Ola pessoal?
Voltei cedo né? Então, o conto ficou grande pra variar, alias adorei vocês chocados com o beijo do Rodrigo e do Guilherme, realmente vocês torcem para o casal.
Já era para o Antonio detonar com o Guilherme nesse capitulo, mas o conto ficou maior que eu pensava.
Gabriel26, Olha, até pode fazer parte de um plano, mas acho que é um plano que você nem imagina, um plano que não tem nada a ver com o falso Guilherme. Olha, o Antônio e o Rodrigo vão se separar sim, mas agora será terá volta, isso vai depender da vontade de vocês leitores.
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Manoel Solano, fique triste não rapaz.
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Ru/Ruanito, ah porque não vai ler mais? Agora que esta ficando bom. O Guilherme fez um exame médico, inclusive exame de sangue. O Rodrigo vai mandar para o Antônio e ele vai sacar que é impossível eles serem irmãos.
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Geomateus, fique triste não rapaz.
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Bibizinha2, xi, esta desconfiando até do Bruno? Ele é bem misterioso mesmo.
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Guigo, mas isso é simples, o Rodrigo não vai se explicar.
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cellinho, pois é, tudo de bom que eles viveram foi para o lixo, o Antônio ainda acha que pode recuperar o irmão, mas vai descobrir que nem irmão ele era mesmo. Ele vai sim morar na casa da Maria.
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Luk Bittencourt2, mas que rapaz rebelde você, agora que vai ficar bom vc não quer ler? Mas precisava disso sim e você vai entender o porque. Mas uma coisa é certa, os leitores adoram que os protagonistas sofram, rsrs.
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RAQU£L*-*, olha, boa merda nisso viu, e uma merda muito da fedorenta. O Antônio realmente não merecia isso, mas será que não existe mesmo uma desculpa plausível para isso?
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marc01CL, então, se não foi uma traição, então foi um plano, mas se foi um plano, tem que ter um motivo bem forte pra ele poder dizer que foi para o bem do Antônio. Acho que você esta meio enganado, o Rodrigo jogou bem, acho que a intenção era justamente essa, que o Antônio visse tudo, claro, isso se for um plano né. Talvez o Rodrigo tenha um motivo bem maior, ou um outro objetivo, que va além do que mostrar que o cunhado é um impostor. Realmente a Cris, o Bruno, poderiam desmascarar o Guilherme, mas quero que o próprio Antônio faça isso, ele merece ter esse gostinho. Depois disso ele vai morar com a pessoa que mais ama ela, a mãe. Você deveria sentir pena do Rodrigo sim, eu lhe garanto, entre ele e o Antônio, o Rodrigo é o que mais esta sofrendo com tudo isso. Tem alguma que impede a Cris e o Bruno de contarem tudo, pois se eles desmascararem o Guilherme, terão que contar tudo que descobriram, e eles estão protegendo o Antônio de algo, de alguma coisa ou alguém, rsrs, por isso eles não falam nada, mas o Antônio vai descobrir tudo sozinho.
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Monster, vou deixar você tirar suas conclusões se foi armação ou traição, mas o Rodrigo não vai explicar nada, simplesmente porque ele não pretende explicar nada, rsrs.
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Ninha M, eles irão se separar, pode ser em definitivo. Eles só irão voltar se vocês leitores a sim desejar. O Bruno e a Cris já desvendaram boa parte dos mistérios, mas o que impede eles de contarem? Eles estão protegendo o Antônio de algo, de alguma coisa, por isso eles não abriram o bico e desmascaram o falso Guilherme. Pois é, o pai do Antônio foi condenado e depois saiu da cadeia e até então ninguém sabe e ninguém viu, ninguém tem noticias dele, pode ser que ele apareça na historia, como também pode ser que ele nem apareça. Beijão.
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lugrey, pois é, o Rodrigo fez sim, e parece que fez de proposito.
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robinhuu19-87, calma, não morre ainda não. O bom é isso, depois de testar todas possibilidades revelar a verdade, depois vou procurar sobre esse filme. Eu vi a foto do garotinho e achei ele uma gracinha, cara de malandrinho, rsrs, combina com o rafa sim, apesar do rafa ser bem mais criança. Alias, ainda nesse conto, vocês terão a chance de ver o Rafa e o Arthur adultos, vai ser bem legal, deixar de vê-los como nenéns, rsrs
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Martines, mas que negocio é esse de ficar lendo comentários dos outros leitores? Coisa feia isso viu, tem coisas que falo pra uns e não falo para outros, justamente para não ajudar a vocês descobrirem os mistérios da historia, rsrs. Mas então, o Bruno e a Cris ainda não disseram que banda tocam, se estão do lado do bem ou do mal, ou se essa demonstração de amizade com o Antônio não passa de uma farsa. Talvez a intenção do Rodrigo fosse justamente essa, ir bem longe. Na verdade, o Guilherme não pode ter combinado nada com ninguém, pode ter sido apenas uma desculpa pra não ter que passar o dia com o Antônio, por isso ele inventou de sair. Antes de saírem o Rodrigo e o Antônio combinaram de se encontrar no final do dia, para irem para o restaurante, mas você observou bem, o Rodrigo combinou de encontrar o Antônio no hospital, o Rodrigo esteve la, fez o que tinha que fazer e depois foi embora, sem espera-lo, rsrs, então a resposta esta...., rsrs.
