- Mãe????? (falei em alto e bom som, queria que o barão entendesse o recado).
Joana - oiiii. (disse ela se assustando).
Coloquei a carteira na frente da cueca, e tentei esconder minha rola dura.
Joana - parece que viu um fantasma. (disse trancando a porta e pendurando a chave em um cabide).
Eu fiquei estático, sem reação alguma. Pra escapar dessa eu tinha que depender da sorte, coisa que há muito tempo eu não tinha.
Joana - tu ta pálido menino. (disse ela aproximando-se de mim).
Arthur - tava fazendo uns exercícios que o fisioterapeuta me ensinou, por isso to assim, suado e sem cor.
Joana - que ótimo meu filho, você quer ajuda?
Arthur - não precisa. (falei dando ré). Mas por que vocês voltaram tão cedo?
Joana - A julinha queria ficar, mas eu tava tão cansada.
Minha mãe colocou sua bolsa sobre o sofá e sentou ao lado.
Arthur - a senhora não vai dormir?
Joana - agora não. (disse bocejando). Ainda tenho que fazer meus planos de aula.
Arthur - mas por que tem que ser hoje mãe? Não pode fazer amanhã? (falei nervoso).
Joana - e por que esse chilique todo? (disse ela rindo).
Arthur - não é chilique mãe. (falei tentando consertar minha grosseria). Mas poxa, a senhora trabalha tanto. Acho que deveria descansar um pouco.
Joana - eu vou daqui a pouco.
Arthur - a senhora quem sabe. Eu vou tomar um banho.
Joana - eu vou fazer um chocolate quente, você quer?
Arthur - não senhora.
Falando isso fui para o meu quarto. Assim que fechei a porta, passei a chave na fechadura.
Meu coração estava mais acelerado do que o normal. Olhei para cama e o barão estava deitado com a garrafa de wisky sobre o corpo.
- Sr Nícolas? (falei baixo de modo que minha mão não pudesse ouvir).
Aproximei-me da cama e toquei naquele corpo nú.
- Sr Nícolas? (repeti, mas dessa vez movimentando seu corpo).
Barão havia apagado.
- Não é possível. (esbravejei). Sr Nícolas? (continuei o chamando, inutilmente).
Respirei fundo, e tentei pensar em alguma coisa, mas não havia nada que eu pudesse fazer.
Fiquei ali na cama ao lado do barão, velando seu sono. Retirei a garrafa, já vazia, de wisky, que estava jogada pelo seu corpo e a levei para o lixeiro do banheiro. Chegando lá encontrei a camiseta do barão, toda molhada. A recolhi do chão, dei uma espremida e arremessei a mesma no cesto de roupas sujas.
Retornei ao quarto e ouvia leves roncos do barão, aquilo me fez rir.
- você não pode passar a noite aqui. (falei para mim mesmo).
Abri a janela do quarto e observei o carro do barão estacionado, tinha que leva-lo até ele. - Mas como?
Coloquei um short, fui até a sala e peguei meu celular que havia ficado próximo a tv.
xxxXXX
- Ainda acordado? (perguntou minha mãe).
Arthur - sem sono, e a senhora?
Joana - sono eu tenho, mas sem condições de eu ir dormir agora. (disse ela mexendo no not).
Arthur - entendi. Eu vou deitar pra ver se o sono vem.
Joana - ta bom meu amor, durma bem.
Arthur - a senhora também mãe.
Dei um um beijo em minha mãe e retornei, com meu celular, ao quarto.
xxxXXX
Assim que passei pela porta meus olhos brilharam ao ver o barão. Toda vez que eu o via deitado em minha cama, era como se fosse a primeira vez.
Sentei na cadeira em frente ao computador e disquei o número do Ben.
****
- Oi Arthur, (disse ele atendendo).
Arthur - oi Ben.
Ben - o que você manda?
Arthur - to enrrolado mano.
Ben - pra variar. (disse ele rindo).
Arthur - pois é.
Ben - mas diga lá o que aconteceu?
Arthur - o barão ta morgado na minha cama. (falei sem enrolação).
ben - o que? (perguntou Ben espantado).
Arthur - o barão pô, ele ta dormindo na minha cama. (enquanto falava ao telefone, meus olhos estavam fixos no corpo daquele homem).
Ben - como é que ele foi parar aí?
