Amor militar – Prefácio
“...não sei explicar o que realmente sentir naquele momento, descobriria depois. Vazio, oco, solidão...”
Boa noite,
Pretendo relatar aqui alguns fatos ocorridos comigo há algum tempo. Ressaltando uma pequena dose de ficção misturada com minha verdadeira história. Espero agradar, boa leitura.
Meu pseudônimo será Jotha, simplesmente JOTHA. Sou mulato, meço 1.82, peso 90 kg. Definitivamente não sou do tipo malhado, porém tenho um corpo bonito. Faço alguns exercícios em casa e corro todo os dias. Dificilmente homens ou mulheres aproximam-se de mim por conta de minha beleza e, não me acho incrivelmente belo. Como uma colega de trabalho uma vez me disse no final do expediente.
- Até que você e bem atraente Jotha! Tem um sorriso bonito, é simpático e inteligente.
Bom, compenso com outros requesitos pelo menos. Não sou feio. Afinal, bonito é aquela pessoa que acabou de acordar com um rosto amassado de sono, a voz rouca e, consegue retirar suspiros de metade do globo terrestre. Mas não preciso me arrumar muito para chamar o mínimo de atenção, talvez por ser alto, coxas grossas, bunda redondo, lábios carnudos... Sei lá. Chega da sessão narcisista.
Tenho dezoito (18) anos quando o conto se passa, acabo de concluir o ensino médio. Faço cursinho pré-vestibular para tentar faculdade federal na área de Psicologia. O cursinho fica a vinte minutos de minha casa, um pouco depois da loja de sapatos a qual trabalho faz poucos meses. Meu dia e muito agitado acordo às 06h, trabalho até às 17h logo depois vou ao curso e chego em casa às 21h30min, aproximadamente. E foi em um desses dias agitados, meu tormento começou.
Após o final de semana de folga total, sem estudo, estresses e preocupações comecei minha semana no automático. Já estava muito acostumado com minha rotina infinita. De casa para o trabalho, trabalho para curso, curso para casa... Todos os dias. Só saia com os amigos quando tinha tempo e não estava estudando, aqueles programas de domingo à noite após ir a igreja, que minha mãe me obrigava a ir... Não havia reparado em um novo morador de uma casa na mesma rua que a minha. A muito havia uma placa de vende-se nessa casa.
O dia de meu “tormento” estava abafado e lento. Os ponteiros do relógio se arrastavam. Não fiz muitas vendas esse dia, e precisava. Acabei chutando o balde e estava com muitas dívidas para aquele mês. Foi em uma dessas conversas no meio do expediente onde tive o prazer de conhecer o novo morador da casa “vende-se”. Quando o vi simplesmente sabia que era ele o morador, assim. Apenas sabia. Cidade pequena todo mundo se conhece. Ouvi um ronco estrondante de moto, e um belo homem pilotando. Mesmo pelo capacete era notável seus traços fortes. Foi uma visão rápida, porém fez meu coração palpitar. Estranho! Era como se fosse um sinal de meu corpo, obviamente mais sensitivo que a mente.
- Viu o pedaço de mau caminho, passando na praça? – Clara anuncio.
Trabalhávamos em cinco na loja. Eu, Clara, Iasmin, Pedro e Lucas (gerente).
- Na fila dos homens gostosos esse aí entrou três vezes – Iasmin falou sorridente.
– Foi ele que comprou a casa na rua detrás – disse para Clara.
- Ah! Que exagero só porque o cara tem moto e é marinheiro? Fala sério, o que um uniforme não faz? – Zombou Lucas.
- Cara, é puro fetiche feminino! – Pedro também emendou.
- Nossa inveja e fogo! Só porque vocês jamais serão gostosos assim? – Clara caçoou.