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K-elly, obrigado pela visita minha querida.
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SuUh16, nesse capítulo acho que você terá essa resposta, se ele é capaz mesmo de trair o Antônio.
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Alpha.K, pois é, beijou a cobra, mas não podemos negar que o Guilherme é bem gostosinho, vaidoso, só não vale o chão que pisa. Mas qual é o objetivo do Rodrigo? Fazer o Antônio sofrer e chorar horrores? Bom, o Bruno é bastante inteligente sim, acho que nunca citei, ele é formado em processamento de dados, rsrs, nem sei se é esse o nome que usa ainda, mas apesar disso ele não é meio nerd, ele é bem descolado, garotão. Pode ficar com o Bruno, até porque eu quero é o Antônio e o Rodrigo mesmo, e de quebra aquelas duas tripas que ele chama de filho, rsrsr. Estou já bolando um novo conto, até pensei em fazer um personagem nerd, mas como eles sempre estão na casa dos 30 e poucos anos, acho que não iria combinar muito.
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Guilherme - Finalmente estamos a sós.
Guilherme - O que acha da gente ficar mais a vontade?
Guilherme - O Antônio nunca foi homem certo pra você.
Rodrigo - Será que não?
Guilherme se aproximou de Rodrigo, respondendo a ele.
Guilherme - Eu tenho certeza.
Rodrigo deu um sorriso e num gesto rápido, segurou Guilherme pela cintura, dando-lhe um beijo na boca.
Com os olhos cheios de lágrimas, Antônio estava na porta assistindo toda aquela cena.
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Capítulo 56
Guilherme colocou os braços em volta do pescoço de Rodrigo, acariciando seu rosto, sentindo o gosto dos lábios do cunhado.
Rodrigo ficou imóvel, segurando o corpo de Guilherme, enquanto o beijava.
Guilherme ia ousar ainda mais, mas quando abriu os olhos, percebeu a presença de Antônio, que assistia toda aquela cena.
Guilherme - Antônio!!!
Guilherme rapidamente saiu dos braços de Rodrigo, olhando assustado para o irmão.
Rodrigo sentiu o coração apertar e sem dizer nada, abaixou os olhos, dando alguns passos para trás.
Antônio - O que é isso?
Antônio - O que vocês dois estão fazendo?
Guilherme parecia o mais preocupado, começando a se explicar todo nervoso. Antônio ignorou totalmente o irmão e ficou encarando Rodrigo, que ficou o tempo todo de cabeça baixa.
Guilherme - Antônio, meu irmão...Não é nada disso que você esta pensando...
Antônio - Cala a boca!!! Cale a boca!!!
As primeiras lágrimas já começavam a cair, Antônio sentia que estava num filme de terror, mas era tudo real e não era apenas uma traição, era uma traição dupla, das pessoas que ele mais amava.
Antônio - Fale o que esta acontecendo aqui Rodrigo!!!!
Rodrigo - Antônio!!!
Rodrigo não conseguia falar e aproveitando a situação, Guilherme resolveu piorar ainda mais.
Guilherme - Desculpe Antônio! Não era pra vocês descobrir assim.
Antônio - Descobrir?
Guilherme - Eu e o Rodrigo nos amamos. Eu juro que tentei lutar contra esse sentimento, mas ele mais forte.
Antônio - Vocês dois me traíram. Como vocês tiveram coragem?
Guilherme - Meu irmão, tente entender.
Guilherme tentou tocar Antônio, mas ele se esquivou, como se o irmão tivesse uma doença contagiosa.
Antônio - O que esta acontecendo aqui? O que vocês fizeram?
Antônio já estava em lágrimas, tentando falar em meio ao choro que estava travado em sua garganta.
Vendo a passividade de Rodrigo, Antônio foi pra cima dele, segurando em sua camisa, exigindo explicações.
Antônio - Responde, fale alguma coisa!!!
Rodrigo levantou a cabeça e pela primeira vez encarou o namorado, também com os olhos vermelhos.
Antônio - Fale, seu desgraçado.