Arthur - ele chegou aqui meio bebido, e daí eu acho que a cachaça derrubou ele.
Ben ...
Arthur - ben?
Ben - to ouvindo. Tu deve ta se amarrando né!?
Arthur - em que?
Ben - o Nícolas ta ai dormindo na tua cama. Tudo o que tu mais queria.
Arthur - to curtindo sim mano, você sabe o tanto que gosto desse cara, mas porque ta falando assim comigo?
Ben - é que eu já te aconselhei a esquecer esse cara. Ele não presta Arthur. Eu fico preocupado com você.
Arthur - ele não é como você pensa Ben. Isso é só uma armadura que ele usa. Ele gosta de mim, ele gosta de mim. (falei empolgado).
Ben - esse cara não gosta de ninguém alem dele mesmo. Tu já sentiu na pele o que ele pode fazer com alguém.
Arthur - mas ele me disse que vai mudar.
Ben - e tu acredita?
Arthur - sim, eu acredito.
Ben - Bem, eu não posso tomar nenhuma decisão por você, apenas te aconselhar.
Arthur - e eu agradeço mano, mas eu sei que agora vai ser diferente.
Ben - tomara né!?
Arthur - vai ser cara, vai ser. Agora eu to precisando da tua ajuda.
Ben - fala aí.
Arthur - preciso levar o barão pra casa dele, mas sozinho eu não vou conseguir.
Ben - e o que tu quer que eu faça?
Arthur - queria que tu viesse aqui me dar uma mãozinha.
ben - mas como vai ser essa mãozinha? (sua voz soou como se ele fizesse uma aspa).
Arthur - tu me ajuda a levar o barão ate o carro, e a depois me segue ate a casa dele. Na volta eu venho contigo.
Ben - e quem vai dirigindo o carro dele?
Arthur - eu!
Ben - não sabia que tu dirigia.
Arthur - só não tenho carro, mas carteira eu já tenho. (falei rindo).
Ben - se tu quiser eu posso levar ele em casa, pra não te dar trabalho.
Arthur - esse trabalho eu faço questão de ter. (falei malicioso).
Eu e Ben falavamos do barão, e ele, ali deitado, parecia a pessoa mais inocente do mundo.
Ben - se você quer,então beleza. Daqui há meia hora eu tô aí.
Arthur - Não! (exclamei rapidamente). Tem um probleminha.
Ben - qual probleminha?
Arthur - minha mãe ta na sala, e não ta sabendo que o barão esta aqui. Temos que esperar ela dormir.
ben - porra Arthur, mas aí tu me quebra. Que horas ela vai dormir?
Arthur - não faço a menor ideia. Mas se não der pra você vir, de boa, eu dou meus pulos.
Ben - não, eu vou. Faz assim, quando ela dormir você me liga.
Arthur - beleza. Eu vou ter que desligar aqui, to falando escondido pra ela não ouvir.
Ben - ta bom, a gente vai se falando.
Arthur - falou.
*****
Assim que desliguei o telefone caí na cama agarrado ao barão. Minhas mãos percorriam por todo seu corpo, enquanto eu ouvia a musica que era o seu ronco. Encostei minha cabeça em seu peito e sentia cada batida do seu coração. Fiquei por um tempo ali, até cair em um leve cochilo. Quando acordei, meu primeiro estimulo foi ir ate a sala, a barra tava limpa então eu resolvi ligar para o Ben.
*****
Ben - já?
Arthur - dormiu, pode vir.
Ben - já to aqui na esquina.
Arthur - beleza. Sobe aqui que eu to te esperando.
Ben - cinco minutinhos to aí no teu andar.
Arthur - ta certo. Não toca a campainha pra não acordar minha mãe.
Ben - ta, assim que eu tiver na porta eu ligo pra ti.
Arthur - beleza.
*****
Fiz um grande esforço para vestir a roupa do barão, e fiquei aguardando pelo Ben.
Pouco mais de dez minutos uma ligação.
****
Ben - to na porta.
Arthur - beleza, to abrindo.
*****
- entra aí. (falei abrindo a porta).
Ben - cade o capeta? (disse Ben entrando).
Arthur - fala baixo porra, o apartamento é pequeno e minha mãe pode ouvir,
Ben - foi mal. Cadê ele?
Arthur - no meu quarto. Vem. (disse isso e o Ben me acompanhou).