A loja havia tornado-se uma balbúrdia entre risos e comentários ácidos do lado masculino e feminino. Eu fiquei lá, imparcial, ainda intrigado com aquele cara. Tá, já sabia a muito tempo que sentia atração por homens. Mas era um segredo exclusivo, meu. Nunca nem cogitei a hipótese de namorar um cara. Não sentia nada, até aquele momento. Aquele cara veio a minha mente com o ronco daquela moto, sabe o ar imponente, majestoso... Foi isso recebido por mim quando ele passou...
- JOTHA! – Lucas me chamou – Cliente cara! Tá dormindo?
Nem havia reparado mais a loja lotará instantaneamente. Todos os outros atendiam alguém.
- Pois não? – Fui solícito.
Após duas horas de um movimento estável fechamos a loja. Estava tão calado que meus colegas de trabalho até perceberam. Não ligaram os fatos, afinal sou bem discreto. Estava bastante atordoado, um banho gelado não tirou aquela imagem da minha cabeça. E o melhor, mais tarde descobriria ser muito bom morar na mesma rua que o novo vizinho. Ou seja, passaria em frente a casa dele sempre.
Fui para o curso, andei rápido. Um misto de ansiedade alojou-se em meu estomago, passei na calçada em frente ao portão da casa do cara. Quando ouço o portão se abri como num passe de mágica. “Merda, agora ferrou” pensei. Fiz a coisa mais idiota do mundo. Parei no meu da calçada, pareceu que estava ali esperando-o. Ele saiu. Vestia uma bermuda tactel bem justa no corpo realçavam suas coxas, uma camiseta branca de um tecido cheio de furinhos. Estava de luvas e levava uma garrafinha de água, estava de tênis. Conclui que iria malhar. Era óbvio, para manter aquele corpo tinha que ter muitas horas na academia. Seus braços eram grandes e fortes. Bem chapadinhos e definido. O peitoral digno de aplausos. Pernas longas e torneadas. O abdome não deu para ver, deveria ser uma completa perdição. O cara é muito gostoso, fato. Seu rosto mostrava traços fortes. Estilo “Sou hétero, convicto”. O mais perturbador era seus olhos, negros. Seu olhar era intenso, sereno. Quando me viu feito um estúpido parado em frente ao seu portão, inicialmente levou um susto mais depois me encarou de uma forma que sentir um frio percorrer toda minha cervical. Não disse uma palavra apenas ficou me testando. Fiquei super sem graça no momento, sentir vontade em abrir uma cratera e ficar ali para todo sempre.
- Algum problema? – Disse ele sério.
Que voz era aquela! Falou com minha alma. Voz rouca, grossa feito de locutor. Ainda existia uma sensualidade oculta. Senti calor, meu pênis deu uma inchada involuntária.
- Não – Foi o que consegui disser, abaixando os olhos.
Ele bateu o portão e saiu. Uma leve brisa trouxe seu cheiro de banho tomado. Pronto, se continuasse gozaria. Que cheiro de macho! Atravessei a rua e fiquei observando ele afastar-se, de costas era tão lindo quando de frente. Tomei o rumo para o curso ainda mais atordoado. Como uma cara poderia ter esse poder sobre mim? Havia visto ele o que? Duas vezes? Era gostoso sim. Malhado. Tinha um olhar intenso. Uma voz sexy... Para! Sabia exatamente onde aqueles devaneios iriam me levar.
Quando estava na quinta série me apaixonará por um colega da classe... Demorei Quatro anos para esquecer. Esse cara era apenas um estranho. Um estranho bem gostoso, devo admitir, mas ainda um estranho.
No curso como imaginei, não prestei a atenção em nada. O professor de geometria espacial passou uns exercícios em dupla. O bacana que conheci um rapaz bastante simpático de um bairro vizinho ao que eu moro. Era bonitinho e ao que pareceu estava indiretamente dando em cima de mim. Após o curso fui para casa. Senti muita vontade de me masturbar. Me contive. Não iria alimentar “aquilo” que não sabia ao certo o que era.
CONTINUA...
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