Rodrigo parecia uma criança assustada, diferente de Guilherme, que parecia ter ganho uma grande competição.
Rodrigo - Não tenho nada pra falar Antônio.
Antônio - Porque você fez isso Rodrigo? Eu te amava...
Antônio - Tenha pelo menos a decência de negar, de tentar explicar...
Antônio segurava o colarinho da camisa de Rodrigo, com o rosto a poucos milímetros do dele, podendo sentir seu hálito, sua respiração.
Rodrigo - Não tenho como negar o que você acabou de ver.
Antônio ainda esperava uma explicação mirabolante e plausível para a cena que viu, mas diante do comportamento de Rodrigo, finalmente sua ficha caiu.
Soltando o corpo de Rodrigo, Antônio foi se afastando, olhando para ele e o irmão, com a sensação de ter uma faca atravessada em seu peito.
Guilherme - Me perdoa meu irmão, mas você via ter que aceitar. Eu e o Rodrigo estamos juntos já faz um tempo.
Rodrigo abaixou a cabeça novamente. Seu silencio fez com que Antônio acreditasse nas palavras de Guilherme.
Antônio - Vocês dois são dois monstros asquerosos.
Antônio não conseguiu mais suportar e começou a chorar de verdade, de raiva, de decepção, de tristeza.
Antônio - Vocês dois não tem ideia de como conseguiram me machucar.
Rodrigo também chorava, mas em silencio, cada vez mais retraído.
Guilherme não se deu por contente e continuou a usar a situação a seu favor.
Guilherme - Também não precisa esse drama todo né Antônio? Até porque não é a primeira vez que você passa por isso.
Guilherme - Com o Marcelo foi bem pior, foi na cama.
Guilherme - E você vai superar, daqui a pouco você conhece outro cara e esquece tudo isso.
Rodrigo não aguentou ver a maneira como Guilherme tripudiava e se descontrolou, pegando o rapaz pelo braço, o expulsando de sua casa.
Rodrigo - Sai daqui, sai daqui!!!
Guilherme saiu do apartamento e passou o dedo nos lábios, sentindo ainda o gosto de Rodrigo em sua boca, rindo sem parar.
Rodrigo se sentiu ainda pior, ficando as sós com Antônio.
Rodrigo - Me perdoa. Me perdoa meu amor.
Rodrigo não olhava para Antônio em nenhum momento, ficando sempre de cabeça baixa.
Antônio - Eu nunca mais quero lhe ver na minha frente.
Antônio - Eu sou um idiota mesmo. Vim correndo pra, preocupado com você, por causa do seu pai.
Antônio - Como você teve coragem de fazer amor comigo? De me beijar? De dizer que me ama e me apunhalar dessa maneira?
Antônio - Você não vale nada, você é cruel, insensível, frio.
Antônio - Eu dei o meu melhor de mim pra você. Eu era capaz de dar até minha vida por você.
Antônio - Você me pediu em casamento, disse que teríamos uma família. Porque você isso Rodrigo? Por quê?
Antônio - Por prazer? Pra me ver sofrer? Você não mudou nada, você é sempre continuou sendo o Rodrigo de antes.
Rodrigo - Não, não sou. Você esta enganado.
Antônio - Você não consegue nem me olhar nos olhos. Você é um covarde.
Antônio - Eu passei por cima de tantas coisas pra ficar com você. Você não merece o meu amor.
Antônio - Você não merece o amor de ninguém, nem dos inocentes dos seus filhos.
Rodrigo - Me perdoe Antônio.
Antônio - Espero que você e o canalha do Guilherme sejam felizes, vocês se merecem.
Rodrigo - Você vai expulsa-lo de sua casa?
Antônio - o Guilherme não vale nada, não precisei ver essa nojeira de vocês dois pra saber isso.
Antônio - Mas ele é meu irmão, por mais que ele não preste.
Rodrigo - O que?
Antônio - Vou voltar pra minha casa. Se o Guilherme não aprendeu a ser gente, espero poder ensina-lo.
Rodrigo - Depois de tudo que você viu, você ainda vai querer esse cara ao seu lado?
Antônio se levantou e foi até Rodrigo, que não o encarou de jeito nenhum.
Antônio - Por mais canalha que ele seja, ele é meu irmão. Já você, não é nada meu.
Antônio pegou sua chave e saiu, mas ao chegar na porta voltou e foi novamente até Rodrigo.
Deixando as lágrimas caírem sem parar, Antônio tirou a aliança que usava e colocou em cima de mesa, diante dos olhos de Rodrigo.
Antônio - Eu não quero lhe ver nunca mais nada minha vida.
Antônio - Eu quero esquecer que um dia lhe conheci.