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- caralho, o cara apagou mesmo! (disse ele de frente pra cama).
Arthur - claro pô, tu achou que eu tava mentindo?
Ben - mentindo não, mas não achei que a situação fosse tão drástica.
Arthur - também não é pra tando não cara.
Ben - não é pra tanto? O cara ta quase pelado. Cade a camiseta dele?
Arthur - ta molhada.
Ben - e tu não tem nenhuma que caiba nele?
Arthur - já testei, e ficaram apertadas.
Ben - então vamos levar ele assim mesmo.
Ben pegou o barão e o levantou apoiando em seu ombro.
Arthur - porra. Como você consegue suportar esse cara nas tuas costas?
Ben - esqueceu que eu passo o dia carregando caixa pesada? isso aqui é o de menos.
Eu ri.
Fui na frente limpando o caminho para que o Ben pudesse transitar sem ser surpreendido por minha mãe ou minha irmã.
Conseguimos chegar ate o carro, e a única pessoa que nos viu foi o porteiro do edifício.
xxxXXX
- Cadê a chave do carro? (disse Ben ainda com o barão no lombo).
Arthur - aqui. (falei balançando o chaveiro).
Destravei as portas, e o Ben deitou o barão no banco de trás.
- tem certeza que da conta de ir dirigindo? (disse ele batendo a porta).
barão - tranquilo, da pra conduzir ate a casa dele.
ben - beleza, vou indo atrás de vocês.
Entrei no banco do motora, e dei partida no carro, o Ben veio logo em seguida.
xxxXXX
Assim que chegamos, chamei no interfone.
- Pois não? (disse uma voz feminina).
Arthur - Maria?
Maria - sim.
Arthur - sou eu o Arthur.
Maria - oi Arthur, tudo bem?
Arthur - to bem. Maria eu to com o sr Nícolas aqui, só que ele ta bêbado, você pode pedir pra alguém liberar a passagem?
Maria - ai, graças a Deus, eu já estava ficando preocupada. Vou mandar abrir o portão.
Arthur - eu vou ficar aqui esperando.
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Voltei ao carro e não demorou muito para o portão ser aberto. Entrei com o carro e o Ben ficou me esperando do lado de fora.
Assim que parei com o carro em frente a casa, Maria e outros funcionários já estavam me esperando.
Maria - Arthur! (disse a mulher, assim que me viu sair do carro). O que aconteceu?
Arthur - pois é. Eu encontrei ele bêbado e resolvi traze-lo pra casa. (falei abrindo a porta traseira).
Maria - fez bem meu filho, ele já saiu bêbado de casa.
Arthur - agora ele ta entregue. (falei sorrindo).
Maria - Deus lhe pague meu filho.
Arthur - amém. Agora eu vou voltar pra casa Maria.
Enquanto conversávamos, alguns funcionários retiravam o barão do carro.
Maria - nada disso, já ta tarde e você vai passar a noite aqui.
Arthur - até dormiria aqui Maria, mas minha mãe vai ficar preocupada.
Maria - eu ligo pra ela e explico.
Arthur - Não! eu prefiro voltar pra casa.
Minha mãe iria fazer um grande interrogatório ate entender como eu tinha ido parar na casa do barão.
Maria - mas então vou pedir para o Damião leva-lo.
Arthur - não carece Maria, eu to com um amigo lá fora esperando.
Maria - ah então ta certo. Mais uma vez, muito obrigada!
Barão - Arthur cadê a camisinha que você foi buscar? (perguntou barão nos braços dos funcionários).
Barão não havia despertado totalmente, e mesmo inconsciente, falava palavras desconexas.
Maria - o que ele disse? (perguntou a mulher, curiosa).
Arthur - a camisa que ele perdeu e eu fiquei de procurar, mas não encontrei.
Barão - Arthur?
Arthur - é melhor deita-lo. Ele bebeu demais e agora ta delirando.
Maria - eu acho que ele ta querendo agradecer. (disse a mulher sorrindo).
Arthur - acho que sim. (falei sem graça). Agora eu tenho que ir Maria.
Melhor sair agora, antes que o barão deixasse escapar alguma coisa.
Maria - ta bom meu filho, vou pedir para o Damião te levar ate o portão.
Arthur - obrigado. (disse a abraçando).
