr nenhum risco. Meu telefone tocou segundos depois.

“Oi.” Eu suspirei, me aninhando na cama.

“Vou levá-lo para o trabalho de manhã e buscá-lo depois. A partir de agora você não vai a lugar nenhum sem mim. Você entendeu?”

“Entendi,” suspirei. Eu adorava quando ele era possessivo e me dizia o que fazer. Ninguém jamais se importou, além de Dane. Os dois homens da minha vida que... “Oh merda.”

“Oh merda o que?”

“Eu tenho que contar a Dane sobre você.”

“E isso é ruim?”

“É meio ruim.”

“Por quê?”

“Ele acha que eu estou perdendo meu tempo com você.”

“Eu vou falar com ele. Me dê o número dele.”

“Você está brincando?”

Ele riu suavemente. “Bebê, eu sei que você tem medo de Dane Harcourt, mas acredite em mim – eu não tenho.”

Eu não estava convencido de sua sanidade. Sem medo de Dane?

“Ok.”

Ele repetiu o número de volta e disse-me para assistir TV ou começar a escrever meu romance.

“Você é hilário,” eu resmunguei. “Só volte logo.”

“Vou voltar, bebê. Eu te amo.”

Palavras tão casualmente ditas que me rasgaram. “Eu também te amo.”

E quando ele desligou, eu fechei os olhos e agarrei seu travesseiro. Tinha o cheiro dele e eu estava contente de ficar no apartamento quente e esperar que meu homem voltasse para casa.

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Bjs

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Comentários

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Olá, boa tarde. Poderia enviar o livro para o email: geancarlosos@outlook.com

Obrigado.

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Adorando a história, Sam cada vez mais focado em saber quem frequentou o apartamento do J, para não perceber que ele deveria ficar de olho no seu departamento ou melhor no seu companheiro, e J será que nas suas divagações irá acabar se ligando, pois ele ficou incomodado ou melhor desconfiado com a história da casa. Incrível

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Acabei de receber os anexos. Obrigada!

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Que fofos! Eu já estava desconfiada de certa pessoa (sem nada concreto, apenas desconfiança mesmo). Depois teve a festa na casa dessa mesma pessoa...E, então, aquela alegria exagerada ao rever Joy (algo tipo: Uau, que sorte!) a vontade de levá-lo pra casa (e ficar sabendo do seu paradeiro)... Só acho... Enfim, a história está cada vez melhor!

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