Antônio bateu a porta e Rodrigo pegou a aliança, recordando-se do dia que pediu Antônio em casamento, aos pés do Cristo Redentor.
Sem precisar controlar suas emoções, Rodrigo começou a chorar sem parar. Tentando diminuir a raiva que sentia, começou a quebrar tudo que via pela frente, até cair de joelhos no chão.
Antônio saiu feito um louco do prédio de Rodrigo. Cris estava dentro do carro e esperou o amigo se afastar, para poder entrar no prédio.
Abrindo a porta, entrou na sala e viu algumas coisas quebradas e Rodrigo num canto,, sentado no chão.
Cris - Esperei o Antônio sair.
Cris - Como você esta?
Rodrigo olhou para Cris, com os olhos inchados de tanto chorar.
Antônio foi a pé para a casa, no meio do caminho parou algumas vezes, pensando em tudo que havia acontecido.
Por mais que tentasse, não conseguia entender o porquê de tudo aquilo. Teve uma noite de amor com Rodrigo no dia anterior e agora estava diante dessa situação.
Quando chegou a casa já era muito tarde, ele só queria ficar sozinho, tomar um banho e cair na cama, mas ele havia esquecido completamente que ainda tinha o irmão.
Guilherme - E ai? Fiquei preocupado, você ficou tão mexido com tudo.
Antônio - Me deixe em paz Guilherme.
Guilherme - Antônio, precisamos conversar. Não pode ficar esse clima entre nós.
Antônio - Porque você fez isso comigo? Eu te considera tanto meu irmão.
Antônio - Porque você não foi leal comigo?
Guilherme sentou ao lado de Antônio, tentando explicar o inexplicável.
Guilherme - Eu também não sei como aconteceu, quando eu vi já estava envolvido com o Rodrigo.
Guilherme - Eu nunca tinha ficado com homens, mas o Rodrigo sempre foi educado comigo.
Guilherme - Achei que era coisa de cunhado, mas com o tempo essa educação foi se transformando e muito tempo depois que me toquei que ele estava dando em cima de mim.
Guilherme - Não quero tirar minha culpa Antônio, pois sei que não sou inocente. Mas o Rodrigo me envolvia, com aquele jeito sedutor dele.
Guilherme - Até que um dia rolou. Foi aqui mesmo nessa sala, nesse sofá que estamos sentados.
Antônio se sentiu enojado e Guilherme parecia se divertir com o sofrimento do irmão.
Guilherme - Nós transamos nesse sofá, ficamos a tarde toda juntos. Achei que seria só essa vez mas acabou se repetindo, muitas e muitas vezes.
Guilherme - Eu não conseguia mais dizer não, o Rodrigo me seduzia e ficávamos juntos enquanto você saia para resolver problemas de banco, coisas do restaurante.
Guilherme - Quando não era aqui, nós nos encontrávamos em algum motel.
Antônio - Para com isso Guilherme.
Antônio se retraiu, se diminuindo naquele sofá. Guilherme levantou-se e começou a dar detalhes, enfiando ainda mais o dedo na ferida aberta no peito do irmão.
Guilherme - Mas eu quis terminar, porque o Rodrigo já estava passando dos limites. Nosso sexo sempre foi mais intenso, ele gostava de correr perigos.
Guilherme - Uma vez ficamos com você aqui dentro de casa.
Antônio colocou a mão no rosto, chorando, sentindo-se um verdadeiro idiota.
Guilherme - Eu quis terminar, mas o Rodrigo não queria, ele estava apaixonado por mim, mas disse que não queria te largar.
Guilherme - Até que ele propôs ficarmos juntos, eu ser amante dele.
Guilherme - Eu não aceitava e é por isso que a gente sempre brigava, por isso discutíamos.
Antônio se levantou e foi para seu quarto, trancando a porta, deitando na cama e chorando sem parar.
Guilherme ficou na sala, sempre com seu sorrisinho maldoso nos lábios. Sem muito saco para ficar ouvindo o choro abafado do irmão, se arrumou e foi curtir a noite de sábado em uma balada.
Guilherme - Alô, sou eu. Preciso contar as novidades.
Guilherme contou a pessoa misteriosa, tudo o que aconteceu e também expos seu novo plano.
Guilherme - Acho que agora não tem volta, já era o namoro do meu irmãozinho.
Guilherme - Acho que a sorte voltou a sorrir para o meu lado, depois do dia de hoje, tenho rever nossos planos.
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Rodrigo também passou a noite em claro, nem foi para o restaurante. Ficou a noite toda na sala, olhando para uma foto de Antônio.
Rodrigo - Desculpa meu amor.
Rodrigo - Desculpa lhe fazer sofrer.
Rodrigo - Mas de todos os sofrimentos, então que você fique com o menor deles.