Maria - eu que agradeço, e boa noite. ( disse ela passando a mão na minha cabeça).
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- Que demora pô. (disse o Ben assim que eu entrei no seu carro).
Arthur - tava explicando onde encontrei o barão.
Ben - disse a verdade? (perguntou ele dando partida no carro).
Balancei a cabeça que não.
Arthur - tive que inventar uma historia.
Ben - to ligado.
Arthur - hoje foi perfeito Ben. O barão disse que gosta de mim. (falei com os dentes do lado de fora).
Ben - que legal. (disse ele sem muitas perspectivas)
Arthur - que tu tem pô?
Ben - eu nada. Por que?
Arthur - ta meio azedo.
Ben - só cansado.
Arthur - era pra ter falado mano. Jamais teria pedido ajuda se soubesse que tu tava nesse estado.
Ben - e tu acha que eu ia vacilar contigo? Tamos juntos meu amigo.
Dei leves tapas em seu ombro.
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Arthur - mais uma vez valeu mano. (disse assim que Ben estacionou o carro).
Ben - precisa nem agradecer meu amigo.
Sorri.
Arthur - boa noite. (disse abrindo a porta).
Ben - Arthur, espera um pouco.
Olhei para o Ben.
- Fala.
Ben - já ta sabendo que o Loupan recebeu alta?
Arthur - não. Foi mesmo?
Ben confirmou.
Arthur - que bom cara. De verdade.
Ben - ele perguntou por ti.
Eu fiz um minuto de silencio.
Ben - ele gosta de você Arthur, você deveria ao menos ir visita-lo.
Arthur - eu gosto dele Ben, mas não da forma que ele gosta de mim.
Ben - e você não poderia ao menos fazer um esforço?
Arthur - Não! (saiu de imediato).
Ben - Então ao menos vai ve-lo, tenho certeza que ele vai gostar.
Arthur - ta bom! (benjamim realmente me convencerá). Me passa o endereço pelo whats que eu vou lá essa semana.
Benjamim sorriu.
Ben - você não perde nada fazendo o bem mano.
Retribui o sorriso.
Arthur - você tem razão. Boa noite Ben.
Ben - ah, Já ia esquecendo. (disse ele passando a mão nos bolsos). Isso é pra você
Arthur - O Loupan quem mandou? (perguntei assim que vi que tratava-se de um cheque).
Ben - foi sim.
Arthur - não quero.
Ben - mas você não precisa dormir com ele.
Arthur - mesmo assim, vai que um dia ele resolve cobrar, e outra já me meti em confusão por causa desses cheques.
Ben - ele não vai cobrar nada, você não ta assinando nenhum contrato. Ele só ta querendo te ajudar. (disse ele colocando o cheque em minhas mãos).
Arthur - eu to sem grana, mas to sossegado. (tentei devolver o cheque, mas o Ben não aceitou).
Ben - é seu, não é meu. (disse ele negando o cheque).
Abri o porta luvas para colocar o cheque, e uma arma havia la dentro.
Arthur - o que é isso pô?
Ben ficou meio sem graça.
- saiu com muita gente, Arthur, nunca se sabe néh!? (disse ele abrindo os braços e erguendo os ombros).
Joguei o cheque lá dentro e fechei o porta luvas.
Ben - Hey. (Ben segurou pelo meu braço). Você não ta pensando que eu vou matar alguém ta?
Arthur - não. Claro que não! Agora eu tenho que ir mesmo, tou cansadão.
Ben - qualquer coisa me liga. (disse ele tocando em minha mão).
Arthur - ta. Falou!
Ben - falou.
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Saí do carro e vi Ben sumindo no horizonte. Um arrepiou passou pelas minhas pernas chegando até minha nuca.
Subi a meu quarto, e assim que passei pela porta, senti uma nostalgia ao ver a ausencia do barão naquela cama. Deitei de barriga para baixo, sentindo o seu cheiro.
- Se isso não for amor eu não sei que porra é essa. (eu falei pra mim mesmo). Adormeci e esqueci de tomar banho
xxXXXX
- Filho, filho? (ouvia o som da voz de minha mãe).
Arthur - mãe?
Joana - eu to saindo com sua irmã, vamos ao shopping. Quer ir com a gente?
Arthur - quero não. Que horas são?
Joana - já passa das 14.
Arthur - o que? (levantei-me no susto). Por que a senhora não me acordou?