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Antônio acordou bem tarde no domingo. Guilherme chegou da balada quase de amanhã capotou na cama.
Ainda sentindo muita dor de cabeça, Antônio tomou um banho não comeu nada. Antes que o irmão acordasse, preferiu sair, pois não queria olhar em sua cara.
Em outros tempos, ele teria que sofrer sozinho, mas lembrou-se que agora ele tinha alguém com quem contar.
Maria - Filho!! Já faz dois dias que estou te ligando.
Maria - Já estava ficando preocupada.
Antônio não disse nada, apenas abraçou a mãe, apertando seu corpo.
Maria - O que foi filho?
Maria sentou-se no sofá, colocando a cabeça de Antônio em seu colo.
Maria - Você chorou? Seus olhos estão inchados.
Antônio - Eu estou muito mal mãe.
Maria - E o Rodrigo? Esta com você?
Maria - Vocês conversaram?
Antônio - Eu nunca mais quero ver o Rodrigo. Ele me magoou muito, ele não presta mãe.
Maria - Mas o que houve?
Maria - Não fale assim filho, o Rodrigo é um rapaz maravilhoso.
Maria - Ele é seu amigo.
Antônio - Mãe, porque as pessoas só me machucam?
Antônio- Eu nunca fiz mal pra ninguém.
Maria - Antônio, você sempre foi um garoto especial. E agora que é adulto, é mais especial ainda.
Antônio - Eu estou cansado.
Antônio - O Rodrigo não vale nada, ele continua aquele Rodrigo de sempre, mau caráter, canalha, cruel.
Maria - Não, não, você esta enganado. O Rodrigo tem sim os defeitos dele, mas ele é homem bom e além do mais, ele te adora, ele te considera um grande amigo.
Maria - Você não esta mais morando na casa dele?
Antônio - Eu nunca mais quero vê-lo na minha frente.
Maria ficou triste em ouvir aquilo, tentou defender Rodrigo, mas não insistiu, pois estava mais preocupada com a tristeza de Antônio.
Maria deu colo ao filho que dormiu em seus braços. Antônio acordou só no meio tarde e mesmo não querendo, foi obrigado pela mãe a comer.
Antônio - Estou sem fome mãe.
Maria - Pode comer tudo, fiz pra você.
Mesmo estando muito triste, Antônio deu um sorriso para Maria e a obedeceu. Na verdade ele estava adorando ter uma mãe para obedecer, para dever respeito, obediência.
Maria ficou sentada ao lado dele, o paparicando o tempo todo.
Maria - Agora tem a sobremesa.
Antônio comeu pouco, mas comeu. Maria não deixava de notar seu olhar triste, mostrando-se preocupada.
Maria - Filho, vem ficar comigo. Você tem seu quarto aqui nessa casa.
Antônio - Não posso mãe. O Guilherme está la em casa.
Antônio - Ele não é quem eu pensava que é.
Maria - Como assim?
Maria ficou nervosa, achando que ele tivesse descoberto tudo.
Antônio - O Guilherme não tem caráter.
Antônio - Quando lembro da gente ainda criança, não consigo imaginar que ele possa ter se tornado um cara tão fútil,maldoso, sem respeito por ninguém.
Maria - O que ele fez pra você?
Antônio - Não importa, eu gostaria mesmo era que ele se tornasse uma pessoa melhor.
Maria - Largue tudo meu filho, venha pra ca, pra casa da sua mãe, aqui também é sua casa.
Antônio se ligou no jeito de Maria e a colocou contra a parede.
Antônio - Mãe, você não gosta do Guilherme né?
Antônio - O que você sabe dele? É diferente a maneira como você me trata e como você se refere a ele.
Antônio - Porque você não fala que também é mãe dele?
Maria desconversou, utilizou os mesmos argumentos de antes, mas Antônio não se convenceu. Se sua desconfiança já existia, agora ela era maior ainda.
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Alice - Pai, como o senhor está?
Carlos - Cade seu irmão?
Stela - A enfermeira disse que ele veio aqui ontem e você ficou agitado.
Stela - O que houve Carlos?
Carlos olhou para a filha e Stela entendeu tudo, pedindo para que Alice saísse.
Stela - Por favor Alice, me deixe conversar com seu pai.
Alice - O que esta acontecendo?
Stela - Por favor, saia Alice!!!
A contra gosto, Alice saiu deixando os pais sozinhos.
Stela - Fale, o que o Rodrigo veio fazer aqui? O que aconteceu?
Carlos - Eu contei tudo Stela.
Stela - Tudo? Como assim tudo?
Carlos ficou sério e Stela arregalou os olhos, entendo tudo.
Stela - Você o que? Você não tinha esse direito.
Carlos - Eu não queria morrer com isso guardado.
Stela - Você me traiu Carlos, você não podia ter feito isso.
Stela começou a chorar, se lamentando.
Stela- Eu preciso ver o meu filho.
Carlos - Stela...
Stela saiu com muita pressa, deixando o marido falando sozinho.
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Rodrigo estava sentado no chão da sala, ao seu lado tinha duas garrafas de bebida vazia.
Ele estava tão mal que nem percebeu que Maria estava ao seu lado.
Maria - Rodrigo!! O que houve?
Maria - O Antônio foi na minha casa, o que esta acontecendo?
Rodrigo olhou para Maria, a deixando assustada com seu olhar.
Rodrigo - Sai daqui!!!
Maria - Você andou bebendo?
Rodrigo se levantou, empurrando as coisas que estavam a sua frente. Maria foi atrás dele, mas ele explodiu com ela.
Rodrigo - Me deixa em paz.
Rodrigo - Eu odeio todos vocês.
Maria tocou nele, mas sua reação foi a pior possível.
Rodrigo - Já mandei ir embora daqui.
Rodrigo segurou Maria pelo braço e a puxou até a porta. Maria tentava sem sucesso acalma-lo, mas ele parecia possuído.
Maria - Fale comigo meu filho.
Rodrigo - va embora daqui.
Rodrigo colocou Maria para fora de casa, trancando a porta em seguida.
Rodrigo voltou a beber e esqueceu completamente suas responsabilidades. Um garçom do restaurante ligou em seu celular, mas ele ignorou todas as ligações.
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Antônio e Guilherme ficavam a maior parte do tempo em silêncio dentro de casa. Guilherme até ensaiava uma conversa, mas Antônio não tinha a menor vontade de conversa.
Ele poderia se livrar de tudo isso e ir para a casa da mãe, mas ainda sentia uma responsabilidade sobre o irmão.
Guilherme - Você saiu hoje. Onde foi?
Antônio - Fui na casa da mã... Na casa da Maria.
Guilherme - Ah é, mas você demorou.
Antônio - Passamos a tarde juntos, conversando, inclusive sobre você.
Guilherme ficou assustado, tentou caçar mais coisas, mas Antônio o ignorou, indo para o quarto.
Achando que Maria tinha se lembrando de tudo, da briga que tiveram, Guilherme sacou o celular imediatamente, ligando para a pessoa misteriosa.
Guilherme - Estou com medo, acho que a velha via me ferrar.
Guilherme - pare de me pedir pra ficar calmo, eu vou cair fora.
Guilherme - Já estou cansado de tudo isso. Esta um inferno ficar na mesma casa que o Antônio.
Guilherme - Se as coisas não melhorarem e vou cair fora e não adianta me ameaçar.
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No dia seguinte, Cris apareceu na casa do amigo, embora já soubesse de tudo que aconteceu, agiu como se não soubesse de nada.
Antônio contou tudo para a amiga, não conseguindo esconder sua tristeza.
Cris - Não fique assim querido. Você não merece passar por isso.
Cris - Você não pode se entregar desse jeito.
Antônio - Esta difícil Cris.
Cris - Mas você não esta sozinho, você tem a mim, ao Bruno, ao Romeu, seus amigos.
Antônio - Obrigado pela força. Eu queria que você fosse até a casa do Rodrigo e pegasse todas as minhas coisas.
Antônio - Não quero vê-lo. Não quero saber mais nada que venha dele.
Cris - Claro, pode ficar tranquilo, eu vou até la. Mas e seu emprego, o restaurante?
Antônio - Eu não vou mais trabalhar la, não tem cabimento, nem quero receber nada do Rodrigo.
Antônio - Também vou trancar minha faculdade, até porque eu só conseguia pagar com a ajuda do Rodrigo.
Cris - Você não pode fazer isso, você estava gostando tanto do curso.
Antônio - Isso pra mim não tem mais valor nenhum.
Os dois conversavam até que Guilherme apareceu na sala, deixando Cris chocada.
Cris - O que essa cobra peçonhenta esta fazendo aqui?
Guilherme - Esta falando comigo baranga?
Cris - Va embora daqui a agora. Tonio, você tem que colocar esse monte de lixo no olho da rua.
Guilherme - Não se meta na minha vida, sua cadela.
Antônio - Por favor, parem de brigar.
Cris - Antônio, você não pode ficar com esse bandido dentro da sua casa.
Antônio - Ele não vale nada Cris, mas é meu irmão.
Antônio - Guilherme, respeite meus amigos, não vou admitir que você trate mal a Cris.
Cris se aproximou do rapaz, o ameaçando.
Cris - Aproveite bastante, pois não vou sossegar enquanto não dar o troco que você merece.