Joana - até tentamos. O Fredson já veio aqui e deixou uns medicamentos pra você tomar, os horário estão na porta da geladeira.
Arthur - o Fred teve aqui foi? (perguntei levantando por completo da cama).
Joana -foi, mas não quis te acordar.
Arthur - ta bom. Vou tomar um banho e depois vejo esses medicamentos.
Joana - tem estrogonofe no microondas, é só esquentar. (disse ela dando um beijo em meu rosto).
Arthur - ta bom mãe, qualquer coisa me liga.
Assim que minha mãe saiu de casa, eu entrei no banho. Fiz minha higiene de costume, e depois fui almoçar. Peguei um prato limpo e comecei a me servir, foi quando meu celular tocou.
- Barão! (meu coração acelerou).
*****
Arthur - alô.
Barão - Oi Arthur.
Arthur - oi senhor Nícolas.
Barão - tua mãe saiu né?
Arthur - pois é! ( como assim ele sabia que minha mãe havia saído?).
Barão - o que tu vai fazer agora?
Arthur - vou almoçar.
Barão - quer dar uma volta comigo?
Arthur - pode ser. Pra onde?
Barão - A gente pode ir almoçar.
Arthur - ah beleza!
Barão - então desce rapidão que eu já to aqui te esperando.
Arthur - ta bom! (falei animado).
*****
Vibrei com o convite pra almoçar. Coloquei uma bermuda tactel, uma regata vermelha, um par de havaianas e desci.
xxxxXX
Arthur - oi Sr Nícolas.
Barão - e aí meu garoto. (disse ele passando as mãos por meus cabelos).
Arthur - como é que o senhor tá?
Barão - ótimo.
Barão ligou o carro e deu partida, sentido a saída da cidade.
Arthur - achei que o senhor não fosse lembrar de ontem a noite. (falei aliviado).
Barão - mas o que aconteceu ontem a noite pra eu me lembrar?
Arthur - o senhor esqueceu?
barão - não lembro. Foi algo importante? (ele dirigia e me olhava concentrado).
Arthur - Não. (falei triste). Nada de importante.
barão - você chupa gostoso. Tem uma boca macia. (ele falou depois de um tempo em silencio).
Por baixo dos óculos espelhados o barão começou a sorrir.
Arthur - o senhor lembra. (falei sorrindo).
Barão - claro que lembro Arthur.
Atrevi-me a passar a mão pela coxa do barão. Em nenhum momento ele foi grosseiro comigo.
xxXXX
Depois de um tempo na estrada, ele estacionou o carro. Ali era o porto, e eu não conseguia associar nada de comer.
barão saiu do carro e colocou uma mochila de aventura nas costas. Ele usava apenas uma sunga, um óculos e uma sandália.
Barão - vamos? (disse ele fazendo com que eu o seguisse).
Arthur - pra onde vamos?
Barão - surpresa. (disse ele jogando a mochila dentro de uma lancha).
Arthur - nós vamos dar uma volta de barco? (perguntei empolgado).
Barão - exato. Já andou de lancha?
Arthur - nunca.
barão - então a primeira vez vai ser comigo. (disse ele orgulhoso).
Arthur - sim. (falei sorrindo).
Enquanto eu entrava naquele veiculo aquático, barão desfez um nó que parecia ser o que segurava a lancha.
Em seguida barão entrou na lancha também.
Arthur - quem vai dirigindo?
Barão - nós dois. Não é o suficiente? quer que eu chame mais alguém? (disse ele entrando na cabine).
Arthur - é mais que o suficiente. (falei entrando em seguida).
barão - por que você acha que eu te trouxe aqui Arthur? (disse ele no volante).
Arthur - pra almoçar? (falei encarando seus lábios).
barão - Eu vou almoçar. (disse ele firme) E dessa vez nada vai atrapalhar a minha refeição.( ele deu um sorriso de canto de boca).
Arthur - e o senhor ainda disse que não sabia ser romântico.
Nós gargalhamos.
♫♫♫
Me apaixonei, perdidamente.
E o que eu sei, é que daqui pra frente...
Vai ser nossa cidade, Nosso telefone,
Nosso endereço, Nosso apartamento.
Sabe aquela igreja?
“Tô” aqui na frente, imaginando chuva de arroz na gente!
♫♫♫
Continua...