Guilherme - Tome muito cuidado comigo.
Antônio não cansava de se chocar com as atitudes de Guilherme, que a cada vez mais mostrava sua verdadeira face.
==
Guilherme saiu e foi direto para a casa de Rodrigo. Depois de tanto insistir, Rodrigo abriu a porta, levando um susto ao vê-lo.
Rodrigo - O que você quer aqui?
Guilherme - Precisamos conversar.
Rodrigo - Será que você não cansa de apanhar?
Guilherme - Porque esta agindo assim? Podemos aproveitar tudo isso e ficarmos juntos.
Guilherme tentou um beijo mas Rodrigo o empurrou.
Rodrigo - Não se aproxime de mim, va embora da minha casa.
Guilherme - Qual o seu problema?
Rodrigo - Pare de se humilhar.
Rodrigo se aproximou de Guilherme e com o olhar firme, foi taxativo.
Rodrigo - Eu já fiz muita coisa errada na vida, mas a coisa mais nojenta que eu já fiz, foi beijar a sua boca.
Guilherme - O que?
Rodrigo - Eu sinto nojo de você, sinto asco só de olhar pra sua casa, de escutar sua voz, sentir seu cheiro.
Guilherme - Você não pode falar assim comigo.
Rodrigo - A diferença ente você e o Antônio é tão grande, mas tão grande que eu poderia passar o dia todo falando elas.
Rodrigo - Você teria que morrer e nascer de novo pra tentar ser pelo menos um décimo do que o Antônio é.
Rodrigo - E sabe por que você é assim? Porque é impossível qualquer pessoa amar alguém como você.
Rodrigo - Você é reles, baixo, mixa, pouca coisa.
Rodrigo - Agora suma da minha frente, não quero mais olhar pra uma figura tão deprimente como você.
Pela primeira vez Guilherme sentiu um golpe que foi capaz de lhe atingir de verdade. Sem dizer uma única palavra, Guilherme saiu da casa de Rodrigo, mexido com todas as cosias que ele lhe falou.
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Cris - Sujeitinho folgado, por pouco não enfiei a mão na cara daquele bandido.
Romeu - Se acalme meu amor.
Cris - E ele ainda teve a ousadia de ameaçar.
Romeu - Não se preocupe, se ele tocar num fio de cabelo seu, eu mesmo acabo com esse marginal.
Cris - Agora chega, vou levar o Antônio até a delegacia e mostrar a ele tudo.
Bruno apareceu no mesmo instante, iniciando uma discussão com Cris e Romeu.
Cris - Chega Bruno, essa história já foi longe demais.
Bruno - Você contou para o Romeu?
Romeu - Qual o problema? Eu e a Cris não temos segredos.
Bruno - Cris, não combinamos isso.
Cris - Não importa o que combinamos. O Antônio não precisa passar por isso.
Bruno - Mas Cris....
Cris - Bruno, eu vou apoiar o Antônio, independente do que ele resolver fazer.
==
Rodrigo conseguiu ir para o restaurante, mas não conseguia se concentrar. Seu ajudante de cozinha disse que daria conta sozinho, mas Rodrigo sabia que mais cedo ou mais tarde teria que retomar sua vida.
Sem condições de trabalhar, voltou para seu apartamento e recebeu uma ligação de Simone.
Rodrigo - Você conseguiu?
Simone - Esta nas minhas mãos, o exame médico que o Guilherme fez.
Simone - Eu odeio fazer isso, não acho correto.
Rodrigo - Pode mandar uma copia do exame de sangue dele para o Antônio?
Rodrigo - Mande para o endereço dele.
Simone - Tudo bem. E quanto a contrata-lo?
Rodrigo - Pode contrata-lo, ele não terá nem tempo de esquentar a cadeira.
Simone - Esta bem Rodrigo, espero que você saiba o que esteja fazendo.
Simone - Aconteceu alguma coisa? Sua voz está tão estranha?
Rodrigo - Só cansaço mesmo. Obrigado Simone.
==
Guilherme chegou bem tarde em casa. Antônio já estava no quarto e nem escutou o irmão entrar.
Antônio rezava em voz alta, não notando que o irmão o observava pela fresta da porta.
Antônio - Obrigado por tudo que o senhor tem feito por mim meu Deus.
Antônio - Me ajude a superar mais essa situação difícil, não permita que eu perca o amor pela vida.
Antônio - Meu Deus, olhe pelo Guilherme, faça com que meu irmão volte a ser aquele garotinho de quando eu era criança.
Antônio - Faça com que ele reflita e mude sua maneira de encarar a vida, que se torne um homem honesto, integro e que um dia possa ser meu amigo.
Guilherme foi para o seu quarto, ele ainda estava mexido com a humilhação que Rodrigo o fez passar, mas o pior foi ver que apesar de tudo Antônio ainda o amava.
Guilherme tentou dormir, mas não conseguia esquecer as palavras de Rodrigo.
Já era madrugada quando começou a pegar no sono, mas despertou, escutando um barulho vindo do quarto do irmão.
Guilherme foi até a porta e ficou ouvindo o choro de Antônio, que ainda sofria por Rodrigo.
O choro de Antônio fez com que Guilherme sentisse algo ruim, por incrível que pareça ele estava sentindo culpa, culpa por tudo que havia feito o rapaz passar.
Guilherme - Meu Deus, o que eu fiz?
Guilherme - Quanto mal eu fiz pra esse cara.
Quando Antônio acordou de manha, o café estava pronto. Guilherme tentou agrada-lo de todas as maneiras.
Guilherme - Eu cheguei ontem a noite e você já estava dormindo.
Antônio - Acho que poderia sair e buscar um emprego.
Guilherme - Tenho uma boa noticia. A Simone me ligou, perguntando se eu posso começar amanhã.
Guilherme - O Rodrigo...
Antônio - Por favor Guilherme, vamos mudar de assunto.
Guilherme - Me desculpe.
Antônio preferiu comer em silencio. Estava arrumando algumas coisas quando viu o irmão passando sem camisa em sua frente.
Imediatamente sua mente foi para o passado e uma lembrança adormecida veio a tona.
==
Ana - Agora é hora de trocar seu irmão pra vocês dois irem dormir.
Antônio - Mamãe, o que é isso nas costas do Gui?
Ana - É uma pinta filho, é uma marca de nascença.
==
Guilherme - Algum problema?
Antônio olhava para as costas do irmão, se distraindo.
Antônio - Nada. Não foi nada.
Antônio se arrumou e saiu em busca de emprego. Sua vida nunca tinha sido fácil e mesmo sofrendo pelo amor de Rodrigo, ele tinha que continuar tocando a vida.
Guilherme ficou em casa e entrou no quarto do irmão, mexeu em algumas coisas e pegou um porta retrato que estava em uma cômoda, com uma foto abraçado com Antônio.
Novamente veio uma onda de culpa, de arrependimento, vergonha.
Guilherme - Antônio, você foi a única pessoa na vida que se importou de verdade comigo.
Guilherme - Depois de tudo que eu fiz, você ainda quer o meu bem.
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Antônio estava sentando no banco de um ônibus. Com a cabeça encostada no vidro, ficou recordando dos momentos felizes que passou ao lado de Rodrigo. Ao analisar sua vida, constatou que tudo de ruim que aconteceu, tinha algo ligado ao irmão.
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Rodrigo - Ele não é seu irmão Antônio, esse cara ai não é e nunca foi o Guilherme, ele é um impostor.
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Antônio - Mãe, porque você não trata o Guilherme do jeito que me trata, porque você não gosta dele?
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Antônio ficou relembrando todas as situações estranhas e sentiu como se tivesse tirado um tampão dos seus olhos.
Antônio - Não pode ser. Isso não pode ser!!!!
Antônio desceu no primeiro ponto, mudando seus planos para aquela tarde.
Guilherme ficou em casa, ele realmente estava mexido, culpado, arrependido.
Pegando seu celular, Guilherme ligou para a pessoa misteriosa.
Guilherme - Alo, ainda bem que você atendeu.
Guilherme - Não estou aguentando mais. Não tenho mais estrutura pra isso.
Guilherme - O Antônio não merece isso que nós estamos fazendo.
Guilherme - Pare de gritar comigo, você não manda em mim.
Guilherme - Eu estou muito arrependido de ter entrado nessa.
Guilherme - Eu tenho um encontro hoje a tarde com aquela pessoa e também vou dizer que estou fora.
Guilherme - Chega, eu não vou mais prejudicar o Antônio.
Guilherme - Ah, você esta agora na casa do Anselmo?
Guilherme - Então trate de falar pra ele o que acabei de lhe dizer.
Guilherme - Pra mim já deu!!!
Guilherme desligou o celular ao escutar a campainha tocar. Era um motoboy, com um envelope endereçado a Antônio.
Anselmo - O que ele queria? Porque ele te ligou?
Anselmo - Ele vai cair fora agora né?
Anselmo - Eu sabia que ele ia dar pra trás, ele vai ferrar a gente.
Anselmo pressionava a pessoa que falava com Guilherme no celular até que começaram a bater em sua porta.
Anselmo - Se esconda, vou ver quem é.
Ao abrir a porta Anselmo levou um susto, quase caindo para trás.
Antônio - Boa tarde Seu Anselmo, o Senhor se lembra de mim?
Continua...